quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Crónica Taça Portugal - As Lições do "Velhinho"!

Abstendo-me de comentar aspectos qualitativos da partida, já que nem pela Rádio tive oportunidade de seguir o jogo, o destaque vai inteirinho para o fantástico golo de Rui Costa. Golo, esse, que selou a eliminatória e, por si só, garantiu as Meias-Finais da Taça de Portugal. O tento de Makukula, oportuno, apenas confirmou o já esperado. Segundo consta na Imprensa até ficou um penalty por assinalar a favor do Benfica, numa falta sobre Freddy Adu. Apenas dois golos, frente ao Moreirense, parece ser um resultado escasso mas, olhando para o escalonamento do 11 do Benfica, facilmente percebemos algumas das explicações para uma realidade pouco apelativa. Dever-se-ia exigir mais, mesmo com muitos jogadores fracos e outros inexperientes, mas o que é certo é que o Benfica garantiu o apuramento… e consegue algo que já não conseguia há três épocas!

Com um pouquinho de sorte no sorteio talvez até seja possível ir à primeira final desde 2005/06. Seria interessante o escalonamento das Meias-Finais incluir um Benfica vs Vitória de Setúbal, e um Sporting vs FC Porto. É esse o meu desejo, aguardemos pelo sorteio para o poder confirmar. Para já, no Domingo, temos o derby dos derbys. Que se confirme a apetência de Camacho para melhores performances fora de casa, e que o score de 100% de vitórias do espanhol, em Alvalade, se mantenha. Uma nota "engraçada", do jogo de hoje: 11 dos 14 jogadores utilizados nestes Quartos-de-Final da Taça (80%) foram contratados esta temporada. E 11 desses 14 (os mesmos 80%) são estrangeiros. É obra…

NDR: Como um dos valores que mais prezo na vida é o da honestidade, não posso deixar de ficar muito apreensivo com esta notícia, veiculada pela SIC Notícias. Espero que não estejamos perante uma situação deste calibre, algo que me repudiaria veementemente. Aguardo esclarecimentos de quem de direito, o mais rápido possível. O Benfica não é isto!

Podem sacar um resumo do jogo, aqui. A captura das imagens é, mais uma vez, do nsalta.

Ficha do Jogo:

Quartos-de-Final da Taça de Portugal

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Elmano Santos (AF Madeira)

SL BENFICA: Hans-Jörg Butt; Luís Filipe (Rui Costa, 55 m), Edcarlos, Marc Zoro e Sepsi; Maxi Pereira e Binya; Nuno Assis, Freddy Adu (Makukula, 55 m) e Di María; Óscar Cardozo (Mantorras, 74 m).

MOREIRENSE FC: Rui Marcos; Tiago Lopes, João Duarte, Hélio e Serafim; Bino, César Marques (Cascavel, 78 m) e Rui Borges (Marquinho, 83 m); Nuno Fonseca (Jonas, 74 m), Luisinho e Quim.

Disciplina: Amarelos a Freddy Adu (28 m) e Binya (42 m).

Golos: 1-0, Rui Costa (69 m); 2-0, Makukula (87 m).

#Foto: Record

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segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Crónica 20ª Jornada - Não Merecer e Ter, Merecer e Não Ter...

E cá está. Depois de uma exibição horrível na Figueira da Foz, com uma vitória tranquila, apareceu uma boa exibição em casa… que dá apenas um empate! O Benfica fez um excelente jogo, hoje. Mandou no terreno de forma convincente e, mesmo com algum comedimento deliberado do Sporting Braga, fez o suficiente para amealhar os três pontos. O futebol é, de facto, um jogo esquisito e um pouco ingrato. Por vezes não se faz o suficiente e ganha-se, outras vezes faz-se muito e só se conseguem empates… ou pior. José Antonio Camacho apresentou aquele que é, na minha opinião, o melhor 11 possível do Benfica, tendo em conta as lesões de Rodríguez e de Nuno Gomes. O espanhol até esteve compreensível no momento, e na forma, de alteração da equipa durante o jogo. Talvez um pouco tarde, novamente, mas tirando os jogadores certos e substituindo-os pelas peças que se exigiam. Ou seja, correu tudo mais ou menos bem, excepto na vertente da finalização. Problema recorrente, infelizmente.

O Braga marcou muito cedo, num lance onde Quim tem algumas responsabilidades e onde Léo falhou na marcação a Zé Manel. Aliás, Quim até esteve algo inseguro, talvez por causa do mau estado do relvado na zona de baliza. Fez boas defesas, é certo, mas soltou algumas bolas que não costuma. Fiquei algo apreensivo com a sua prestação, até porque o #12 tem estado soberbo esta temporada. O Benfica reagiu muito bem ao golo e, até final, só sofreu um calafrio num lance em que Quim defende mesmo em cima da linha, com a defesa toda em contra-pé. Nelson, Assis e Sepsi tiveram oportunidades flagrantes que saíram goradas. A nível individual, destaque para o imperial Luisão. O central brasileiro, novamente MVP, está em excelente forma. Nuno Assis fez um bom jogo hoje, seguramente o melhor deste ano. Continua é a ser pouco objectivo para um jogador do Benfica que jogue no seu lugar. Mas se for sempre assim não é mau. Foi autor de alguns bons momentos, mas a equipa também esteve bastante melhor e o #25 acabou por ir um pouco na onda. Foi uma pena aquele remate com selo de golo bater nas pernas do defesa, mas esse tipo de lances já é uma imagem de marca do Nuno, não é?

Di María muito fraco, um dos piores. É um jogador que precisa muito de banco, infelizmente é um dos poucos flanqueadores que há e tem de jogar mais vezes do que aquilo que devia. É raro um bom jogo a titular, qualquer que seja o lugar que ocupe. Deveria ser um jogador para ir entrando aos poucos, numa equipa já com jogadores que sejam soluções consistentes. Continua a decidir muito mal, quer no último passe quer no remate. Em noite de Oscars, Cardozo com alguns remates mas apagado e muito trapalhão. Gostei bastante de Nélson e de Binya, muito sóbrios a defender, apesar de um mau início de jogo. Petit fez um dos melhores jogos dos últimos tempos, apesar de alguns passes falhados. Aqueles cabeceamentos, nos livres, é que não lembram ao diabo. Só está a retirar a bola da cabeça de Luisão. Pouca magia de Rui Costa, a mastigar um pouco o jogo, mas é o assistente de Luisão. Para já, gosto de Sepsi como falso extremo. Do que vi em posições mais defensivas não gostei nada. Muitos passes errados de Katsouranis. Muitos, mesmo! Léo tem uma falha de marcação a Zé Manel, no 0-1. Depois disso viu-se um grande Léo. E sou só eu que acho Mantorras mais útil que Makukula?

