quarta-feira, fevereiro 28, 2007

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Crónica 19ª Jornada - Capital do Futebol Espectáculo!


A entrada demolidora do Benfica no jogo chegou para, depois de marcar, controlar as incidências. Isto, apesar de alguns percalços originados pelo nervosismo aquando do golo do Paços. Houve alguma azelhice do adversário na finalização, é verdade, mas o Benfica também teve várias oportunidades para sentenciar, de vez, o jogo. Foi um grande espectáculo de futebol, isso ninguém tem dúvida, que permitiu a consolidação da 2ª posição na tabela!

Na globalidade vimos uma grande exibição do Benfica, com uma vitória justa e valorizada por um excelente, mas por vezes duríssimo, Paços de Ferreira.
Continua incompreensível o facto de haver jogadores esgotados, e outros em risco de suspensão, insistindo Fernando Santos nas duplas substituições aos 90+2 minutos.

“Entrada a Matar”

Logo aos 8 minutos, e na sequência de um forte pressing inicial, Simão fez reaparecer uma das suas grandes especialidades: os exímios livres directos. Não se poderá dizer que o golo surge contra a corrente de jogo, porque até aí, e como se costuma dizer, só deu Benfica. Karagounis foi o principal impulsionador do ataque benfiquista - bem apoiado pelo capitão e pelo irrequieto Miccoli -, tendo sofrido várias faltas naquelas típicas jogadas de confronto individual.
O golo deu a tranquilidade necessária e impulsionou o Benfica para uma meia hora de grande fulgor atacante, remetendo o Paços ao seu meio-campo defensivo. Foi sem surpresa que o marcador se avolumou, na sequência de mais um lance de pura classe de Karagounis. O grego, depois de “limpar” Geraldo de forma “enciclopédica”, cruza para Nuno Gomes, e o #21 finaliza de cabeça para um golo de grande espectáculo. Merecido e sintomático, diga-se!

Há que dizer, também, que o tento de Fahel que reduziu a contenda teve consequência de um evidente crescer dos pacenses… isto por volta dos 40 minutos. Apareceram algumas jogadas perigosas, a que Quim se opôs superiormente, mas o #12 nada poderia fazer quando a sua defesa fica aos papéis na sequência de um canto. Canto, esse, já originário de um estoiro perigosíssimo de Geraldo, a que Quim se opôs de forma magistral.
Mas voltemos ao golo pacense, onde a defesa comprometeu de forma evidente. Ao dar muito espaço no jogo aéreo e falhando as marcações por completo, o Benfica permitiu que o Paços reduzisse o resultado, causando algum frisson, já que o intervalo surgiu logo depois. Havia alguma apreensão nas hostes encarnadas!

O início da 2ª parte confirmou o que de pior tínhamos visto ao Benfica, naqueles minutos finais antes do intervalo. Em 10 minutos as coisas complicaram-se e o Paços teve um lance claro onde poderia ter feito o empate. Luisão perde o duelo individual, e deixa que Fahel assista João Paulo, que falha o golo por centímetros.
O medo do empate terá acordado Simão & Lda, que não mais deram hipóteses à equipa da Capital do Móvel. A jogada do 3-1 é formidável, com Fabrizio Miccoli a explanar todo o seu potencial técnico permitindo o cabeceamento decisivo ao seu colega e amigo.
Resultado feito, havia que controlar a partida… e isso o Benfica sabe fazer como ninguém!

Zorba, o Grande…. e ninguém segura o Super-Capitão

A nível individual há que destacar o inevitável Simão Sabrosa, Petit e o grego Karagounis, que terá feito a melhor exibição de sempre com a camisola do Benfica.
De Simão e de Petit já se foi dizendo tudo, ao longo desta época, mas foi de Karagounis que se viu grande espectáculo. Tenho sido um crítico na forma como, por vezes, segura muito a bola, mas neste jogo o grego mostrou a classe que levou o Inter de Milão a contratá-lo. Timings impecáveis, velocidade de execução, colocação de bola irrepreensível e até mostrou pormenores individuais, no capítulo da finta, de grande classe. A forma como dá o golo a Nuno Gomes só está ao alcance dos grandes jogadores! Para mim, e apesar dos dois golaços de Simão, foi o melhor em campo!

Deve destacar-se, também, a classe de Miccoli na área contrária e a enorme exibição de Nuno Gomes… valeu a pena ficar a “aquecer” o banco na Roménia. Seria inevitável que regressaria em força e em categoria, é fundamental para o Benfica que consiga estar em forma no maior número de jogos possível. A sua veia goleadora será decisiva!
Não será justo destacar ninguém pela negativa – apesar de alguns erros individuais comprometedores, sensivelmente dos 40 aos 60 minutos –, porque toda a equipa exibiu-se em grande plano. Que seja sempre assim, principalmente quando houver deslocações.

”Paulinho das Feiras” volta a atacar!

Quanto a Paulo Paraty, mais do mesmo! Valeu tudo ao Paços na 2ª parte. Agarrões, estaladas, “paralíticas”, joelhadas, entradas a pés juntos… e parece que, neste Campeonato, só os jogadores do Benfica são justamente, repito justamente, amarelados por protestos. Depois do que vi em Leiria, onde insultos e até ameaças Elmano Santos sofreu, fico estupefacto como isto só acontece a alguns…
Edson, Mangualde e Paulo Sousa viram a expulsão perdoada por duplo amarelo, o último dos quais – que sai de campo com a folha limpa – por duas vezes! O juiz do Porto, felizmente, não teve influência no resultado mas era necessário ser tão óbvio?!

A rábula dos amarelos por pedir cartão nem vale a pena comentar, é apenas uma tentativa de obter protagonismo. E é verdade que houve algumas entradas duras de benfiquistas na 2ª parte, mas no meio da madeirada oferecida pelos pacenses, ninguém honesto poderá dizer que o excesso esteve do lado da equipa da casa.
Ainda estou para perceber qual a razão para o fiscal, do lado direito, ter marcado falta a Miccoli, com este isolado, quando é o defesa do Paços de Ferreira que agarra o braço do italiano. Era uma jogada de golo eminente, e também não percebo qual a necessidade de mostrar risinhos cúmplices, apesar da fraca dentadura, para com o chefe de equipa!
Lance limpo de Simão no 3-1, num bom trabalho dos auxiliares nesse capítulo. Segundo as regras do futebol, em linha não é fora-de-jogo, sabiam?

Se Nos Deixarem…

Mediante a qualidade dos futebóis apresentados ultimamente, o Benfica terá assegurado, pelo menos, o 2º lugar na tabela em 2006/07. Confesso estar algo céptico em relação à conquista do título, e por vários factores…
A falta de oportunidades dadas à 2ª linha do plantel destruiu por completo a mais-valia que alguns atletas poderiam dar à equipa nesta época. Karyaka já partiu para a Rússia, Paulo Jorge e João Coimbra jogam um minuto de cada vez, Mantorras passa vários jogos no banco ou na bancada, não há lateral-direito e central suplentes, e Miguelito, apesar de ter muita qualidade e polivalência, não joga há 3 meses – Marco Ferreira e Beto, obviamente, não contam… ou não devem contar. Ora, isto poderá complicar as aspirações da equipa caso apareça alguma lesão, ou castigo, no núcleo duro da equipa.
E já nem acentuo possíveis erros cometidos por Fernando Santos noutras vertentes técnico-tácticas!

Outra situação fulcral será o comportamento que a corrupção instalada há décadas terá com uma hipotética subida à liderança, nas próximas semanas, por parte do Benfica.
E por isso é fundamental estar especialmente atento – sim, Direcção e Equipa Técnica incluídas – aos próximos 3 jogos do Campeonato… não podemos pactuar com a perpetuação dos crimes que têm minado a Verdade Desportiva.
A nomeação de Jorge Sousa, do Porto, para o Aves-Benfica e de Olegário Benquerença, de Leiria, para o FC Porto-Braga causam-me enorme apreensão. Não só pelo longo historial de gamanço destes dois árbitros – recordo um golo que não contou e outro assistido com o cotovelo – mas também pelo facto de serem ambos arguidos no processo Apito Dourado.

