domingo, dezembro 23, 2007

Crónica 14ª Jornada - Rectificar a Tempo!


Depois de uma primeira parte a roçar o medonho, a vitória apareceu e a coroar um segundo tempo de boa qualidade. Tendo em conta a última assistência, e o descrédito benfiquista já vincado, a Luz até estava com uma moldura assinalável. Confesso que, os quase 25 mil espectadores, me surpreenderam. Acho que Camacho tem de rever o 11 inicial, urgentemente. O Benfica precisa de um extremo-direito e de um #10/avançado-móvel com carácter de urgência, pois só assim este 4-2-3-1 fará algum sentido. Está-se a fazer algum banzé, com a substituição do Rui Costa, mas a maioria esquecesse que a substituição foi mais táctica do que técnica. A inclusão de dois avançados exigiu-a, e talvez seja por isso que a dupla Cardozo/Nuno Gomes é utilizada menos vezes. Acho lamentável começar-se a colocar em causa a categoria de Rui Costa, ele que já demonstrou capacidade em 2007/08 e há bem pouco tempo, em Coimbra. Não é por um jogo menos conseguido, e eu até acho que não esteve tão mal como dizem, que passa a ser descartável. Nem o Rui Costa escapa ao “queimatório”, como seria de esperar.

Escolho Léo como o melhor da noite, dentro e fora das 4 linhas. Imperial! Posso ferir algumas susceptibilidades mas acho Maxi Pereira um jogador apenas razoável, a roçar o medíocre. É lento e macio a defender – há 2 lances gritantes na 2ª parte onde dá todo o espaço, ao avançado, para rematar – e apenas regular como opção mais avançada. Como lateral acho-o pior que Nélson. E um extremo do Benfica tem de ser mais como Rodríguez, que cada vez mais é decisivo. Por 3 milhões de euros acho o defesa-médio uruguaio muito caro! Binya, a opção mais consistente a Petit, é uma versão 2.0 de Beto. Com o mesmo deficit gritante no capítulo do passe, e neste jogo contei 8 errados, mas mais seguro e influente. É um jogador superior ao brasileiro, mas a comparação faz algum sentido. O mais preocupante nem é a péssima capacidade de passe, mas a ingenuidade que custa amarelos, vermelhos e faltas escusadas. Petit pode servir de "professor", até porque já passou por duro e soube dar a volta. Mas todos gostamos daqueles lançamentos longos, claro. São já uma imagem de marca, e se não me falha a memória, é a 3ª vez que resultam em golo.

Di María a titular não é opção consistente, na minha opinião. É queimar um jogador verde, com potencial. Gostei da sua entrada em campo, na altura em que costuma render mais, mas precisa muito de banco. David Luiz continua um pouquinho trapalhão a defender, mas tem muita classe com a bola nos pés. Se evoluir de forma progressiva será um grande central. Nuno Gomes entrou ao intervalo e demorou 22 minutos a tocar na bola. 4 dos 6 golos que marcou para o Campeonato não são decisivos, porque só servem para avolumar o resultado, quando este já está feito. Factos! Fez um bom passe de rotura e finalizou outro lance como lhe compete. Nada mais. Não tem sido tão decisivo como se exige a um ponta-de-lança do Benfica, mas se for sempre assim já não é nada mau. Preocupante, também, o completo desaparecimento de Katsouranis nos últimos jogos. O grego voltou a fazer um mau jogo, o que acaba por não ser uma surpresa. De Quim é raro o dia em que se pode fazer críticas negativas. Quando foi chamado a intervir fê-lo com a usual categoria. Luisão e Cardozo em bom nível, também. O remate de livre do paraguaio seria um golo fantástico.

Arbitragem regular, mas Maurício tinha de ser expulso, por duplo amarelo, no lance do indiscutível penalty. Se Katsouranis é amarelado por uma falta banal, não percebo como o brasileiro do Estrela ficou em campo. Não conheço bem este Hugo Miguel, mas fiquei preocupado quando me disseram que era o protegido do Augusto Duarte. Tão jovem e já associado a gente tão perigosa! Esteve bem, no entanto, ao amarelar Adu por simulação de falta dentro da área. O americano não precisa nada destas coisas, que só penalizam o seu estatuto e futuro.

Apesar do confrangedor primeiro tempo, acabou-se o ano a ganhar e a diminuir a vantagem para o líder. Isso é o mais importante! Não entro na historieta das contas, acima de tudo porque não gosto dessa “estratégia” na mentalidade desportiva. Prefiro ver as coisas jogo-a-jogo, um passo de cada vez. Agora, o essencial será agir bem no Mercado de Inverno, para atacar o resto de Liga. Se, de facto, há o dinheiro que se diz que há, espero reforços com a qualidade suficiente para colmatar as necessidades que Camacho diz que tem. Sinceramente, não confio nem um pouco na capacidade desportiva do actual Presidente, e por isso espero que o treinador tenha influência nas movimentações do Benfica. Dos nomes que se fala, Fred agradar-me-ia imenso, mas talvez seja a possibilidade mais “impossível”. Comprar por comprar é que não!

NDR: Em relação ao sorteio da UEFA, já comentado pelo REDrigues, posso dizer que me agrada. Aparentemente, o Nuremberga não é uma daquelas equipas de nomeada e com basta experiência europeia. Penso que, em teoria, um Benfica mediano passará a eliminatória com maior ou menos dificuldade. Concretamente, de Nuremberga, só conheço o célebre Julgamento dos Nazis. Reconheço as minhas limitações em relação ao Futebol Alemão.

De lamentar, como é óbvio, a morte de mais uma grande figura do Benfica. 2007 foi um ano complicado neste aspecto. O Presidente Ferreira Queimado será sempre recordado como um dos grandes benfiquistas que serviram este clube.

Podem sacar um excelente resumo do jogo, do Bakero, aqui.

Ficha do Jogo:

14ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa)

SL BENFICA: Quim; Nélson (Nuno Gomes, ao int.), Luisão, David Luiz e Léo; Katsouranis e Binya; Maxi Pereira, Rui Costa (Di María, ao int.) e Cristián Rodríguez (Freddy Adu, 82 m); Óscar Cardozo.

ESTRELA AMADORA: Nélson; Rui Duarte, Wagnão, Maurício e Hélder Cabral; Fernando e Tiago Gomes; Yoni (Pedro Pereira, 72 m) Mateus e Ndiaye (Anselmo, 69 m); Luís Aguiar (Fábio, 74 m).

Disciplina: Amarelos a Binya (45+2 m), Wagnão (54 m), Maxi Pereira (62 m), Katsouranis (81 m), Anselmo (82 m) e Freddy Adu (90+2 m).

Golos: 1-0, Cristian Rodriguez (51 m); 2-0, Cardozo (70 m, de g. p.); 3-0, Nuno Gomes (89 m).

#Foto: AFP-Getty Images

#adicionado a Crónicas 07/08

#publicado em simultâneo com o Encarnados

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Dossier Nurenberga

O Nuremberga e' um clube desconhecido para mim, e para muitos Benfiquistas. O Marvermelho decidiu fazer um pesquisa sobre o proximo adversario do SLB na taca UEFA.

Nome: FC Nuremberga
Estadio: EasyCredit-Stadium Capacidade: 46,780
Percurso na UEFA: Antes de chegar 'a fase de grupos, defrontou o Rapid de Bucareste tendo empatado os jogos (0-0 em casa e 2-2 fora) mas passou por ter marcado no terreno do Rapid. A fase de grupos comecou mal ao perder com o Everton em casa (0-2) e empatado com o Zenit fora por duas bolas mas ao ganhar ao AZ Alkmaar em casa por 2-1 e ir ao terreno do Larissa e ganhar por 1-3, carimbou a passagem no grupo em segundo lugar (atras do Everton) com 7 pontos.
Passado na UEFA:
Provas Domesticas: Com 15 pontos, o Nuremberga esta' em 16o na tabela da Bundesleague.
Passado Domestico:Campeoes Alemaes 1920, 1921, 1924, 1925, 1927, 1936, 1948, 1961 e 1968. Taca Alema: 1935, 1939, 1962 e 2007.
Fans: O Nuremberga pode-se gabar dos seus fans e atmosfera que eles criam no jogos em casa. O grupo/associacao de fans que mais peso tem nesta atmosfera sao os "Seniorentisch" (Mesa Senior) e remonta a 1932 a sua fundacao. Fantastico e algo a aprender com estes Alemaes que nunca viram as costas 'a sua equipa de coracao.
Site: http://www.fcn.de/

Larissa 1-3 Nuremberga

Sacado de: www.tvgolo.com

(incompleto)

Os 32 da Taca UEFA

(1o)Everton, Atlético, Villarreal, Hamburgo, Leverkusen, Bayern, Getafe, Bordeaux, (2o)Nurnberga, Panathinaikos, Fiorentina, Basileia, Spartak Moscovo, Braga, Tottenham, Helsingborg, (3o)Zenit, Aberdeen, AEK, Brann, Zurique, Bolton, Anderlecht, Galatasaray, (LC), Marselha, Rosenborg, W.Bremen, Benfica, Rangers, Sporting, PSV e Slavia.

domingo, dezembro 16, 2007

Crónica 13ª Jornada - C'est Fini!

Parece que, agora, o Campeonato está definitivamente arrumado. Mais um, é verdade, mesmo com isto tudo a envergonhar o país! É triste mas a vida é mesmo assim. Já há muito tempo que não falhava um jogo do Benfica, e logo “escolhi” uma derrota para o fazer. Um jantar familiar de Natal, em Fátima, impossibilitou-me de seguir o jogo e, por isso mesmo, é-me impossível elaborar a minha crónica habitual. No entanto, posso dizer que a derrota não me surpreendeu muito. Para além da tradicional dificuldade da deslocação ao Restelo, há também a excelente mais-valia do adversário a ter em conta. O ano passado houve Simão para resolver, ele que o fazia tantas vezes, e este ano temos quem?

Acho, e sempre o disse, que a equipa do Benfica deste ano é bastante fraca… e ainda por cima está pouco rotinada! “O melhor plantel dos últimos 10 anos” é uma tirada anedótica que só pode ser dita por alguém com um comportamento delirante, ou por quem não percebe nada de futebol. E, vindo de quem vem, é uma afirmação com contornos bastante preocupantes. Não penso que, com tanta juventude e alguma falta de qualidade, o Benfica 2007/08 tenha estofo de campeão. Possivelmente, o clube voltará a não conseguir conquistar qualquer troféu nesta temporada, e, dessa forma, cabeças têm de rolar. Poderia analisar a patética Gestão Desportiva de Luís Filipe Vieira, mas isso era repetir-me mais uma vez. Os benfiquistas, mais os que sentem o mau momento do Benfica, que se manifestem a quem tem a responsabilidade. Já está na hora de se fazer alguma coisa, não acham?