A nível de arbitragem houve muitas faltinhas mal assinaladas, para ambos os lados, e dois lances capitais. Há um pé levantado de Luisão, dentro da área, que pode ser entendido como faltoso mas também como jogo perigoso activo. É um lance de difícil juízo, e eu tenho dúvidas sobre o que deveria ser assinalado até porque é uma tentativa de jogar a bola onde há um contacto evidente, mas se fosse assinalado penalty não se poderia reclamar. Aguardo os comentários dos especialistas para ter uma opinião mais fundamentada. Penalty evidente, não assinalado, acontece quase no final da partida, com Mantorras a ser agarrado e rasteirado por Contreras. Imagens, aqui. Jorge Sousa poupou a expulsão a Roberto Brum, ao não mostrar o segundo amarelo num lance de mão na bola – não houve bailinho da Madeira, neste caso –, e a Matheus, por uma simulação grosseira num falta inexistente de Katsouranis junto à linha. Nem sequer houve contacto e como tal deveria ter saído o segundo cartão, mas é sempre difícil expulsar alguém desta forma. Admito que se deixe passar uma situação destas. A nível de fora-de-jogo não me recordo de nenhuma situação absolutamente clara, mal assinalada. Até porque houve pouquíssimos foras-de-jogo. Bom trabalho dos auxiliares. A nível do Campeonato já tudo está decidido há muito tempo, não vale a pena continuar a malhar no ceguinho. Só a Justiça Desportiva poderá retirar o Tri ao FC Porto.

NDR: Proponho Rui Patrício para guarda-redes vitalício do Sporting. Não me lembro de um keeper leonino tão fraquinho desde o nazareno Luís Vasco. Lembram-se? Que perú monumental... e começa a ser constante! Espero que jogue no derby. Esse e Farnerud. O sueco a titular, de preferência.

O Getafe ganhou 1-0 no Santiago Bernabéu, terreno do Real Madrid. Têm dúvidas da imensidão de problemas que esperam o Benfica?

Os golos do jogo podem ser vistos, aqui. Mais um trabalho do nsalta, tal como é o clip do penalty sobre Mantorras.

Ficha do Jogo:

20ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto)

SL BENFICA: Quim; Nélson, Luisão, Katsouranis e Léo; Binya e Petit (Sepsi, 65 m); Nuno Assis (Freddy Adu, 84 m), Rui Costa e Di María (Mantorras, 78 m); Óscar Cardozo.
Treinador: José Antonio Camacho.

SPORTING BRAGA: Kieszek; João Pereira, Paulo Jorge, Rodríguez e Miguelito; Pablo Contreras e Roberto Brum; Zé Manuel (Wender, 61 m), César Peixoto (Frechaut, 50 m) e Matheus; Roland Linz (Jaílson, 72 m).
Treinador: Manuel Machado.

Disciplina: Amarelos a Brum (19 m), Matheus (44 m), Zé Manel (58 m), Sepsi (66 m), Luisão (76 m), Nuno Assis (82 m) e Miguelito (87 m).

Golos: 0-1, Zé Manel (4 m); 1-1, Luisão (20 m).

#Fotos: Reuters

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quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Crónica Taça UEFA - O Milagre de Nuremberga!

Um autêntico milagre! Não pelo facto do Benfica ter salvo a eliminatória, nos minutos finais, com os três jogadores que vieram do banco. E aí Camacho teve a sorte de conseguir emendar um 11 inicial absolutamente incompreensível, e uma irritante inércia na altura de tentar mudar o cariz da partida. O milagre é o facto de uma equipa que tem uma coisa chamada Luís Filipe, um autêntico buraco como Edcarlos, um zero constante como Maxi Pereira, alguém completamente inconsequente como Nuno Assis, e uma nulidade como Makukula, ainda se conseguir manter em prova. Não estava à espera, confesso! Até penso que já poucos acreditavam na reviravolta, depois de assistirem à assistência primorosa de Luís Filipe para Saenko. Mais um grande momento do #2 nesta temporada! Mas talvez, num futuro próximo, nos venhamos a arrepender de ver o Benfica seguir em frente. A equipa continua a não jogar futebol e é constituída, em grande parte, por jogadores absolutamente miseráveis a este nível.

O Benfica até começou bem o jogo, e teve logo com duas flagrantes oportunidades para matar, de vez, a eliminatória. Rui Costa, muito apagado hoje, e Maxi Pereira não conseguiram desfeitear o checo Blazek. À medida que o tempo ia passando, menos Benfica era proporcional ao crescimento alemão. Quim teve pouco trabalho e a defesa resolvia (quase) todos os problemas criados pelos altos avançados do Nuremberga. A equipa, de forma preocupante, começava a demonstrar que o empate, tendo em conta o semblante lento do jogo, lhe chegava. A bem da verdade, até acabou por dar a sensação que a eliminatória já estava resolvida, e que um Benfica de contenção chegava para limpar os 16 avos da UEFA com tranquilidade. Talvez até a noção que, para sermos justos, um golo visitante se ajustava ao intervalo. Tudo mudou, para muito pior, na 2ª parte. Tanta mudança que esteve tudo em risco.

Decidiu-se, então, que a táctica retranqueira era a forma mais coerente de controlar o jogo e, com os problemas físicos que o meio-campo vem tendo a agudizarem-se, o adversário impôs-se decisivamente e foi criando oportunidades atrás de oportunidades. O golo de Charisteas, aos 59 minutos, acabou por colocar justiça no marcador. Golo que apenas culminou aquilo que toda a gente já estava à espera. E aí, na minha opinião, é incompreensível que Camacho não tenha modificado a equipa. Não interessa a forma como o deveria fazer, importante seria alterar o marasmo em que se encontravam os lusos: sem reacção, sem futebol, sem tranquilidade, sem nexo, sem norte! Em 7 parcos minutos o Benfica estava em deficit na prova, e tinha de alterar para não sair pela porta pequena. Mal Cardozo pisou o relvado do Frankenstadion, teve logo o golo salvador nos pés. Apenas o aquecimento para o que estava para vir. É um facto de Sepsi, Cardozo e Di María modificaram positivamente a estrutura da equipa – até porque retiraram de campo, 3 das 5 nulidades de hoje. Foram essenciais na busca sofrida da glória. Um empate saboroso.

Para além da lufada de ar fresco que representaram as substituições, e Sepsi tem-me agradado imenso, saem incólumes Quim e Luisão, os dois elementos mais em foco por parte dos encarnados. O central brasileiro é, sendo escolhido por mim, o MVP pela 3ª partida consecutiva. Excelente arbitragem de Ivan Bebek, e da restante equipa de auxiliares. Pouquíssimos erros, num ambiente complicado e pressionante. A forma como geriu o tal lance à entrada da área entre Luisão e Charisteas, onde não há nada, diz tudo sobre a sua postura corajosa. Talvez pudesse ter mostrado o cartão amarelo ao grego, mas compreende-se o comedimento. O próximo adversário deste Benfica é o espanhol Getafe, actual 13º classificado da Liga Espanhola, e, por isso mesmo, tenho em memória uma célebre eliminatória com o PAOK de Salónica. Lembram-se do que veio a seguir?

