A proibição do uso de adornos, mesmo tapados com adesivos, é uma das novidades para a presente época anunciada hoje pela Comissão de Arbitragem da Liga de clubes. Além desta medida, entre algumas adiantadas por sugestão da Federação Portuguesa de Futebol e outras a implementar por imposição da FIFA, destacam-se alterações recentemente aprovadas às leis de jogo.
A interpretação da aplicação do fora-de-jogo, o lançamento da linha lateral, a violação da área durante a marcação das grandes penalidades e o aquecimento dos jogadores foram algumas das leis abrangidas pelas alterações.
Algumas destas alterações prometem gerar alguma polémica, até ao seu total enraizamento, e poderão mesmo levar, no caso específico da aplicação do fora-de-jogo, a algum aproveitamento táctico por parte dos treinadores.
O árbitro passa a ter que esperar que o jogador toque na bola para ajuizar a sua posição de fora-de-jogo ou se este interfere no lance, por exemplo, obstruindo o campo visual ou os movimentos do guarda-redes. Esta situação vai obrigar a uma redobrada atenção por parte do árbitro assistente, a um trabalho suplementar aos defesas mais lentos e “duros de rins” e potenciar um aproveitamento estratégico dos treinadores da interpretação da lei.
A substituição ao intervalo, com o jogador a ter que esperar a autorização do árbitro junto à linha, e a penalização com um livre directo, ao contrário da actual bola ao solo, das interferências causadas por jogadores que se encontrem fora são outras das novidades.
O árbitro, durante a sua permanência em campo, desde que entra até que sai, tem poderes para admoestar disciplinarmente os jogadores, com cartões amarelos e vermelhos, mesmo que o jogo não esteja a decorrer. Durante a marcação de uma grande penalidade, a violação da área por parte de um colega do executante será punida com a repetição do castigo máximo se a bola entrar e, se não entrar, com um pontapé livre a favor da equipa defensora.
A comemoração dos golos em tronco nu ou parcialmente despido, excepção feita ao levantar a camisola até ao pescoço sem a retirar pela cabeça, será punida com a amostragem do respectivo cartão amarelo.
Os gestos que impliquem cotoveladas, mãos (agarrar), braços, puxões e tabefes mereceram também por parte dos responsáveis da arbitragem uma chamada especial de atenção aos árbitros e árbitros assistentes.
Algumas das principais preocupações manifestadas pelos árbitros à Liga, até pela experiência das últimas épocas, dizem respeito às agressões camufladas, às entradas de pés, à simulação por parte dos jogadores e ao tempo útil de jogo.
Por questões de segurança, pessoal e dos adversários, os jogadores estão proibidos de usar qualquer jóia de adorno, quer sejam brincos, pulseiras ou fios, mesmo protegidos por adesivo, como até agora acontecia.
No tocante ao lançamento da linha lateral, deve ser respeitada uma distância mínima de dois metros ao elemento que está a repor a bola em jogo, contrariando a actual medida em que os jogadores podiam estar “cara a cara”.
O processo de aquecimento dos jogadores durante os jogos mereceu também uma ligeira correcção, tendo o número de elementos a aquecer sido reduzido a três e a área a utilizar a situada atrás do primeiro árbitro assistente.