Ficha do Jogo:

13ª Jornada da Liga BWin

Estádio do Restelo, em Lisboa

Árbitro: Paulo Baptista (AF Portalegre)

CF BELENENSES: Marco Gonçalves; Ruben Amorim (Amaral, 49 m), Devic, Rolando e Rodrigo Alvim (Areias, 58 m); Gabriel Gómez, Hugo Leal e Zé Pedro; Silas, Evandro Roncatto (João Paulo Oliveira, 89 m) e Weldon.

SL BENFICA: Quim; Nélson, Luisão, David Luiz e Léo; Katsouranis (Di María, 64 m) e Petit; Maxi Pereira (Nuno Gomes, 64 m), Rui Costa e Cristián Rodríguez (Freddy Adu, 79 m); Óscar Cardozo.

Disciplina: Amarelos a Devic (43 m), Nélson (45+1 m) e Rui Costa (80 m).

Golos: 1-0, Weldon (70 m).

#Foto: Reuters

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sexta-feira, dezembro 14, 2007

O "desnorte" do Sporting e' tao grande que...

...o Joao Moutinho foi oferecer a camisola 'a claque adversaria.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Sorteio da 5.ª eliminatória, Taça de Portugal

Penafiel-Sertanense; Naval-Boavista; Beira-Mar-Moreirense; V.Setúbal-U. Leiria; Benfica-Feirense; V. Guimarães-Nacional; Sporting-Lagoa; FC Porto-Desp. Aves; Leixões-Anadia; Oliveirense-Marítimo; Rio Ave-Olhanense; Gil Vicente-Juventude Évora; Paços de Ferreira-Abrantes; Estrela Amadora-Sp. Braga.
Isento: Atl. Valdevez

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Crónica Taça Portugal - Tacuara vs Xistra!


A primeira nota de destaque terá de ser, forçosamente, para a ridícula assistência na Luz, que perfaz a pior de sempre desde a sua inauguração. 12 mil pessoas é, de facto, um número que deve envergonhar não só os adeptos com cativos mas, também, a Direcção do Benfica. De certeza que não é com assistências como esta que se vai solidificar o excelente trabalho financeiro de ressuscitação do Benfica. É, sim, preocupante ver como, no ultimo ano, o Estádio da Luz raramente enche… mesmo nos grandes jogos! E que tal bilhetes mais baratos, e mais estrelas na equipa? Urge fazer uma “campanha” de massificação da afluência aos jogos do Benfica, e não só no Futebol Profissional. Mesmo a Secção de Futsal, a modalidade mais vencedora do clube, tem tido alguns problemas no que diz respeito à afluência de público. Não é admissível que o maior clube desportivo nacional tenha dificuldade para encher o seu recinto!

Agora, indo concretamente ao jogo, apraz-me dizer que assisti à partida com grande tranquilidade. Não só porque a confiança na vitória era praticamente absoluta, mas também porque a exibição da equipa até contribuiu para esse estado de espírito. O Benfica entrou forte no jogo, e acabou por fazer uma primeira parte de grande nível. Acabou com 2 golos de vantagem mas, tal como diz Camacho, poderia ter feito mais. Apesar de Camacho ter feito várias alterações –, com Butt, Nuno Assis e Edcarlos de regresso, após vários jogos de fora das opções principais – a mentalidade da equipa esteve apenas focada na vitória e com bons momentos de futebol espectáculo. Ainda longe daquilo que é exigível a um clube como o Benfica mas, com certeza, mais próximo.

É curioso verificar que apesar do resultado final acabar por ser o mesmo do recente confronto, em Coimbra e para o Campeonato, desta vez foi tudo mais fácil. Luisão voltou a molhar a sopa, e a exibir-se em grande nível. Está a ser um excelente mês para o internacional brasileiro, que parece recuperar a excelente forma que o levou ao escrete. Defensivamente a habitual categoria, e agora com “tempo” para os bonitos golos. Em grande nível esteve também Léo, com uma primeira parte de fina água. Alguém que arranje um clip da jogada do 2-0 e o entregue em mãos a quem, da Direcção do clube, está a tratar do processo de renovação deste genial lateral-esquerdo. E, se possível, informe o respectivo individuo, do brutal abaixamento de qualidade da equipa após a saída por lesão do Maradoninha. Seria esclarecedor, certamente! Óscar Cardozo volta a bisar, faz o 9º golo da época, e garante mais uma vitória do Benfica. Se calhar, a adaptação só demorou 3/4 meses e o Tacuara já está a justificar o preço do passe. Veremos nos próximos tempos, mas 4 golos em 2 jogos é um registo muito interessante.

Butt já foi um grande guarda-redes, hoje é o elo mais fraco. Sofre mais um frango, não dá segurança dentro e fora da baliza e é de uma lentidão como só vi em Bossio. A outra bola que foi ao poste entrava se fosse um pouquinho mais para dentro, porque ele só se deitou quando ela já tinha passado. Ainda bem que o Benfica está brilhante financeiramente, assim, os quase 100 mil euros/mês que o alemão ganha não fazem um rombo assim tão grande na "brilhante" Gestão Desportiva. Nuno Assis, juntamente com Butt, foi o pior jogador do Benfica neste jogo. O Assis é aquele tipo de jogador que não tem nada de transcendente. É medianozinho em tudo e, como tal, não tem categoria para ser titular regular de um grande Benfica. Acho que, com ele em campo, o futebol do Benfica fica completamente inconsequente. Passes para o lado, para trás, poucos remates e todos nas costas do defesa. Assistências, nestes anos todos, contam-se pelos dedos de uma mão. Felizmente, Di Maria fez um bom jogo, caso contrário as alas do Benfica tinham sido zero.

Ter Carlos Xistra a apitar um jogo do Benfica é sinónimo de roubo despudorado. Esta partida serve de exemplo, já que fica marcada pela prestação catastrófica da “peça”. Para além dos dois penaltys a favor do Benfica, que não foram assinalados – mão na área de um defesa academista e empurrão de Pavlovic a Nuno Assis –, o árbitro de Castelo Branco impediu que Cardozo fizesse o hattrick, ao cortar uma jogada limpa com o jogador quase isolado. Disciplinarmente não vi coisas fora do normal, mesmo com um ou outro amarelo “desaparecido” para os dois lados, mas ainda há um fora-de-jogo a Nuno Gomes, com o jogador em boa posição, que foi muito mal assinalado. Um dos livres à entrada da área do Benfica, e em posição frontal, não existe. São muitos erros!

Espero que, na próxima eliminatória, o grau de dificuldade imposto ao Benfica seja idêntico ao sujeito aos outros candidatos ao título. O Benfica, juntamente com o Belenenses, foi o único clube da 1ª Liga a enfrentar outra equipa do mesmo escalão – o Belém até acabou eliminado nos penaltys. Ou então, sempre podem vir a Leiria…

NDR: Não posso dizer que não haja telhados de vidro no Benfica, porque os há efectivamente, mas acaba por ser triste ver a situação que o Sporting está a colocar a Yordanov. Não é um ex-atleta do meu clube, mas isso não quer dizer que não possa ter admiração e respeito pelo búlgaro. Yordanov foi um grande jogador de futebol, um atleta exemplar, que sempre representou o Sporting com grande profissionalismo e, porque não dizer, amor ao clube. E até passou por um gravíssimo problema de saúde, que parece estar controlado, mas não é por isso que escrevo estas linhas. É um daqueles atletas que é uma referência para os adeptos e, por isso, nunca deve estar envolvido neste tipo de coisas.

Ficha do Jogo:

4ª Eliminatória da Taça de Portugal

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Carlos Xistra (AF Castelo Branco)

SL BENFICA: Hans-Jörg Butt; Nélson, Luisão, Edcarlos e Léo (Luís Filipe, 48 m); Nuno Assis, Petit, Binya e Di Maria (Freddy Adu, 75 m); Nuno Gomes e Óscar Cardozo (Mantorras, 87 m).

ACADÉMICA: Pedro Roma; Pedro Costa, Litos, Kaká e Vítor Vinha; Pavlovic, Paulo Sérgio (Ivanildo, ao int.) e N´Doye (Miguel Pedro, 68 m); Lito, Joeano (Gyano, 66 m) e Hélder Barbosa.

Disciplina: Amarelos a Kaká (34 m), Litos (54 m), Edcarlos (59 m), Pavlovic (60 m), Binya (70 m) e Luís Filipe (79 m).

Golos: 1-0, Luisão (40 m), 2-0, Cardozo (44 m); 2-1, N´Doye (53 m), 3-1, Cardozo (85 m).

#Fotos: Site Oficial

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terça-feira, dezembro 04, 2007

Crónica Fase Grupos Liga Campeões - De Rosa, mas com muita Raça!


Terminou, oficialmente, a “Maldição da Camisola Rosa”! Penso que é a primeira vitória benfiquista, envergando a camisola alternativa deste ano. E quem duvidava da falta de virilidade da equipa, com esta indumentária, levou uma lição de como se utilizar a raça e a vontade, individual e colectiva, para vencer uma partida de futebol. Em condições climatéricas extremamente difíceis, e quem já jogou futebol sabe que com tanto frio se torna doloroso tocar na bola, o Benfica arrancou uma importantíssima vitória no terreno do Vice-Campeão Ucraniano. Não podemos dizer que a equipa esteve brilhante, porque não esteve, mas deu prazer ver a determinação encarnada, depois da desilusão de Sábado. É verdade que era a última possibilidade de “arrancar” alguma coisa das competições europeias, mas em boa hora apareceu uma exibição com alto índice de eficácia. Sim, a mesma eficácia que tem faltado em outros jogos decisivos!

Camacho fez algumas alterações, nomeadamente o tão esperado – pelo menos por mim – regresso de Nélson, e relegou Nuno Gomes para o banco. Rodríguez, claro, faz imensa falta a esta equipa pois Di María (ainda) mostra pouca produtividade. Parece que, desta vez, o mito do argentino só jogar bem no lado esquerdo terá terminado. Tal como Luís Filipe, o jogo defensivo de Nélson continua próximo de um desastre nuclear. Defendo a sua entrada no 11, e tendo em conta o que há no plantel, por causa do superior futebol ofensivo. Isso parece-me inegável, ainda que não o tenha mostrado nesta partida. Portanto, e concluindo, a lateral-direita do Benfica continua com um grave problema de classe. O Benfica até entrou mal na partida mas, na globalidade, deu para gostar da exibição. Os golos de Cardozo, principalmente o fantástico golpe de cabeça, foram essenciais para dar aquela tranquilidade primordial, que garante as vitórias.

A nível individual há uma clara melhoria na maioria dos jogadores, principalmente de Petit e Luisão. Estes foram, para mim, os jogadores em maior evidência, com especial destaque para o regresso às grandes exibições do central brasileiro. Petit esteve muito próximo da excelência a que nos tem habituado. Tal como Quim, embora com muita infelicidade na forma como não conseguiu defender o penalty. Gostei, também, dos malabarismos de Rui Costa. O Maestro foi fundamental, devido à grande capacidade de segurar a bola, e iniciar ataques através dos tais passes à Rui Costa. Como é óbvio, Óscar Cardozo terá de ter uma referência especial, tendo em conta que fez os golos da vitória – e tem, ainda, um remate a 40 metros que tira o fôlego a qualquer sofredor. Que este bis do paraguaio seja o início de uma grande carreira de manto sagrado vestido. Preocupante continua a completa inutilidade que é o futebol de Di María, e, mais grave ainda, o brutal abaixamento de forma de David Luiz. Ele que até começou o jogo em grande estilo.

