quarta-feira, novembro 28, 2007

Crónica Fase Grupos Liga Campeões - Um Maxi Benfica!

A história dizia que já várias vezes o Milan espetou a farpa ao Benfica, duas delas em Finais da Taça dos Campeões. Com os italianos em mau momento no Campeonato, e com um Benfica em fase de enorme crescimento, seria de esperar uma grande oportunidade para vencer o actual Campeão Europeu. O problema é que o Milan da Série A não é o mesmo Milan da Champions League, para melhor. O Benfica entrou em campo de forma desastrada, nervosa, trapalhona e os italianos aproveitaram para mandar no jogo, criar várias oportunidades e… marcar. Nada surpreendente, claro está, tendo em conta a qualidade intrínseca da equipa milanesa. Reparem em Nesta, Seedorf, Gatusso, Gilardino e Pirlo, o patrão, que faz um golo soberbo. Fantásticos, não são?

Camacho optou pela equipa mais óbvia, o seu 4-2-3-1, sendo Nuno Gomes o único avançado de raiz. Cristián Rodríguez, Maxi Pereira e Petit regressaram ao 11, e formaram aquela que me parece ser, no momento, a melhor equipa possível do Benfica 2007/08. Luís Filipe à parte, evidentemente. A mecanização deste 11 parece-me bastante positiva, sendo que a reacção ao golo adversário foi quase imediata. E o que dizer da obra-prima de Maxi Pereira? O uruguaio até já tinha tentado algo do género anteriormente, mas saiu muito mal, e com aquele remate genial consegue obter um dos melhores golos da jornada europeia e, consequentemente, um dos melhores já marcados esta época, no palco da Luz. O golo uruguaio, esplendoroso, galvanizou o Benfica e atirou a equipa para uma restante primeira parte de grande qualidade. Acredito que o Milan também tenha optado por uma posição de maior prudência, mas isso não invalida a excelente exibição da equipa da casa.

Kaká foi, sempre, o jogador mais em foco do adversário. Não por ter feito uma magnífica exibição, porque isso até não aconteceu, mas porque o Benfica não tem nenhum jogador com um pique que dê para o acompanhar em velocidade. Luís Filipe foi autenticamente trucidado pela velocidade e técnica estonteantes do brasileiro e, só com a ajuda de Petit, Luisão e David Luiz – todos com exibições de alto quilate –, foi possível aguentar o genial brasileiro. Atrevo-me a dizer que com um Rodríguez ao seu nível, o Benfica teria saído vencedor da partida. O brilho uruguaio, ao contrário do que tem sido habitual, esteve todo do lado do colega menos categorizado. Maxi Pereira fez uma exibição verdadeiramente espantosa, e não o foi só pelo genial golo já mencionado. Veloz, desembaraçado, acutilante e, principalmente, com uma raça bem ao estilo sul-americano. A sua exibição teria sido de sonho, caso tivesse conseguido o 2-1, a roçar o intervalo, após assistência primorosa de Nuno Gomes.

E o capitão também esteve em bom plano, respondendo na mesma moeda ao seu colega, num remate em rotação depois de um grande trabalho do #14. Estávamos já na 2ª parte e foi essa a melhor oportunidade de golo encarnada, nesse período. O Milan, nos minutos finais, mostrou o tal cinismo italiano mas Quim, e a defesa, controlaram tudo com maior ou menor dificuldade. O problema deste Benfica, e que está directamente relacionado com a pouca produtividade das unidades atacantes, mantém-se na finalização. Nuno Gomes, já sabemos, não é o tal finalizador, Cardozo tem sido quase uma nulidade, Mantorras desapareceu e Bergessio não me parece ser jogador com qualidade para cá estar. Yu Dabao ainda está verde. O Benfica continua com um deficit gritante na hora de empurrar as bolas para a baliza e isso, contra estas equipas, paga-se caro.

Camacho arriscou com as substituições mas Cardozo e Di María nunca apresentaram futebol de bom nível e Adu, na minha opinião, terá entrado demasiado tarde. Boa arbitragem de Herbert Fandel, mas com algumas decisões incompreensíveis, embora sem erros em lances capitais. Bom trabalho da equipa auxiliar, apenas com um erro num fora-de-jogo de Nuno Gomes. O empate final, ao fim ao cabo, acaba por ser algo injusto e ainda mais se torna quando significa o afastamento prematuro da Champions League. Mas é verdade que não foi aqui que o Benfica esteve mal, mas sim na derrota em casa com o Shaktar e, porventura, no desaire na Escócia. Complicado será garantir o apuramento para a UEFA na Ucrânia, algo que só um grande Benfica terá possibilidade. Mas, para já, há que repetir, no Sábado, a humilhação que o FC Porto sofreu em Liverpool. Pois, ganhar na terra dos Beatles não é para todos!

NDR: Resposta de Léo, de luva branca, aos detractores. Grande jogo do "Maradoninha", urge renovar-lhe o contrato! É precisamente este erro clamoroso que falta a esta Direcção, para que a sua Gestão Desportiva se confirme um perfeito desastre.





Ficha do Jogo:

5ª Jornada da Fase de Grupos da Champions League

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Herbert Fandel (Alemanha)

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe (Di María, 74 m), Luisão, David Luiz (Freddy Adu, 87 m) e Léo; Petit e Katsouranis; Maxi Pereira, Rui Costa e Cristián Rodríguez; Nuno Gomes (Óscar Cardozo, 74 m).