A próxima jornada vai decidir muita coisa, assim como todas as outras jornadas até ao confronto do título marcado para a 23ª ronda. E estou curioso para saber quem vai substituir o fundamental Luisão!
Alguns falam em “contra tudo e contra todos”! Sim, deve ser… contra a honestidade e a justiça, claro! É de final em final mas há que ter fé, é preciso ressuscitar a Onda Vermelha!

NDR: Já andava para tomar esta iniciativa há mais de um ano e, em conversa com o Urra e com o Bakero, tomei a decisão de tentar partilhar as mais de 20 cassetes VHS que tenho com jogos, resumos e curiosidades do Sport Lisboa e Benfica.
Já tenho estado em fase de testes, atenção que é a primeira vez que entro no mundo da edição de vídeo, mas brevemente haverá novidades acerca de material com alguns anos de idade. Poborsky, João Vieira Pinto, Valdo e Michel Preud’Homme, entre outros, estarão presentes na maioria daquilo que apresentarei à comunidade benfiquista.
Será uma espécie de Memória Gloriosa em ponto muito pequeno e individual, a partilhar com vocês no Encarnados e no Mar Vermelho. Estejam atentos!

Podem ver o resumo do jogo aqui. Como sempre, o vídeo é a bS7.

Ficha de Jogo:

19ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Paulo Paraty (Porto)

SL BENFICA – Quim; Nélson, Luisão, Anderson e Léo; Katsouranis, Petit, Simão (João Coimbra, 90+2 m) e Karagounis (Derlei, 83 m); Fabrizio Miccoli e Nuno Gomes (Paulo Jorge, 90+2 m).

PAÇOS FERREIRA – Peçanha; Mangualde, Geraldo, Luiz Carlos e Antunes; Elias (Mojica, 82 m), Paulo Sousa e Fahel (Leanderson, 63 m); Edson, João Paulo e Cristiano (Ricardinho, 69 m).

Disciplina: Amarelos a Elias (9 m), Edson (20 m), Mangualde (23 m), Fahel (31 m), Luisão (49 m), Katsouranis (64 m), Luiz Carlos (65 m) e Ricardinho (82 m).

Golos: 1-0, Simão (8 m); 2-0, Nuno Gomes (33 m); 2-1, Fahel (45+1 m); 3-1, Simão (66 m).

#Fotos: Reuters e SerBenfiquista

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o Encarnados

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Curiosidade Mórbida!

Podemos considerar o Roubo do Ano, um jogo onde 4 de 5 golos são obtidos de forma irregular, ou é mais uma incontestável vitória da melhor equipa?

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Crónica Taça UEFA - "Chutar p'ra Canto!"


A dúvida baseava-se, essencialmente, em saber qual o Benfica que se iria apresentar em campo. Um Benfica apático, conformado e expectante, tendo em conta o resultado alcançado na Luz, ou por outro lado um Benfica pressionante, atento e eficaz. Ao fim ao cabo tivemos um pouco dos dois, em dois períodos de tempo distintos.
tínhamos visto o que valia este Dínamo – ou pelo menos tínhamos visto qualquer coisa – no confronto da Luz, e parecia evidente que um Benfica ao mais alto nível sairia de Bucareste com a eliminatória garantida… e quem sabe com a vitória!
Não é que os romenos sejam uma má equipa, porque não são – e até já se tinha tirado essa conclusão anteriormente –, mas, a bem da verdade, as individualidades do Benfica são de outro campeonato.

Na globalidade, e depois dos dois jogos, chegámos facilmente à conclusão que, em nenhuma circunstância, esteve comprometida a passagem do Benfica aos oitavos-de-final da Taça UEFA. Nem mesmo naqueles 25 minutos depois do golo de Munteanu, período onde o Benfica foi completamente dominado pelo adversário e onde houve muitas dificuldades para sair do meio-campo defensivo! Período tal, de maior apreensão e enervamento para nós adeptos… pelo menos para mim foi.
Depois de ameaçar, no final do 1º tempo, o Benfica impulsionou-se para a vitória com o espectacular golo de Anderson. Foi nesse cabeceamento estudado, poderoso e afirmativo, que o jogo se decidiu. Os visitados esmoreceram, já que só com um milagre garantiriam a qualificação, e impulsionou-se a tranquilidade necessária na equipa, para poder explanar toda a categoria individual e colectiva.

Fernando Santos, finalmente, optou por colocar Nuno Gomes no banco. O #21 é um jogador de qualidade, toda a gente o sabe, mas há que saber proteger os atletas quando as coisas estão a correr mal. E tendo em conta que há outras soluções, poucas é certo, aplaudo a decisão. Ganha a equipa e ganha o Nuno, que regressará com mais força e tranquilidade.
Mas a saída do sub-capitão colmatou-se com a entrada de um jogador que detesto, e não vale a pena voltar a ter a mesma conversa para justificar esse sentimento. Para além de todas essas razões de índole mais ou menos pessoal, o brasileiro está pesado, excessivamente lento, trapalhão e completamente desenquadrado com a realidade do clube e da própria equipa. Não estaria Mantorras mais capacitado?

Da Miséria à Classe

O início de jogo foi de má qualidade, com o Benfica sem chama e onde os jogadores do Dínamo apresentaram um excessivo nervosismo, claramente limitativo da sua capacidade futebolística. Esse nervosismo originou algumas perdas de bola potencialmente perigosas, perigo que nunca conseguiu ir mais além de uns fogachos individuais ou de Simão ou de Miccoli.
Foi num contra-ataque aos 10 minutos que, num três-para-um, o Benfica teve a primeira oportunidade para decidir a eliminatória. O lance acabou nas mãos do excelente Lobont e contribuiu para “acordar” os romenos. De uns primeiros minutos de expectativa e apatia – dos dois lados diga-se –, o Dínamo começou a empurrar o Benfica de forma evidente.

Sucederam-se alguns pontapés de canto e remates de longe, situações que anteviam o golo e que Quim safou, que acabou por acontecer e, na minha opinião, sem qualquer responsabilidade para a defesa encarnada. É um golo bonito, numa grande desmarcação após excelente passe.
A partir daí começaram os problemas mais graves, o Dínamo encostou e, apesar de um pouco trapalhões, não deixaram o Benfica sair para o contra-ataque. Quim, e a dupla de centrais, acabam por ser muito importantes nesse momento sufocante, apenas interrompido com alguns lances de bola parada de Simão.
Conseguindo suportar o ímpeto romeno com dificuldade, o Benfica acabou a 1ª parte em cima do adversário – a imposição no jogo é notável – tendo dois lances claros para empatar a contenda: Simão num remate de fora da área e Katsouranis num canto, ambos os lances parados com grandes defesas de Lobont.

Dando seguimento aos excelentes 5/7 minutos finais, a entrada na 2ª parte foi espectacular… e decisiva! O golo de Anderson estagnou por completo a parca “raiva” dos Red Dogs e impulsionou o Benfica para uma 2ª parte de grandíssima qualidade, claramente do melhor que já vimos deste Benfica 2006/07.
Sucederam-se as oportunidades de golo, com Simão e Miccoli em grande plano, e não foi por acaso que se deu a volta ao resultado… num golo típico de Katsouranis!
Com o 1-2 no placard, o Benfica manteve-se sempre em cima do adversário até ao final, sempre com o domínio de jogo, sempre com o golo a poder surgir a qualquer momento. Deu para Simão falhar um golo feito aos pés de Lobont, para Miccoli tentar um bonito com a bola a sair ao lado, e até Petit quase fazia um golo de bandeira, num estoiro de fora da área.
Com o resultado feito nem faltaram as substituições à Fernando Santos.