NDR: Que pena não podermos ver Simão de regresso a Alvalade. Clubezinho ridículo, o Atlético de Madrid.

Os golos do jogo podem ser vistos, aqui. Mais um trabalho do nsalta.

Ficha do Jogo:

2ª Mão dos Desasseis-Avos-de-Final da Taça UEFA

Frankenstadion, em Nuremberga

Árbitro: Ivan Bebek (Croácia)

FC NÜRNBERG: Blazek; Reinhardt, Wolf, Glauber e Pinola; Saenko, Tomás Galasek, Mnari (Abardonado, 86 m) e Engelhardt; Angelos Charisteas e Jan Koller.

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Luisão, Edcarlos (Cardozo, 70 m) e Léo; Petit e Katsouranis; Maxi Pereira (Sepsi, 70 m), Rui Costa e Nuno Assis (Di Maria, 80 m); Ariza Makukula.

Disciplina: Amarelos a Léo (9 m), Maxi Pereira (45 m), Luís Filipe (55 m), Makukula (66 m), Petit (76 m) e Pinola (88 m).

Golos: 1-0, Charisteas (59 m); 2-0, Saenko (65 m); 2-1, Cardozo (88 m); 2-2, Di Maria (90+1 m).

O Benfica segue em frente, para os oitavos-de-final da Taça UEFA, com um agregado de 3-2.

#Fotos: AFP-Getty Images

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domingo, fevereiro 17, 2008

Crónica 19ª Jornada - É Pouco mas Vale!

Exibição muito fraca do Benfica, tal como foi o jogo na globalidade, mas que serviu para matar o borrego e ganhar na Figueira da Foz pela primeira vez. Houve poucas oportunidades de golo, e muito pouco futebol, mas os dois golos garantem os 3 pontos. Se a equipa já tem tido problemas quando está completa, as coisas complicam-se ainda mais mediante as ausências de David Luiz, Petit, Rui Costa, Di María, Nuno Gomes e Nélson. Este Benfica musculado de Camacho tem muito pouco glamour, e a ausência de Rui Costa do 11 inicial sentiu-se imenso no futebol praticado pelos encarnados. Um jogo sonolento que quase dava vontade de mudar de canal. Exige-se muito mais! É pouco atractivo o futebol do Benfica, e neste caso só se safou a vitória. Menos mal… mas em Nuremberga uma exibição destas não chegará. A melhor performance fora de casa, das equipas de Camacho, é, de facto, um case study. Isto de quem estava habituado ao contrário, na temporada passada.

A nível individual há a destacar uma grande primeira parte de Cristián Rodríguez e mais um belíssimo jogo de Luisão, que voltou a fazer uma dupla de excelente eficácia com Katsouranis. Quim algo complicativo, devido ao terreno de jogo, mas também com nota positiva. Há um lance em que é batido pelo ar, mas o cabeceamento de um navalista sai por cima. Excelente defesa, ainda, a um livre directo. Grande jogo de ataque de Léo, mesmo com alguns erros defensivos que Katsouranis resolveu muito bem. Maxi Pereira e Binya excessivamente faltosos mas, na globalidade, com muitas recuperações de bola. O camaronês num plano superior a nível exibicional, claramente. Luís Filipe e Nuno Assis num patamar superior ao habitual mas, mesmo assim, com pouco futebol para o Benfica. O #25 esconde a fraca exibição, novamente, com um golo de belo efeito. Makukula e Cardozo quase a zero, a não ser num grande livre do paraguaio que Wilson Júnior defende exemplarmente. A entrada de Rui Costa em campo mudou a equipa para melhor e até deu para uns belos pormenores de Sepsi.

Péssima arbitragem de Rui Costa, onde não houve cartões, e que possibilitou um número inacreditável de faltas. Nota também para os 3 penaltys simulados por parte de jogadores da Naval – dois de Saulo, com Luisão e Luís Filipe, e um de Marinho com Luís Filipe e já na parte final do encontro. São lances claros, não têm discussão para alguém de boa fé. De lamentar, ainda, um fora-de-jogo mal tirado a Makukula, aos 86 minutos, com o luso-congolês na cara do guarda-redes adversário. Em relação aos lançamentos do Binya, convém esclarecer – porque é sempre bom conhecer as regras do Desporto que se segue e comenta – que só há alguma irregularidade se o jogador levantar o(s) pé(s) antes de lançar a bola. Lembram-se de Fucile no clássico do Dragão, na temporada passada? É perfeitamente legal levantar o pé, se a bola já tiver partido dos braços. Só para esclarecer quem anda mal informado... e disparata discursos. Não gostei, também, de um toque de Maxi na cara do adversário, nem que tenham feito o mesmo a Léo, já na 2ª parte. Lances para amarelo, possivelmente mais, mas parece que Rui Costa deixou os cartões em casa.

NDR: Quem é aquela besta quadrada do flash interview da TVI? Credo, se os comentários já são "dolorosos", imagine-se ter de levar com esta alimária no final da partida. E qual foi a piada, para fazer as entrevistas com risinhos parvos? Haja paciência!

Os golos do jogo podem ser vistos, aqui. Mais um trabalho do nsalta.

Ficha do Jogo:

19ª Jornada da Liga BWin

Estádio José Bento Pessoa, na Figueira da Foz

Árbitro: Rui Costa (AF Porto)

NAVAL 1º MAIO: Wilson Júnior; Mário Sérgio (Marinho, 74 m), Paulão, Diego Ângelo e Igor (Dudu, 63 m); Gilmar e Godeméche; Saulo (Elivelton, 74 m), Davide e João Ribeiro; Marcelinho.
Treinador: Ulisses Morais.

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Luisão, Katsouranis e Léo; Maxi Pereira, Binya, Nuno Assis e Cristián Rodríguez (Freddy Adu, 72 m (depois Sepsi, 89 m); Makukula e Óscar Cardozo (Rui Costa, 84 m).
Treinador: José Antonio Camacho.

Disciplina: É incrível, mas não há nada a assinalar.

Golos: 0-1, Cristián Rodríguez (18 m); 0-2, Nuno Assis (90+3 m).

#Fotos: AFP-Getty Images

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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Crónica Taça UEFA- The Mak Attack, #1!

