sábado, novembro 25, 2006

Crónica 11ª Jornada - "Depressa e bem, não há quem!"

Adivinhava-se um confronto com relativa tranquilidade, mas voltaram as segundas-partes miseráveis a ensombrar toda a prestação da equipa em casa.
Depois de um bom começo de partida, onde se criaram suficientes oportunidades de golo para golear, o Benfica voltou a vacilar e foi “à rasca” que os 3 pontos ficaram na Luz.
O “síndrome do keeper salvador“ atacou, de novo, o Benfica de forma fulminante, já que é uma constante que guarda-redes medianos façam exibições magistrais no Estádio da Luz. Coincidência, claro!
Do Marítimo pouco há a dizer a não ser constatar a miserável equipa que tem, salvaguardando alguns bons talentos como Marcinho, Zé Gomes, Wénio e Gregory. Com tanto dinheiro financiado pelo Governo Regional exigir-se-ia mais do que um “autocarro”, infelizmente a mentalidadezinha do seu treinador não dá para mais. Parece que a mama vai acabar com a decisão do Governo em modificar o Regime de Financiamento da Madeira… já vem tarde!

Em relação a prestações individuais, foi com grande satisfação que vi Petit, de novo, em grande plano. O #6 foi recordista de recuperações de bola, de remates e de construções de ataque, apresentando futebol de grande qualidade e pautando o jogo do Benfica de forma imperial. Para mim, e penso que para a maioria, é um jogador fundamental e quando não rende o que se espera a equipa ressente-se de forma evidente. Juntamente com Simão, foi o melhor jogador em campo!
Destaque para mais um golo do extraordinário Katsouranis que, apesar de ter estado uns furos abaixo do que já demonstrou – e que tal fazê-lo descansar? –, voltou a ser decisivo.
Ainda, no que diz respeito ao capitão, e para quem segue o que venho escrevendo, dou nota que fez duas assistências para golo no seguimento de duas “arrancadas” pelo lado esquerdo do ataque… a sua posição de origem. Esclarece muita coisa, ou não?

Alguém que ensine o Nélson, de uma vez por todas, que só deverá fintar adversários quando está em posição atacante e, de preferência, já no último terço de terreno. Fazê-lo nas imediações da área dá “barraca” e não seria a primeira vez que o Benfica encaixava um golo por parvoíces do seu lateral-direito. Talvez seja o prenúncio de um Miguel parte II – que também era assim nos primeiros tempos –, e no futuro apareça ali um grande defesa…
Desta vez não digo nada sobre o Nuno Gomes para não pensarem que é perseguição ao rapaz, mas o que eu tenho dito noutras crónicas parece óbvio, não acham?

É engraçado que os árbitros acusados de beneficiar o Benfica sejam, a maioria das vezes, protagonistas de lances que prejudicam o clube de forma clara. Apesar do Benfica não ter vencido nenhum jogo este ano com benefícios claros de jogadas/golos irregulares – ao contrário daqueles que todos nós conhecemos e que já vão em 3 vitórias consecutivas muito duvidosas – são-lhe sempre imputados vergonhosos compadrios e arranjinhos.
São essas “mentes brilhantes” que colocam em causa qualquer vitória do Benfica inventando casos onde eles não existem, esquecendo-se da coerência noutras situações já passadas e até desvirtuando as Regras do Futebol para ir de acordo com a sua “doença”. Não sou de meias palavras nestas situações, essa gente mete-me asco e, consigo, é impossível qualquer diálogo “futeboleiro”. Quando são amigos ou familiares – e até tenho bastantes de outros clubes – evito por completo o diálogo sobre o tema, para não me chatear.

Evidentemente que mais uma vitória do Benfica causa muita “urticária” e nem percebo muito bem porquê, já que a equipa está muito longe do topo da classificação e até da consistência de outros.
É incrível como se associa João Ferreira ao Benfica, quando todos aqueles que são minimamente inteligentes sabem que o Benfica não tem nada a ver com Máfias de Arbitragem, como se tem provado ao longo dos anos e… dos processos.
Confesso que João Ferreira é dos árbitros que mais aprecio, mas neste jogo na Luz não esteve bem. Erradamente falei de um penalty sobre Nélson que agora rectifico ser fora da área, por isso penitencio-me já que as repetições que vi foram poucas e fiquei, por isso, com uma ideia errada. No entanto é indiscutível que ficou uma grande penalidade por assinalar por uma mão na bola do interessante defesa-central francês Gregory – como seria a favor do Benfica, para os iluminados, não existe… se fosse ao contrário seria claríssima – ainda com o resultado em 0-0.

Quanto ao critério disciplinar, e depois de rever as imagens, acho correcta a expulsão de Marcinho, apesar de sabermos que estes lances não têm sido sancionados ultimamente. Talvez por isso haja muita gente indignada com este vermelho, já que Bruno Alves, Lucho Gonzaléz, Torrão, Yannick Djaló, Quaresma e Maciel escaparam impunes ultimamente – o lance de Simão, frente ao Beira-Mar, não apresenta a mesma gravidade mas também poderia ter resultado em expulsão!
Há uma hipotética agressão de Anderson – sim, o "nosso" – sobre Kanu mas que me recuso a comentar, porque não vi.

Obviamente que a nota dominante deste encontro, muito mais que o resultado e/ou a exibição, é mais uma lesão muscular de um jogador em grande forma. Infelizmente a situação é recorrente em Fabrizio Miccoli, conjuntura que mina por completo a onda de boas exibições do italiano, em Portugal.
As lágrimas do #30 aquando da forçada substituição causaram-me tristeza, deixando o restante do jogo com menor significado. A sua ausência na equipa é enorme, não havendo, de momento, um substituto à altura. Curiosamente um dos melhores jogadores do Benfica, para mim o melhor a par de Simão, não defronta os adversários directos da sua equipa. E se no Dragão não esteve presente “a pedido”, na próxima jornada, em Alvalade, estão de regresso as ausências por incompetência na Preparação Física da equipa... já me parecia tarde!