AC MILAN: Dida; Bonera, Alessandro Nesta, Kaladze e Serginho (Paolo Maldini, ao int.); Brocchi, Andrea Pirlo e Gennaro Gattuso (Gourcuff, 50 m); Clarence Seedorf (Massimo Oddo, 72 m), Gilardino e Kaká.

Disciplina: Amarelos a Kaladze (36 m), Serginho (40 m), Petit (67 m) e Maldini (79 m).

Golos: 0-1, Pirlo (14 m); 1-1, Maxi Pereira (19 m).


#Fotos: AFP-Getty Images

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#Video: BenficaTVdotcom

terça-feira, novembro 27, 2007

Miguel Sousa Tavares

"Nunca vi tanta sorte como no Benfica". (27/11/07)

Nunca vi tanta corrupcao como no Porto. (1981-2007)

O Zborting de Paulo Bento

Paulo Bento, grande socio do Ben... treinador (?) do Sporting veio hoje dizer para desfrutar ao maximo do jogo em Old Trafford. Seja feita a sua vontade, caro Ben...to.

Se o Cristiano Ronaldo marcar outra vez posso rir? Baixinho, prometo.

domingo, novembro 25, 2007

Crónica 11ª Jornada - Tenham Paciência!


Recordo-me da grande exibição de Quim e do tremendo massacre que o Benfica levou, em Coimbra, na temporada passada. Este ano tal não sucedeu mas, felizmente, a vitória também acabou por aparecer. A justiça da mesma não me parece discutível, apesar de aparecer de forma tardia e na sequência de erros individuais do adversário. O Benfica entrou muito bem no jogo, de forma mandona, e criou várias oportunidades para fazer golo. O problema da finalização ainda persiste, evidentemente. A Académica acabou por marcar um golo de um livre a punir uma falta inexistente e através de um falhanço anedótico, mais um, de Luís Filipe. Recordando Paços de Ferreira, porque é que ninguém fala nisto? Estranho? Claro que não, é a habitual hipocrisia de quem não tem moral para falar de arbitragem. A destacar do jogo em Coimbra está uma das melhores exibições da época, de Rui Costa. Não há palavras para quantificar a classe, e o perfume de futebol, deste senhor. Foi ver... e degustar com muito prazer! Confesso que não me agradou a possibilidade de ser ele a marcar o livre onde faz golo, visto que tem sido ele a fazê-lo noutros jogos e as coisas não têm saído bem. A concretização do tento é prémio justo para quem tem mostrado que “velhos são os trapos”.

Não gostei das opções de banco de hoje, nem de Nuno Assis a titular, nem da insistente aposta naquele #2 "que eu não sei quem é". Mas resultou e, assim, deixo a minha vénia a José Antonio Camacho por reerguer este Benfica, numa real luta pelo título. Apesar disso, a equipa pareceu-me um pouco desorganizada, após a saída por lesão do #25, com Cardozo encostado à linha em regime de precaução de lesões. Incrivelmente, o Benfica tem de ter sempre um avançado massacrado impunemente pelos adversários. Já foi Eusébio, já foi Magnusson, já foi Rui Águas, já foi Mantorras, já foi Sokota, agora é a vez do paraguaio. Impressionante, também, a performance de David Luiz, um autêntico mini Mozer com um futuro muito largo. Tem tudo do seu compatriota, ex-craque da mesma posição: forte no jogo aéreo, grande velocidade, sentido de marcação imperial, duro quando é preciso e um talento enorme para sair a jogar com a bola controlada. Tem, também, algo daquela pontinha de irreverência e dureza excessiva do “irmão” mais velho. E pela primeira vez, um “cantamento“ de Binya resulta em golo… e que golo de Luisão! É preciso haver muito talento e lucidez para conseguir concretizar, de calcanhar, uma bola perdida. Os minutos finais de Adu já se começam a tornar míticos. O americano tem uma espécie de aura inexplicável, bem ao estilo de Mantorras. Saúdo, de forma veemente, o regresso de Petit!

Mais um penalty que ficou por marcar a favor do Benfica, por entrada dura sobre Nuno Assis. Já vai no 6º em 11 jogos, belo “trabalhinho” de Olegário Benquerença mas que, felizmente, não teve influência no resultado. E lembram-se disto? Vencer nos minutos finais já se torna um hábito deste Benfica de Camacho, e não tem menos sabor por ter uma pequena ajuda de Domingos. Vêm aí dois grandes jogos, com o colosso Milan e o FC Porto, que, na minha opinião, definirão aquilo que o Benfica fará na restante temporada. Não será necessário dizer que só a vitória interessa, mas a verdade desportiva já começa a ser desvirtuada. Nada de novo, não é? Será fundamental encher o Estádio da Luz, sendo que o regresso à titularidade de Petit e Cristián Rodríguez fazem-me acreditar no sucesso. Estou muito curioso para saber quem irá apitar o classico!

NDR: Algo preocupante constatar o tempo que tem demorado a renovar contrato com Léo. "Correr" com as referências, com os que têm mística e experiência, para ir buscar desconhecidos como Miguelito? Qual é o problema de Léo renovar por vários anos e, mais no fim da carreira, tornar-se um bom suplente e “professor” dos jovens? Não foi assim com o Veloso, e outros? Ainda por cima nem sequer há alternativa a Léo, quanto mais sem ele. Incomoda-me esta sede benfiquista de renovação, de esquecimento das glórias, da relativização do trabalho de quem nos representa com afinco e capacidade, de vazio de mística. Irá acontecer o mesmo com Petit, já acontece com Nuno Gomes e, porventura, já se nota um pouquinho com Rui Costa. A mística é para lá estar, nem que seja no banco. Enfim, são os tempos modernos do Benfica!