Dizer que o Benfica fez um mau jogo frente ao Nuremberga não fará jus ao que vimos no relvado da Luz. A primeira parte encarnada saiu directamente de um argumento de Wes Craven, algo completamente assustador e, porventura, um pouquinho humilhante. Foram precisos 20 minutos para que a equipa, por intermédio de Cristián Rodríguez, fizesse um ataque digno desse nome. Apenas um remate à baliza em 45 minutos, precisamente aquele que deu golo e fez o magro resultado final: um golo de Ariza Makukula, com a preciosa ajuda de Blazek e precedido de uma jogada absolutamente deslumbrante de Rui Costa. Não sendo treinador de futebol encartado, parece-me que houve uma clara falência do modelo dos dois avançados de início, ao contrário do que cheguei a pensar. Camacho terá ponderado a estatura dos alemães e incluiu Makukula ao lado de Cardozo, também com as bolas paradas defensivas em mente.

A dupla não se entendeu e acabou por ser penalizada fortemente pela pouca conexão, e inferioridade númerica, do meio-campo luso. É aí que está, na minha opinião, o segredo da má prestação do Benfica. Com menos um elemento do que o costume, o sector intermédiário do Benfica teve inúmeras dificuldades de construção de jogo e, face à inutilidade gritante de Nuno Assis, foi apenas Rui Costa que assumiu as despesas de distribuição. Com um Petit fisicamente incapacitado, não me parece produtivo ter apenas 3 homens no meio, muito menos se um dos três for o #25. Cai por terra a ideia que, com dois avançados, o Benfica é um conjunto mais competitivo. Não é verdade, pelo menos para já! O Nuremberga foi mais equipa na 1ª parte, dominou o jogo, mas foi algo perdulário e displicente nos últimos 30 metros. Quim, mais uma vez, teve influência capital na partida e voltou a mostrar a sua inegável categoria.

Na 2ª parte o Benfica melhorou um pouco, talvez empolgado pelo golo que não fez por merecer, mas voltou a não apresentar a consistência que se lhe exige. Com a falência fisica de Petit a dar sinais evidentes, o Benfica perdeu o controlo da partida e aí Camacho optou por mudar a estrutura. Quanto a mim, bem. A entrada de Di María pecou por vir demasiado tarde, no entanto, e a desinspiração do argentino tornou a opção num rotundo falhanço do treinador. O verdadeiro problema é que era, e é, necessária uma alternativa a Petit. Porque não retirar o capitão, fazer subir Katsouranis para a posição 6 e fazer entrar em campo um defesa-central? Seria uma substituição pouco popular, com certeza, mas aparentemente evitaria 20 minutos de “coração nas mãos”. O regresso de Binya vem colmatar uma posição que anda muito deficitária, pelo que talvez tenha sido um erro emprestar Romeu Ribeiro.

Individualmente, há a destacar, obviamente, a excelente exibição de Luisão. Quem tem estado atento, vê que Luisão tem vindo a subir de forma há já vários jogos, pelo que não é surpresa ser autor de mais uma boa performance. Houve alguns períodos de jogo em que foi, verdadeiramente, Luisão vs Nuremberga. Koller não existiu, e o brasileitro tem todo o mérito nisso. Destaco, também, as duas fabulosas intervenções de Quim, uma em cada parte, que exemplificam perfeitamente o magnífico guarda-redes em que se tornou. Não lhe dar o reconhecimento merecido já não é injustiça, é cegueira futebolística. Rui Costa não foi genial durante 90 minutos mas, na 2ª parte, foi um dos mais importantes na equipa. Jogador de classe ímpar que continua com capacidade para os slaloms que tão bem o caracterizam. Não percebi bem o que se passou com Léo, mas também tem direito a maus jogos. Um bom jogo defensivo de Nélson, como tem sido habitual.

Apesar de nada de relevante sair da análise à arbitragem do romeno Alexandru Tudor, posso dizer que não gostei do excessivo protagonismo e das hesitações na amostragem de cartões amarelos. E isto para ambas as equipas. A rábula do equipamento de uma cor semelhante ao Nuremberga é inadmissivel a este nível, nem nos distritais acontece. No que à eliminatória diz respeito, o 1-0 é muito magro para ter demasiada confiança. Na minha opinião, e se o Benfica não melhorar o seu jogo rapidamente, o Benfica vai ser eliminado por este modesto adversário. Algo que será, evidentemente, uma vergonha. Se tal acontecer, Camacho terá de sair imediatamente e as eleições antecipadas serão uma exigência insofismável.

NDR: O triste espectáculo de Cardozo, aquando da substituição, é algo que, na minha opinião, deve ser sancionado com o máximo valor pecuniário em vigor no Benfica. É neste tipo de coisas que um treinador pode começar a perder a mão no balneário.

O golo de Makukula pode ser visto, aqui. Mais um trabalho do nsalta.

Ficha do Jogo:

1ª Mão dos Desasseis-Avos-de-Final da Taça UEFA

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Alexandru Dan Tudor (Roménia)

SL BENFICA: Quim; Nélson, Luisão, Katsouranis e Léo; Nuno Assis (Freddy Adu, 84 m), Petit, Rui Costa e Cristián Rodríguez (David Luiz, 84 m); Óscar Cardozo (Di María, 59 m) e Ariza Makukula.
Treinador: José António Camacho.

FC NÜRNBERG: Jaromir Blazek; Dominik Reinhardt, Andreas Wolf, Gláuber e Javier Pinola; Tomás Galásek, Peer Kluge e Marco Engelhardt; Nicky Adler (Jan Kristiansen, ao int.), Jan Koller e Ivan Saenko.
Treinador: Thomas von Heesen.

Disciplina: Amarelos a Nélson (21 m), Wolf (65 m), Petit (86 m) e Pinola (86 m).

Golos: 1-0, Makukula (42 m).

#Fotos: Site Oficial e Reuters

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domingo, fevereiro 10, 2008

Crónica Taça Portugal - Um "Dourado" na Luz...


Inacreditável como, na véspera do início do julgamento do Apito Dourado, é nomeado para a Luz um dos árbitros acusados pelo Ministério Público de corrupção desportiva activa. De facto, a vergonha é algo que não faz parte da formação cívica desta escumalha que "polui" o Futebol Português há quase três décadas. Qual era o objectivo de colocar Augusto Duarte a apitar um jogo na Luz? Tentar limpar a sua imagem de “Frutinhas com Café”, ou gozar com a cara daqueles que andam indignados pelo facto de há 4 anos não haver punições desportivas para os que compraram resultados? Este país é incrível, verdadeiramente incrível! Parece que hoje todos falam nos dois penaltys assinalados a favor do Benfica. Dá para rir! Se do 2º lance, que ditou a expulsão de Tiago Valente, não há dúvidas para quem tem dois dedos de testa, poderão ficar algumas incertezas no primeiro lance, na falta sobre Cristián Rodríguez. A bem da verdade, há um ligeiro toque no pé do uruguaio antes que ele tenha a oportunidade de rematar à baliza. É escandaloso? Não. Deixa dúvidas? Deixa realmente, bastantes. Existe? Parece-me que sim.