Mais incrédulos ficámos todos, tenho a certeza, quando Fernando Santos dispara esta: "Ao intervalo, o Miccoli, já se tinha queixado..." A incompetência atinge níveis inacreditáveis. Como é possível arriscar-se a utilização de um atleta – e os jogadores querem jogar sempre – com uma queixa, por mais pequena que seja, tendo e, conta o largo histórico de lesões do género desde que chegou a Portugal?
Algo de muito grave se passa no Benfica quando o treinador comete um erro de tamanha magnitude… para que servem, afinal, os jogadores que se sentam no banco? Porque está Kikín Fonseca a ser “queimado”, ainda para mais quando se sabe a exorbitância que se pagou pelo seu passe e o talento reconhecido noutras paragens?
Porventura Kikín será um mau profissional daqueles que não se esforça nos treinos?
Algo se passa que nós não sabemos, porque a incompetência não pode ser tão grande. E ainda estou para perceber o desaparecimento de Paulo Jorge da lista de convocados…

Por tudo o que se tem passado nesta época estou com a confiança a zero para a próxima jornada. Nos derbys há aquela máxima de “a equipa que está pior normalmente ganha” –, e o ano passado verificou-se isso mesmo, na Luz – e talvez aconteça uma surpresa.
O que é certo é que na próxima semana decidir-se-á o futuro do Benfica nas duas Competições mais importantes em que participa. Apenas duas vitórias, frente ao “Manster” e ao Sporting deverão “salvar a cabeça” de Nandinho…

NDR: Já se tornou um hábito em certos treinadores, disparatarem por completo à Imprensa quer na antevisão ou no rescaldo de um confronto com o Benfica. A maioria das vezes é uma imposição do Sistema – caso não o façam vêem o futuro dentro de portas destruído: Manuel José, João Alves, Augusto Inácio, Mário Reis e Carlos Manuel são apenas alguns exemplos – mas há, obviamente, aqueles que se identificam com o epíteto de anti-Benfica… e até gostam!

Agora já é oficial! Ulisses Morais – que usufrui das duas conjunturas que referi no parágrafo acima –, para além de ser um treinador incompetente, é um palhaço! A contrastar com os elogios aos dois grandes nos anteriores confrontos, aparece com as famosas e, por si, recorrentes queixinhas de arbitragem quando o adversário é o Benfica. Alguém que lhe abra os olhos para o que se passou dentro do terreno de jogo, se o seu anti-benfiquismo primário deixar!

Finalizo com uma felicitação especial aos Diabos Vermelhos, que fizeram 24 anos.


Ficha de Jogo:

11ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: João Ferreira (Setúbal)

SL BENFICA – Quim; Nélson, Anderson, Ricardo Rocha e Léo; Katsouranis (Manu, 85 m), Petit, Simão e Nuno Assis (Karagounis, 61 m); Fabrizio Miccoli (Mantorras, 50 m) e Nuno Gomes.

CS MARÍTIMO – Marcos; Zé Gomes, Gregory, Alex von Schewedler e Evaldo; Wênio, Luís Olim, Olberdam (André Barreto, 82 m), Filipe Oliveira (Neca, 74 m) e Marcinho; Kanu (Moukouri, 67 m).

Disciplina: Amarelos a Gregory (19 m), Katsouranis (70 m) e Briguel (87, no banco). Vermelho directo a Marcinho (51 m).

Golos: 1-0, Alex (32 m, na p.b.); 1-1, Marcinho (42 m); 2-1, Katsouranis (66 m).

#Fotos: AFP-Getty Images, SerBenfiquista e slbenfica.pt

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o Encarnados

terça-feira, novembro 21, 2006

Crónica Fase Grupos Liga Campeões - A goleada ali tão perto...


A primeira nota que quero deixar, sob forma de um lamento, é a fraca afluência do público a um jogo importante. Tenho imensa pena que seja sistemático que um mau momento ou um anterior mau resultado comprometam a assistência da Luz. Custa-me ainda mais quando se vê que é uma grande parte dos cativos que está por preencher…
É óbvio que o bom futebol e o poderio da equipa se reflectem no entusiasmo do adepto, mas não consigo entender esta bipolaridade benfiquista, que tanto entra em depressão como, de repente, atinge os píncaros da euforia!
À atenção, também, da Direcção: sejam capazes de cativar os sócios contratando treinadores ambiciosos e irreverentes, que motivem toda a “onda benfiquista” como Camacho o conseguiu… e Fernando Santos não. As receitas agradecem!

Depois de assistir ao encontro entre o Benfica e o Copenhaga, facilmente concluímos que teria sido exigível, como em tantas outras coisas neste Benfica, lutar pela vitória na 1ª jornada da Champions League. Mas não, o empate satisfez “bemzinho”, mantendo a mediocridade das deslocações, e agora é preciso um milagre “caravaggiano” para que se continue em prova.
Como é possível o Benfica não ter ganho a estes “mecos” na Dinamarca? A lenga-lenga das vitórias do Campeão dinamarquês sobre o Ajax – mesmo assim perderam em casa por 2-1 e só depois garantiram a prodigiosa qualificação, com uma bola parada e um auto-golo, no ArenA – e sobre o Manchester – um jogo de claro “tiro ao boneco”, com um milagre dantesco no final – fazem tanto sentido como fazê-las, com a devida distância, com o Estrela da Amadora, Gil Vicente, etc…
Todos nós sabemos, e concluímos destes 2 confrontos, que o adversário desta 5ª jornada é absolutamente ridículo e, não fossem os experientes Gronkjaer, Allback e porventura Linderoth, estaria facilmente ao alcance dos 10/12 primeiros classificados da Liga BWin.
Foi confrangedor verificar a forma como tratavam a bola e tentavam o ataque na Luz…. digno de amadores!