Podem ver o resumo do jogo, aqui. O vídeo é da bS7.

Ficha do Jogo:

11ª Jornada da Liga BWin

Estádio Cidade de Coimbra, em Coimbra

Árbitro: Olegário Benquerença (AF Leiria)

ACADÉMICA: Ricardo; Nuno Piloto, Litos, Kaká e Pedro Costa; Paulo Sérgio e Pavlovic (Hélder Barbosa, 88 m); Lito, N´Doye e Ivanildo (Miguel Pedro, ao int.); Vouho (Joeano, 59 m).

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Luisão, David Luiz e Léo; Katsouranis (Petit, 60 m) e Binya; Nuno Assis (Cardozo, 10 m), Rui Costa e DI María; Nuno Gomes (Freddy Adu, 62 m).

Disciplina: Amarelos a Katsouranis (41 m), Vouho (47 m), Luisão (64 m), Paulo Sérgio (75 m), N´Doye (77 m) e Ricardo (80 m).

Golos: 1-0, Lito (24 m); 1-1, Rui Costa (33 m); 1-2, Luisão (85 m); 1-3, Freddy Adu (90+3 m).

#Fotos: AFP-Getty Images e Record

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domingo, novembro 11, 2007

Crónica 10ª Jornada - "Há Coisas Fantásticas, Não Há?!"

Certamente que a maioria até nem estava à espera, eu confesso que não estava, mas foi um daqueles fins-de-semana onde o sorriso começa no final da Sexta-Feira, e só acaba no Domingo. Futebolisticamente, melhor seria muito difícil: grande cabazada ao Boavista e com nova exibição de luxo de Cristián Rodríguez, derrota humilhante do Sporting em Braga e um inesperado empate do FC Porto na Amadora, onde até chegou a ter dois golos de avanço. Isto, claro, contando com os tais 4-2 dos prodigiosos, e invictos, miúdos do Seixal. O que queriam mais?! A nível desportivo há, ainda, a destacar a indiscutível vitória frente ao FC Porto, em Andebol, e sobre o Valongo, em Hóquei em Patins. Com a equipa de Futsal sem competir devido ao Euro 2007, e a de Basquetebol fora da Liga Profissional, só a equipa de Voleibol baqueou, frente ao Sporting de Espinho, naquele que foi um disputadíssimo confronto de líderes. E foi por muito pouco que não se conseguiu o pleno!

O jogo frente ao Boavista foi, desde já, uma grande partida de futebol. Uma das melhores que vi este ano, sem dúvida. O Boavista bateu-se bastante bem, principalmente na 1ª parte, e, apesar de muito mal classificado, valorizou a goleada do Benfica. O Benfica até entrou mal na partida, permitindo o controlo de jogo ao adversário e sofrendo alguns sustos perante a velocidade estonteante do célebre Mateus, que não tem só nome, e os remates perigosos de Jorge Ribeiro. Com a indiscutível dupla de avançados, Cardozo e Nuno Gomes, algo apática, o Benfica apostava na classe de Cristián Rodríguez e nos passes longos de Rui Costa. Léo teve bastantes dificuldades perante Zé Kalanga, tal como Luís Filipe perante Mateus, e, como Binya se mostrou claramente afectado pela polémica sobre o seu comportamento em Glasgow, a equipa teve algumas dificuldades no sector defensivo. Katsouranis fez mais um grande jogo mas o poder físico do meio-campo do Boavista, e a confrangedora inoperância da dupla da ala direita encarnada, complicou bastante a tarefa da equipa da casa.

O primeiro golo acaba por surgir de forma algo fortuita, e na primeira grande oportunidade de golo para o Benfica. Nuno Gomes com a tabelinha, Rui Costa com a finta deliciosa e o passe açucarado, e Cardozo com a finalização de classe. Os 3 craques a fazerem aquilo que se lhes pede… um golo para a enciclopédia da Luz! Se tudo indicava que se poderia partir para um jogo tranquilo, saiu tudo ao contrário. O Boavista puxou dos galões e tem 3 ou 4 grandes oportunidades para fazer a igualdade, respondendo o Benfica com um cabeceamento perigosíssimo de Luisão. De verdadeiramente anedótico fica aquele lance onde Luís Filipe tenta ganhar um canto e entrega a bola a Mateus, que por pouco não consegue encontrar Fary, para o empate.

Depois de um golpe de peixe de Nuno Gomes, um pouco ao lado e a abrir a 2ª parte, é Zé Kalanga que acaba por ter influência directa no resto do jogo. Comete uma falta disparatada sobre Léo, já tendo amarelo por um protesto caricato, e é expulso inevitavelmente. Não adianta Jaime Pacheco vir com a história das velinhas porque, para além de ter sido beneficiado nalguns lances do jogo, a expulsão do angolano é clara. Mesmo com 10 jogadores, em novo disparate de Luís Filipe, o Boavista empata o jogo num grande golo de Jorge Ribeiro, após sprint de 40 metros de Mateus. O Benfica “acordou” de imediato e, apenas 3 minutos depois, Léo constrói o bonito golo de estreia de Maxi Pereira. Aqui, sentiu-se claramente que o Benfica iria vencer a partida. Sentimento reforçado com o 3-1, de Rodríguez, 4 minutos depois. Com o vencedor encontrado, o Boavista até chegou a acertar no poste, deu-se um massacre encarnado e mais 3 golos acabaram por destruir a defesa do Boavista.