Confesso que costumo gostar da arbitragem de Kyros Vassaras, mas neste jogo houve pouco para gostar. Não consegui confirmar, em nenhuma das várias repetições, que há mesmo falta no penalty assinalado a David Luiz. Nem sequer consegui ver um contacto muito evidente. Falta parece-me existir, por outro lado, num toque de Nélson em Brandão, já dentro da área. O grego deixou seguir! Mas não gostei da sua prestação, principalmente, porque interveio demasiado em coisas com pouco interesse e deixou passar outros lances mais gravosos. Houve muitas simulações dos da casa, e muita complacência com algumas entradas duras… uma delas a Petit, que é verdadeiramente vergonhosa!

Denotou-se algum atabalhoamento dos brasile… ucranianos do Shakhtar, o que acaba por ser estranho, tendo em conta o imenso potencial técnico da equipa. Equipa essa, recorde-se, gastou, em reforços para 2007/08, mais do triplo que o Benfica. Erradamente, a Comunicação Social Portuguesa informou que perderam a liderança da Liga da Ucrânia, o que não é matematicamente verdade, pois têm menos dois pontos que o líder mas, realço, tem menos um jogo disputado. É uma pena que a participação do Benfica na Liga dos Campeões tenha terminado desta forma, até porque há a registar o anormal resultado na Luz, frente a este mesmo Shakhtar. Talvez tenha sido por aí que o apuramento se tenha tornado impossível. Agora, na Taça UEFA, a história é completamente diferente e, porventura, a exigência é um pouquinho maior.

NDR: Obviamente que as notícias benfiquistas do dia têm sido, quase em exclusivo, acerca da “pequena traição” de José Veiga a Luís Filipe Vieira. Nada que me surpreenda, pois, de um escroque, lealdade é algo que não faz parte do dicionário. O que penso de Veiga já o escrevi várias vezes, não vale a pena repetir. Tenho pena é do facto do nome do Benfica ter sido conspurcado por gente de baixo nível... e até há alguns que por lá permanecem. Obviamente que quem o escolheu para o cargo não passa incólume disto tudo, muito pelo contrário: “Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és!” Mas isso daria para outro post, de análise à catástrofe que tem sido a Gestão Desportiva de Luís Filipe Vieira! E não há ninguém que pergunte ao gestor wannabe, se a contratação milionária do Everson – incluindo os seus 15 mil contos mensais e 300 mil contos de passe – também está no "Manual de Boas Práticas"?

O que seria se, isto, acontecesse a um jogador de outras cores?

Desta vez arranjei um resumo de outro autor, do grande Bakero, do Memória Gloriosa. Podem sacá-lo, aqui.

Ficha do Jogo:

6ª Jornada da Fase de Grupos da Champions League

Estádio Olímpico, em Donetsk

Árbitro: Kyros Vassaras (Grécia)

SHAKHTAR DONETSK: Pyatov; Darijo Srna, Chygrynskiy, Kucher e Rat; Lewandowski (Hubschman, 57 m); Ilsinho (Willian, 67 m), Jadson e Fernandinho; Cristiano Lucarelli (Gladkiy, 74 m) e Brandão.

SL BENFICA: Quim; Nélson, Luisão, David Luiz e Léo; Katsouranis e Petit; Maxi Pereira (Luís Filipe, 83 m), Rui Costa e Di María (Nuno Assis, 67 m); Óscar Cardozo (Nuno Gomes, 90 m).

Disciplina: Amarelos a David Luiz (29 m), Kucher (68 m), Luís Filipe (90+1 m), Brandão (90+4 m).

Golos: 0-1, Cardozo (5 m); 0-2, Cardozo (21 m); 1-2, Lucarelli (30 m, de g.p.).

#Fotos: Reuters, AFP-Getty Images e Site Oficial do Shakhtar

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Encarnados

sábado, dezembro 01, 2007

Crónica 12ª Jornada - Lembram-se do tal Amarelo?!

Poderia começar por dizer que este jogo nem sequer se devia ter disputado, e já há vários anos que defendo que o Benfica deve abandonar o terreno de jogo, nos Clássicos, enquanto os dirigentes do FC Porto estiverem acusados judicialmente de o prejudicar de forma ilícita. A pena desportiva, que impediria estes Clássicos na Liga Bwin durante vários anos, tarda em ser aplicada e, porventura, nunca o será. Tudo isto na maior tranquilidade e com a conivência, e complacência, da Comunicação Social Portuguesa. Poderia, ainda, mencionar a conhecida, e muito obscura, História recente do FC Porto. História essa que possibilitou um brutal agigantamento, Nacional e Europeu, absolutamente sufocante para o quadro competitivo desportivo. O que era, antes, tripartido divide-se, agora, em FC Porto e, raramente, todos os outros concorrentes. Mas não é esta temática dolorosa que quero para a crónica deste jogo. Isso ficará para outra oportunidade!

O que interessa abordar, no momento, é a prestação da equipa do clube a que este blog faz homenagem. O que todos vimos foi, possivelmente, a pior exibição da época e, como sabemos, neste tipo de confrontos, com grandes equipas, esse factor é decisivo. O Benfica esteve muito mal como conjunto e, pasmem-se, absolutamente miserável individualmente. Tão miserável que se tornaria fastidioso alongar a habitual análise individual. Escapará, ao confrangedor desastre, o guarda-redes Quim. Sobre Luís Filipe e Nuno Gomes já escrevi que chegue ao longo dos últimos tempos, mas o que me surpreendeu, pela negativa, foi a postura em campo de Léo e David Luiz. Fizeram, ambos, a pior exibição de sempre pelo Benfica e disso a equipa ressentiu-se imenso… principalmente na 1ª parte! O que vimos, neste caso não vimos, reflecte a imensa pressão incutida a esta equipa. Algo que não foi possível ultrapassar, o que acaba por ser uma surpresa tendo em conta que Camacho é o treinador.

O Benfica até entrou bastante bem no jogo, dando a ideia que iriam aparecer os saudosos 15 minutos à Benfica. E eles apareceram em versão moderna, o que subentende pior, mas com um deficit gritante na finalização. Logo no 1º minuto, Nuno Gomes aparece isolado mas permite a recuperação de Pedro Emanuel… e o lance só dá canto. E a primeira parte do Benfica, em jogo corrido, foi apenas isto. O FC Porto acabou por conseguir assumir as despesas do jogo e deixou o Benfica a ver jogar até ao intervalo, acabando por marcar na sua 3ª grande oportunidade de golo – já Tarik tinha rematado ao lado do poste (32 m), e Lisandro permitido a defesa de Quim (41 m). Na segunda-parte, o Benfica, jogando em casa, aproveitou o recuo do adversário e impôs o seu futebol, apenas sofrendo alguns calafrios em contra-ataques esporádicos. Apareceram várias oportunidades mas Hélton, ou o desacerto dos avançados encarnados, impediram o empate. Freddy Adu teve, mesmo, a melhor oportunidade da 2ª parte mas o remate foi bem blocado pelo guarda-redes brasileiro (78 m).

No entanto, factualmente, o que decidiu o jogo, e provavelmente o Campeonato, foi o golo de um jogador que, a bem da Verdade Desportiva, nem sequer devia ter jogado. Para quem por cá anda não é nada de anormal, portanto. Eu tenho um dedo que adivinha estas coisas! Quaresma foi o melhor em campo para toda a Imprensa Desportiva, e marcou o único golo do encontro. Se o FC Porto venceria na mesma sem Quaresma, nunca saberemos, mas quero desculpar a má exibição do Benfica, com este lance? Não. Quero desculpar a miserável Gestão Desportiva da actual Direcção do Benfica, com este lance? Não. Quero desculpar erros individuais de jogadores e até treinador, com este lance? Não. Mas é indesmentível que o Clássico, decidido desta forma, terá impacto profundo no restante Campeonato. Obviamente que limita a possibilidade real, de conquista, do Benfica e fomenta a tranquilidade do FC Porto, na conquista desse objectivo! É a história da tal “almofada”, no início das épocas, que já conhecemos.

Na minha opinião, a arbitragem de Jorge Sousa, sócio efectivo do FC Porto e arguido do Apito Dourado, acabou por não ter um carácter tão decisivo como seria de esperar, visto que houve erros para ambos os lados. Passaram impunes algumas entradas duras, mas nada para expulsão, e até há dois lances polémicos dentro da área mas que foram, efectivamente, bem resolvidos. São lances muito semelhantes, com contacto entre jogadores, mas onde há mais um aproveitamento da situação do que uma falta evidente. Falo, claro está, da situação entre David Luiz e Lisandro López, e entre Di Maria e Jorge Fucile. Nada de relevante a nível do fora-de-jogo e apenas uma ou outra falta não assinalada, uma delas à entrada da área do FC Porto que foi marcada ao contrário. Seria bom poder dizer isto de todos os grande jogos da Bwin, infelizmente não é.

O mau jogo que o Benfica fez ontem, não me faz esquecer os 6 penaltys não assinalados a favor do Benfica – 3 deles com implicação directa nos pontos obtidos - ou a quantidade obscena de golos irregulares do FC Porto. É perfeitamente normal, depois dos Clássicos, ser tudo relativizado e, a maioria, reconhecer a "qualidade" do FC Porto. É assim há tantos anos que não é novidade. Mas, raramente, são os Clássicos/Derbys a resolver o campeonato. Sim, parecem desculpas dos derrotados. Também era assim que eram tratados os que durante décadas lutaram contra a Máfia. Agora, prova-se que não é assim! Que o Benfica fez uma exibição suicida toda a gente viu, mas nunca um clube baseado na corrupção terá o meu reconhecimento. Apontar as falhas do Benfica é a nossa obrigação como benfiquistas. Agora, para elogiar e felicitar bandidos não contem comigo.

NDR: Pela primeira vez na história da televisão portuguesa, neste caso da SIC, foi transmitida uma reportagem de aproximadamente 3 minutos com 12, repito 12, insultos aos adeptos do Sport Lisboa e Benfica. Nunca, em período tão curto, foi possível apresentar tal feito. Brilhante trabalho de edição de imagem e som, de facto. Aposto que o SLB SLB, Filhos da… nunca teve tanta difusão. Mas não inovem muito, está bem? Se é para isso que tal, em vez do Guilherme Aguiar, contratarem um desses SD’s. Assim, durante duas horas e meia, será possível enxovalhar meio Portugal, em directo e de forma ininterrupta.