Não quero com estas palavras denegrir a prestação “encarnada” na 1ª parte! Foi um gozo ver as rápidas movimentações de Miccoli e Simão, as deambulações de Léo e Nuno Assis e, claro, a segurança e perseverança de Petit e Katsouranis.
O Benfica entrou “pastoso” e trapalhão, muito por culpa do “autocarro” dinamarquês de dois andares – então aquele #5, Hangeland, cruzes! – mas rapidamente encontrou espaços, como explicam os livros. Bola “rápida” e por cima da defesa, aproveitando a lenta “tijoleira” existente. O fora-de-jogo foi safando a turma nórdica mas os golos saíram naturalmente, até se construir um resultado seguro…

Mas não consigo entender uma 2ª parte simplesmente horrorosa! Porque é que o Benfica não entrou em campo depois do intervalo? Não sei quem eram aqueles “rapazinhos de camisolas vermelhas” que substituíram a equipa da casa, não eram os mesmos, de certeza! E, assim, lanço uma questão: porque razão, o treinador da equipa não colocou em campo, em tempo útil, “carne fresca”… não só para espevitar os que se manteriam mas também dar oportunidade aos menos utilizados de mudar o cariz da partida?

E é inacreditável como Nuno Gomes não é substituído, quando há dois pontas-de-lança no banco… apenas com cobertores para guardar o frio! É verdade que o #21 faz uma assistência para golo, na verdadeira acessão da palavra, mas a sua exibição foi penosa – daquelas que dão mesmo pena! Dá seguimento às últimas prestações catastróficas, não ganhando uma única bola dividida, fazendo inúmeras faltas ridículas quando podia cobrir o espaço ou soltar o esférico, e nunca estando correctamente posicionado para facturar – o seu comportamento na jogada do chapéu da autoria de Miccoli é surrealmente esclarecedor.
Elogiar quando merece, e criticar quando não aparece. Jogar com Nuno Gomes foi jogar com menos 2... o que não mostrou e o que estorvou!



Não bastando essa opção do Nandinho, temos de levar com Mantorras só a 5 minutos do fim – para quando um avançado antes dos 80 minutos? – e aguentar Katsouranis, em risco de ser excluído por amarelos, pelo menos 43 minutos a mais. Será que o risco, da presença do grego, 43 minutos após o 3-0, se justificou? Não há mais ninguém para entrar em campo com 3 substituições para fazer, ou o discurso de “os jogadores andam muito cansados” só aparece quando se está “à rasca” e sem nada para dizer?
E depois continuam as prestações defensivas miseráveis, por falta de tranquilidade e de classe! Mais uma vez há um erro grosseiro de Ricardo Rocha que, mais uma vez, se deixa antecipar num cabeceamento que resulta em golo. Tanto quiseram “empastar” o jogo que, numa possível e mais que provável goleada, acabaram por vencer com apenas 2 golos de diferença. “Há coisas fantásticas, não há?”

Os destaques individuais passam, forçosamente, por Miccoli e Léo. O italiano voltou a bisar, criou espaços com excelentes movimentações e até deu para tentar a ”Cupinu” outra vez. E que tal marcar um voo para Turim e falar de preços? Não brinquem connosco, por favor!
Léo – o tal que, completamente recuperado, ficou no banco em Braga – mostrou o nível da época passada quando foi eleito o melhor lateral-esquerdo da Liga. Estreou-se a marcar pelo Benfica e nem faltou o brilho fora dos relvados, com declarações ponderadas, racionais e eloquentes. Um senhor!
Gostei, também, da performance de Nuno Assis e de Petit. Meter Simão no miolo continua incompreensível e destrutor daquilo que o capitão tem de melhor: as arrancadas pela esquerda, muitas delas com aqueles remates “à Simão”!

Mas nem tudo é mau e a ida à Taça UEFA está garantida, um razoável prémio de consolação nesta época tão atribulada! Ganhar em Old Trafford é obrigatório mas utopia, maldito Saha que falha um penalty nos últimos minutos.
Com um verdadeiro “homem do leme”, o Benfica ganharia este Grupo a brincar.
No Sábado há bailinho da Madeira, resta saber se vem do arquipélago ou se tem sotaque alfacinha…



NDR: De “Temos de conversar” passamos para “Sabemos o que é, sabemos o que é”. Começa a ser irritante, de facto, e tenho pena que assim seja porque nutro um enorme respeito pelo benfiquista que Fernando Santos é.
Mas se já descobriram o que se passa com a equipa… não o resolvem porquê, caramba? Isso de serem precisos 4 anos para meter o Benfica a jogar em losango nem comento.

Aquela cambada que foi à Luz para assobiar no final do jogo e que também o fez quando o Quim teve um “encontro imediato do 3º grau” com o poste, tenha muita vergonha e, com essa atitude, não volte lá mais!



Ficha de Jogo:

5ª Jornada da Fase de Grupos da Champions League

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Roberto Rosetti (Itália).

SL BENFICA: Quim; Nélson, Anderson, Ricardo Rocha e Léo; Katsouranis (Mantorras, 85), Petit, Simão e Nuno Assis (Karagounis, 80 m); Fabrizio Miccoli (Karyaka, 70 m) e Nuno Gomes.

FC COPENHAGA: Christiansen; Jacobsen, Gravgaard, Hangeland e Wendt (Bergvold, 80 m); Linderoth, Norregaard (Berglund, 58 m), Silberbauer (Kvist, 58) e Hutchinson; Gronjkaer e Allback.

Disciplina: Amarelos a Linderoth (24 m), Silberbauer (26 m), Miccoli (26 m), Wendt (71 m) e Nélson (90 m).

Golos: 1-0, Léo (14m); 2-0, Miccoli (16 m); 3-0, Miccoli (37 m); 3-1, Allback (89 m).

#Fotos: AFP-Getty Images e SerBenfiquista

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o Encarnados

domingo, novembro 19, 2006

Crónica 10ª Jornada - "1,2,3... diga lá outra vez!"


Nada de novo, portanto! Mais uma deslocação do Benfica e nova derrota copiosa numa prestação colectiva e individual completamente miserável. Jogar fora, com Fernando Santos ao leme, é sinónimo de entrar mal na partida, deixando o adversário à vontade… para a chapa 3 do costume!
Falta tudo neste Benfica forasteiro mas, acima de tudo, falta ambição e concentração. Alertado por alguns amigos sportinguistas que conhecem de perto o comportamento das equipas do Nandinho, foi-me dito que iria sofrer bastante com as deslocações. A equipa, em casa, comporta-se num nível aceitável – pelo menos com adversários de menor valia – mas deixa de existir quando sai do conforto da Luz.