A nível individual o destaque vai, obviamente, para Cristián Rodríguez: uma assistência para golo, um penalty ganho, e um golo marcado, é o pecúlio do uruguaio. É um jogador que caiu logo no goto, em virtude da sua velocidade, raça, e técnica individual. É um daqueles craques à Benfica, que dão aquela pontinha de qualidade extra à equipa. É urgente encontrar uma solução para adquirir o seu passe pois, neste momento, é o jogador do Benfica que mais brilha. Tem um Futebol que faz lembrar o de António Pacheco. Mas não é pelo bonito golo que Maxi Pereira passa a ser um jogador de grande qualidade. Quanto a mim, esta equipa tem dois elementos que estão a mais, independentemente da posição que ocupam: Luís Filipe, o mais óbvio, e Maxi Pereira. Nesse aspecto estou em desacordo com Camacho. Maxi Pereira como lateral é tão mau como Luís Filipe, ou talvez pior porque é mais baixo e não tem jogo de cabeça. A lesão de Nélson tem condicionado a ala direita, é verdade, mas para extremo não há ninguém.

Notas muito positivas, também, para Rui Costa e Nuno Gome. O capitão do Benfica está em excelente forma e já conta 5 golos no Campeonato. Curiosamente já tem mais golos que Liedson e, não contando com os 4 tentos irregulares de Lisandro, até lideraria a tabela dos melhores marcadores. Quem diria, no início de época? Léo e Katsouranis continuam em alta, mesmo tendo em conta aquela perda de bola do grego que quase dava um golo ao adversário. Compreendo porque foi dada a oportunidade, para marcar o penalty, a Bergessio. Infelizmente, o que poderia ser um bom momento vai ainda piorar as coisas. Boa entrada em campo de Di Maria.

Em relação à arbitragem, infelizmente, há muito para escrever. Paulo Paraty é, indiscutivelmente, um péssimo árbitro e mais uma vez cometeu erros em catadupa. Algo caricatos, os últimos 10 minutos da 1ª parte, onde, sem exagero, ficaram por assinalar umas 4 faltas laterais a favor do Benfica. Nada de grave, no entanto, mas deu para irritar. Lances capitais houve muitos, nem todos com o juízo correcto. Na 1ª parte há 3 lances para possível penalty, que não me parecem existir. O primeiro é uma jogada dividida entre Rodríguez e Rissut, com o brasileiro a cair na área do Benfica mas de forma muito forçada. A tal mão na bola de Ricardo Silva, após um ressalto de bola, não me parece faltosa e ainda há um agarrão mútuo, antes de uma bola parada, entre Luís Filipe e Fary. O locutor da SportTV diz que é falta mas esqueceu-se de ver a mão de Fary na camisola do lateral do Benfica. Nada de novo, portanto.

Muito se falou na entrada de Katsouranis que lesionou Anderson mas, neste jogo, houve duas entradas muito piores e uma delas até incapacitou Óscar Cardozo: Rissut em Katsouranis, e o grego até ficou no chão a ser assistido, e Ricardo Silva no paraguaio. Na 1ª nem foi assinalada falta, e faltou o amarelo, enquanto que na 2ª só poderia sair o cartão vermelho e nunca a "lei da vantagem". Os dois penaltys, a favor do Benfica, parecem-me bem assinalados mas será que a cor do cartão foi a correcta? Marcelão agarrou Nuno Gomes e era o último defesa, Jehle não fez o mesmo que Quim contra o Marítimo? Pois, talvez houvessem defesas por perto mas Rodríguez estava a três metros da baliza. Passou despercebido, mas Fleurival agarrou Rui Costa na jogada que dá o 3-1, de cabeça, a Cristián Rodríguez. Não deveria ter sido mostrado um cartão ao jogador boavisteiro? E dá-se a lei da vantagem dentro da área? Não há falta de Luís Filipe sobre Edgar antes do 5-1, de Nuno Gomes, as imagens televisivas são claras.

A Camacho os críticos só têm que lhe dar mais algum tempo de tolerância, tendo em conta todas as contrariedades que encontrou no seu regresso. Ainda por cima sem os 3 melhores jogadores do 3º lugar da temporada passada, a condicionarem a qualidade da equipa. O que mais tenho gostado neste Benfica 2007/08, ao contrário do que era normal no Benfica de Fernando Santos, é dos minutos finais das partidas. Não só há mais raça e mais vontade, à Camacho, como fisicamente se está muito melhor. E isso também tem a ver com o novo Preparador Físico, obviamente. Mas e que tal recordar o que se disse quando o Benfica foi empatar a Braga? O que não deixou de ser um bom resultado, como se sabe. Pois, o Sporting acabou por encaixar a mesma chapa 3 que o Benfica lá tinha levado com Fernando Santos. São estas pequenas/grandes coisas!

Tão bom quanto esta jornada de Liga acaba por ser a paragem para os dois jogos da Selecção. Nada melhor do que sair de cena quando se está no topo, deixando os outros a pensar nos seus desaires. Como já disse algumas vezes, o importante será conseguir manter a distância para o 1º lugar, e se possível diminuí-la, para o reforço da equipa em Dezembro/Janeiro possibilitar o ataque ao título. A recepção ao FC Porto terá um carácter decisivo nesse aspecto, visto que falta apenas uma jornada para o clássico. Na minha opinião, o Sporting, muito dificilmente, se intrometerá nesta luta a dois. Em Coimbra, e no Dragão frente ao Setúbal, está o próximo capítulo.