Ficha do Jogo:

12ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Jorge Sousa (AF Porto)

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Luisão, David Luiz e Léo; Petit e Katsouranis (Cardozo, 64 m); Maxi Pereira (Di María, 70 m), Rui Costa e Cristián Rodríguez; Nuno Gomes (Freddy Adu, 78 m).

FC PORTO: Hélton; Bosingwa, Bruno Alves, Pedro Emanuel e Fucile; Lucho Gonzalez, Paulo Assunção e Raúl Meireles (Bollati, 80 m); Tarik Sektioui (Hélder Postiga, 60 m), Lisandro López e Ricardo Quaresma (Mariano González 68 m).

Disciplina: Amarelos a Fucile (43 m), Tarik (52 m), Katsouranis (62 m), Di María (75 m) e Helton (86 m).

Golos: 0-1, Quaresma (41 m).


#Fotos: AFP-Getty Images e Reuters

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Soares Franco, naquela parte do dia que Queiros referiu

«Somos a maior força desportiva portuguesa e não nos venham com críticas levianas. Sejam elas insinuações de comentadores, jornalistas ou até de treinadores». Sim, tenho de fazer uma força para nao cagar a rir.
Sobre Paulo Bento e equipa tecnica(?), «É uma grande equipa, una e competente, com uma dedicação ilimitada à causa do Sporting.». Tens razao, a causa do quase que era mas nao foi.
«Para sermos grandes também precisamos de mais sócios.» Sinto-me perdido! Nao eram a maior força desportiva?

quarta-feira, novembro 28, 2007

Crónica Fase Grupos Liga Campeões - Um Maxi Benfica!

A história dizia que já várias vezes o Milan espetou a farpa ao Benfica, duas delas em Finais da Taça dos Campeões. Com os italianos em mau momento no Campeonato, e com um Benfica em fase de enorme crescimento, seria de esperar uma grande oportunidade para vencer o actual Campeão Europeu. O problema é que o Milan da Série A não é o mesmo Milan da Champions League, para melhor. O Benfica entrou em campo de forma desastrada, nervosa, trapalhona e os italianos aproveitaram para mandar no jogo, criar várias oportunidades e… marcar. Nada surpreendente, claro está, tendo em conta a qualidade intrínseca da equipa milanesa. Reparem em Nesta, Seedorf, Gatusso, Gilardino e Pirlo, o patrão, que faz um golo soberbo. Fantásticos, não são?

Camacho optou pela equipa mais óbvia, o seu 4-2-3-1, sendo Nuno Gomes o único avançado de raiz. Cristián Rodríguez, Maxi Pereira e Petit regressaram ao 11, e formaram aquela que me parece ser, no momento, a melhor equipa possível do Benfica 2007/08. Luís Filipe à parte, evidentemente. A mecanização deste 11 parece-me bastante positiva, sendo que a reacção ao golo adversário foi quase imediata. E o que dizer da obra-prima de Maxi Pereira? O uruguaio até já tinha tentado algo do género anteriormente, mas saiu muito mal, e com aquele remate genial consegue obter um dos melhores golos da jornada europeia e, consequentemente, um dos melhores já marcados esta época, no palco da Luz. O golo uruguaio, esplendoroso, galvanizou o Benfica e atirou a equipa para uma restante primeira parte de grande qualidade. Acredito que o Milan também tenha optado por uma posição de maior prudência, mas isso não invalida a excelente exibição da equipa da casa.

Kaká foi, sempre, o jogador mais em foco do adversário. Não por ter feito uma magnífica exibição, porque isso até não aconteceu, mas porque o Benfica não tem nenhum jogador com um pique que dê para o acompanhar em velocidade. Luís Filipe foi autenticamente trucidado pela velocidade e técnica estonteantes do brasileiro e, só com a ajuda de Petit, Luisão e David Luiz – todos com exibições de alto quilate –, foi possível aguentar o genial brasileiro. Atrevo-me a dizer que com um Rodríguez ao seu nível, o Benfica teria saído vencedor da partida. O brilho uruguaio, ao contrário do que tem sido habitual, esteve todo do lado do colega menos categorizado. Maxi Pereira fez uma exibição verdadeiramente espantosa, e não o foi só pelo genial golo já mencionado. Veloz, desembaraçado, acutilante e, principalmente, com uma raça bem ao estilo sul-americano. A sua exibição teria sido de sonho, caso tivesse conseguido o 2-1, a roçar o intervalo, após assistência primorosa de Nuno Gomes.

E o capitão também esteve em bom plano, respondendo na mesma moeda ao seu colega, num remate em rotação depois de um grande trabalho do #14. Estávamos já na 2ª parte e foi essa a melhor oportunidade de golo encarnada, nesse período. O Milan, nos minutos finais, mostrou o tal cinismo italiano mas Quim, e a defesa, controlaram tudo com maior ou menor dificuldade. O problema deste Benfica, e que está directamente relacionado com a pouca produtividade das unidades atacantes, mantém-se na finalização. Nuno Gomes, já sabemos, não é o tal finalizador, Cardozo tem sido quase uma nulidade, Mantorras desapareceu e Bergessio não me parece ser jogador com qualidade para cá estar. Yu Dabao ainda está verde. O Benfica continua com um deficit gritante na hora de empurrar as bolas para a baliza e isso, contra estas equipas, paga-se caro.

Camacho arriscou com as substituições mas Cardozo e Di María nunca apresentaram futebol de bom nível e Adu, na minha opinião, terá entrado demasiado tarde. Boa arbitragem de Herbert Fandel, mas com algumas decisões incompreensíveis, embora sem erros em lances capitais. Bom trabalho da equipa auxiliar, apenas com um erro num fora-de-jogo de Nuno Gomes. O empate final, ao fim ao cabo, acaba por ser algo injusto e ainda mais se torna quando significa o afastamento prematuro da Champions League. Mas é verdade que não foi aqui que o Benfica esteve mal, mas sim na derrota em casa com o Shaktar e, porventura, no desaire na Escócia. Complicado será garantir o apuramento para a UEFA na Ucrânia, algo que só um grande Benfica terá possibilidade. Mas, para já, há que repetir, no Sábado, a humilhação que o FC Porto sofreu em Liverpool. Pois, ganhar na terra dos Beatles não é para todos!

NDR: Resposta de Léo, de luva branca, aos detractores. Grande jogo do "Maradoninha", urge renovar-lhe o contrato! É precisamente este erro clamoroso que falta a esta Direcção, para que a sua Gestão Desportiva se confirme um perfeito desastre.





Ficha do Jogo:

5ª Jornada da Fase de Grupos da Champions League

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Herbert Fandel (Alemanha)

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe (Di María, 74 m), Luisão, David Luiz (Freddy Adu, 87 m) e Léo; Petit e Katsouranis; Maxi Pereira, Rui Costa e Cristián Rodríguez; Nuno Gomes (Óscar Cardozo, 74 m).

AC MILAN: Dida; Bonera, Alessandro Nesta, Kaladze e Serginho (Paolo Maldini, ao int.); Brocchi, Andrea Pirlo e Gennaro Gattuso (Gourcuff, 50 m); Clarence Seedorf (Massimo Oddo, 72 m), Gilardino e Kaká.

Disciplina: Amarelos a Kaladze (36 m), Serginho (40 m), Petit (67 m) e Maldini (79 m).

Golos: 0-1, Pirlo (14 m); 1-1, Maxi Pereira (19 m).


#Fotos: AFP-Getty Images

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#Video: BenficaTVdotcom

terça-feira, novembro 27, 2007

Miguel Sousa Tavares

"Nunca vi tanta sorte como no Benfica". (27/11/07)

Nunca vi tanta corrupcao como no Porto. (1981-2007)

O Zborting de Paulo Bento

Paulo Bento, grande socio do Ben... treinador (?) do Sporting veio hoje dizer para desfrutar ao maximo do jogo em Old Trafford. Seja feita a sua vontade, caro Ben...to.

Se o Cristiano Ronaldo marcar outra vez posso rir? Baixinho, prometo.

domingo, novembro 25, 2007

Crónica 11ª Jornada - Tenham Paciência!


Recordo-me da grande exibição de Quim e do tremendo massacre que o Benfica levou, em Coimbra, na temporada passada. Este ano tal não sucedeu mas, felizmente, a vitória também acabou por aparecer. A justiça da mesma não me parece discutível, apesar de aparecer de forma tardia e na sequência de erros individuais do adversário. O Benfica entrou muito bem no jogo, de forma mandona, e criou várias oportunidades para fazer golo. O problema da finalização ainda persiste, evidentemente. A Académica acabou por marcar um golo de um livre a punir uma falta inexistente e através de um falhanço anedótico, mais um, de Luís Filipe. Recordando Paços de Ferreira, porque é que ninguém fala nisto? Estranho? Claro que não, é a habitual hipocrisia de quem não tem moral para falar de arbitragem. A destacar do jogo em Coimbra está uma das melhores exibições da época, de Rui Costa. Não há palavras para quantificar a classe, e o perfume de futebol, deste senhor. Foi ver... e degustar com muito prazer! Confesso que não me agradou a possibilidade de ser ele a marcar o livre onde faz golo, visto que tem sido ele a fazê-lo noutros jogos e as coisas não têm saído bem. A concretização do tento é prémio justo para quem tem mostrado que “velhos são os trapos”.

Não gostei das opções de banco de hoje, nem de Nuno Assis a titular, nem da insistente aposta naquele #2 "que eu não sei quem é". Mas resultou e, assim, deixo a minha vénia a José Antonio Camacho por reerguer este Benfica, numa real luta pelo título. Apesar disso, a equipa pareceu-me um pouco desorganizada, após a saída por lesão do #25, com Cardozo encostado à linha em regime de precaução de lesões. Incrivelmente, o Benfica tem de ter sempre um avançado massacrado impunemente pelos adversários. Já foi Eusébio, já foi Magnusson, já foi Rui Águas, já foi Mantorras, já foi Sokota, agora é a vez do paraguaio. Impressionante, também, a performance de David Luiz, um autêntico mini Mozer com um futuro muito largo. Tem tudo do seu compatriota, ex-craque da mesma posição: forte no jogo aéreo, grande velocidade, sentido de marcação imperial, duro quando é preciso e um talento enorme para sair a jogar com a bola controlada. Tem, também, algo daquela pontinha de irreverência e dureza excessiva do “irmão” mais velho. E pela primeira vez, um “cantamento“ de Binya resulta em golo… e que golo de Luisão! É preciso haver muito talento e lucidez para conseguir concretizar, de calcanhar, uma bola perdida. Os minutos finais de Adu já se começam a tornar míticos. O americano tem uma espécie de aura inexplicável, bem ao estilo de Mantorras. Saúdo, de forma veemente, o regresso de Petit!