O regresso dos Cabeceadores

A nível individual, os destaques acabam por já ser recorrentes. Simão, Luisão e Petit impuseram-se como os melhores, havendo ainda notas muito positivas para a irreverância de Miccoli, para a segurança de Quim, e para Anderson e Katsouranis… dois dos três, juntamente com Luisão, grandes cabeceadores do plantel e que mostraram um “cheirinho” daquilo que de melhor já lhes vimos. O brasileiro esteve muito seguro e o grego imperial na circulação de bola.

Luisão teve importância fulcral naquele período mais complicado do Benfica. Não teve falhas, como é normal, e procurou incutir tranquilidade aos seus colegas, como sempre o faz! Voltou a ajudar Nélson e até teve um lance para marcar de cabeça, onde falhou por pouco. Confirma a grande forma e a grande categoria individual, um autêntico patrão.
O melhor marcador da Taça UEFA, em 180 minutos, teve uma única oportunidade para marcar… isso diz tudo! São jogadores assim, experientes internacionalmente, que garantem eliminatórias europeias.

Petit voltou a ter algumas dificuldades a entrar no jogo, e a equipa voltou a ressentir-se disso. Terá de ter a esmagadora parte do mérito no acordar do Benfica, foi através da garra e da determinação que o caracterizam que o controlo do jogo mudou de dono. Principalmente depois do golo do empate, é protagonista de 2 ou 3 cortes de grande espectáculo, um deles pelas costas, aos pés de Munteanu. Quase fazia o 1-3, num “míssil” bem ao seu estilo! Grande exibição, alguém sabe como se escreve Petit em romeno?

Começam a faltar palavras para elogiar a excelência do futebol de Simão Sabrosa.
Quando foi preciso pegar no jogo atacante foi Simão a assumir-se, quando foi preciso cobrar as bolas paradas foi Simão a responsabilizar-se, quando era preciso ou velocidade ou tranquilidade foi Simão a definir. Simão esteve em todo o lado, em todos os lances de ataque… foi, e é, o dínamo do Benfica!
Na ficha de jogo contam-se duas assistências, e também 3 golos falhados perante o gigante Lobont. O capitão foi, sem margem para dúvidas, o melhor em campo!

O equívoco Derlei

Desta vez não quero massacrar novamente o(s) mesmo(s) e faço apenas um breve comentário sobre Derlei. Já fui atacado por muitos benfiquistas pela forma castradora como analiso as prestações do #27, mas eu sou assim… and that’s the way it is! Tem de me mostrar muito para o conseguir, sequer, tolerar na equipa. Já fiz uma breve menção no início da crónica mas volto a dizer que, na Roménia, voltou a ser um corpo estranho. Tem um bom lance, ao isolar Simão, mas fora isso foi uma completa nulidade.
Sim, já sei, é muito batalhador e tal mas de batalhadores que jogam na frente de ataque do Benfica já estou eu cansado. Não dava para o deixar lá, assim tipo dizer-lhe que o voo era mais tarde?

Volto a dizer que, apesar de bom jogador e extremamente útil na manobra da equipa, enerva-me bastante a teimosia de Karagounis em continuar a segurar a bola demasiado tempo. Há que procurar soltar mais rápido, esse “empastamento” do jogo – propicio a perdas de bola comprometedoras – não beneficia nada a equipa!

Queimando Tempo… e um Plantel

No que diz respeito ao trabalho de Fernando Santos, e depois de uma bela vitória fora de casa, há pouca margem para criticar. Ou, pelo menos, haverá pouca tolerância para ouvir aqueles que se assumem como acérrimos críticos do seu trabalho, como eu. Terá mérito na tal “conversa” ao intervalo, mas insiste nas alterações depois dos 80 minutos.
Não há explicação para isso, é perfeitamente incompreensível. É rezar para o cansaço não se tornar inibitório na parte decisiva da época. E Beto porquê? Tudo menos o Beto!

Serenidade Nórdica

Da Dinamarca apareceu uma arbitragem tranquila e quase imaculada. Nicolai Vollquartz não terá tido grandes lances para decidir mas, quando eles apareceram, mostrou categoria. Ao amarelar Danciulescu, por simulação grosseira de um penalty, mostrou que não se iria afectar pelo difícil ambiente. Não o conhecia, e parecia ser fisicamente “gasto” para o cargo, mas mostrou o contrário. Sempre muito perto dos lances, e rigoroso na sua análise!
Imperial, também, o trabalho dos árbitros auxiliares no capítulo do fora-de-jogo.

Paris é Nossa, e Há-de Ser

E pronto, já se sabe que a próxima eliminatória será uma bela oportunidade para os emigrantes matarem saudades. Será que, novamente, será batido o recorde de assistência forasteira nas competições da UEFA? Em Saint-Dennis estiveram 40 mil portugueses, naquela horrível exibição com o Lille, quantos estarão no Parque dos Príncipes?
A oportunidade é muito boa, quer para os portugueses que poderão ver o seu clube de perto, mas também é uma grande oportunidade para o Benfica garantir, pelo 2º ano consecutivo, os quartos-de-final de uma prova da UEFA.
Será importante fazer um golo em solo gaulês! O PSG está perfeitamente ao alcance, depois de ir à Cidade Luz, há que decidir na Luz.

NDR: Não vejo necessidade de retirarem o vosso dinheiro da Caixa Geral de Depósitos... como fizeram tantos sportinguistas aquando da fundação da Caixa Futebol Campus. Sempre quero ver qual a atitude de algumas "personagens", que cheias de raiva e ódio se insurgiram contra os "benfiquistas" do Conselho de Administração da CGD. Seguindo uma atitude de coerência, que obviamente não têm, deveriam engolir um sapo e enfiar a viola no saco.
Mas não digo para terem vergonha disto, porque acho perfeitamente legítimo uma empresa, mesmo que pública, investir o seu orçamento de publicidade onde bem entender. Como já o tinha dito antes!
Mas depois do que tive de ouvir, há uns tempos atrás, não me vou calar: como é, malta lagarta que nos lê, agora vão voltar a meter lá a “guita” ou continuam sob protesto?

Podem ver o resumo do jogo aqui. A autora do magnífico vídeo é a bS7.

Ficha de Jogo:

2ª mão dos desasseis-avos-de-final da Taça UEFA

Dínamo Stadium, em Bucareste

Árbitro: Nicolai Vollquartz (Dinamarca)

DINAMO BUCURESTI – Bogdan Lobont; Blay, Moti, Radu e Pulhac; Margaritescu, Serban (Balace, ao int.), Catalin Munteanu (Mendy, 58 m) e Cristea (Zé Kalanga, 76 m); Danciulescu e Niculescu.

SL BENFICA – Quim; Nélson, Luisão, Anderson e Léo; Petit, Katsouranis (Beto, 89 m), Simão e Karagounis; Fabrizio Miccoli (Nuno Gomes, 76 m) e Derlei (Paulo Jorge, 86 m).

Disciplina: Amarelos a Moti (21 m) e Danciulescu (34 m).

Golos: 1-0, Munteanu (23 m); 1-1, Anderson (50 m); 1-2, (Katsouranis, 64 m).

(O Benfica qualifica-se para os oitavos-de-final da Taça UEFA, com o agregado de 3-1, onde vai defrontar o PSG de Pauleta)

#Fotos: AFP-Getty Images, Reuters e Site Oficial

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o Encarnados

domingo, fevereiro 18, 2007

Crónica 18ª Jornada - "Gordo, eu?"

A deslocação era difícil, a tradição não era favorável, o momento era complicado mas a expectativa enorme! As escassas vitórias fora de casa auguravam problemas na Madeira mas, aparentemente, foi mais fácil do que se pensava! Havia algum receio deste confronto nas hostes encarnadas, principalmente devido ao facto do Benfica ser o último a jogar. Mas a exibição foi extremamente personalizada, com 40/50 minutos de enorme qualidade, e apontamentos claros nos momentos decisivos. O Benfica jogou bem, jogou em velocidade e em categoria, controlou o jogo de forma preponderante, criou várias oportunidades de golo, mas precisou de um jogador de classe para resolver a partida…

Apesar de em 15 minutos terem sido goleados em Alvalade na jornada anterior, os insulares têm uma boa equipa. Equipa forte quando jogando em casa, e que criou muitas dificuldades aos restantes candidatos ao título nessa condição.
A realidade, ou curiosidade como quiserem, dizia que o Benfica só foi Campeão Nacional, nos últimos anos, sempre que venceu na Choupana. As estatísticas valem o que valem, obviamente, mas cá estaremos para confirmar esses vaticínios espirituosos!