Digo, desde já, que deixei de assistir ao jogo depois do 3º golo do Braga. Sou um adepto que se enerva muito durante uma partida e não vi necessidade de prolongar o sofrimento de forma inútil, quando nada de bom se poderia esperar do nosso lado. Confesso que receei que os números subissem ainda mais, e não querendo contribuir para comportamentos menos dignos da minha parte desliguei a TV e fui tomar um banho… para clarificar as ideias! Só agora escrevo estas linhas, já que antes disso o faria “a quente” e dessa forma poderia sair alguma coisa que mais tarde me poderia envergonhar/comprometer.

Depois de mais uma derrota, e mais uma humilhação, o que espera Luís Filipe Vieira para demitir o treinador? Será que Fernando Santos não consegue vislumbrar que está a mais no Benfica? Haverá alguém, das nossas cores, que esteja satisfeito com o rumo deste Benfica 2006/07? Será que só uma goleada em Alvalade ou a eliminação da Champions League fará com que se assumam as responsabilidades da obliteração de um grande plantel? São perguntas que não gostava de colocar mas que são fulcrais para entendermos este “Benfiquinha” ridículo que se apresenta tão pálido e sem chama como o horroroso equipamento creme que vai vestindo.
A famosa frase nandinhesca “Temos de conversar!” surge como imagem de marca depois de uma deslocação humilhante. Uma imagem de impotência, de conformismo, de derrotismo deprimente que não se coaduna com os pergaminhos do Maior Clube a nível Mundial!



Depois de Braga há muitas dúvidas que se tornaram certezas, suposições já com confirmação inequívoca. A principal reside neste losango ridículo que não acrescenta nada de positivo contra equipas pressionantes e apenas dá para os gastos nos confrontos mais fáceis. Os problemas gritantes e irresolúveis mantêm-se na excessiva liberdade dada aos alas adversários que colocaram Miguelito e Nélson em confronto directo, sem qualquer apoio, nas tarefas defensivas. E se é verdade que as ausências de Luisão e Rui Costa são marcantes, a manutenção de Simão Sabrosa como #10 não é mais nem menos que uma pequena labareda que vai queimando o seu talento em lume brando.

Fernando Santos insiste também em demorar nas substituições e, pasmem-se, continua a não usufruir de todas as alternativas que possui durante a partida. Petit e Nuno Gomes foram autênticas nulidades neste jogo mas nunca foram substituídos, Katsouranis jogou em clara inferioridade física mas entrou de início – situação corrigida ao intervalo mas já em desvantagem no marcador –, Léo continuou no banco mesmo estando totalmente (?!) recuperado e o 3.5 milhões Kikín continua na bancada.

A transição defesa-ataque, concentração defensiva e raça exigível, todos esses parâmetros, partilharam níveis indignos para um clube como o Benfica... algo que sobrava em épocas anteriores mas que tem vindo a escassear actualmente. Não nos podemos iludir com o factor “Sorte” – que não acredito que exista em alta-competição – ou com o pouco tempo de trabalho. O Campeonato já chegou a 1/3 da sua conclusão e em momento algum se viu qualidade para ombrear com as equipas mais fortes, de forma constante.
E falar depois do jogo terminar é muito fácil… mas os erros são recorrentes e óbvios!



E depois os erros individuais surgem em catadupa, reflexo de muita falta de tranquilidade e liderança mas também de alguma excessiva azelhice! Novamente Quim com responsabilidades em todos os golos sofridos, uma falha ridícula de Nélson a dar origem a um golo do adversário e novo posicionamento errado de um central – desta vez Ricardo Rocha – a permitir um golo de cabeça.
Não gosto de crucificar jogadores, mas Quim tem dado muitas “abébias” recentemente, embora não haja ninguém no clube com categoria para o substituir. Moretto é simplesmente ridículo e Moreira tem enormes lacunas fora da baliza. Bom seria um guarda-redes com o melhor dos 3: as saídas a cruzamentos de Quim, posicionamento nos remates à queima-roupa de Moretto e capacidade para defender estoiros, e remates de longe, de Moreira.

Em relação à falha de Nélson, considero que, apesar de ser ridículo fintar um adversário naquela zona – quando o vi a rodar imaginei logo que o contra-ataque ia dar golo –, há muitas responsabilidades no esquema da equipa, que não possibilita o apoio do inexistente ala ao lateral. Comprovou-se também que há deficit de jogo aéreo no Benfica, se com Luisão esse parâmetro ainda é mais ou menos camuflado, sem ele torna-se evidente.
E compreendo a forma como Ricardo Rocha comemorou o golo, embora não pactue com o acto. Assobiado e insultado em Braga há 5 anos, o 1º golo pelo Benfica desperta uma revolta por quem jogou desde miúdo por aqueles que agora o injuriam – já o tinham feito a Quim, Tiago e a Armando Sá. Admito que o “E agora já não falam, filhos da puta! Tomem lá!” tenha de ser sancionado pela Comissão Disciplinar da Liga, mas se isto não foi...


Nem faltou a arbitragem vergonhosa da “figurinha” do costume. Já todos conhecemos os “trabalhinhos” de Olegário Benquerença e mais uma vez, o árbitro de Leiria, demonstrou tudo aquilo que se diz sobre si. Não sou doente para dizer que o Benfica perdeu devido à sua actuação mas logo aos dois minutos, numa falta clara não assinalada de Luís Filipe sobre Simão, vimos como seria o cariz do jogo.
Aquele amarelo por uma suposta simulação de Petit, num lance onde até poderia ter sido marcado um livre directo perigosíssimo, entra nos limites do ridículo tendo em conta as simulações grosseiras que passaram impunes – sem qualquer contacto, apenas do vento – de Carlos Fernandes e Maciel junto à linha lateral. A Maciel – um jogador de que gosto imenso e que até tenho umas histórias engraçadas para contar da sua 1ª passagem por Leiria, fica para outro post – foi perdoada a admoestação por duas vezes, nomeadamente o cartão vermelho numa entrada assassina sobre Simão – parecida com aquela que o capitão do Benfica teve no confronto com o Beira-Mar mas com a agravante de ter sido feita em “carrinho” – e o segundo cartão amarelo por uma carga a Nuno Assis que partia para um contra-ataque perigoso.
A forma como Benquerença acabou a 1ª parte, com o Benfica no lado esquerdo do ataque e a tentar o cruzamento para a área, irrita qualquer um!