Mais um penalty que ficou por marcar a favor do Benfica, por entrada dura sobre Nuno Assis. Já vai no 6º em 11 jogos, belo “trabalhinho” de Olegário Benquerença mas que, felizmente, não teve influência no resultado. E lembram-se disto? Vencer nos minutos finais já se torna um hábito deste Benfica de Camacho, e não tem menos sabor por ter uma pequena ajuda de Domingos. Vêm aí dois grandes jogos, com o colosso Milan e o FC Porto, que, na minha opinião, definirão aquilo que o Benfica fará na restante temporada. Não será necessário dizer que só a vitória interessa, mas a verdade desportiva já começa a ser desvirtuada. Nada de novo, não é? Será fundamental encher o Estádio da Luz, sendo que o regresso à titularidade de Petit e Cristián Rodríguez fazem-me acreditar no sucesso. Estou muito curioso para saber quem irá apitar o classico!

NDR: Algo preocupante constatar o tempo que tem demorado a renovar contrato com Léo. "Correr" com as referências, com os que têm mística e experiência, para ir buscar desconhecidos como Miguelito? Qual é o problema de Léo renovar por vários anos e, mais no fim da carreira, tornar-se um bom suplente e “professor” dos jovens? Não foi assim com o Veloso, e outros? Ainda por cima nem sequer há alternativa a Léo, quanto mais sem ele. Incomoda-me esta sede benfiquista de renovação, de esquecimento das glórias, da relativização do trabalho de quem nos representa com afinco e capacidade, de vazio de mística. Irá acontecer o mesmo com Petit, já acontece com Nuno Gomes e, porventura, já se nota um pouquinho com Rui Costa. A mística é para lá estar, nem que seja no banco. Enfim, são os tempos modernos do Benfica!

Podem ver o resumo do jogo, aqui. O vídeo é da bS7.

Ficha do Jogo:

11ª Jornada da Liga BWin

Estádio Cidade de Coimbra, em Coimbra

Árbitro: Olegário Benquerença (AF Leiria)

ACADÉMICA: Ricardo; Nuno Piloto, Litos, Kaká e Pedro Costa; Paulo Sérgio e Pavlovic (Hélder Barbosa, 88 m); Lito, N´Doye e Ivanildo (Miguel Pedro, ao int.); Vouho (Joeano, 59 m).

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Luisão, David Luiz e Léo; Katsouranis (Petit, 60 m) e Binya; Nuno Assis (Cardozo, 10 m), Rui Costa e DI María; Nuno Gomes (Freddy Adu, 62 m).

Disciplina: Amarelos a Katsouranis (41 m), Vouho (47 m), Luisão (64 m), Paulo Sérgio (75 m), N´Doye (77 m) e Ricardo (80 m).

Golos: 1-0, Lito (24 m); 1-1, Rui Costa (33 m); 1-2, Luisão (85 m); 1-3, Freddy Adu (90+3 m).

#Fotos: AFP-Getty Images e Record

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domingo, novembro 11, 2007

Crónica 10ª Jornada - "Há Coisas Fantásticas, Não Há?!"

Certamente que a maioria até nem estava à espera, eu confesso que não estava, mas foi um daqueles fins-de-semana onde o sorriso começa no final da Sexta-Feira, e só acaba no Domingo. Futebolisticamente, melhor seria muito difícil: grande cabazada ao Boavista e com nova exibição de luxo de Cristián Rodríguez, derrota humilhante do Sporting em Braga e um inesperado empate do FC Porto na Amadora, onde até chegou a ter dois golos de avanço. Isto, claro, contando com os tais 4-2 dos prodigiosos, e invictos, miúdos do Seixal. O que queriam mais?! A nível desportivo há, ainda, a destacar a indiscutível vitória frente ao FC Porto, em Andebol, e sobre o Valongo, em Hóquei em Patins. Com a equipa de Futsal sem competir devido ao Euro 2007, e a de Basquetebol fora da Liga Profissional, só a equipa de Voleibol baqueou, frente ao Sporting de Espinho, naquele que foi um disputadíssimo confronto de líderes. E foi por muito pouco que não se conseguiu o pleno!

O jogo frente ao Boavista foi, desde já, uma grande partida de futebol. Uma das melhores que vi este ano, sem dúvida. O Boavista bateu-se bastante bem, principalmente na 1ª parte, e, apesar de muito mal classificado, valorizou a goleada do Benfica. O Benfica até entrou mal na partida, permitindo o controlo de jogo ao adversário e sofrendo alguns sustos perante a velocidade estonteante do célebre Mateus, que não tem só nome, e os remates perigosos de Jorge Ribeiro. Com a indiscutível dupla de avançados, Cardozo e Nuno Gomes, algo apática, o Benfica apostava na classe de Cristián Rodríguez e nos passes longos de Rui Costa. Léo teve bastantes dificuldades perante Zé Kalanga, tal como Luís Filipe perante Mateus, e, como Binya se mostrou claramente afectado pela polémica sobre o seu comportamento em Glasgow, a equipa teve algumas dificuldades no sector defensivo. Katsouranis fez mais um grande jogo mas o poder físico do meio-campo do Boavista, e a confrangedora inoperância da dupla da ala direita encarnada, complicou bastante a tarefa da equipa da casa.

O primeiro golo acaba por surgir de forma algo fortuita, e na primeira grande oportunidade de golo para o Benfica. Nuno Gomes com a tabelinha, Rui Costa com a finta deliciosa e o passe açucarado, e Cardozo com a finalização de classe. Os 3 craques a fazerem aquilo que se lhes pede… um golo para a enciclopédia da Luz! Se tudo indicava que se poderia partir para um jogo tranquilo, saiu tudo ao contrário. O Boavista puxou dos galões e tem 3 ou 4 grandes oportunidades para fazer a igualdade, respondendo o Benfica com um cabeceamento perigosíssimo de Luisão. De verdadeiramente anedótico fica aquele lance onde Luís Filipe tenta ganhar um canto e entrega a bola a Mateus, que por pouco não consegue encontrar Fary, para o empate.

Depois de um golpe de peixe de Nuno Gomes, um pouco ao lado e a abrir a 2ª parte, é Zé Kalanga que acaba por ter influência directa no resto do jogo. Comete uma falta disparatada sobre Léo, já tendo amarelo por um protesto caricato, e é expulso inevitavelmente. Não adianta Jaime Pacheco vir com a história das velinhas porque, para além de ter sido beneficiado nalguns lances do jogo, a expulsão do angolano é clara. Mesmo com 10 jogadores, em novo disparate de Luís Filipe, o Boavista empata o jogo num grande golo de Jorge Ribeiro, após sprint de 40 metros de Mateus. O Benfica “acordou” de imediato e, apenas 3 minutos depois, Léo constrói o bonito golo de estreia de Maxi Pereira. Aqui, sentiu-se claramente que o Benfica iria vencer a partida. Sentimento reforçado com o 3-1, de Rodríguez, 4 minutos depois. Com o vencedor encontrado, o Boavista até chegou a acertar no poste, deu-se um massacre encarnado e mais 3 golos acabaram por destruir a defesa do Boavista.

A nível individual o destaque vai, obviamente, para Cristián Rodríguez: uma assistência para golo, um penalty ganho, e um golo marcado, é o pecúlio do uruguaio. É um jogador que caiu logo no goto, em virtude da sua velocidade, raça, e técnica individual. É um daqueles craques à Benfica, que dão aquela pontinha de qualidade extra à equipa. É urgente encontrar uma solução para adquirir o seu passe pois, neste momento, é o jogador do Benfica que mais brilha. Tem um Futebol que faz lembrar o de António Pacheco. Mas não é pelo bonito golo que Maxi Pereira passa a ser um jogador de grande qualidade. Quanto a mim, esta equipa tem dois elementos que estão a mais, independentemente da posição que ocupam: Luís Filipe, o mais óbvio, e Maxi Pereira. Nesse aspecto estou em desacordo com Camacho. Maxi Pereira como lateral é tão mau como Luís Filipe, ou talvez pior porque é mais baixo e não tem jogo de cabeça. A lesão de Nélson tem condicionado a ala direita, é verdade, mas para extremo não há ninguém.

Notas muito positivas, também, para Rui Costa e Nuno Gome. O capitão do Benfica está em excelente forma e já conta 5 golos no Campeonato. Curiosamente já tem mais golos que Liedson e, não contando com os 4 tentos irregulares de Lisandro, até lideraria a tabela dos melhores marcadores. Quem diria, no início de época? Léo e Katsouranis continuam em alta, mesmo tendo em conta aquela perda de bola do grego que quase dava um golo ao adversário. Compreendo porque foi dada a oportunidade, para marcar o penalty, a Bergessio. Infelizmente, o que poderia ser um bom momento vai ainda piorar as coisas. Boa entrada em campo de Di Maria.

Em relação à arbitragem, infelizmente, há muito para escrever. Paulo Paraty é, indiscutivelmente, um péssimo árbitro e mais uma vez cometeu erros em catadupa. Algo caricatos, os últimos 10 minutos da 1ª parte, onde, sem exagero, ficaram por assinalar umas 4 faltas laterais a favor do Benfica. Nada de grave, no entanto, mas deu para irritar. Lances capitais houve muitos, nem todos com o juízo correcto. Na 1ª parte há 3 lances para possível penalty, que não me parecem existir. O primeiro é uma jogada dividida entre Rodríguez e Rissut, com o brasileiro a cair na área do Benfica mas de forma muito forçada. A tal mão na bola de Ricardo Silva, após um ressalto de bola, não me parece faltosa e ainda há um agarrão mútuo, antes de uma bola parada, entre Luís Filipe e Fary. O locutor da SportTV diz que é falta mas esqueceu-se de ver a mão de Fary na camisola do lateral do Benfica. Nada de novo, portanto.

Muito se falou na entrada de Katsouranis que lesionou Anderson mas, neste jogo, houve duas entradas muito piores e uma delas até incapacitou Óscar Cardozo: Rissut em Katsouranis, e o grego até ficou no chão a ser assistido, e Ricardo Silva no paraguaio. Na 1ª nem foi assinalada falta, e faltou o amarelo, enquanto que na 2ª só poderia sair o cartão vermelho e nunca a "lei da vantagem". Os dois penaltys, a favor do Benfica, parecem-me bem assinalados mas será que a cor do cartão foi a correcta? Marcelão agarrou Nuno Gomes e era o último defesa, Jehle não fez o mesmo que Quim contra o Marítimo? Pois, talvez houvessem defesas por perto mas Rodríguez estava a três metros da baliza. Passou despercebido, mas Fleurival agarrou Rui Costa na jogada que dá o 3-1, de cabeça, a Cristián Rodríguez. Não deveria ter sido mostrado um cartão ao jogador boavisteiro? E dá-se a lei da vantagem dentro da área? Não há falta de Luís Filipe sobre Edgar antes do 5-1, de Nuno Gomes, as imagens televisivas são claras.