Compreendo que haja gente indignada com isto, até porque é raro as faltas na área do adversário do Benfica serem assinaladas. Esta época já vai em 6 ou 7 penaltys sonegados, a maioria deles com influência directa no resultado e nos pontos. Custa sempre um bocadinho deixarmos os nossos hábitos, de facto. É certo que já vi coisas piores não serem assinaladas, mas quem é honesto não pode tentar escamotear a realidade. Basta pensar um bocadinho e perceber que o objectivo desta nomeação foi este mesmo: colocar uma arbitragem do Benfica nas bocas do país, deixar dúvidas, tentar branquear despudoradamente. No entanto, e para quem esteve atento ao jogo, até há uma entrada a pés juntos de Paulo Sousa sobre o mesmo Rodríguez, na 2ª parte e dentro da área, que seria... falta?! É aos 82 minutos, e até acabou em infracção do uruguaio. Podem ver imagens, aqui. Há, evidentemente, um fora-de-jogo mal assinalado a Wesley com o resultado em 0-1. Isso não passou despercebido a ninguém. Porém, até há outro mal assinalado ao Benfica, com Nuno Assis a partir para a área de Peçanha e a colocar a bola em Léo. É aos 32 minutos, com o resultado ainda em 0-1. O que não percebi, verdadeiramente, é porque razão Nuno Assis e Katsouranis foram amarelados. No caso do grego a falta é muito duvidosa, no caso de Assis nem deu para ver porquê, visto que não houve imagens. Nem em repetição, nem em directo.

Em relação ao jogo propriamente dito há a lamentar a má entrada em campo do Benfica, novamente montado num ridículo esquema de apenas um avançado. Com Cardozo e Makukula disponíveis continuo a não entender porque é que um deles tem de ficar no banco. Não sou treinador de futebol mas e que tal retirar um insípido Maxi Pereira, que é uma perfeita catástrofe, e incluir dois avançados de raiz? Até Rui Costa joga melhor neste esquema de apoio às “Torres Gémeas”. E isso viu-se bem depois da meia hora de jogo. Mérito a Camacho, no entanto, ao perceber que Edcarlos estava a fazer os piores 30 minutos que vi um central encarnado fazer nos últimos 6/7 anos. Eu até contabilizei estatisticamente: 8 bolas disputadas, 7 perdidas e apenas uma ganha. Duas fintas ridículas, à entrada da área e sendo o último defesa, que só não deram golo por azelhice do adversário. O brasileiro é jovem, e até pode ser bom jogador como muitos dizem, mas ontem foi do mais desastrado que me lembro. Na minha opinião até está abaixo de um João Manuel Pinto ou de um Argel.

Outra performance vergonhosa, e já recorrente, foi a de Nuno Assis. O excelente golo que marcou, de uma belíssima execução, esconde o facto de não ter feito nada bem durante o jogo. Nada! Lento, complicativo, com muitos passes errados, sempre mal posicionado e inconsequente. No fundo: nada produtivo. É incrível como nem centrar, sem oposição, conseguiu fazer. Enfim, os assobios que ouviu algumas vezes dizem bem do nível da sua exibição. Makukula esteve algo apagado. Até falhou um golo incrível a dois metros da baliza, mas fez uma exibição de esforço e como foi a estreia tem atenuantes. Não espero que seja o salvador do Benfica, até porque não acho que seja o jogador que a equipa precisa, mas pode-se revelar útil. Foi agarrado ostensivamente no 2º penalty, mas, confesso, esperava um pouquinho mais dele. Gostei de Butt, autor de uma exibição irrepreensível. Mesmo com pouco trabalho, esteve seguríssimo na recepção aos cruzamentos e muito atento aos remates dos pacenses.

Luisão foi simplesmente imperial, a "muleta" que a defesa precisou. Muitos cortes aéreos, excelente posicionamento e serenidade. O que não gostei nada foi daquele triste espectáculo no final do jogo, com provocações a uma das maiores figuras do Benfica de todos os tempos. Não sei se tem razão no que disse, até porque não tenho conhecimento da polémica, mas um capitão de equipa não se pode dirigir a uma figura do clube naqueles termos. Luisão tem de comer muita broa para ter o nível de Mozer, dentro e fora dos relvados. Tem muito a aprender com ele e não devia deixar-se levar pelas provocações de um jornalista execrável. Grande jogo, também, de Léo. Não percebo como podem duvidar da classe deste enorme lateral-esquerdo. Velho?! Falhanços teve apenas um na 2ª parte, onde deixou fugir um jogador do Paços. Lance que Rui Costa resolveu. Tudo o resto foi espectacular, a defender e a atacar. O baixinho é um jogador assombroso, que está a ser corrido do Benfica por uma Direcção vergonhosa.

Nélson e Katsouranis com exibições regulares, mas o grego é um grande defesa-central. Fantástico cabeceamento, na sequência de um canto, para uma defesa brilhante de Peçanha. Foi um dos melhores momentos do jogo! O Benfica melhorou imenso com a saída de Edcarlos e o recuo de Katso para acompanhar Luisão. Eu até acho que esta devia ser a dupla de centrais do Benfica nesta temporada. Cristián Rodríguez esteve um pouco "preso", tendo em conta o grande futebol que já vimos dele. Nota-se que ainda está a recuperar da lesão e espero que este processo de “fica, não fica” não prejudique o seu jogo. Óscar Cardozo mostrou-se apenas nos penaltys, e numa abertura genial de 30 metros com o pé esquerdo, mas até esteve pouco em jogo no que a remates diz respeito. Já não tenho dúvidas do grande jogador que é, só não vê quem não quer. O melhor em campo foi, obviamente, Rui Manuel César Costa. Exibição genial, bem ao seu estilo. Aberturas fantásticas, fintas irrepreensíveis, e um golo a coroar tudo. Que pena não ter rematado naquele slalom gigante, onde passou por meia equipa adversária. Deste Rui vou ter muitas saudades. Será que o puto vai seguir as pisadas do pai? É engraçado porque, tal como vêem na 1ª foto, o Rui também foi apanha-bolas na Luz.

Nem me quero dignar a comentar as palavras do Zé do Boné. Como se costuma dizer: “quem o conhecer que o compre!”, se é que me percebem. Importante será mencionar que o sorteio da próxima eliminatória realiza-se amanhã, e vendo que as opções são FC Porto, Sporting, Gil Vicente, Moreirense, Vitória Setúbal, Naval e Estrela Amadora… escolheria uma das equipas de divisões inferiores. Talvez o Gil Vicente na Luz fosse um bom sorteio para o Benfica, com um Sporting-FC Porto para apimentar a ronda. Amanhã saberemos como vai ser. Como curiosidade relembro que, hoje, faz precisamente um ano que o Benfica foi eliminado da Taça pelo Varzim de Diamantino e Mendonça. Venha o Nuremberga!