Não há por onde fugir, o caos está instalado no Benfica e, como sempre acontece no clube, a pressão da Imprensa também se reflecte na equipa de futebol!
Nunca me iludi em probabilidades de conquistas com Fernando Santos, embora ainda haja tempo para corrigir os erros e contribuir para uma presença digna até o final da época.
Na próxima jornada serão já 12 pontos de distância para o 1º classificado, isto com apenas 11 jornadas jogadas! Até quando vamos tolerar esta situação?



NDR: No seguimento e consequência desta prestação indigna em Braga surgiram duas novas “bombas” que minam, por completo, a tranquilidade do seio benfiquista.
A primeira diz respeito às escusadas declarações, em forma de crítica, de Luís Filipe Vieira em relação à prestação da equipa nesta deslocação. Não estou contra as declarações em absoluto, mas sim totalmente contra o “apontar das baterias” aos jogadores… ignorando por completo o comportamento e prestação do “indiscutível e imaculado” treinador.
Este tipo de declarações destrói balneários, minando por completo o espírito de grupo. A haver críticas que se critiquem e se responsabilizem todos os envolvidos, não deixando impunes aqueles com responsabilidades acrescidas na liderança do grupo.
No limite, este tipo de coisas poderá levar a uma rebelião contra o treinador, se é que a mesma já não existe… É a primeira situação que comprova que cargos acumulados não resultam. Espero que LFV o reconheça rapidamente!

A outra "bomba", obviamente, é a detenção de José Veiga pela Policia Judiciária. Quem acompanha o que vou escrevendo, e dizendo, sabe que nada disto é uma novidade para mim.
Inclusivamente, já sei da história João Pinto/Vale e Azevedo/José Veiga há bastante tempo e penso que seja do domínio público que o Benfica, pela mão do seu criminoso Presidente, tenha pago ao seu ex-capitão uma larga verba para que o mesmo abandonasse o clube. Penso inclusivamente que foi essa verba que esteve em causa aquando da penhora do autocarro do Benfica.

O que não se sabia era que a verba usurpada por José Veiga ascendesse a 5 milhões de euros... resta saber quem lhe pagou, se Vale e Azevedo se alguém ligado ao Sporting. É uma vergonha que indivíduos desta estirpe, com comportamentos eticamente reprováveis, sejam recompensados por um lugar de chefia, é insustentável!
José Veiga é um escroque da pior espécie, uma reles reedição de Vale e Azevedo, e espero que esta conjuntura indigna sirva de exemplo para os muitos benfiquistas que se insurgiram contra os poucos – onde muito me orgulho de estar, desde o início – que sempre foram contra a entrada desta figura no clube, quanto mais a sua permanência!

É inegável que Luís Filipe Vieira não sai impune deste esquema todo, visto que foi ele que permitiu a entrada de Veiga no clube.


Ficha de Jogo:

10ª Jornada da Liga BWin

Estádio Municipal de Braga, em Braga

Árbitro: Olegário Benquerença (Leiria)

SPORTING BRAGA – Paulo Santos; Luís Filipe, Paulo Jorge, Irineu e Carlos Fernandes; Ricardo Chaves (Frechaut, 86 m), Andrés Madrid e João Pinto (Wender, 53m); Maciel, Zé Carlos (Castanheira, 71 m) e Cesinha.

SL BENFICA – Quim; Nélson, Anderson, Ricardo Rocha e Miguelito; Petit, Katsouranis (Karagounis, ao int.), Simão e Nuno Assis (Paulo Jorge, 71 m); Nuno Gomes e Fabrizio Miccoli.

Disciplina: Amarelos a Maciel (20 m), Carlos Fernandes (44 m), Cesinha (56 m), Petit (66 m), Paulo Jorge (81 m), Ricardo Chaves (78 m), Miccoli (84 m) e Anderson, 90 m).

Golos: 1-0, Zé Carlos (7 m); 1-1, Ricardo Rocha (31 m); 2-1, Maciel (41 m); 3-1, Paulo Jorge (82 m).

#Fotos: AFP-Getty Images e Reuters

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o Encarnados

terça-feira, novembro 14, 2006

O Fim da Linha...



Mais uma bomba!
Fui sempre um forte crítico da presença de José Veiga no Benfica, e confesso que a sua figura e os seus problemas judiciais me incomodam solenemente. Não sou daqueles que pensam que vale tudo para vencer e que perdoam todas as ilegalidades aos seus dirigentes para que possam celebrar títulos – mesmo que, no caso de Veiga, os seus “problemas” não tenham nada a ver com o Futebol do clube a que dirige.
Exijo transparência, seriedade e, acima de tudo, honestidade àqueles que representam, ao mais alto nível, o meu clube e também o meu país.

A notícia de abertura da TVI, esse canal ignóbil que não assisto de forma regular – só tive conhecimento do “furo” devido a um SMS da minha irmã, que assistia à “Morangada” –, foi um enxovalho público ao Director Geral e ao próprio Benfica. Provavelmente é algo que, pelo seu passado menos claro, não é surpreendente mas até o menos inteligente dos espectadores reconhece que foi uma óbvia “encomenda” nas vésperas de um jogo importantíssimo em Braga. Estas tácticas têm décadas e parece que vão resultando!