A Camacho os críticos só têm que lhe dar mais algum tempo de tolerância, tendo em conta todas as contrariedades que encontrou no seu regresso. Ainda por cima sem os 3 melhores jogadores do 3º lugar da temporada passada, a condicionarem a qualidade da equipa. O que mais tenho gostado neste Benfica 2007/08, ao contrário do que era normal no Benfica de Fernando Santos, é dos minutos finais das partidas. Não só há mais raça e mais vontade, à Camacho, como fisicamente se está muito melhor. E isso também tem a ver com o novo Preparador Físico, obviamente. Mas e que tal recordar o que se disse quando o Benfica foi empatar a Braga? O que não deixou de ser um bom resultado, como se sabe. Pois, o Sporting acabou por encaixar a mesma chapa 3 que o Benfica lá tinha levado com Fernando Santos. São estas pequenas/grandes coisas!

Tão bom quanto esta jornada de Liga acaba por ser a paragem para os dois jogos da Selecção. Nada melhor do que sair de cena quando se está no topo, deixando os outros a pensar nos seus desaires. Como já disse algumas vezes, o importante será conseguir manter a distância para o 1º lugar, e se possível diminuí-la, para o reforço da equipa em Dezembro/Janeiro possibilitar o ataque ao título. A recepção ao FC Porto terá um carácter decisivo nesse aspecto, visto que falta apenas uma jornada para o clássico. Na minha opinião, o Sporting, muito dificilmente, se intrometerá nesta luta a dois. Em Coimbra, e no Dragão frente ao Setúbal, está o próximo capítulo.

NDR: Fernando e Luís Aguiar falharam o encontro da Reboleira por lesão. O brasileiro, titular indiscutível na equipa de Daúto Faquirá, lesionou-se no último treino antes do jogo. Nem assim conseguiram vencer, mas fica a nota que a vergonha continua na mesma. Não se iludam!

Já viram esta entrada assassina? Não foi o Binya, e nem houve, sequer, um amarelo. Por onde anda a malta dos sumaríssimos? Quaresma, Bruno Alves… e Ricardo Silva agradecem!

Gostei dos assobios a Edgar, apenas tenho pena que não tenham sido mais veementes. E Jorge Ribeiro não merecia o mesmo tratamento, ou andam esquecidos?

Podem ver o resumo do jogo, aqui. O vídeo é da bS7.


Ficha do Jogo:

10ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Paulo Paraty (AF Porto)

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Luisão, Katsouranis e Léo; Maxi Pereira (Di Maria, 68 m), Binya, Rui Costa (Romeu Ribeiro, 86 m) e Cristián Rodríguez; Nuno Gomes e Óscar Cardozo (Gonzalo Bergessio, 77 m).

BOAVISTA FC: Peter Jehle; Rissut, Ricardo Silva, Marcelão e Bruno Pinheiro; Fleurival, Diakité e Jorge Ribeiro (Laionel, 75 m); Zé Kalanga, Fary (Edgar, 62 m) e Mateus (Bangoura, 81 m).

Disciplina: Amarelos a Zé Kalanga (27 m e 55 m), Léo (49 m), Marcelão (84 m) e Jehle (90+1 m). Vermelho, por acumulação de amarelos, a Zé Kalanga (55 m).

Golos: 1-0, Cardozo (17 m); 1-1, Jorge Ribeiro (57 m); 2-1, Maxi Pereira (61 m); 3-1, Cristián Rodríguez (66 m); 4-1, Ricardo Silva (80 m, na p.b.); 5-1, Nuno Gomes (84 m, de g. p.); 6-1, Nuno Gomes (88 m).

#Fotos: SerBenfiquista

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quarta-feira, novembro 07, 2007

Crónica Fase Grupos Liga Campeões - Com Sabor a Injustiça!

Um grande ambiente, como de costume no Celtic Park, e um 11 algo invulgar, apresentado por José Antonio Camacho. Com a entrada de Edcarlos para a saída de Nuno Assis, parecia, de facto, que havia excesso de jogadores com características defensivas. Mas o que é certo é que o esquema resultou e, nos primeiros 20/25 minutos, o Benfica dominou por completo a partida. Bastante surpreendente a entrada mandona, e descomplexada, com que os encarnados se impuseram, e só a concretização completamente deficiente - quase sempre de Óscar Cardozo -, impossibilitou que o Benfica fosse para o intervalo com pelo menos 1 golo de avanço. O paraguaio aproveita grandes jogadas de Rui Costa e Cristián Rodríguez, e tem 3 falhanços incríveis que, em alta-competição, não se podem ter (7 e 12 minutos, para grandes defesas de Boruc; 21 minutos, só conseguiu canto ao aproveitar desconcentração do guarda-redes polaco).

O Celtic respondeu em contra-ataque, ou através de bolas paradas, e aí Quim ou a defesa lusa resolveram sem grande dificuldade. Os escoceses acabaram por marcar no momento em que já se pedia o intervalo, e até depois de algum relaxamento visitante. Um golo de carambola, em Luisão e Quim, que é um castigo muito pesado para quem tanto tentou e, no momento decisivo…falhou! Após o reatamento, o Benfica sentiu imenso o golo britânico, e a responsabilidade de ter de vencer para continuar em prova, e na 2ª parte acabou por ser uma sombra daquilo que já tinha mostrado. O Celtic esteve sempre por cima, e foi Quim que evitou males maiores. Que grande exibição do internacional português! Cardozo ainda apareceu, com mais 2 falhanços incríveis, mas cedo se viu que não seria a sua noite (63 minutos, de cabeça e ao lado; 73 minutos, remate rasteiro para grande defesa de Boruc) .

Por curioso que seja, o refrescamento da equipa, por parte de Camacho, acaba por piorar o já deficiente fio-de-jogo e o Benfica, pouco tempo depois da entrada do inexperiente Di María, nunca mais conseguiu chegar à baliza de Boruc. No final, a vitória do Celtic acaba por ser justa e perfeitamente esperada, tendo em conta o mau momento encarnado e a difícil deslocação. Não foi um Celtic esmagador, como aquele que goleou o Benfica na temporada passada, mas os escoceses fizeram o suficiente para ganhar de forma indiscutível. A presença benfiquista no Celtic Park fica, também, marcada por uma agressão inacreditável do camaronês Binya, nos últimos minutos, que só poderia dar expulsão. Aí esteve bem o sueco Martin Hansson, autor de uma excelente arbitragem. Assim, a continuidade na Champions League está em risco, sendo que ainda há a possibilidade real de garantir uma vaga na Taça UEFA. Mas, para isso, é preciso vencer na Ucrânia…

NDR: Já viram esta, do Mantorras?

Ficha do Jogo:

4ª Jornada da Fase de Grupos da Champions League

Celtic Park, em Glasgow

Árbitro: Martin Hansson (Suécia)

CELTIC FC: Anton Boruc; Gary Caldwell, Kennedy, McManus e Naylor; McGeady, Paul Hartley, Scott Brown (Evander Sno, 88 m) e Jarosik (Chris Killen, 67 m); Vennegoor of Hesselink (Massimo Donati, 67 m) e McDonald;

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Edcarlos, Luisão e Léo; Katsouranis, Binya e Rui Costa (Bergessio, 76 m); Maxi Pereira (Di Maria, 60 m), Óscar Cardozo (Nuno Gomes, 76 m) e Cristián Rodríguez.

Disciplina: Amarelo a Maxi Pereira (41 m). Vermelho directo a Binya (84 m).

Golos: 1-0, McGeady (45 m).


#Fotos: Reuters e AFP-Getty Images

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domingo, novembro 04, 2007

Crónica 9ª Jornada - Em Paços de Ferreira, só dá Camacho!


A justiça da vitória não pode ser colocada em causa, e o que é certo é que Camacho é o único treinador do Benfica, nos últimos 6 anos, que regista vitórias em Paços de Ferreira. Poderemos falar na subjectividade das estatísticas, como é óbvio, mas o que referi é um facto. O Benfica, na Mata Real, foi sempre superior e, mesmo com exibição algo apagada, conquistou os 3 pontos que o colocam a apenas 6 do 1º lugar. A esperança renasce um pouco mas atenção que o plantel é fraco e pouco competitivo! Importante será não deixar a diferença avolumar-se, e continuar a tentar reduzi-la, para que em Janeiro possa haver reforços de qualidade para lutar, definitiva e decisivamente, pelo título. Penso que só por aí haverá alguma hipótese para o 32º Campeonato, isto se, claro, não subsistirem decisões “douradas”.

José Antonio Camacho fez regressar as estrelas da equipa e isso acabou por ser fundamental para a vitória. Continuo a pensar que o melhor estilo de jogo passa por incluir dois avançados de raiz, mas há que ter em consideração o gritante abaixamento de forma, sucessivo, de Rui Costa. Talvez esteja aí o problema de um possível 4-4-2 que, ao invés, é convertido num 4-3-3 algo limitativo. Nuno Assis, incluído no 11 de forma surpreendente, acabou por passar ao lado do jogo, excepto quando disparou um míssil à baliza de Peçanha... e quando teve influência negativa no golo do adversário. É sempre difícil vencer em Paços de Ferreira e desta vez até foi através de algo que vinha a ser criticado à equipa de Camacho: as bolas paradas. Dois golos muito parecidos, com marcação exemplar de Rui Costa e preponderante acção de Cristián Rodríguez. Parece, de facto, um lance trabalhado nos treinos e se o primeiro sai de forma perfeita, o segundo tem emenda decisiva do regularíssimo Katsouranis.

Parece-me que Quim é mais indiscutível que nunca, não só pela sua imensa categoria e evolução mas também pela evidente tranquilidade que dá a esta defesa. Não foi um jogo complicado para o melhor guarda-redes português mas, aqui ou ali, a sua importância sai sempre vincada. Luís Filipe e Maxi Pereira são, para mim, duas peças a mais neste 11 titular. Em Paços de Ferreira não acrescentaram nada de positivo à equipa, não se entenderam entre si e cometeram falhas defensivas em catadupa. O uruguaio ainda não mostrou porque veio para o Benfica, o português não precisa de confirmar aquilo que todos já sabíamos. Binya, por outro lado, vem-se afirmando e já consegue suprimir algumas das lacunas criadas pela ausência de Petit. Preocupante a excessiva imaturidade de Di María, que mais uma vez foi pouco mais que zero. Cardozo não fez muito mais que o seu colega, pecando, mais uma vez, pela lentidão e atabalhoamento.

Gostei imenso da dupla de centrais, apesar de preferir Katsouranis no meio-campo. Actualmente, enquanto David Luiz não regressa, penso que deve ser esta a aposta do treinador, visto que Edcarlos não convence e Miguel Vítor ainda não tem estaleca. Luisão tem subido de forma de jogo para jogo e até foi um dos pilares do sucesso de ontem. Menos faltoso, e absolutamente imperial no jogo aéreo. E já tínhamos saudades dos golos do grego! Volto a escolher Léo e Cristián Rodríguez como os homens do jogo. São os dois atletas em melhor forma e, por isso mesmo, foi por eles que passou todo o jogo ofensivo do Benfica. É uma delícia ver o futebol que sai dos seus pés. Talento não lhes falta! Ah, não me esqueci da fundamental entrada em jogo de Nuno Gomes, que terá feito um dos melhores jogos da temporada. Impressionante na velocidade, e no discernimento dentro de campo. Que seja este o verdadeiro Nuno Gomes de 2007/08!