Contra todos os prognósticos, mesmo de Fernando Santos, o Benfica apresentou-se diferente daquilo que mostrou nos últimos meses. Na defesa tudo igual – com Quim, Nélson, Luisão, Anderson e Léo –, mas a inclusão de Fabrizio Miccoli no 11 provocou algumas mudanças nos 2 restantes sectores da equipa. O italiano fez parelha com Nuno Gomes, e mesmo com Rui Costa a titular, Simão Sabrosa fez de… #10. Petit e Karagounis actuaram nos seus lugares habituais mas Rui Costa apareceu como interior-esquerdo! Um esquema que ficou por comprovar de forma evidente já que o maestro saiu lesionado e Karagounis, o seu substituto, fez regressar o 4-4-2 losango que o Benfica apresentou até Janeiro.

Assumir, decidir e… controlar

O início de partida foi bastante “morno”, com poucas oportunidades de golo e muito “estudo” entre as equipas. O ataque do Benfica era inconsequente, do outro lado inexistente, e só nalguns rasgos de Simão e de Rui Costa havia emoção.
Se a equipa já estava algo amorfa, tudo piorou com a saída do maestro. A presença de Karagounis, ao contrário do que costuma acontecer, como que constituía um “corpo estranho” na equipa e o Benfica esteve mais de 20 minutos sem conseguir solidificar o seu jogo. As dificuldades de Petit, nesse período, também terão tido influência decisiva.

O desvio de Simão para a esquerda, sensivelmente à meia-hora de jogo, terá sido fundamental no decisivo assumir da partida por parte do Benfica. Premeditado ou não, começaram a aparecer as combinações com Léo e algumas das vezes tendo Karagounis completamente livre para progredir. É do lado esquerdo que saem alguns cruzamentos perigosos para a área, que Nuno Gomes desperdiça invariavelmente com remates sempre mal enquadrados. Karagounis e Simão são protagonistas de jogadas semelhantes, aquele típico lance de finta para dentro, e poderiam ter aberto o marcador. O remate do grego sai muito por cima, o de Simão sai centímetros ao lado.
A primeira parte termina com uma “bomba” de Petit, impedida de entrar por Benaglio… e pelo poste! Sentimento de injustiça com o apito para intervalo, o fantasma do nulo começava a pairar na Choupana!

O começo do segundo tempo foi a confirmação dos últimos 15 minutos da 1ª parte. Domínio esmagador, múltiplas oportunidades de golo - uma clarissima num cabeceamento de Luisão - e um Nacional completamente subversivo ao poderio do Benfics. O desenrolar de jogo, sem golos, começava a enervar um pouco os jogadores, e os próprios adeptos, mas então que dois rasgos de génio de Fabrizio Miccoli colocam justiça no marcador. O 0-1, logo seguido do fabuloso 0-2, “destroem” por completo o adversário, não deixando dúvidas sobre quem sairia vencedor.
Com 20 minutos para jogar, a responsabilidade de assumir as despesas de jogo não eram do Benfica mas sim do Nacional, equipa que nunca conseguiu desenvencilhar-se da teia táctica criado pelo seu próprio treinador.

Luisão deslumbrou, Miccoli resolveu

Perfeição é o termo! Luisão não perdeu uma única bola dividida – quer no ar, quer no chão –, foi fundamental na forma como ajudou Nélson a defender e ainda foi importante no ataque. Pena que, deixado sozinho na área, não tenha conseguido inaugurar o marcador na sequência de um pontapé de canto. O cabeceamento saiu poderosíssimo… mas ao lado. Está num momento de forma brutal, o que acaba por ser muito importante em virtude da preponderância que tem na equipa. O melhor em campo!

Parece que Simão não consegue jogar mal. A atrapalhação e aflição dos dois homens do Nacional que jogaram perto de si durante o jogo todo, diz tudo sobre a importância do seu futebol nesta equipa. Simão está em todas as grandes jogadas do Benfica, quer na colocação de bola, quer na condução de ataque… e muitas das vezes na finalização!
Melhorou bastante, tendo em conta anteriores confrontos, a cobrança dos cantos. Neste momento é imparável no um-para-um, a única hipótese para os adversários é colocar dois ou três adversários consigo.

O italiano tem sido muito criticado, principalmente por aqueles que acham que tudo o que joga de encarnado tem pouca qualidade. Ora, quem percebe um pouquinho de futebol consegue ver que Fabrizio Miccoli é um jogador absolutamente genial, do melhor que já passou por Portugal nos últimos anos.
É verdade que, no 1º tempo, passou um pouquinho ao lado do jogo, mas a raça esteve lá sempre – impressionante a forma como nunca desiste de conquistar a bola ao adversário.
Os dois golos que marca só estão ao alcance dos prodígios. Alguns minutos após um remate disparatado ao lado, depois de assistência do #21, recebe de novo de Nuno Gomes e, sem deixar cair no chão, finaliza colocado. O 0-1, naquele momento é fundamental. Fabrizio sabe-o, os adeptos sabem-no, toda a equipa o sabe!
Mata o jogo com um dos melhores golos desta época. 50 metros em velocidade e, após fintar dois adversários em classe, finaliza de bico perante o keeper suíço. Um golo de antologia!

Melhoria de Nuno Gomes, no dia em que Rui Costa voltou a lesionar-se

Pela negativa, voltam a estar os dois do costume, apesar de Nuno Gomes ter melhorado bastante em relação os dois últimos jogos. Continua, no entanto, a não ser suficiente.
Ao fazer dupla com outro avançado de raiz, Nuno Gomes melhora as suas performances assinalavelmente. E foi o que aconteceu, embora insuficiente para merecer nota positiva. Em 90 minutos duas notas de destaque: dois passes para o seu colega italiano. Num o remate do #30 foi ao lado, o outro deu o 1º golo.
Continua a falhar golos de forma displicente. Neste jogo foram 4, dois remates disparatados por cima da baliza, um lance a um metro da linha de golo em que faz falta desnecessariamente e outro, isolado, onde dá um toque a mais na bola e chuta à malha lateral. Precisa de um golo, urgentemente!

Não se percebe muito bem a intranquilidade do jovem lateral-direito do Benfica. Não fosse o cruzamento que dá origem ao 1º golo e prestação de Nélson teria sido muito negativa. Muito mal nas marcações – valeu a tranquilidade e classe de Luisão –, incrivelmente trapalhão nas subidas ao ataque e desastrado em 90% dos cruzamentos.
A forma como foi ultrapassado, inúmeras vezes, por Diego levou os adeptos ao desespero. O extremo adversário não pode ganhar tantos lances, e de forma tão clara, a um titular na lateral do Benfica.

A lesão de Rui Costa é algo que me deixa muito apreensivo, a gravidade da mesma terá muito a impor nas pretensões deste Benfica 2006/07. Esperemos que não seja tão grave como a que o impediu de dar o contributo à equipa durante 3 meses.
Saúdo o regresso de Paulo Jorge, um jogador que aprecio e que tem menos oportunidades que aquelas que merece. Não me esqueço que, antes da lesão grave em 2006, era das melhores unidades da equipa. Faço votos que consiga agarrar um lugar nos 14 mais utilizados e que consiga aumentar a sua preponderância na equipa. Alguns benfiquistas que o criticam agora são aqueles que, há 3 meses, o queriam na Selecção Nacional. Haja dranguilidad!