Mas este inédito arresto na TV é, confesso, algo com que fico incomodado e envergonhado! O Benfica, como Instituição de bem, não pode estar envolvido neste tipo de querelas jurídicas. E como a situação de Veiga no clube não está imaculada, e até está bem manchada com questões particulares menos claras, era exigível um esclarecimento público. Os milhões de adeptos e 160 mil sócios deste clube, onde me incluo, teriam de ser elucidados sobre como o nome do Benfica está, uma vez mais, ligado a situações lamentáveis.



Surpreendentemente para mim, José Veiga – sem se refugiar em países estrangeiros ou declarar blackouts, como outros fazem – justificou-se em público e apresentou a sua demissão de forma profissional, digna e até elogiável… talvez das poucas vezes que deu azo a uma palavra de felicitação dos sócios que representa.

A sua postura foi deveras surpreendente dando uma excelente imagem, que não conhecia de todo. Perante os atrapalhados jornalistas – que não conseguiram justificar como e porquê a TVI teve um exclusivo de algo que só alguém nos meandros de um Tribunal pode ter conhecimento – conseguiu sair menos beliscado do que entrou e isso é sempre positivo. Assim, o caminho está totalmente aberto e incomensuravelmente imaculado para continuar a luta contra os Olarápios, Lucílios, Xistras, Costas e “patrocinadores” que sujam e denigrem o nosso futebol há quase 3 décadas, que dominam o polvo das Competições Nacionais de Futebol mas que, incompreensivelmente, não são “enjaulados”.

A saída de Veiga representa um passo em frente na dignificação do Futebol do Benfica e do próprio clube... por aqui já não há mais por onde atacar, com desculpas patéticas que apenas lançam areia para os olhos daqueles que não relativizam e desdramatizam a “conversa da fruta e dos cafés”.
Aguardo com grande expectativa o anúncio do substituto de José Veiga, no comando do Futebol do Benfica. António Carraça é um excelente nome e o mais provável devido ao facto de já ser um quadro, sendo que Luís Freitas Lobo, Humberto Coelho e José António Camacho seriam alternativas do meu total agrado.

Não lamento, de forma alguma, a saída de Veiga… até peca por tardia. Espero, sim, que a equipa não se deixe afectar por esta situação e que consiga vencer o próximo jogo.

#Fotos: Record

#adicionado a
O Céu é Encarnado

#publicado em simultâneo com o Encarnados

segunda-feira, novembro 13, 2006

Adeus Campeão, Parabéns Campeão

Fernando Augusto Amaral Caiado
02 de Março de 1925 - 12 de Novembro de 2006
2 Campeonatos Nacionais - 1954/55 e 1956/57
3 Taças de Portugal - 1952/53, 1954/55 e 1956/57
268 jogos na Primeira Divisão / 81 golos
16 Internacionalizações

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Joaquim Manuel Sampaio Silva (Quim) - 31 Anos
Nascido a 13 de Novembro de 1975 em Vila Nova de Famalicão
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A vida e a morte. Duas coisas quase tão complexas quanto o desporto que adoramos.

sexta-feira, novembro 10, 2006

O Maior Clube do Mundo!


Já é oficial! A partir de hoje o Sport Lisboa e Benfica é o clube com mais sócios a nível Mundial (160 mil pagantes, confirmados pelo Guinness Book of Records), que lhe proporcionam 13 milhões de euros anuais de quotização – num incrível “bolo” total de mais de 100 milhões de euros –, acima de instituições como o Barcelona, Manchester United, Real Madrid, AC Milan ou Bayern de Munique. O caminho a percorrer foi longo mas a promessa de Luís Filipe Vieira foi, mais de 3 anos depois, cumprida verdadeiramente... não sem muita "gozação" de alguns que hoje dobram a língua, desligam a TV e não lêem os jornais.

É inegável o estrondoso sucesso do Kit Novo Sócio mas o próximo objectivo continua a ser a meta dos 300 mil associados, algo quase inigualável.
Parabéns à Direcção do clube que conseguiu levantar este colosso da “lama” e nos vai brindando com feitos administrativos notáveis!


É nestes dias, mais que outros, que tenho um grande orgulho em ser benfiquista!
Agora é preciso ganhar, ganhar, ganhar...

NDR: As excelentes novidades não ficam por aqui, visto que o Canal Benfica é uma realidade cada vez mais materializável e até o nosso capitão foi considerado o melhor jogador do mês de Outubro da Liga Portuguesa – com o grego Katsouranis em 2º lugar e Nuno Gomes em 8º.

Um post de um user do SerBenfiquista alertou-me para a repercussão Mundial que esta notícia teve. Ficam então destaques em alguns países como África do Sul, EUA, Turquia, Índia, Escócia, Bolívia, México, Itália, Chile, Perú, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Bélgica, Espanha, Suiça e Brasil, que elucidam a dimensão do clube.

#Fotos: SerBenfiquista

#publicado em simultâneo com o Encarnados

domingo, novembro 05, 2006

Crónica 9ª Jornada - Oh não... os "Gregos" outra vez?!



Que eu sou um desmesurado fã de Petit já a maioria daqueles que me estão a ler sabem! Por isso é perfeitamente lógico que fique bastante contente quando o Benfica vence com uma boa performance deste espectacular “todo-terreno”. Sim, eu não me esqueço de um passe falhado que deu um contra-ataque aveirense – a outra perda de bola foi em falta, não assinalada – mas também há que enaltecer o grande golo e aquele corte sublime que impede o 0-1. Hoje, o Benfica terá feito, porventura, a melhor exibição da época – seguramente, a melhor 2ª parte da era Fernando Santos – e, assim, que mais podemos pedir? Perfeição não existe meus caros, mas o Benfica da 9ª jornada esteve lá perto… talvez um pouco mais de acerto na finalização e o Olimpo seria vermelho por uma semana! Penso que o 4-0 seria o resultado ajustado ao que se viu em campo, porventura um castigo “pesadão” para o adversário.