NDR: Já que se fala de arbitragem, hoje, e que tal lembrarmo-nos do penalty que ficou por assinalar a Abel, aos 45 segundos do jogo com o Marítimo? E, segundo as crónicas, o modestíssimo Sertanense foi penalizado num penalty não assinalado e num golo, do adversário, em alegado fora-de-jogo. Do penalty já vi imagens inequívocas e escandalosas, é cometido por Pedro Emanuel. Disso já não interessa falar? E disto? Um Benfica tão fraquinho ainda faz mossa?

Meus caros, hoje começou o julgamento do Apito Dourado. Este folhetim de Augustos Duartes e afins, não resultou. Espero, ansiosamente, pelo início do julgamento dos vários processos em que o Presidente do FC Porto está acusado de corrupção. Vai ser um bonito! Quatro anos passaram, e nenhum clube foi punido desportivamente por ter viciado resultados. Brasil, Polónia, Sérvia e Itália fizeram melhor. Muito melhor! Haja vergonha!

Podem ver o resumo do jogo, aqui. Um trabalho do nsalta.

Ficha do Jogo:

Oitavos-de-Final da Taça de Portugal

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Augusto Duarte (AF Braga)

SL BENFICA: Hans-Jörg Butt; Nélson, Edcarlos (Óscar Cardozo, 33 m), Luisão e Léo; Katsouranis, Rui Costa (David Luiz, 90+1 m) e Nuno Assis; Maxi Pereira, Makukula (Di María, 86 m) e Cristián Rodríguez.

FC PAÇOS FERREIRA: Peçanha; Ferreira, Rovérsio, Tiago Valente e Valdir; Paulo Sousa, Filipe Anunciação e Pedrinha; Wesley (Dédé, 83 m), Ricardinho (Furtado, 80 m) e Cristiano (Edson, 57 m).

Disciplina: Amarelos a Wesley (32 m), Tiago Valente (41 e 51 m), Ricardinho (45 m), Katsouranis (56 m), Nuno Assis (67 m) e Makukula (69 m). Cartão vermelho, por acumulação de amarelos, para Tiago Valente (51m).

Golos: 0-1, Pedrinha (2 m); 1-1, Cardozo (41 m de g.p.); 2-1, Cardozo (52 m de g.p.); 3-1, Rui Costa (78 m); 4-1, Nuno Assis (90+1 m).

#Foto: Record e Mais Futebol

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sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Mercado 2007/08... Para Quê?!

Após o seu término, a actuação do Benfica no Mercado de Transferências desta época está próxima de uma catástrofe total. Não quero discutir anteriores idas ao mercado, nem tão pouco anteriores (ir)responsáveis pelas mesmas, até porque não é esse o objectivo deste post. Para Portugal ver, o Presidente do Sport Lisboa e Benfica afirmou às câmaras de televisão que, finalmente, tinham acabado os "descarregamentos de jogadores": algo tão popular nas desastrosas presidências de Manuel Damásio e João Vale e Azevedo. Segundo Luís Filipe Vieira, o que for contratado tem de representar uma mais-valia indiscutível, e para a titularidade, caso contrário a opção passa pelas camadas jovens encarnadas. Como devem saber, não estou a inventar nada. As declarações são públicas.

Ora, tal desiderato parece-me uma política desportiva mais do que óbvia e perfeitamente compreensível aos olhos do adepto comum. Política desportiva, essa, que foi mantida durante muitas décadas, com o reconhecido sucesso em muitos anos de história benfiquista. Compreendo, obviamente, que os jogadores jovens com menos experiência precisem de jogar para evoluir – vejamos o exemplo do empréstimo de Rui Costa ao Fafe. Mas não é isso que está em causa, não é isso que critico! O que me deixa preocupado é a mentira. Na realidade, o encaixe financeiro obtido com as vendas de Simão e de Manuel Fernandes não trouxe mais-valias imediatas, de acordo com a qualidade dos citados, e as saídas de Miccoli e Karagounis agudizaram a fraca/mediana qualidade do plantel actual. Qualidade, concretizando melhor, no que diz respeito a jogadores que possam ser mais-valias, no imediato. Os tais jogadores com tarimba, que decidem partidas. Sendo assim, deixo uma lista das contratações realizadas esta temporada:

Agosto/Setembro

Gonzalo Bergessio (Racing Club de Avellaneda, 2.5 milhões de euros por 50%)
Edcarlos (São Paulo FC, 1.8 milhões de euros)
Fábio Coentrão (Rio Ave FC, 900 mil euros)
Hans-Jörg Butt (Bayer 04 Leverkusen, custo zero)
Marco Zoro (FC Messina, custo zero)
Óscar Cardozo (Club Atlético Newell's Old Boys, 9.1 milhões de euros por 80%)
Sreten Sretenovic (FK Rad Belgrad, custo zero)
Jaílson (Rubin Kazan, valor desconhecido)
Andrés Diáz (Club Atletico Rosario Central, 2 milhões de euros por 50%)
Ángel Di María (Club Atletico Rosario Central, 4 milhões de euros por 80%)
Freddy Adu (Real Salt Lake City, 1.5 milhões de euros)
Luís Filipe (Sporting Clube Braga, 500 mil euros)
Gilles Binya (Mouloudia Club Oranais, 300 mil euros)
Cristían Rodríguez (FC Paris St. Germain, empréstimo)
Maxi Pereira (Defensor Montevideo, 3 milhões de euros por 70%)

Janeiro

Laszlo Sepsi (Gloria Bistrita, 2.5 milhões de euros)
Rafik Halliche (Hussein Dey, 300 mil euros)
Aziza Makukula (Sevilha/Marítimo, 3.5 + 0.5 milhões de euros)


São 18 contratações, as suficientes para uma convocatória completa. E isto tudo, não contando com os reforços para os juníores e os empréstimos ao Desportivo das Aves de Yu Dabao, Romeu Ribeiro e Miguel Vítor... os tais jovens das escolas em quem se deve apostar, se não existirem contratações de jogadores com cartel. A soma do valor das contratações acima mencionadas ultrapassa, efectivamente, os 32 milhões de euros. O maior investimento da História do Benfica! Serão todos óbvias mais-valias para a titularidade? Não é isto um “descarregamento de jogadores”? É este o caminho do Benfica? Se me perguntarem se sou um adepto da contratação de jovens, direi que sim. Mas as grandes equipas não são só feitas de jovens, há que ter talentos de classe que resolvam jogos de forma consistente. Depois, outra coisa que me preocupa são os 16% de portugueses contratados… um deles o Luís Filipe. A não-renovação de contrato com o melhor lateral-esquerdo encarnado, dos últimos 15 anos, é a cereja no topo do bolo. Lamentavelmente, parece que já é oficial.