NDR: Fernando e Luís Aguiar falharam o encontro da Reboleira por lesão. O brasileiro, titular indiscutível na equipa de Daúto Faquirá, lesionou-se no último treino antes do jogo. Nem assim conseguiram vencer, mas fica a nota que a vergonha continua na mesma. Não se iludam!

Já viram esta entrada assassina? Não foi o Binya, e nem houve, sequer, um amarelo. Por onde anda a malta dos sumaríssimos? Quaresma, Bruno Alves… e Ricardo Silva agradecem!

Gostei dos assobios a Edgar, apenas tenho pena que não tenham sido mais veementes. E Jorge Ribeiro não merecia o mesmo tratamento, ou andam esquecidos?

Podem ver o resumo do jogo, aqui. O vídeo é da bS7.


Ficha do Jogo:

10ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Paulo Paraty (AF Porto)

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Luisão, Katsouranis e Léo; Maxi Pereira (Di Maria, 68 m), Binya, Rui Costa (Romeu Ribeiro, 86 m) e Cristián Rodríguez; Nuno Gomes e Óscar Cardozo (Gonzalo Bergessio, 77 m).

BOAVISTA FC: Peter Jehle; Rissut, Ricardo Silva, Marcelão e Bruno Pinheiro; Fleurival, Diakité e Jorge Ribeiro (Laionel, 75 m); Zé Kalanga, Fary (Edgar, 62 m) e Mateus (Bangoura, 81 m).

Disciplina: Amarelos a Zé Kalanga (27 m e 55 m), Léo (49 m), Marcelão (84 m) e Jehle (90+1 m). Vermelho, por acumulação de amarelos, a Zé Kalanga (55 m).

Golos: 1-0, Cardozo (17 m); 1-1, Jorge Ribeiro (57 m); 2-1, Maxi Pereira (61 m); 3-1, Cristián Rodríguez (66 m); 4-1, Ricardo Silva (80 m, na p.b.); 5-1, Nuno Gomes (84 m, de g. p.); 6-1, Nuno Gomes (88 m).

#Fotos: SerBenfiquista

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quarta-feira, novembro 07, 2007

Crónica Fase Grupos Liga Campeões - Com Sabor a Injustiça!

Um grande ambiente, como de costume no Celtic Park, e um 11 algo invulgar, apresentado por José Antonio Camacho. Com a entrada de Edcarlos para a saída de Nuno Assis, parecia, de facto, que havia excesso de jogadores com características defensivas. Mas o que é certo é que o esquema resultou e, nos primeiros 20/25 minutos, o Benfica dominou por completo a partida. Bastante surpreendente a entrada mandona, e descomplexada, com que os encarnados se impuseram, e só a concretização completamente deficiente - quase sempre de Óscar Cardozo -, impossibilitou que o Benfica fosse para o intervalo com pelo menos 1 golo de avanço. O paraguaio aproveita grandes jogadas de Rui Costa e Cristián Rodríguez, e tem 3 falhanços incríveis que, em alta-competição, não se podem ter (7 e 12 minutos, para grandes defesas de Boruc; 21 minutos, só conseguiu canto ao aproveitar desconcentração do guarda-redes polaco).

O Celtic respondeu em contra-ataque, ou através de bolas paradas, e aí Quim ou a defesa lusa resolveram sem grande dificuldade. Os escoceses acabaram por marcar no momento em que já se pedia o intervalo, e até depois de algum relaxamento visitante. Um golo de carambola, em Luisão e Quim, que é um castigo muito pesado para quem tanto tentou e, no momento decisivo…falhou! Após o reatamento, o Benfica sentiu imenso o golo britânico, e a responsabilidade de ter de vencer para continuar em prova, e na 2ª parte acabou por ser uma sombra daquilo que já tinha mostrado. O Celtic esteve sempre por cima, e foi Quim que evitou males maiores. Que grande exibição do internacional português! Cardozo ainda apareceu, com mais 2 falhanços incríveis, mas cedo se viu que não seria a sua noite (63 minutos, de cabeça e ao lado; 73 minutos, remate rasteiro para grande defesa de Boruc) .

Por curioso que seja, o refrescamento da equipa, por parte de Camacho, acaba por piorar o já deficiente fio-de-jogo e o Benfica, pouco tempo depois da entrada do inexperiente Di María, nunca mais conseguiu chegar à baliza de Boruc. No final, a vitória do Celtic acaba por ser justa e perfeitamente esperada, tendo em conta o mau momento encarnado e a difícil deslocação. Não foi um Celtic esmagador, como aquele que goleou o Benfica na temporada passada, mas os escoceses fizeram o suficiente para ganhar de forma indiscutível. A presença benfiquista no Celtic Park fica, também, marcada por uma agressão inacreditável do camaronês Binya, nos últimos minutos, que só poderia dar expulsão. Aí esteve bem o sueco Martin Hansson, autor de uma excelente arbitragem. Assim, a continuidade na Champions League está em risco, sendo que ainda há a possibilidade real de garantir uma vaga na Taça UEFA. Mas, para isso, é preciso vencer na Ucrânia…

NDR: Já viram esta, do Mantorras?