Poderia deixar um destaque para uma boa arbitragem, mas Bruno Paixão cometeu alguns erros que mancham a sua folha de serviço. De forma incrível, Renato Queirós viu poupada a sua expulsão, por acumulação de amarelos, por duas vezes. Já com um amarelo na sua conta, o ex-jogador da União de Leiria simula um ridículo penalty e mete a mão à bola de forma grosseira. Uma expulsão que, vendo pelo desenrolar da partida, talvez tivesse preponderância no resultado. Nos últimos minutos, o árbitro de Setúbal assinalada dois livres que deixam muitas dúvidas. O primeiro é muito perigoso e surge em frente à área do Benfica, numa falta duvidosa de Binya que até lhe dá um injusto amarelo, mas o Paços desperdiça a vitória com um remate disparatado. No minuto imediatamente a seguir é Léo que choca com Rovérsio e é deste livre que sai o golo da vitória. Lances com a mesma génese... e no aproveitar é que está o ganho, ó Mota do Boné!

Esta vitória terá, também, importância para o redobrar de forças na fundamental jornada da Champions League que se realizará, em Glasgow, na Terça-Feira. Tal como em Paços, só a vitória interessa, porque há, também, que correr atrás do prejuízo. Sinceramente, a confiança não é muita, principalmente porque ainda me lembro da "chapa 3" da temporada passada. E aí tinhamos outros argumentos dentro do campo. É esperar que surja algum golpe de génio, de um dos craques, porque tenho a sensação que será um jogo ao estilo de Copenhaga: muita luta, muita garra, muito suor! Veremos se também vamos ter a mesma alegria.

NDR: Quem não viu, que procure ver o golo que Simão marcou hoje pelo Atlético de Madrid. É mesmo daqueles à Simão, igual a tantos outros que fez ao serviço do Benfica. Os resultados desse clube não me interessam para nada, porque não lhes tenho nenhuma simpatia, mas gostava que o nosso ex-capitão tivesse a sorte que procura. Talvez hoje tenha sido o princípio de uma história feliz!

Li, algures, que 6 dos 16 golos do FC Porto são irregulares, ou tem origem em irregularidades. Isso dá quase 40% do total. Mas depois fazem capas destas, é só rir com as encomendas!

Podem ver o resumo do jogo aqui. O vídeo é da bS7.

Ficha do Jogo:

9ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira

Árbitro: Bruno Paixão (AF Setúbal)

PAÇOS FERREIRA: Peçanha; Mangualde (Ferreira, 65 m), Tiago Valente, Rovérsio e Chico Silva; Dedé, Pedrinha e Filipe Anunciação (Wesley, 88 m); Ricardinho, Renato Queirós (Furtado, 73 m) e Cristiano.

SL BENFICA: Quim; Luís Filipe, Luisão, Katsouranis e Léo; Rui Costa, Binya e Nuno Assis (Di María, 72 m); Maxi Pereira (Nuno Gomes, 59 m), Óscar Cardozo (Freddy Adu, 83 m) e Cristián Rodríguez;

Disciplina: Amarelos a Renato Queirós (27 m), Rovérsio (31 m e 90+1 m), Luisão (31 m), Maxi Pereira (33 m), Filipe Anunciação (81 m), Nuno Gomes (81 m), Dedé (82 m). Cartão vermelho, por acumulação de amarelos, a Rovérsio (90+1 m).

Golos: 0-1, Rodriguez (21 m); 1-1, Tiago Valente (29 m); 1-2, Katsouranis (86 m).


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quinta-feira, novembro 01, 2007

Crónica Taça Liga - "A Noite dos Mortos-Vivos!"


Pouco há a dizer sobre este jogo, que já não estivéssemos à espera. Aliás, o mais inesperado acabou por ser o conjunto de inacreditáveis opções tácticas de José Antonio Camacho. Tudo isto depois de ter sido decisivo na jornada anterior da Liga. Dou de barato o facto de se pretender apresentar uma equipa alternativa, até porque essa sempre foi a posição oficial do Benfica nesta Taça da Liga. Neste momento era uma opção discutível, tendo em conta a dificuldade do adversário – que ainda não perdeu esta temporada e tem uma equipa fortíssima – e o carácter decisivo do confronto. Quando há muitos equívocos, quer do treinador quer na exibição individual da esmagadora maioria dos atletas, as coisas tornam-se muito mais complicadas! Cá está a prova, mais uma, de que a 2ª linha do Benfica não está ao nível dos pergaminhos do maior clube português.

Compreendo, no entanto, que há jogos importantes num futuro muito próximo e os suplentes também cá estão para jogar, mesmo que se saiba que muitos não têm qualidade para tal. Não é por aí que as críticas aparecem, mas pela incrível opção em Edcarlos a médio – com Nuno Assis de fora dos 14 – e pelas saídas de campo de Cristián Rodríguez e Freddy Adu, que estiveram algo apagados ao longo da 1ª parte mas que pareciam estar a melhorar antes de serem substituídos. E como é possível Yu Dabao ser opção em detrimento de Mantorras? Parece que a vitória não era muito importante, mesmo para Camacho, e isso será sempre criticável e condenável. Esta competição tem pouca importância mas o Benfica, pela sua História, deve entrar sempre para vencer. É uma exigência! Já várias vezes dei a minha opinião sobre o actual plantel do Benfica e se acho que o 11 titular é bastante fraco muito mais será com vários jogadores suplentes. Daí, não surpreende que o Benfica tenha sido dominado em Setúbal, durante 90 minutos, deixando sempre a sensação que seria muito difícil passar a eliminatória.

A análise individual não é muito abonatória para quem vestiu o manto sagrado na 4ª feira. Butt não parece dar confiança à equipa, mas pode ser pelo facto de não estar entrosado. Quem conhece o Futebol Mundial sabe que o alemão é um guarda-redes com qualidade mas, nesta estadia em Portugal, ainda não me convenceu. Marc Zoro está na mesma situação, mas como é muito jovem tem tempo para se adaptar ao clube e à realidade portuguesa. O marfinense esteve muito mal em Setúbal, com responsabilidade directa nos golos do adversário, mas vou aguardar para dar uma opinião definitiva. Luís Filipe voltou aos bons velhos tempos pré-Marítimo, e foi, mais uma vez, um dos piores. Tal como Miguelito, que tarda em mostrar capacidade para fazer parte do plantel. Di María não esteve em Setúbal, a sua saída de campo pecou por tardia.

Bergessio fez o seu melhor jogo no clube, mas está muito longe de uma exibição aceitável. Mantém-se lento e trapalhão! Fábio Coentrão e Yu Dabao, neste momento das suas carreiras, são apenas equívocos. Andrés Diáz não interessa e Edcarlos tem alguma qualidade mas como 3º/4º central. Nunca para uma titularidade consistente e muito menos noutra posição que aquela onde costuma jogar. Luisão e Binya foram, para mim, os dois melhores jogadores do Benfica. O capitão ainda não está ao seu nível mas esteve seguro e lutador, tal como o camaronês. Binya esteve mais comedido em matéria de faltas, mas não menos impetuoso. Que seja uma evolução equilibrada e não um mero acaso.

Em relação à arbitragem há a lamentar um penalty não assinalado de Luís Filipe mas, como tento ser coerente, também vi outro penalty na área do Setúbal feito ao mesmo estilo, sobre Freddy Adu. É precisamente uma protecção de bola para o guarda-redes a segurar, mas acaba por derrubar o americano. Não sei dizer quem foi o jogador sadino que cometeu a falta, mas quem viu o jogo sabe de que lance me refiro. O público benfiquista também se manifestou no Bonfim, perante o silêncio comprometido dos histéricos setubalenses. O porquê disto não se comentar na Imprensa não me surpreende, o golo irregular do Setúbal, na semana passada, também foi pouco "explorado". O penalty sobre Bergessio é evidente, e as imagens televisivas confirmam-no, mas não se compreende a surreal complacência de Paulo Costa com as simulações na área do Benfica. Só Matheus fez umas 3, situação que condicionou bastante a actuação da defesa visitante.

E o que dizer desta reacção de Carvalhal: "Toma, Filhos da Put@. Chupem, c@r@lho!" E ainda por cima repetida nos dois golos. É uma provocação lamentável, um falta de educação gritante, um comportamento reprovável e indigno de um treinador que representa a sua classe, em directo, na TV. Não fica nada atrás da violência física de Scolari que indignou tanta gente, apesar da Imprensa escamotear algo que nunca tinha visto em Portugal, nos tempos mais recentes. É este tipo de gente que, depois, exige o respeito da massa adepta do Futebol? Uma vergonha!

NDR: Pensei que isso das coisas do Guinness era algo sem interesse e que não trazia nenhum prestígio ao clube, antes uma pontinha de ridículo. Foi dito quando se bateu o recorde de Pais Natais, na Luz, e quando o Benfica se sagrou, prestigiosamente, o Maior Clube de Futebol do Mundo. Os aviõezinhos de papel é que interessam, de certeza. Ainda não parei de rir! Menos hilariante é o facto de, pela 2ª vez consecutiva e já em Paços de Ferreira também se tinha passado, o FC Porto se adiantar no marcador com um golo irregular. Assim, continua a não haver Campeonato que dignifique o país. Ninguém faz nada?

A polémica do dia diz respeito ao afastamento do Benfica de Andrade e Sousa, mas o que se deve discutir é a razão da entrada no clube de dois escroques ex-FC Porto, ligados directamente à Máfia Azul e Branca que corrompe o Futebol Português há 25 anos. Isso é que eu gostava de ver clarificado, ou melhor, gostava que fosse desmentido porque me envergonha a mim, ao Benfica Clube e ao responsável que deu a autorização para tal. Principalmente porque, antes das suas entradas no clube, o Presidente falou no caso de Paulo Gonçalves, e num comunicado foi abordada a situação do Jorge Gomes.
Derrota injusta do Fátima, principalmente da forma como aconteceu e como todos viram. O que se fala, claro, é da eliminação do Benfica e da arbitragem de Paulo Costa. Enfim...

Ficha do Jogo:

2ª Mão da 4ª Eliminatória da Carlsberg Cup

Estádio do Bonfim, em Setúbal

Árbitro: Paulo Costa (AF Porto)

VITÓRIA SETÚBAL: Eduardo; Janício, Robson, Auri e Adalto; Elias, Sandro e Ricardo Chaves; Paulo Roberto (Edinho, ao int.), Cláudio Pitbull (Filipe Gonçalves, 88 m) e Matheus (Bruno Gama, 81 m).

SL BENFICA: Hans-Jörg Butt; Luís Filipe, Marc Zoro, Luisão e Miguelito; Di Maria (Fábio Coentrão, 70 m), Binya, Edcarlos e Cristián Rodríguez (Andrés Diaz, 64 m); Freddy Adu (Yu Dabao, 85 m) e Gonzalo Bergessio.