Gilles Binya, Óscar Cardozo e, pelo potencial, Ángel Di María parecem-me contratações de qualidade, tal como se tem revelado o empréstimo de Cristián Rodríguez. Todos os outros têm falhado, ou por falta de qualidade ou por falta de experiência... 6 destes 18 jogadores já nem sequer fazem parte do plantel. Agora em Janeiro - e abstendo-me de fazer considerações sobre os desconhecidos Sepsi e Halliche, que nunca vi jogar -, chegou o internacional português Makukula. Por princípio tenho de ser contra esta contratação, mas fico à espera que ele me surpreenda positivamente. É um jogador com alguma qualidade, e com um grande jogo de cabeça – algo que não havia no plantel –, mas já tem uns 27 anos com largo historial clínico. No entanto, posso dizer que gosto de jogadores humildes, e disso, o luso-congolês tem às carradas. Vamos ver se é reeditada uma dupla, com Óscar Cardozo, ao estilo João Tomás/Van Hooijdonk.

Mas o mais preocupante, desta reabertura de mercado, nem é a ausência de reforços de peso, que acrescentem uma indiscutível qualidade à equipa. Pelo menos era para isso que eu pensava que estes reajustamentos serviam. O que é preocupante é que as duas posições da equipa que mais precisavam ser reforçadas – até porque não há nenhum box-to-box, nem sequer um extremo-direito – não tenham tido novidades. E assim, com um ano inteiro para encontrar dois jogadores de qualidade para esses lugares, o plantel continua com as mesmas carências. Carências essas de que o treinador já se queixou e que, inclusivamente, até pediu para serem colmatadas. À equipa continuam a faltar-lhe alguns craques, que possam decidir jogos quando o colectivo não funciona... o que nos últimos tempo tem sido quase sempre. Para quê ir ao mercado, então?

Fonte: Transfermarkt

Fotos: Site Oficial

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segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Crónica 18ª Jornada - E entregarem as Faixas?!



Depois do que vi, uma hora e picos antes, e em pleno Dragão, perdi muita da vontade que tinha em acompanhar este jogo. Obviamente que mais um roubo inacreditável noutro campo, e impune como sempre, nunca irá justificar mais uma má exibição do Benfica em casa. Basta pensar um bocadinho, se tiverem paciência e capacidade para isso. Mas falseado é mais bonito, com certeza! O Benfica, frente ao Nacional, mostrou que não tem estofo, não tem classe, não tem fio-de-jogo, não tem tranquilidade, não tem eficácia, não tem mentalidade vencedora constante, não tem opções credíveis no banco, não tem talento indiscutível, não tem... nada. Ou melhor, aquilo que tem é medíocre e isso, meus caros, só não vê quem não quer. A culpa não é minha, de certeza. Mas se eu não tenho dinheiro que chegue para um Mercedes, e ando num Renault, isso dá direito a que o meu vizinho ande num BMW roubado? E ainda seja elogiado e congratulado por isso?

Já que do jogo propriamente dito há pouco para dizer, e até a arbitragem passou algo despercebida, começo então por escrever qualquer coisa sobre o momento do Benfica. Respondendo, então, aos muitos que me acusam de Camachista, como se isso fosse sinónimo de lepra ou coisa pior, quero dizer que a simpatia pessoal que tenho para com o espanhol nunca irá camuflar ou relativizar os seus erros. E muito menos os grosseiros, já me deviam conhecer! No entanto, acho lamentável arranjar-se um bode expiatório para focar todas as frustrações desta época, quando sabemos que o principal responsável não é Camacho. Sim, Camacho comete muitos erros nas substituições, e, neste jogo, substituir Nélson, mantendo Luís Filipe em campo, é qualquer coisa próxima de uma aberração.

Tirar Di María, o melhor jogador do Benfica nesta partida, é um erro grosseiro, mesmo que a entrada de Mantorras fosse uma exigência. Não percebo porque ficou Maxi Pereira, e o que faz ele como titular do Benfica? Camacho tem estado muito passivo, tem dado demasiadas entrevistas, tem falado demais do que pouco interessa e nada do que interessa realmente. Camacho parece alheado deste Benfica, parece distante, parece... um elefante numa loja de porcelana. Não preciso voltar a escrever sobre os erros de planeamento, do início de época, porque toda a gente os conhece, mas o que é certo é que a equipa tem rendido muito menos do que aquilo que se espera… mesmo com um dos piores plantéis dos últimos anos. Parece-me óbvio, e isso não é tolerável!


Pensei que, com a abertura do Mercado, alguns dos problemas da equipa seriam resolvidos, nomeadamente a posição de box-to-box e de extremo-direito. Com dinheiro ou sem dinheiro, já nem sei em quem acreditar, o que é certo que as contratações estão longe do exigível e nenhuma delas preenche posições deficitárias. Mas essa análise, mais detalhada, está guardada para um post que já tenho preparado e que sairá na próxima semana. Aí poderão confirmar ou discordar de mim, nesse aspecto. Como complemento desta minha opinião, consultem um texto deste ilustre benfiquista, que vai de acordo com a minha visão do actual momento da equipa do "melhor plantel dos últimos 10 anos". Até esta "espécie de jornalista" diz coisas muito acertadas!

Mais do que devido aos vários erros de Camacho, alguns grosseiros e profundamente irritantes, falta no Benfica um grande jogador como Simão. Muitas vezes só depois de alguém sair é que vemos a sua fundamental importância. E Simão foi, claramente, o melhor jogador do Benfica que pudemos ver em muitos anos. Um assistente irrepreensível, um goleador, um marcador de livres e cantos e, acima de tudo, um motor-de-jogo de grande nível. Tudo passava por ele, e agora não há ninguém com a sua qualidade, regularidade e preponderância. O Benfica está orfão de Simão. O Benfica… era Simão. E isso não foi só na temporada passada, foi-o durante todos os anos em que cá esteve.



Para aqueles que têm saudades de Fernando Santos tenho uma resposta: tenham saudades de quem ganhou alguma coisa no clube, de alguém que mostrou resultados à altura do Benfica. Eu, quando tenho saudades de um treinador, tenho-as de um Eriksson, não de um Fernando Santos, Graeme Souness ou Paulo Autuori. Exijam mais de vocês, e exijam mais do Benfica. É esse o caminho para termos um Benfica mais forte! Mas, no entanto, se me perguntarem se a solução para este momento passa pelo despedimento de Camacho direi que não. Direi que só me contento se o despedimento do espanhol tiver incluído o afastamento do Director de Futebol do Benfica. Esse sim, um incompetente com créditos firmados e, surpreendentemente, com tolerância infindável. O que falta para a maioria ver o óbvio? Até quando?

