A última oportunidade, real, na Liga dos Campeões residia neste importantíssimo jogo, o tal Mata-Mata de Scolari. A primeira nota de destaque é a evidente “zanga” entre a equipa e o público da Luz, algo que não acho que seja muito preocupante porque é cíclico e bastam dois ou três jogos, de grande qualidade, para a Luz voltar a ter os tais mais de 50/55 mil da praxe. No entanto, é caso para que a Direcção volte a repensar se é este o caminho que deseja para o futuro. Um caminho de, cada vez mais, indiferença dos associados! O Benfica, apesar de muito sofrimento, acabou por vencer de forma indiscutível. Visto que já vou atrasado na crónica, e que há outro jogo brevemente, vou usar este espaço apenas para destacar as duas prestações de que gostei mais e que são, curiosamente, de personagens muito criticados nos últimos tempos: José Antonio Camacho e Óscar Cardozo.
Certamente que por 9 milhões de euros havia muita gente que pensava que o paraguaio ia rebentar com tudo logo na primeira época. Eu também pensei o mesmo, confesso! Mas o que temos de analisar – e isso é válido para Bergessio, Di Maria e todos os outros sul-americanos que jogam na Europa pela 1ª vez – é o seu talento em si, e não a sua regularidade exibicional. Regularidade essa, tão propensa à tranquilidade do atleta e à familiaridade que tem com o futebol praticado pela equipa. Ora, Óscar Cardozo demontrou, contra o Celtic, que tem imenso talento. Reparem na magnífica jogada, onde roda sobre si mesmo, e remata ao poste! Esse lance só está ao alcance dos grandes jogadores, tal como o golazo de classe que decidiu a partida. Há que lhe dar espaço porque, com apenas 24 anos, tem muito tempo para demonstrar o seu valor. Eu acredito, sinceramente, que o futuro é risonho para o Óscar.
Não quero, para já, fazer aquelas análises complexas sobre estes quase 2 meses de Camacho no Benfica. Acho que ainda é cedo, para além do facto do espanhol ter estado condicionado aos problemas de planeamento do início de época. Mas há que criticar quando é para criticar, e elogiar quando é para elogiar. Isso é ser intelectualmente honesto! Neste jogo, Camacho roçou a perfeição, e a vitória tem a mão do espanhol. Só não concordo com a entrada de Luís Filipe, mas o que é certo é que só havia dois centrais e um miúdo no banco, logo, não havia outra alternativa. O 11 inicial era exactamente o que eu escolhia e as substituições eram as que fazia, e no momento que foram feitas. Adu e Di Maria, pela sua idade e irregularidade/inexperiência – não devem ser titulares no Benfica, muito menos na Liga dos Campeões. E depois já não os há para fazer entrar na 2ª parte! Os jovens são para se ir lançando aos poucos, não com a responsabilidade de entrar de início e decidir jogos.
A situação do Benfica no Grupo continua muito complicada e, na minha opinião, a passagem à próxima fase só será possível ganhando 2 dos restantes 3 jogos. Todas as equipas ainda podem qualificar-se, no entanto, a probabilidade de uns se qualificarem é bem superior a outros. Aposto na qualificação do Milan, em primeiro lugar com uma pontuação superior a 9 pontos, enquanto que a luta pelo 2º lugar decidir-se-á entre Benfica e Shaktar… ou em Glasgow na próxima jornada. Uma possível derrota na Escócia tornará difícil a Taça UEFA, só a vitória possibilita um eventual apuramento.
Podem ver o resumo do jogo aqui. O vídeo é da bS7.
Ficha do Jogo:
3ª Jornada da Fase de Grupos da Champions League
Estádio da Luz, em Lisboa
Árbitro: Massimo Busacca (Suíça)
SL BENFICA: Quim; Maxi Pereira, Luisão, Katsouranis e Léo; Binya, Nuno Assis (Di María, 62 m), Rui Costa e Cristián Rodríguez (Luís Filipe, 84 m); Gonzalo Bergessio (Freddy Adu, 62 m) e Óscar Cardozo.
CELTIC FC: Boruc; Gary Caldwell, Kennedy, McManus e Naylor; Massimo Donati (Evander Sno, 63 m), Paul Hartley, Jarosik, Scott Brown e McGeady; Killen (McDonald, 74 m).
Disciplina: Amarelos a McGeady (28 m), Killen (55 m), Hartley (72 m) e Di María (89 m).
Golos: 1-0, Cardozo (87 m).
#Fotos: Reuters e SerBenfiquista
#adicionado a Crónicas 07/08
#publicado em simultâneo com o Encarnados