Ficha do Jogo:

4ª Jornada da Fase de Grupos da Champions League

Celtic Park, em Glasgow

Árbitro: Martin Hansson (Suécia)

CELTIC FC: Anton Boruc; Gary Caldwell, Kennedy, McManus e Naylor; McGeady, Paul Hartley, Scott Brown (Evander Sno, 88 m) e Jarosik (Chris Killen, 67 m); Vennegoor of Hesselink (Massimo Donati, 67 m) e McDonald;

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Edcarlos, Luisão e Léo; Katsouranis, Binya e Rui Costa (Bergessio, 76 m); Maxi Pereira (Di Maria, 60 m), Óscar Cardozo (Nuno Gomes, 76 m) e Cristián Rodríguez.

Disciplina: Amarelo a Maxi Pereira (41 m). Vermelho directo a Binya (84 m).

Golos: 1-0, McGeady (45 m).


#Fotos: Reuters e AFP-Getty Images

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domingo, novembro 04, 2007

Crónica 9ª Jornada - Em Paços de Ferreira, só dá Camacho!


A justiça da vitória não pode ser colocada em causa, e o que é certo é que Camacho é o único treinador do Benfica, nos últimos 6 anos, que regista vitórias em Paços de Ferreira. Poderemos falar na subjectividade das estatísticas, como é óbvio, mas o que referi é um facto. O Benfica, na Mata Real, foi sempre superior e, mesmo com exibição algo apagada, conquistou os 3 pontos que o colocam a apenas 6 do 1º lugar. A esperança renasce um pouco mas atenção que o plantel é fraco e pouco competitivo! Importante será não deixar a diferença avolumar-se, e continuar a tentar reduzi-la, para que em Janeiro possa haver reforços de qualidade para lutar, definitiva e decisivamente, pelo título. Penso que só por aí haverá alguma hipótese para o 32º Campeonato, isto se, claro, não subsistirem decisões “douradas”.

José Antonio Camacho fez regressar as estrelas da equipa e isso acabou por ser fundamental para a vitória. Continuo a pensar que o melhor estilo de jogo passa por incluir dois avançados de raiz, mas há que ter em consideração o gritante abaixamento de forma, sucessivo, de Rui Costa. Talvez esteja aí o problema de um possível 4-4-2 que, ao invés, é convertido num 4-3-3 algo limitativo. Nuno Assis, incluído no 11 de forma surpreendente, acabou por passar ao lado do jogo, excepto quando disparou um míssil à baliza de Peçanha... e quando teve influência negativa no golo do adversário. É sempre difícil vencer em Paços de Ferreira e desta vez até foi através de algo que vinha a ser criticado à equipa de Camacho: as bolas paradas. Dois golos muito parecidos, com marcação exemplar de Rui Costa e preponderante acção de Cristián Rodríguez. Parece, de facto, um lance trabalhado nos treinos e se o primeiro sai de forma perfeita, o segundo tem emenda decisiva do regularíssimo Katsouranis.

Parece-me que Quim é mais indiscutível que nunca, não só pela sua imensa categoria e evolução mas também pela evidente tranquilidade que dá a esta defesa. Não foi um jogo complicado para o melhor guarda-redes português mas, aqui ou ali, a sua importância sai sempre vincada. Luís Filipe e Maxi Pereira são, para mim, duas peças a mais neste 11 titular. Em Paços de Ferreira não acrescentaram nada de positivo à equipa, não se entenderam entre si e cometeram falhas defensivas em catadupa. O uruguaio ainda não mostrou porque veio para o Benfica, o português não precisa de confirmar aquilo que todos já sabíamos. Binya, por outro lado, vem-se afirmando e já consegue suprimir algumas das lacunas criadas pela ausência de Petit. Preocupante a excessiva imaturidade de Di María, que mais uma vez foi pouco mais que zero. Cardozo não fez muito mais que o seu colega, pecando, mais uma vez, pela lentidão e atabalhoamento.

Gostei imenso da dupla de centrais, apesar de preferir Katsouranis no meio-campo. Actualmente, enquanto David Luiz não regressa, penso que deve ser esta a aposta do treinador, visto que Edcarlos não convence e Miguel Vítor ainda não tem estaleca. Luisão tem subido de forma de jogo para jogo e até foi um dos pilares do sucesso de ontem. Menos faltoso, e absolutamente imperial no jogo aéreo. E já tínhamos saudades dos golos do grego! Volto a escolher Léo e Cristián Rodríguez como os homens do jogo. São os dois atletas em melhor forma e, por isso mesmo, foi por eles que passou todo o jogo ofensivo do Benfica. É uma delícia ver o futebol que sai dos seus pés. Talento não lhes falta! Ah, não me esqueci da fundamental entrada em jogo de Nuno Gomes, que terá feito um dos melhores jogos da temporada. Impressionante na velocidade, e no discernimento dentro de campo. Que seja este o verdadeiro Nuno Gomes de 2007/08!

Poderia deixar um destaque para uma boa arbitragem, mas Bruno Paixão cometeu alguns erros que mancham a sua folha de serviço. De forma incrível, Renato Queirós viu poupada a sua expulsão, por acumulação de amarelos, por duas vezes. Já com um amarelo na sua conta, o ex-jogador da União de Leiria simula um ridículo penalty e mete a mão à bola de forma grosseira. Uma expulsão que, vendo pelo desenrolar da partida, talvez tivesse preponderância no resultado. Nos últimos minutos, o árbitro de Setúbal assinalada dois livres que deixam muitas dúvidas. O primeiro é muito perigoso e surge em frente à área do Benfica, numa falta duvidosa de Binya que até lhe dá um injusto amarelo, mas o Paços desperdiça a vitória com um remate disparatado. No minuto imediatamente a seguir é Léo que choca com Rovérsio e é deste livre que sai o golo da vitória. Lances com a mesma génese... e no aproveitar é que está o ganho, ó Mota do Boné!