A ter de abdicar de Camacho, para que Luís Filipe Vieira não tenha o comando do futebol, fá-lo-ei sem pestanejar. Despedir Camacho poderá agradar às massas, até porque me parece que é isso que a maioria já quer e com todo o direito que lhe assiste, mas não resolverá nada. Ou melhor, resolverá muito pouco, se é que acham que Camacho é um problema. E daí talvez seja! No entanto, o próximo infeliz, que só aceitará o cargo com uma dose de loucura, voltará a ser trucidado em poucos meses... tal como Camacho já está a ser. Enquanto não se arranjar alguém com tarimba, e benfiquismo a sério, para comandar do topo, o fim será sempre este. Rui Costa tem, também, os dias contados para o enxovalho público. Aposto com quem quiser. Se o Maestro se aliar a Vieira estará a cometer o pior erro da sua carreira desportiva...

NDR: Uma coisa são as brincadeiras de adeptos, e a provocação entre aqueles que não fazem parte do espectáculo desportivo, de forma directa. Outra coisa é a triste imagem que fica, depois de uma derrota do Sporting no Restelo – que até me deixou feliz, claro –, através da utilização de uma conhecida música de Caetano Veloso. Tem alguma piada o speaker do Belenenses passar o “Leãozinho”, de facto, mas há que saber ganhar e o respeito institucional pelo adversário não deve ser “uma treta”. Eu, se fosse sportinguista, não tinha gostado de ouvir. Humilhar não é dignificante.

E mais uma vez critico o comportamento de alguns adeptos do Benfica, nomeadamente os responsáveis pelas tochas no relvado e pelos petardos perto das bancadas. Tenham vergonha, e não sujem o nome do clube que amam!

Ficha do Jogo:

18ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Olegário Benquerença (AF Leiria)

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Luisão, Edcarlos e Nélson (Léo, 67 m); Maxi Pereira, Katsouranis, Petit e Di María (Mantorras, 79 m); Nuno Gomes (Cristián Rodríguez, 39 m) e Óscar Cardozo.

NACIONAL MADEIRA: Bracalli; Patacas, Ricardo Fernandes, Fernando Cardozo e Alonso; Cléber e Edson; Juninho (Adriano, 68 m), Juliano e Fábio Coentrão (Ricardo Pateiro, 74 m); Rodrigo (Lipatin, 63 m).

Disciplina: Amarelos a Di María (77 m) e Adriano (80 m).

#Fotos: AFP-Getty Images

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domingo, fevereiro 03, 2008

Estou farto!!!

É hora de começar a cobrar!! Eu nunca gostei do Nandinho, quase desde da primeira hora que o queria fora do Benfica. Mas nunca pensei que fossemos de cavalo para burro.
Este bandos de marmelos que jogam com o manto sagrado, que ganham milhares de euros por mês não merecem a honra de vestir aquele manto. Estão a envergonhar gerações de jogadores que a tanto custo fizerem deste clube o melhor do mundo. Estes estão decididos a por na lama a nossa alma. O treinador tem sempre o mesmo discurso e não faz nada. O que é feito do Camacho que passou pelo Benfica à 4 anos?!!! Este é um clone muito foleiro!!
Não há ninguem que mete mão a isto? Não há ninguem que dê um abanão aos jogadores?!!!
E não me venham com culpa ser dos adeptos. Ontem assobiaram e bem. Quem somos nós para pacutar com a mediocridade e pobreza fransciscana de um bando de bananas que nem dois passes seguidos sabem fazer? É isto que queremos para o nosso Benfica? Apoiar quando o que merecem é assobios e umas valentes lambadas nas fuças?
Quem está a perder com isto é o Benfica!! Os adeptos actuais começam a distanciar do clube porque não querem passar todos os fim de semanas lixados e com mau humor. As novas gerações não querem fazer parte de um clube que parece que só vive do passado. Acordem caralho!!!!! Estou farto desta merda, o que é preciso mais?

sábado, fevereiro 02, 2008

Sr. Jorge Maia,

Como adepto de futebol e do Benfica, quero desde ja felicita-lo pelo texto cheio de verdades e com alguma piada. Piada porque; Apos uma semana ainda lhe doi na alma (qual virgem ofendida) uma vitoria do Sporting que nao e' questionavel para qualquer pessoa de bom senso, e nao e' questionavel por haver um golo regular a abrir o marcador e o adversario nao ter marcado qualquer golo (embora tenha desperdicado oportunidades que noutro clube seria motivo de conversa para meses, mas como o clube em questao e' o Porto chamamos-lhe falta de sorte). Tem piada porque estamos a ler um adepto claro do Porto que ja festejou meia-duzia de golos irregulares, entre eles na primeira volta contra as tais virgens ofendidas e esse sim, fulcral para a vitoria. Por ultimo, a escolha do titulo e' motivo para rir e chorar por mais. Sempre que abro a pagina online do jornal OJogo penso na palavra inocente, talvez por conotar esse profissional e imparcial diario desportivo com outro inocente do desporto nacional....o Futebol Clube do Porto. (fica aqui o texto para nos podermos rir mais um bocadinho)

O silêncio dos inocentes
Ainda sobre o clássico do último fim-de-semana, há um ou dois detalhes que precisam de ser sublinhados nem que seja apenas para memória futura. Na primeira volta, apesar de Paulo Bento ter reconhecido a justiça da vitória portista no Dragão, sublinhando que o trabalho de Pedro Proença não teve influência no resultado, alguns adeptos e dirigentes mais fervorosos do clube de Alvalade lançaram uma campanha com o objectivo de descredibilizar o árbitro e de lhe atribuir a responsabilidade pela derrota. No jogo de Alvalade, Carlos Xistra cometeu vários erros, sendo que um deles resultou no segundo golo, ilegal, do Sporting e outro, que a transmissão da Sport TV e os resumos posteriores fizeram questão de apagar da memória, negou aos portistas uma grande penalidade cometida sobre Quaresma. Desta vez, contudo, não houve campanhas dirigidas pelas habituais virgens ofendidas, o Sporting não lamentou o rumo da arbitragem em Portugal e alguns dos seus adeptos fizeram até questão de sublinhar a justiça do triunfo sobre os portistas, numa demonstração clara dos elevados padrões morais pelos quais se regulam e da forma como gostariam que o campeonato, por fim, se equilibrasse. Aliás, os mesmos padrões que usaram na sequência do triunfo na Supertaça durante a qual Bruno Paixão alegremente fechou os olhos ao desvio da bola com o braço por parte de Tonel na área do Sporting. Finalmente, resolveram sublinhar a gravidade da entrada de Bruno Alves sobre Moutinho, sancionada pelo árbitro com um cartão amarelo, esquecendo a de Liedson sobre Helton, que por sinal o árbitro não sancionou e que deixou o guarda-redes portista em dificuldades até ao final da partida. Pelos vistos, quem não chora, não mama. (in OJogo)