Disciplina: Amarelos a Bergessio (20 m), Robson (37 m), Adalto (38 m), Edcarlos (42 m), Ricardo Chaves (45 m), Butt (62 m), Pitbull (64 m) e Fábio Coentrão (74 m).

Golos: 0-1, Freddy Adu (45 m, de g. p.); 1-1, Matheus (67 m); 2-1, Edinho (82 m).


O Vitória de Setúbal apura-se para a Fase de Grupos com um agregado de 3-2.

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domingo, outubro 28, 2007

Crónica 8ª Jornada - À Camacho!


Raça, suor, vontade, com apenas 10... e até ao último minuto! É este o Benfica de que nos orgulhamos, uma equipa que luta com todas as armas que tem e nunca desiste até conseguir os seus objectivos. Hoje já tivemos um cheirinho daquilo que Camacho pretende para a equipa… a tal equipa à Camacho. Numa excelente 2ª parte, e com opções tácticas à treinador, nem uma prestação idiota de Pedro Proença impediu o desenrolar de um grande jogo de futebol, e a consolidação de uma vitória indiscutível. Na minha óptica, o lance decisivo terá sido o penalty defendido por Butt. Não só desmoralizou Makukula, e os seus colegas, mas também deu um importante boost de confiança aos restantes 10 elementos do Benfica que ficaram em campo. Camacho, com as alterações tácticas que introduziu na 2ª parte, essencialmente com derivação de Maxi Pereira para o meio e com a entrada de um elemento fresco para a banda direita, fez o resto.

A nível individual, há a destacar a extraordinária prestação de Léo, e já tinha estado soberbo no desafio com o Celtic – e de Cristián Rodríguez. Quanto a mim foram os dois melhores jogadores do Benfica, no que diz respeito a entrega, à velocidade empreendida nos lances e ao discernimento durante os 90 minutos. O brasileiro até dá a oportunidade para Adu resolver o jogo, após um trabalho individual ao seu estilo. O uruguaio não passa despercebido a quem gosta de Futebol, basta vê-lo jogar para compreender porque tem sido dos melhores jogadores desta equipa. E é incrivelmente jovem, apenas 22 anos, pelo que terá muito para dar ao Benfica se por cá ficar. Quando, e se, conseguir rematar mais vezes e fazer golos será de nível Mundial.



Binya tem muitíssimo talento, e é um recuperador de bolas nato, mas nunca vi ninguém no Benfica que fosse tão caceteiro. Eu abomino jogadores caceteiros! É um aprendiz de Paulinho Santos, e se não houver mão nele será um caso grave. Ainda não se vê maldade mas um jogador deste tipo, a jogar assim no Benfica, nunca terá sucesso. Hoje teve sorte em não ter sido expulso, porque por norma os árbitros não perdoam coisas destes a jogadores encarnados. Quim e Edcarlos foram comidos de cebolada no 0-1, o que torna a sua prestação negativa, tal como também foi a de Di María, talvez o pior elemento de hoje. Camacho apostou nele de início e ficou, com certeza, arrependido, até porque corrigiu o erro ao intervalo.

Hoje não gostei do constante atabalhoamento de Cardozo, nem do excessivo individualismo de Rui Costa. Freddy Adu já é um caso sério de popularidade e de produtividade. Mais uma vez no sítio certo, mas uma vez a resolver! Maxi Pereira, a jogar no meio, foi um luxo! Luisão e Katsouranis muito seguros no processo defensivo, o grego esteve um pouco apagado no ataque. Butt entrou bem e mostrou as tais credenciais a defender penaltys, sempre rende o chorudo ordenado que veio para cá ganhar. E quem foi o tipo que jogou com a camisola do Luís Filipe?



Não percebo como é que este árbitro pode ter sido o melhor classificado da temporada passada. É erro atrás de erro,ainda por cima com uma postura intimidadora e emproada. Como é possível Pedro Proença ter deixado em campo Binya e Kanu, por duas entradas a matar sobre Marcinho e Edcarlos? Depois, o camaronês ainda dá uma sapatada no rosto de um jogador do Marítimo e volta a ficar em campo. E se já não bastava isto, o árbitro de Lisboa ainda deixa passar um penalty do tamanho do Estádio da Luz, cometido sobre Léo e quando tem o ângulo de visão completamente aberto.

Felizmente não teve influência no resultado, porque o Benfica ganhou o jogo, mas poderia ter acontecido o mesmo que sucedeu contra o Leixões e o Vitória de Guimarães. Já se esqueceram? Em relação à expulsão de Quim, com o consequente penalty, é um lance discutível – porque há contacto mas este não é promovido pelo guarda-redes – mas aceito que se marque. É um lance muito semelhante ao que permitiu o empate do FC Porto em Marselha, e está sujeito a interpretação, mas, na minha óptica, Pedro Proença decidiu bem.



A subida ao 2º lugar acaba por ser natural, pelo menos para mim, visto que o Sporting tem uma equipa bastante fraca este ano, e quando se começa a entrar em crise fica complicado sair de lá. Importante será garantir a Fase de Grupos da Taça da Liga, ganhando em Setúbal, e depois derrotar o Paços de Ferreira numa deslocação bastante complicada. O próximo mês é bastante "mexido", ainda com a deslocação decisiva a Glasgow, portanto é imperativo que não haja lesões e que a consistência da equipa comece a ser solidificada.

NDR: Viram o pé descalço do Makukula? Aquilo é quê, um 52? Livra! Podia falar no desastre que foi a exibição de Ricardo Esteves mas, não sendo o disparate no penalty, até seria o melhor em campo dos madeirenses. Viram a assistência para o 0-1?

Podem ver o resumo do jogo aqui. O vídeo é da bS7.

Ficha do Jogo:

8ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Pedro Proença (AF Lisboa)

SL BENFICA: Quim; Maxi Pereira (Freddy Adu, 80 m), Luisão, Edcarlos (Butt, 30 m) e Léo; Katsouranis e Binya; Di María (Luís Filipe, ao int.), Rui Costa e Cristían Rodríguez; Óscar Cardozo.

CS MARÍTIMO: Marcos; Ricardo Esteves, Ediglê, Van der Linden e Evaldo; Mossoró, Olberdam, Wénio e Marcinho (Djalma, 78 m); Makukula (Briguel, 81 m) e Kanu.

Disciplina: Amarelos a Ricardo Esteves (18 m), Wénio (19 m), Binya (39 m), Marcinho (76 m) e Luisão (83 m). Vermelho directo a Quim (29 m).

Golos: 0-1, Kanu (7 m); 1-1, Cardozo (17 m, de g. p.); 2-1, Freddy Adu (86 m).


#Fotos: Record e AFP-Getty Images

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quarta-feira, outubro 24, 2007

Crónica Fase Grupos Liga Campeões - A Noite de Tacuara!

A última oportunidade, real, na Liga dos Campeões residia neste importantíssimo jogo, o tal Mata-Mata de Scolari. A primeira nota de destaque é a evidente “zanga” entre a equipa e o público da Luz, algo que não acho que seja muito preocupante porque é cíclico e bastam dois ou três jogos, de grande qualidade, para a Luz voltar a ter os tais mais de 50/55 mil da praxe. No entanto, é caso para que a Direcção volte a repensar se é este o caminho que deseja para o futuro. Um caminho de, cada vez mais, indiferença dos associados! O Benfica, apesar de muito sofrimento, acabou por vencer de forma indiscutível. Visto que já vou atrasado na crónica, e que há outro jogo brevemente, vou usar este espaço apenas para destacar as duas prestações de que gostei mais e que são, curiosamente, de personagens muito criticados nos últimos tempos: José Antonio Camacho e Óscar Cardozo.

Certamente que por 9 milhões de euros havia muita gente que pensava que o paraguaio ia rebentar com tudo logo na primeira época. Eu também pensei o mesmo, confesso! Mas o que temos de analisar – e isso é válido para Bergessio, Di Maria e todos os outros sul-americanos que jogam na Europa pela 1ª vez – é o seu talento em si, e não a sua regularidade exibicional. Regularidade essa, tão propensa à tranquilidade do atleta e à familiaridade que tem com o futebol praticado pela equipa. Ora, Óscar Cardozo demontrou, contra o Celtic, que tem imenso talento. Reparem na magnífica jogada, onde roda sobre si mesmo, e remata ao poste! Esse lance só está ao alcance dos grandes jogadores, tal como o golazo de classe que decidiu a partida. Há que lhe dar espaço porque, com apenas 24 anos, tem muito tempo para demonstrar o seu valor. Eu acredito, sinceramente, que o futuro é risonho para o Óscar.

Não quero, para já, fazer aquelas análises complexas sobre estes quase 2 meses de Camacho no Benfica. Acho que ainda é cedo, para além do facto do espanhol ter estado condicionado aos problemas de planeamento do início de época. Mas há que criticar quando é para criticar, e elogiar quando é para elogiar. Isso é ser intelectualmente honesto! Neste jogo, Camacho roçou a perfeição, e a vitória tem a mão do espanhol. Só não concordo com a entrada de Luís Filipe, mas o que é certo é que só havia dois centrais e um miúdo no banco, logo, não havia outra alternativa. O 11 inicial era exactamente o que eu escolhia e as substituições eram as que fazia, e no momento que foram feitas. Adu e Di Maria, pela sua idade e irregularidade/inexperiência – não devem ser titulares no Benfica, muito menos na Liga dos Campeões. E depois já não os há para fazer entrar na 2ª parte! Os jovens são para se ir lançando aos poucos, não com a responsabilidade de entrar de início e decidir jogos.

A situação do Benfica no Grupo continua muito complicada e, na minha opinião, a passagem à próxima fase só será possível ganhando 2 dos restantes 3 jogos. Todas as equipas ainda podem qualificar-se, no entanto, a probabilidade de uns se qualificarem é bem superior a outros. Aposto na qualificação do Milan, em primeiro lugar com uma pontuação superior a 9 pontos, enquanto que a luta pelo 2º lugar decidir-se-á entre Benfica e Shaktar… ou em Glasgow na próxima jornada. Uma possível derrota na Escócia tornará difícil a Taça UEFA, só a vitória possibilita um eventual apuramento.

Podem ver o resumo do jogo aqui. O vídeo é da bS7.

Ficha do Jogo:

3ª Jornada da Fase de Grupos da Champions League

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Massimo Busacca (Suíça)

SL BENFICA: Quim; Maxi Pereira, Luisão, Katsouranis e Léo; Binya, Nuno Assis (Di María, 62 m), Rui Costa e Cristián Rodríguez (Luís Filipe, 84 m); Gonzalo Bergessio (Freddy Adu, 62 m) e Óscar Cardozo.

CELTIC FC: Boruc; Gary Caldwell, Kennedy, McManus e Naylor; Massimo Donati (Evander Sno, 63 m), Paul Hartley, Jarosik, Scott Brown e McGeady; Killen (McDonald, 74 m).

Disciplina: Amarelos a McGeady (28 m), Killen (55 m), Hartley (72 m) e Di María (89 m).

Golos: 1-0, Cardozo (87 m).

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