Substituir só depois dos 80 minutos

No que diz respeito ao trabalho de Fernando Santos, as críticas possíveis terão a base já tão discutida. A inovação apresentada no início não foi avaliável, em virtude da lesão de Rui Costa, mas há o mérito de apostar forte na inclusão de Miccoli nos titulares. Foi ambicioso e ganhou com isso, seria bom que tivesse o mesmo comportamento no resto da época.
Continuo, no entanto, sem perceber a razão de fazer a 2ª substituição sempre a queimar os 80 minutos e acho lamentável continuar a enxovalhar João Coimbra, com menos de um minuto em campo. Katsouranis continua a arrastar-se em campo, certamente só quando se lesionar é que vai ter algum descanso!

Paixão nada proibida

Já há algum tempo que um jogo do Benfica não tinha uma arbitragem tão boa. Obviamente que vão aparecer “alguns” a queixarem-se mas isso pouco conta para quem percebe, minimamente, as regras do jogo. Bruno Paixão, apesar de conotado com o Benfica desde aquele célebre jogo com a Oliveirense onde assinalou 3 penaltys – o único que não existiu foi falhado por Tomo Sokota –, esteve bastante seguro e sem influência no resultado. Subsistiram apenas alguns erros mínimos em lances divididos a meio-campo e alguns cartões amarelos esquecidos. O jogo também não foi de grande dificuldade, em virtude dos atletas não entrarem no jogo duro ou violento.

Os dois erros que se podem evidenciar como mais graves, e mesmo assim não foram nada de especial, dizem respeito a um cartão amarelo perdoado a Bruno Amaro e outro a Luisão. O motivo é o mesmo, uma falta perigosa às pernas do adversário e sem contacto com a bola. Tenho algumas dúvidas que Anderson tenha tocado em Diego, no lance em que recebe cartão amarelo, mas dou o benéfico da dúvida ao árbitro.
Tudo o resto esteve impecável, inclusivamente na validação do 2º golo do Benfica. Já ouvi a alarvidade de que há falta de Miccoli sobre Patacas, num lance onde o contacto é próximo de inexistente, quanto mais faltoso.
Magnifico trabalho dos árbitros auxiliares no capítulo do fora-de-jogo, sem mácula.


Campeão de Fé

A subida ao 2º lugar, e a apenas 4 pontos do líder, aumenta a expectativa. A vitória na Choupana é fundamental na esperança de conquista do 32º título!
Analisando o calendário vemos 4 jogos relativamente acessíveis, antes do confronto do título com o FC Porto. Recepção ao Paços de Ferreira, deslocação à Vila das Aves, Leiria na Luz e ida à Amadora. Vencendo todas essas partidas, a vitória no Campeonato é muito provável e perfeitamente exequível de ser conquistada no confronto com o rival do Norte, tão fustigado por processos judiciais de corrupção desportiva.
Haja coragem, determinação e, essencialmente, ausência de lesões. O Futebol Português precisa de um Campeão com dignidade, um Campeão honrado, um Campeão forte e com prestígio imaculado. Só pode ser o Benfica, haja fé! Eu acredito, carrega Benfica!

NDR: Acho perfeitamente vergonhoso que a Direcção do Benfica tenha estado em convívio com elementos do Nacional da Madeira. Não consigo compreender como pode haver este tipo de contactos, depois de tudo o que se tem revelado sobre a corrupção FC Porto/Nacional/Augusto Duarte, com processos em Tribunal e onde Pinto da Costa e Rui Alves são arguidos e suspeitos de terem juntado esforços para, ilicitamente, prejudicarem o Benfica.
Gostava que entender qual a pretensão de Luís Filipe Vieira. Será apenas mais um lamentável tiro no pé, o qual se pode juntar à sua longa colecção de atitudes incompreensíveis, ou estará a ser enganado? A transferência de Miguelito não explica tudo!

Podem ver o resumo do jogo aqui. Como sempre, o vídeo é a bS7.

Ficha de Jogo:

18ª Jornada da Liga BWin

Estádio Eng. Rui Alves, na Choupana

Árbitro: Bruno Paixão (Setúbal)

NACIONAL MADEIRA – Diego Benaglio; Patacas, Ávalos, Ricardo Fernandes e Alonso; Bruno (Rogerinho, ao int.), Chaínho e Bruno Amaro (Zé Rui, 66 m); Diego (Chilikov, 80 m), Rodrigo e Juliano Spadacio.

SL BENFICA – Quim; Nélson, Anderson, Luisão e Léo; Petit, Katsouranis, Simão e Rui Costa (Karagounis, 13 m); Nuno Gomes (João Coimbra, 90+2 m) e Fabrizio Miccoli (Paulo Jorge, 83 m).

Disciplina: Amarelos a Anderson (31 m), Ávalos (33 m), Patacas (39 m) e Karagounis (82 m).

Golos: 0-1, Miccoli (62 m); 0-2, Miccoli (71 m).

#Fotos: Site Oficial

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Crónicas 06/07

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Encarnados

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Doping no Benfica?

Sem esquecermos esta vergonha e na sequência do mediático "caso Nuno Assis", o Benfica foi assolado, num curtíssimo espaço de tempo, por dois surpreendentes casos de doping em modalidades ditas amadoras. A repercussão no clube é enorme e dá azo a muitas teorias especulativas que, como sócio e adepto que prima pela honestidade, me preocupam seriamente.
Os dois casos têm duas semelhanças decisivas, que não acredito que sejam coincidência: o tipo de doping é o mesmo e consiste na utilização de um produto “mascarante” e não “dopante” – ou seja, sem qualquer melhoramento no rendimento desportivo; há apenas um médico responsável por todas as modalidades, profissional que já foi afastado dos quadros profissionais do clube na sequência do escândalo;

Confesso que não consigo acreditar que uma cabala tenha estas dimensões gigantescas, com CNAD e Secretaria de Estado do Desporto envolvidos – seria, para mim, o fim do Desporto em Portugal –, mas há que dizer que já vi de tudo neste país. Fico, apesar disso, muitíssimo apreensivo com as palavras dos responsáveis do Benfica que divulgam que houve controlo na Selecção Nacional com resultados negativos.
Não estou por dentro do assunto, obviamente, mas acho que seria importante uma posição de força da Direcção sobre o tema, punindo os prevaricadores… os reais prevaricadores. E estou, obviamente, a favor de justas sanções desportivas, pelas entidades responsáveis, aos atletas envolvidos: António Tavares, basquetebolista e Paulo Barata, jogador da equipa de rugby.
É de lei e a lei deve ser para cumprir incondicionalmente!

O doping é algo completamente infame, e incomoda-me que o meu clube esteja associado a algo tão eticamente reprovável. Infelizmente há gente menos idónea que procura justificar outras coisas, desesperadamente, com este tipo de situações no Benfica. É uma pena que a honestidade, real e intelectual, não seja o primordial na sua postura de vida. Há que apurar responsabilidades internamente – o afastamento do médico em causa é o primeiro sinal de coerência – e punir vorazmente quem contribuiu para o enxovalhamento do Benfica na praça pública. A tomada de posição de outros clubes, em situações similares, é-me completamente indiferente, mas há que ter em atenção que este tipo de situações não é exclusivo na Luz… e as pessoas atentas e coerentes sabem-no! Nem vale a pena lembrar os casos, pois não?

#a foto relativa ao rugby não tem Paulo Barata, é apenas decorativa

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O Céu é Encarnado

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quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Crónica Taça UEFA - Ainda há Heróis!

Minuto 89, está 1-0 para o Benfica. Equipa em cima do adversário e há apenas 4 minutos para o final do jogo. Fernando Santos tira Rui Costa e mete João Coimbra, que nem chegou a tocar na bola. Não discuto a saída do maestro, que talvez pudesse ter acontecido mais cedo, mas àquela hora? De ir aos arames! Seria para queimar tempo ou a vontade de se manter no cargo mais uma semanita era mais importante que uma possível vantagem de dois golos? Já nem falo na saída de Petit que, apesar de limitado fisicamente, resultou em mais de 20 minutos sem controlar o meio-campo… Katso’s fault, obviamente! Ambição caramba, a ambição é o segredo quando se treina uma equipa como o Benfica!
Já nem chateia, entristece...