Esta vitória terá, também, importância para o redobrar de forças na fundamental jornada da Champions League que se realizará, em Glasgow, na Terça-Feira. Tal como em Paços, só a vitória interessa, porque há, também, que correr atrás do prejuízo. Sinceramente, a confiança não é muita, principalmente porque ainda me lembro da "chapa 3" da temporada passada. E aí tinhamos outros argumentos dentro do campo. É esperar que surja algum golpe de génio, de um dos craques, porque tenho a sensação que será um jogo ao estilo de Copenhaga: muita luta, muita garra, muito suor! Veremos se também vamos ter a mesma alegria.

NDR: Quem não viu, que procure ver o golo que Simão marcou hoje pelo Atlético de Madrid. É mesmo daqueles à Simão, igual a tantos outros que fez ao serviço do Benfica. Os resultados desse clube não me interessam para nada, porque não lhes tenho nenhuma simpatia, mas gostava que o nosso ex-capitão tivesse a sorte que procura. Talvez hoje tenha sido o princípio de uma história feliz!

Li, algures, que 6 dos 16 golos do FC Porto são irregulares, ou tem origem em irregularidades. Isso dá quase 40% do total. Mas depois fazem capas destas, é só rir com as encomendas!

Podem ver o resumo do jogo aqui. O vídeo é da bS7.

Ficha do Jogo:

9ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira

Árbitro: Bruno Paixão (AF Setúbal)

PAÇOS FERREIRA: Peçanha; Mangualde (Ferreira, 65 m), Tiago Valente, Rovérsio e Chico Silva; Dedé, Pedrinha e Filipe Anunciação (Wesley, 88 m); Ricardinho, Renato Queirós (Furtado, 73 m) e Cristiano.

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Luisão, Katsouranis e Léo; Rui Costa, Binya e Nuno Assis (Di María, 72 m); Maxi Pereira (Nuno Gomes, 59 m), Óscar Cardozo (Freddy Adu, 83 m) e Cristián Rodríguez;

Disciplina: Amarelos a Renato Queirós (27 m), Rovérsio (31 m e 90+1 m), Luisão (31 m), Maxi Pereira (33 m), Filipe Anunciação (81 m), Nuno Gomes (81 m), Dedé (82 m). Cartão vermelho, por acumulação de amarelos, a Rovérsio (90+1 m).

Golos: 0-1, Rodriguez (21 m); 1-1, Tiago Valente (29 m); 1-2, Katsouranis (86 m).


#Fotos: Reuters e AFP-Getty Images

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quinta-feira, novembro 01, 2007

Crónica Taça Liga - "A Noite dos Mortos-Vivos!"


Pouco há a dizer sobre este jogo, que já não estivéssemos à espera. Aliás, o mais inesperado acabou por ser o conjunto de inacreditáveis opções tácticas de José Antonio Camacho. Tudo isto depois de ter sido decisivo na jornada anterior da Liga. Dou de barato o facto de se pretender apresentar uma equipa alternativa, até porque essa sempre foi a posição oficial do Benfica nesta Taça da Liga. Neste momento era uma opção discutível, tendo em conta a dificuldade do adversário – que ainda não perdeu esta temporada e tem uma equipa fortíssima – e o carácter decisivo do confronto. Quando há muitos equívocos, quer do treinador quer na exibição individual da esmagadora maioria dos atletas, as coisas tornam-se muito mais complicadas! Cá está a prova, mais uma, de que a 2ª linha do Benfica não está ao nível dos pergaminhos do maior clube português.

Compreendo, no entanto, que há jogos importantes num futuro muito próximo e os suplentes também cá estão para jogar, mesmo que se saiba que muitos não têm qualidade para tal. Não é por aí que as críticas aparecem, mas pela incrível opção em Edcarlos a médio – com Nuno Assis de fora dos 14 – e pelas saídas de campo de Cristián Rodríguez e Freddy Adu, que estiveram algo apagados ao longo da 1ª parte mas que pareciam estar a melhorar antes de serem substituídos. E como é possível Yu Dabao ser opção em detrimento de Mantorras? Parece que a vitória não era muito importante, mesmo para Camacho, e isso será sempre criticável e condenável. Esta competição tem pouca importância mas o Benfica, pela sua História, deve entrar sempre para vencer. É uma exigência! Já várias vezes dei a minha opinião sobre o actual plantel do Benfica e se acho que o 11 titular é bastante fraco muito mais será com vários jogadores suplentes. Daí, não surpreende que o Benfica tenha sido dominado em Setúbal, durante 90 minutos, deixando sempre a sensação que seria muito difícil passar a eliminatória.

A análise individual não é muito abonatória para quem vestiu o manto sagrado na 4ª feira. Butt não parece dar confiança à equipa, mas pode ser pelo facto de não estar entrosado. Quem conhece o Futebol Mundial sabe que o alemão é um guarda-redes com qualidade mas, nesta estadia em Portugal, ainda não me convenceu. Marc Zoro está na mesma situação, mas como é muito jovem tem tempo para se adaptar ao clube e à realidade portuguesa. O marfinense esteve muito mal em Setúbal, com responsabilidade directa nos golos do adversário, mas vou aguardar para dar uma opinião definitiva. Luís Filipe voltou aos bons velhos tempos pré-Marítimo, e foi, mais uma vez, um dos piores. Tal como Miguelito, que tarda em mostrar capacidade para fazer parte do plantel. Di María não esteve em Setúbal, a sua saída de campo pecou por tardia.