Confesso que tenho, e sempre tive, alguma simpatia pelo Beira-Mar. Não é daqueles clubes que me são totalmente indiferentes e por vezes até torço pelas suas vitórias... e nem só em jornadas como a anterior! Talvez por ser um clube da Região Centro e porque gosto bastante da cidade de Aveiro… é daquelas coisas com explicações complicadas. No entanto, há que reconhecer que este Beira-Mar tem uma equipa fraquita e só o seu excelente treinador tem camuflado a evidente falta de qualidade. Longe estão os tempos daquele grande Beira-Mar com Lobão, Palatsi, Fary e Ricardo Sousa, que garantiu um lugar Europeu.

Tenho a dizer que não me aflijo – até tenho uma grande satisfação nisso – ao dar “o braço a torcer” em relação ao treinador do Benfica. Atenção que os problemas não devem ser escamoteados com as vitórias e empolados com as derrotas, mas é notório que a equipa tem tido uma progressão de forma espectacular e apresenta um fio-de-jogo bastante razoável. Obviamente que com adversários mais fracos as conclusões a retirar podem ser pouco realistas mas parece, efectivamente, que o rumo está bem definido. Não obstante o losango ainda não me convencer – continuo a não gostar de ver Simão como #10 nem Nuno Assis como interior esquerdo – começo-lhe a ter alguma dose de tolerância… pelo menos enquanto resultar. Obviamente que nos tempos mais próximos este esquema não será alterado, mas e quando Rui Costa regressar?



O jogo, propriamente dito, teve pouca história. Do 1º ao último minuto o Benfica massacrou o adversário de forma indiscutível, falhando alguns golos por mérito do Beira-Mar mas também por algum demérito próprio. A exibição foi bastante agradável e sustentada numa esmagadora posse de bola, com profundidade atacante, futebol corrido e variadíssimas ocasiões de golo. Para além dos jogadores da casa, Torrão e Jorge Sousa – o tal do cotovelo, mais um arguido do Apito Dourado – foram, também, protagonistas. O 1º porque deu “pau de meia-noite” e o 2º porque deixou o 1º fazer o que quis, sem o deixar ir tomar banho mais cedo. E se o Miguelito se chamasse Andersonzito, equipasse de azul e branco e tivesse levado aquela “torrãozada” na canela?
Faltou, também, pelo menos um amarelo a Simão por aquela entrada dura e despropositada.

A nível individual há muita gente para destacar. Começo por evidenciar a portentosa defesa de Quim na sequência de um livre directo! Destaco mais uma excelente exibição de Nélson – com outra assistência para o seu plafond – e a grande classe de Simão. O capitão não conseguiu marcar mas encheu o campo, tenho pena que não possamos vê-lo como extremo porque, nesta excelente forma, o Simão reconhecido por todos estaria de regresso.
Impossível deixar de mencionar aquela surreal rotazione de Fabrizio Miccoli… que a dar golo seria o momento do ano! Não acredito que haja alguém, mesmo adepto de um clube rival, que não tenha ficado siderado e incrédulo com o magnifico gesto técnico deste prodigioso e afável italiano. Para mim, o #30 é o melhor jogador a jogar em Portugal, já o digo há muito tempo, e hoje deu show!

Como melhores em campo elejo Luisão e Petit: o #4 porque defendeu de forma imperial, sem uma única falha em 90 minutos, e ainda fez a assistência primorosa para o 3-0; de Petit já disse quase tudo mas só a forma como comemora os golos é digna de um benfiquista ver… a raça, a determinação e a categoria de um jogador “à Benfica”!
E que tal a resposta de Katsouranis? É impressionante que este talentoso jogador não tenha ficado condicionado com a nojenta campanha diária que a Imprensa Nacional fez ao longo de toda a semana. Mais um bonito golo de uma das referências deste Benfica 2006/07. Os “Gregos”, com dois golos, resolveram a partida!



O Campeonato vai, agora, parar uma semana para trabalhos da Selecção e na próxima jornada há uma deslocação dificílima a Braga. Um “teste de fogo” para o Nandinho e para este “losângulo” – parafraseando o “mítico” Secretário. Uma vitória será fundamental!

NDR: Esta época ainda não tinha visto aquele programa ridículo da TVI que tenta, de forma sofrível, acompanhar a Liga BWin. Alguém me explica qual é o propósito de, hoje, incluírem uma reportagem e um longo debate sobre a lesão do Rui Costa? Porque é que, um mês depois do “furo”, ainda estão a falar nisto de forma insistente e logo depois de uma vitória do Benfica?

Engraçado o diferente comportamento da Luz no que diz respeito a Buba e a Jardel… uma mistura explosiva que o brasileiro conhece bem!

Destaque para o video do Xander, que figura um excelente som de uma das minhas bandas favoritas. Conheçam o grupo, é excelente!


Ficha de Jogo:

9ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Jorge Sousa (Porto)

SL BENFICA: Quim; Nélson, Luisão, Ricardo Rocha e Miguelito; Simão (Mantorras, 84 m), Petit (Karagounis, 59 m), Katsouranis (Karyaka, 78 m) e Nuno Assis; Nuno Gomes e Fabrizio Miccoli.

SC BEIRA-MAR: Alê; Ricardo, Marco, Buba e Tininho; Torrão (Emerson, 56 m) e Camora (Wegno, 56 m); Ratinho (Mário Jardel, 71 m), André Leão e Rui Lima; Jorge Leitão.

Disciplina: Amarelos a Torrão (17 m), Buba (34 e 72 m), Nuno Gomes (63 m) e André Leão (71 m). Vermelho por acumulação a Buba (72 m).

Golos: 1-0, Katsouranis (52 m); 2-0, Petit (55 m); 3-0, Ricardo (75 m, na p.b).

#Fotos: AFP-Getty Images

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o Encarnados

quarta-feira, novembro 01, 2006

Crónica Fase Grupos Liga Campeões - Moeda ao ar?