Num jogo razoável – bem melhor na 1ª parte –, Fabrizio Miccoli resolveu mais uma vez… lembram-se do Lille? O Dinamo confirmou ser uma equipa mediana, com algumas excelentes individualidades – Lobont, ex-Fiorentina e ex-Ajax, é colossal – mas denotando uma enorme falta de ritmo competitivo. Perfeitamente ao alcance uma goleada do Benfica de Leiria, por exemplo.
Começa a ser preocupante a falta de poder de concretização do Benfica, deficit esse que, nesta altura da época, causará um grave rombo nas pretensões do clube. Tem sido Simão, Léo e Rui Costa a criarem para toda a gente disparatar em frente aos guarda-redes. Guarda-redes esses, que se têm transformado em Adamastores.

Individualmente há que destacar Simão, Léo e Luisão.
Na sequência das grandes performances dos últimos tempos, Simão Sabrosa voltou a ser o melhor em campo. Desta vez não marcou mas foi decisivo, como sempre é.
Sempre em movimento e na procura do esférico, rematou à barra – que saudades dos seus livres exemplares –, assistiu Nuno Gomes várias vezes sem sucesso, e no único golo da partida tem a glória nos pés mas o keeper romeno não vai na conversa. Não faz mal, porque Miccoli decide no segundo imediato e inaugura o marcador, selando o resultado. O capitão merecia sair recompensado, mas fica para a próxima… e que sejam muitas próximas.

Luisão é a verdadeira âncora da parte recuada da equipa, que continua a mostrar uma classe só ao alcance dos grandes atletas.
Apesar de ter deixado fugir o romeno num lance que originou uma, e única, grande defesa de Quim, destaco dois pormenores deliciosos: o passe de 25 metros que isola Nuno Gomes e uma finta do outro Mundo, junto à linha lateral e “à Mozer”, que prega ao chão um adversário.
Compreendo que estivesse irritado com os assobios mas aquela atitude para com os assobiadores, apesar de compreensível e em defesa do grupo, não é tolerável na forma como foi feita! Mas toda a gente sabe que é um magnífico jogador, magnífico profissional!

O grande show do lado esquerdo do ataque veio de Léo – Simão esteve mais ao meio e poucas vezes descaiu para as faixas na primeira hora de jogo – mas isso já ninguém estranha. O brasileiro é autor de várias arrancadas na faixa, com alguns cruzamentos em grande estilo. O problema esteve na finalização e na abertura de espaços dos atacantes, mas isso já não é da sua responsabilidade. Defensivamente irrepreensível, por ali não passou nada.
Mas também não gosto das ironias do Léo para com a arbitragem, os jogadores têm de aprender a ficar de bico calado.

Rui Costa e Fabrizio Miccoli foram, também, das melhores peças do xadrez encarnado.
O maestro esteve novamente em grande, novamente indispensável, novamente decisivo!
O golo do Benfica sai, novamente, na sequência de um passe seu, mesmo que estivesse já em claro baixo rendimento nos últimos 15/20 minutos. Rui Costa é isto! Numa grande jogada individual pode aparecer uma abertura primorosa e o golo acontecer, e por isso é tão difícil para os treinadores tirarem-no de campo. Mesmo quando parece alheado da partida, o que só aconteceu quando o esgotamento físico interveio, há magia.
Destaco, ainda, outras duas aberturas e as duas para Simão, uma aconteceu depois de uma fabulosa e madrugadora arrancada, que deixou vários romenos para trás, e a outra num passe “a cortar” onde Simão foi impedido, de se isolar, em falta.

O golo que marcou faz dele um dos homens do jogo. Tal como naquele célebre jogo de estreia na Luz, frente ao Lille, o italiano ofereceu a vitória ao Benfica num lance de grande sentido de oportunidade e nos minutos finais. Mas Fabrizio Miccoli foi mais que o golo, esteve sempre em movimento e na ânsia de rematar. Nem sempre as coisas lhe saíram bem, é verdade, mas a sua determinação e classe demonstram inequivocamente que é importantíssimo nesta equipa. No regresso após lesão prolongada, e sem grandes floreados, faz logo um golo… sintomático!

Mas será justo deixar uma referência a Nélson. Muito mais seguro que em jogos anteriores, tem mesmo alguns cortes dignos de registo. Cortes que tiraram prováveis golos ao adversário, num dos quais cabeceia para fora, nos últimos instantes de jogo, quando Niculescu já tinha armado o gatilho para disparar. Ofensivamente voltou a denotar pouca acutilância, visto que foram escassos os cruzamentos em altura. Depois de um início fulgurante no clube – com grandes e regulares assistências –, tem vindo a perder eficácia nesse aspecto. Terá de ter mais atenção na execução do gesto técnico! Um pouquinho trapalhão e “apressado”, por vezes. Nalguns momentos deu a sensação que não deu o melhor seguimento à jogada.

Discutir Nuno Gomes, realmente, já começa a ser moda mas é tudo devido às suas performances horrorosas. Continua a falhar golos em catadupa, dois ou três de forma incompreensível. Lobont é um grande guarda-redes mas um avançado titular do Benfica tem de facturar regularmente. Estar 3 meses sem marcar, com dezenas de oportunidades para o fazer, é desastroso! Mesmo assim melhorou alguma coisa em relação ao confronto anterior, já que não seja por aparecer mais em jogo, mas a sua actuação foi muito insuficiente. Seria importante protegê-lo neste mau momento de forma, e dar oportunidade a outros colegas de plantel. Tem a palavra, Nandinho!

Alguns erros de arbitragem, para os dois lados, por um croata que deixou passar incólume algum jogo duro. É discutível o amarelo mostrado a Moti, quando Simão se isolava, mas penso que Ivan Bebek esteve bem. O vermelho não escandalizaria mas seria algo exagerado, em virtude de haver outro defesa relativamente próximo.
Parece-me, no entanto, haver um penalty não assinalado, por empurrão a Derlei, na jogada que dá origem ao único golo. Ainda bem que Miccoli resolveu, caso contrário o resultado estaria desvirtuado.
Quanto aos árbitros-auxiliares, completamente aos papéis... aquele lance invalidado aos romenos, na primeira parte, é ridículo!

Já tinha “saudades” da organização do povinho para “malhar” nos benfiquistas, é algo que tem acontecido desde aquela malfadada deslocação à Póvoa do Varzim. Vocês já o devem ter sentido, também! Sempre é mais um desgosto que têm com esta vitória, mas será muito difícil passar a eliminatória, já que uma vantagem mais alargada é fundamental nas provas europeias. A intranquilidade geral instalada tem sido castradora nos momentos decisivos e as deslocações longas não têm sido profícuas este ano… basta lembrar Copenhaga para ficar com o pé atrás! Não quero perseguir Nandinho, mas bem me parecia que nas alturas importantes isto ia acontecer. A esperança continua a ser a última a morrer, claro!

NDR: Impressionante a quantidade de clubes que estiveram representados na Luz. Nada mais, nada menos do que 12. Charlton, Chelsea, Liverpool, Atlético de Madrid, Villarreal, Espanhol, Lens, Saint-Etienne, Marselha, Fiorentina, Juventus e Hamburgo fizeram as honras. Espero que ninguém importante tenha interessado, para não andarem com novelas até Setembro!

Para quem já conhece isto, haverá daqui a algum tempo – quando passar esta fase mais complicada onde há tantos jogos para comentar – uma segunda edição, com novas desmistificações. Os temas estão em estudo, resta-me ter tempo para os desenvolver.

Podem ver o resumo do jogo aqui. A autora do magnífico vídeo é a bS7.

Ficha de Jogo:

1ª Mão dos desasseis-avos-de-final da Taça UEFA

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Ivan Bebek (Croácia)

SL BENFICA – Quim; Nélson, Luisão, Anderson e Léo; Karagounis, Katsouranis, Petit (Miccoli, 46 m) e Rui Costa (João Coimbra, 89 m); Nuno Gomes (Derlei, 73 m) e Simão Sabrosa.