Bergessio fez o seu melhor jogo no clube, mas está muito longe de uma exibição aceitável. Mantém-se lento e trapalhão! Fábio Coentrão e Yu Dabao, neste momento das suas carreiras, são apenas equívocos. Andrés Diáz não interessa e Edcarlos tem alguma qualidade mas como 3º/4º central. Nunca para uma titularidade consistente e muito menos noutra posição que aquela onde costuma jogar. Luisão e Binya foram, para mim, os dois melhores jogadores do Benfica. O capitão ainda não está ao seu nível mas esteve seguro e lutador, tal como o camaronês. Binya esteve mais comedido em matéria de faltas, mas não menos impetuoso. Que seja uma evolução equilibrada e não um mero acaso.

Em relação à arbitragem há a lamentar um penalty não assinalado de Luís Filipe mas, como tento ser coerente, também vi outro penalty na área do Setúbal feito ao mesmo estilo, sobre Freddy Adu. É precisamente uma protecção de bola para o guarda-redes a segurar, mas acaba por derrubar o americano. Não sei dizer quem foi o jogador sadino que cometeu a falta, mas quem viu o jogo sabe de que lance me refiro. O público benfiquista também se manifestou no Bonfim, perante o silêncio comprometido dos histéricos setubalenses. O porquê disto não se comentar na Imprensa não me surpreende, o golo irregular do Setúbal, na semana passada, também foi pouco "explorado". O penalty sobre Bergessio é evidente, e as imagens televisivas confirmam-no, mas não se compreende a surreal complacência de Paulo Costa com as simulações na área do Benfica. Só Matheus fez umas 3, situação que condicionou bastante a actuação da defesa visitante.

E o que dizer desta reacção de Carvalhal: "Toma, Filhos da Put@. Chupem, c@r@lho!" E ainda por cima repetida nos dois golos. É uma provocação lamentável, um falta de educação gritante, um comportamento reprovável e indigno de um treinador que representa a sua classe, em directo, na TV. Não fica nada atrás da violência física de Scolari que indignou tanta gente, apesar da Imprensa escamotear algo que nunca tinha visto em Portugal, nos tempos mais recentes. É este tipo de gente que, depois, exige o respeito da massa adepta do Futebol? Uma vergonha!

NDR: Pensei que isso das coisas do Guinness era algo sem interesse e que não trazia nenhum prestígio ao clube, antes uma pontinha de ridículo. Foi dito quando se bateu o recorde de Pais Natais, na Luz, e quando o Benfica se sagrou, prestigiosamente, o Maior Clube de Futebol do Mundo. Os aviõezinhos de papel é que interessam, de certeza. Ainda não parei de rir! Menos hilariante é o facto de, pela 2ª vez consecutiva e já em Paços de Ferreira também se tinha passado, o FC Porto se adiantar no marcador com um golo irregular. Assim, continua a não haver Campeonato que dignifique o país. Ninguém faz nada?

A polémica do dia diz respeito ao afastamento do Benfica de Andrade e Sousa, mas o que se deve discutir é a razão da entrada no clube de dois escroques ex-FC Porto, ligados directamente à Máfia Azul e Branca que corrompe o Futebol Português há 25 anos. Isso é que eu gostava de ver clarificado, ou melhor, gostava que fosse desmentido porque me envergonha a mim, ao Benfica Clube e ao responsável que deu a autorização para tal. Principalmente porque, antes das suas entradas no clube, o Presidente falou no caso de Paulo Gonçalves, e num comunicado foi abordada a situação do Jorge Gomes.
Derrota injusta do Fátima, principalmente da forma como aconteceu e como todos viram. O que se fala, claro, é da eliminação do Benfica e da arbitragem de Paulo Costa. Enfim...

Ficha do Jogo:

2ª Mão da 4ª Eliminatória da Carlsberg Cup

Estádio do Bonfim, em Setúbal

Árbitro: Paulo Costa (AF Porto)

VITÓRIA SETÚBAL: Eduardo; Janício, Robson, Auri e Adalto; Elias, Sandro e Ricardo Chaves; Paulo Roberto (Edinho, ao int.), Cláudio Pitbull (Filipe Gonçalves, 88 m) e Matheus (Bruno Gama, 81 m).

SL BENFICA: Hans-Jörg Butt; Luís Filipe, Marc Zoro, Luisão e Miguelito; Di Maria (Fábio Coentrão, 70 m), Binya, Edcarlos e Cristián Rodríguez (Andrés Diaz, 64 m); Freddy Adu (Yu Dabao, 85 m) e Gonzalo Bergessio.

Disciplina: Amarelos a Bergessio (20 m), Robson (37 m), Adalto (38 m), Edcarlos (42 m), Ricardo Chaves (45 m), Butt (62 m), Pitbull (64 m) e Fábio Coentrão (74 m).

Golos: 0-1, Freddy Adu (45 m, de g. p.); 1-1, Matheus (67 m); 2-1, Edinho (82 m).


O Vitória de Setúbal apura-se para a Fase de Grupos com um agregado de 3-2.

#Fotos: SerBenfiquista

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