A primeira nota que quero deixar vai para o brilhante comportamento dos adeptos do Celtic, antes, durante e depois deste confronto com o Benfica. Desde a confraternização nas imediações da Luz, passando pela fantástica e inédita – por outros que não os adeptos do Benfica – homenagem ao saudoso e malogrado Miklos Fehér e pelos cânticos de incentivo às duas equipas, até ao reconhecimento da mais-valia do adversário e felicitação pela vitória. Até este lá esteve!
À semelhança dos confrontos com o Liverpool, trocaram-se muitos cachecóis e fizeram-se, de certeza, algumas amizades. Voltou-se também a provar, hoje, no Estádio Nacional, que a malta britânica é porreiríssima, num total contraste com os conhecidos animais que pululam em Portugal. Sempre em apoio à sua equipa – nada de insultos ao adversário, mas sim com pérolas como o You’ll Never Walk Alone – e com um fair-play inexcedível. Os adeptos de Liverpool e Celtic são, de facto, diferentes… e ficaria contente com a passagem dos seus clubes aos Oitavos-de-Final da prova, juntamente com o nosso Benfica.

No que diz respeito ao jogo, é caso para dizer que a História se repete. 3-0 em todos os confrontos entre as duas equipas e mais uma vez a bitola manteve-se no mesmo patamar.
O Benfica fez uns primeiros 30 minutos colossais, onde alcançou dois golos e tranquilizou os adeptos. O central escocês Gary Caldwell, que tinha “secado” Nuno Gomes em Glasgow, meteu "água" por todos os lados e também ajudou um pouco à festa encarnada. A reacção do Celtic causou alguma tremedeira até ao intervalo pelo que com a tranquilidade e a eficácia necessárias – já todos vimos que estas duas vertentes de jogo são os "calcanhares de Aquiles" desta equipa – o resultado global da partida ter-se-ia avolumado para pelo menos 5… e talvez teria tido alguma importância no factor de desempate do Grupo.


Tacticamente foi o regresso do famigerado losango. Desta vez houve resultados práticos, muito pelo excessivo acanhamento escocês. Espero ter de dar o braço a torcer mas continuo a não gostar de ver o Simão no meio do terreno. E alguém que diga ao Nuno Assis para tentar desviar os seus remates dos defesas...há meses que não há um único que passe a muralha! O factor de sucesso deste esquema, no dia de hoje, terá sido a grande movimentação de Nélson, que serviu de único extremo e criou os desequilíbrios necessários para criar perigo. Pena que em Glasgow os escoceses sejam muito mais altos, não é Nandinho?!
Continuo a não perceber porque Fernando Santos insiste no Beto, no entanto, reconheço que hoje há muito pouco a apontar ao treinador do Benfica. Que seja para manter, o que obviamente e infelizmente não vai acontecer. Chamem-me “profeta da desgraça”, se quiserem.

A nível individual há vários destaques para fazer. Desde a segurança defensiva de Luisão e Quim, a velocidade e sentido de oportunidade de Nélson – com duas excelentes assistências – mas também a classe de Simão e a disponibilidade de Léo.
Acho que já todos tiramos as dúvidas sobre Katsouranis… que jogador fantástico é o grego! Uma aquisição estupenda que tem vindo a demonstrar que não precisa dos “tempos de adaptação” ou de “ritmos de jogo”. Um jogador maduro e de categoria, eficaz e … goleador. É fundamental nesta equipa!
O melhor em campo é, para mim Armando Teixeira! Foi o regresso aos grandes jogos do #6, que voltou a preencher de forma sublime o meio-campo, sendo fundamental nas acções defensivas mas principalmente nas ofensivas. É a partir de Petit que se desenvolvem as jogadas do 1º e 3º golos e se não fosse aquela desatenção, ao tentar não ceder lançamento, teria tido um prestação perfeita.

Não posso deixar de referir e congratular o excelente trabalho que Karyaka tem feito no Benfica. É preciso ter muita coragem e profissionalismo para, depois de ser ostracizado e quase dispensado, continuar a treinar bem e a manter a “cabeça levantada”. O russo está, inequivocamente, num óptimo momento de forma e assim apresenta-se como uma solução estupenda para saltar do banco e… fazer golos!
Terá a aprendizagem do Português tido alguma influência no reaparecimento do #19? Aposto que sim, claramente!



A outro nível, destaque para a espectacular arbitragem de Kyros Vassaras. Não se deu pelo grego, apesar do grande “cabedal”, e isso diz tudo! Um dos melhores árbitros do Mundo, da actualidade. O ano passado também esteve na Luz, lembram-se?

A surpreendente e humilhante vitória do Copenhaga frente ao Manchester complica um pouco as contas do Grupo e impossibilita que, com esta vitória, a Taça UEFA já esteja praticamente garantida. O apuramento na Champions está muito difícil e mesmo uma vitória frente aos dinamarqueses e uma derrota do Celtic frente ao United não garantem a qualificação. É um facto que o Benfica estará dependente daquilo que poderá fazer em Old Trafford. Seria bonito eliminar, de novo, o “todo-poderoso” Manchester mas a tarefa é mais que Hercúlea… isto se o Copenhaga sair derrotado da Luz.
Aqueles 2 pontinhos deixados na Dinamarca…

NDR: Manster pr’aqui, Manster pr’ali… Afinal, alguém me explica o que é um Manster?
O vídeo é do Xander, como sempre um espectáculo.



Ficha de Jogo:

4ª Jornada da Fase de Grupos da Champions League

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Kyros Vassaras (Grécia)

SL BENFICA: Quim; Nélson, Luisão, Ricardo Rocha e Léo; Simão, Petit (Beto, 83 m), Katsouranis e Nuno Assis; Nuno Gomes (Mantorras, 88 m) e Fabrizio Miccoli (Andrei Karyaka, 66 m).

CELTIC FC: Boruc; Telfer, Gary Caldwell, McManus e Naylor; Nakamura, Aaron Lennon, Evander Sno (Zurawski, 71 m) e Shaun Maloney (McGeady, 64 m); Kenny Miller e Pearson.

Disciplina: Amarelos a Sno (4 m), Ricardo Rocha (27 m), Léo (53 m), Maloney (54 m) e Pearson (86 m).

Golos: 1-0, Caldwell (8 m, na p.b); 2-0, Nuno Gomes (22 m); 3-0, Karyaka (75 m).


#Fotos: AFP-Getty Images e SerBenfiquista

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o Encarnados