DINAMO BUCURESTI – Bogdan Lobont; Blay, Moti, Radu e Pulhac (Zé Kalanga, 64 m; Dennis Serban, 81 m)); Cristea, Margaritescu, Balace e Munteanu (Ropotan, 78 m); Niculescu e Danciulescu.

Disciplina: Amarelos a Munteanu (25 m), Petit (32 m), Moti (68 m) e Léo (78 m).

Golos: 1-0, Miccoli (88 m).

(Segunda mão a 22 de Fevereiro, no Dínamo Stadium, em Bucareste)

#Fotos: AFP-Getty Images, SerBenfiquista e Reuters

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Luisão, Dá-nos (Mais) Uma Vitória!

Parabéns pelos 26 anos!

"Dinamizar" o Benfica!

Nomes como Adrian Mutu, Cosmin Contra, Viorel Moldovan, Donirel Munteanu, o guarda-redes Stelea, e mesmo Marius Niculae, não são desconhecidos no Futebol Mundial. Todos estes jogadores têm em comum o facto de já terem passado pelo Dinamo de Bucareste, um dos mais prestigiados clubes romenos e que lidera, actualmente, a Liga Romena.
Não será, portanto, um adversário fácil para o Benfica, não só porque têm uma excelente equipa mas também porque a deslocação à Roménia será bastante difícil.
Á semelhança do Benfica, os Red Dogs ficaram em 3º na Liga Romena de 2005/06 mas fizeram sensação nas Competições Europeias, neste caso a Taça UEFA. Ao golear o Everton por 5-1 – agregado de 5-2 –, o Dinamo qualificou-se para a Fase de Grupos, mas falhou a qualificação para os 16 avos-de-final face a Marselha, Levski Sofia e Heerenveen.

O facto de terem o Campeonato parado desde Dezembro – o último jogo do Dínamo traduziu-se numa vitória, por 3-0, no terreno do incógnito Pandurii Lignitul (?!) – poderá facilitar a tarefa na Luz, mas há que ter em atenção que os romenos têm estagiado em Portugal e fizeram, mesmo, alguns jogos com adversários lusos – perderam pela margem mínima com Académica e Vitória de Guimarães e venceram em Leiria, também com um golo solitário.
Tendo seguido a boa carreira do Steaua de Bucareste na Liga dos Campeões deste ano, e verificando que estes se encontram em 2º lugar a 13 pontos dos seus rivais da mesma cidade, não espero uma goleada. Ter em atenção, também, que o 3º classificado Rapid, também de Bucareste, eliminou o Nacional numa recente pré-eliminatória da Taça UEFA. E venceu... na Madeira!
Ao contrário do que diz Fernando Santos, há que resolver a eliminatória já na 1ª mão para não ter de sofrer aquando da deslocação.

Como curiosidade devo dizer que o Dinamo ficou em 2º lugar no Grupo B da Taça UEFA, vencendo o Besiktas e o Bayer Leverkusen por 2-1, em Bucareste, e empatando em Brugge a uma bola. Perdeu apenas o último jogo em Londres, já qualificado, por 3-1 com o líder invicto Tottenham. O avançado Niculescu, de 30 anos, é o melhor marcador da competição, com 10 golos (2 nas eliminatórias).
Venham lá, então, os romenos… de preferência com um Benfica sem aquele hediondo "equipamentozinho" creme!

Estádio: Stefan cel Mare Stadium, 15 mil lugares

Historial (Fundado em 1948): 17 Campeonatos Nacionais (último em 2003/04), 12 Taças da Roménia (última em 2004/05, 5 nos últimos 7 anos), semi-finalista da Taça dos Campeões Europeus em 1983/84 e da Taça das Taças em 1989/90.

Equipa Base (4-4-2): Bogdan Lobont; George Blay, Cosmin Moti, Stefan Radu e Christian Pulhac; Zé Kalanga, Andrei Margaritescu, Adrian Cristea e Catalin Munteanu; Claudiu Niculescu e Ionel Danciulescu (capitão).

Destaque também para o avançado Jean Phillipe Mendy e para o médio Dennis Serban.

Treinador: Mircea Rednic

Confrontos Anteriores (Jogos Oficiais):

1999/00 – 1ª Eliminatória da Taça UEFA
Benfica 0-1 Dinamo Bucareste
Dinamo Bucareste 0-2 Benfica (Maniche e Chano deram a vitória no jogo e na eliminatória)

(Em 1991/92 eliminaram o Sporting da Taça UEFA ao perder por 1-0 em Lisboa, vencendo por 2-0 na Roménia; em 1990/91 foram eliminados pelo FC Porto da Taça dos Campeões Europeus ao perderem os dois jogos por 2-0)

Fotos: AFP – Getty Images, Wikipédia e Stadium Guide

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sábado, fevereiro 10, 2007

Crónica Taça Portugal - "One Down, Two to Go!"


A formação da equipa titular perante um campo tão difícil demonstrou, logo, que iríamos ter sofrimento benfiquista. A presença de Beto no plantel do Benfica é um atentado à grandeza deste clube, quanto mais metê-lo a jogar a titular. O miúdo João Coimbra tem jeito mas está verdinho e pouco rodado, Katsouranis está limitado fisicamente há 2 meses e Rui Costa não defende. Portanto, as ausências de Karagounis e, principalmente, Petit – e porque, obviamente, o clube não foi ao mercado como deveria ter ido – foram fundamentais na perda de controlo do meio-campo. Isto durante os 90 minutos!
A exibição foi má, não, foi péssima mas ser eliminado pelo Varzim é, ainda assim, uma descomunal vergonha. Mas não acho que tenha havido um problema de atitude, como já ouvi e li nalguns locais. Falta classe no banco, o banco é mau… é muito mau, mas mesmo que fosse bom o Nandinho não o saberia gerir. Aí residem as duas principais falhas deste Benfica 2006/07, que já têm sido discutidas aqui!

O Benfica não vence na Póvoa há 23 anos, não pode ser só Sorte/Azar! É um campo tradicionalmente muito complicado e não há maneira de o “descomplicar”. Felicito os varzinistas que lêem estas modestas linhas porque, realmente, mereceram vencer este amorfo Benfica. Que consigam ir o mais longe possível, reafirmo que não tenho qualquer tipo de ressentimento! É também nisto que, penso eu, nos distinguimos dos outros. Na atitude pós-jogo, quer queiram quer não os benfiquistas são diferentes. As diferenças estão à vista. Não há “comunicados”, não há queixas formais, não há recursos, não existem lutos nem dedos apontados institucionalmente. Não há hipocrisia!
Já há muito tempo que sigo a carreira do angolano Mendonça. Ah, Angola! Um jogador de grande qualidade, que merece uma equipa de 1ª Liga, e que fez uma grande e decisiva exibição!
A desilusão é gritante, porque pensava que havia boas hipóteses da 26ª Taça vir para o Museu da Luz. Desilusão e conformismo é o pior que se pode sentir, afasta as pessoas daquilo que se gosta, mesmo que se goste muito. Quero voltar a sentir um Benfica ambicioso à Camacho!

A nível individual quero destacar a categoria de Simão Sabrosa, Rui Costa e de Luisão, os melhores jogadores do Benfica na Póvoa.
No um-para-um, o capitão, foi simplesmente imparável e avassalador. Construiu todas as jogadas de ataque, quer à direita, quer ao centro, quer à esquerda. Foram inúmeras as jogadas de desequilíbrio, as fintas, os sprints, as aberturas… só estão ao alcance de jogadores de eleição, numa raça e determinação competitiva que contagiou quer colegas quer os próprios adeptos. Simão Sabrosa é pura classe e mostrou-a, mais uma vez, ao apontar um espantoso golo... de cabeça! Como pecha, terão estado as marcações dos pontapés de campo, onde a muito custo centrou em altura, mas o estado do terreno também tem responsabilidades na matéria.

Luisão foi dos melhores, como normalmente é. Simplesmente perfeito no centro da defesa – não há nota de qualquer erro – e fundamental nas “dobras” a um inqualificável Nélson. Foram inúmeras as dobras que fez ao #22. Na hora de maior aperto posicionou-se na frente de ataque e é protagonista da jogada mais perigosa do Benfica. Com uma finta incrível tirou 2 adversários do caminho mas o ressalto de bola, após o remate, tirou-lhe o golo do empate.

Dos pés do Maestro saiu, novamente, a assistência decisiva para o melhor momento do Benfica no jogo. Aí não há nenhuma novidade, só a confirmação da reconhecida categoria Mundial! Rui Costa pareceu, no entanto, com algumas dificuldades para manter o nível na 2ª parte, muito pela dureza varzinista do relvado e… dos adversários!
Talvez tenha sido um bocadinho por isso que a prestação do Benfica tenha piorado, quando seria de esperar o contrário. Já foi dito, confirmado até por Fernando Santos, que não consegue aguentar um jogo inteiro, mas há 2 jogos consecutivos que 90 minutos são adicionados ao seu tempo de jogo de 2006/07 – no Restelo saiu aos 85.
A sua imagem, no fim do jogo, de desilusão e tristeza, transparece todo o verdadeiro sentimento benfiquista àquela hora.

Destaco ainda a hedionda prestação do “Trio Odemira”: Beto, Nuno Gomes e Nélson.
Quando o ponta-de-lança da equipa não faz um único remate à baliza em 90 minutos, mesmo numa oportunidade a meio metro da baliza, como é possível haver uma dinâmica de finalização? Como é possível um avançado assim continuar com lugar cativo? Nuno Gomes foi um “auxílio” ao Varzim, foi horrível, foi vergonhoso, foi patético, foi penoso, foi indigno desta camisola… só faltou estorvar a acção dos seus colegas. Esperem lá… mas até isso ele conseguiu fazer, e por 3 vezes!
Acho o sorriso, que esboçou no fim, um atentado à minha revolta. Chega de Nuno Gomes, estou farto até à ponta dos seus longos cabelos.

Neste jogo, Beto mostrou todas as suas fragilidades, ao invés das poucas virtudes que tem. Excessivamente lento, pouco rotinado e demasiado duro, mostrou que não tem classe nem para o Varzim... B. Falhou inúmeros passes e, em nenhuma circunstância, conseguiu fazer esquecer o grande Petit. Agora sentiram a falta dele, não sentiram?
Começou bem o jogo, conseguindo soltar a bola rapidamente para os colegas. O problema agravou-se quando tentou sair a jogar, ou quando optou pelos passes de maior grau de dificuldade. Saiu de campo muito tarde mostrando que, sem o #6 em campo, o Benfica está claramente deficitário nesta posição. O que está Beto a fazer com um contrato profissional de futebol, no Benfica?

A prestação de Nélson teria sido muito mais negativa caso não tem mostrado mais concentração defensiva e disponibilidade ofensiva no segundo tempo, onde foi dos melhorzinhos. O que é certo é que os primeiros 45 minutos de jogo foram para si, e na sequência para a equipa, um verdadeiro pesadelo... mais um! No seguimento de anteriores prestações medíocres, continuou a mostrar vastíssimas debilidades no acto de defender e, sendo assim, falhou praticamente todas as marcações. Ouviu-se Rui Costa e Luisão a gritarem com ele para lhe pedirem para ajudar na defesa. Sintomático!
No ataque nunca se conseguiu soltar e raramente “levantou” a bola nos cruzamentos – uma das maiores falhas generalizadas no Benfica há mais de 10 anos –, sendo que estes saíram sem qualquer perigo e foram facilmente cortados. Está nos dois golos do adversário, há que repensar a posição de lateral direito… ou Nelson atina na defesa ou tem de se ir ao Mercado, que já fechou. Lembram-se disto?

Em relação à arbitragem, nada de novo deste árbitro! Olegário Benquerença será, sempre, uma figura do "famoso Sistema" que pretende a polémica, a sem-vergonhice e, quando possível, o gamanço. Apesar da expulsão perdoada a Beto – mais clara é impossível e, assim, não o expulsou porque não quis… o que até seria bom –, há um evidente penalty não assinalado sobre Simão Sabrosa, na 1ª parte, com o resultado num empate.
Ainda estou para perceber o propósito dos dois amarelos aos centrais do Benfica, e sou só eu que acho que há um empurrão nas costas do Alecsan…er, Nélson aquando do 1º golo?
Uma curiosidade: Não houve um único fora-de-jogo neste jogo!
Obviamente que surge muita gente a indignar-se com um erro de arbitragem a favor do Benfica. Esses, que estão em brasa por outros motivos, não merecem qualquer credibilidade. Mas não lhes falta credibilidade por se esqueceram de outros dois “erros” escandalosos que têm influência no resultado – incrivelmente branqueados pela maioria da “nossa espantosa” Comunicação Social –, mas sim porque se manifestam a favor da vergonha presente nas investigações do Apito Dourado. Como se costuma dizer: Vozes de Burro não chegam ao Céu!

A falta de leitura de jogo de Fernando Santos levou-me ao desespero. Errou na equipa inicial, errou ao manter Beto em campo depois das sucessivas faltas duras e dos passes anedóticos, errou ao tirar João Coimbra em vez do #16, errou ao manter o cada vez mais inoperante e ridículo Nuno Gomes, errou ao dar novamente 90 minutos a Rui Costa – quando disse que o #10 só poderia jogar uma hora –, errou ao incluir em jogo o inútil Marco Ferreira, errou ao descartar Manú deste jogo, errou ao não fazer descansar os “lesionados” em tempo útil, erra ao descartar Paulo Jorge de forma sucessiva, erra ao não dar minutos aos suplentes em jogos resolvidos – minando-lhes as rotinas para quando precisa urgentemente dos seus contributos… errou, erra, errará demasiado e não serve, desde sempre que não serve, desde sempre… sempre!

Até conseguiu estar mais barata tonta que os seus pupilos! É irritante, é desolador e é incomodativo o facto de não conseguir funcionar desde o banco. E depois voltam os discursos finais do “Vamos falar e tal”, não há paciência… não tenho paciência! Quem estamos a enganar desde que se iniciou a época? Proporia a troca de Nandinho por Diamantino, que lhe deu mais um inequívoco banho táctico – depois do que levou de Jorge Jesus no Restelo, por exemplo. Ganhar-se-ia em mística e, porque não dizer, em capacidade!
Tenha vergonha, Fernando Santos, e demita-se!

Inesperadamente fora da Taça de Portugal, as "baterias" são apontadas para outras direcções… direcções essas com muito menos possibilidades de conquista do que esta que se esfumou. É a minha opinião e penso que há uma vaga de opinião ampliada, nesse sentido! Espero que o desalento que me assiste desde que – naquele dia de tristeza generalizada na blogosfera benfiquista –, o actual treinador foi apresentado, seja minimizado. O Benfica é enorme, não acaba aqui. O Benfica é eterno e é nosso!

Serão, de certeza, uns dias bem difíceis para nós benfiquistas. Difíceis porque uma derrota do Benfica é sempre motivo de festa e regozijo para milhões de pessoas. Sofremos com isso, claro que sim! Quanto a mim, estarei sempre, mas sempre, de cabeça erguida – e vocês que estão a ler isto também devem estar e sentir-se orgulhosos de pertencerem a esta família –, porque sei que na derrota ou na vitória a nossa honestidade, lealdade e dignidade estarão sempre presentes… e prevalecerão! Perder e ganhar, honestamente, é Desporto. No dia em que ganhar um jogo que esteja comprado indignar-me-ei, envergonhado até aos ossos!

“Olhos no chão”, nunca! Viva o Benfica, um Benfica que é meu e teu, nosso!

NDR: Apesar de já vir um pouco atrasado, não posso deixar de falar no mais recente escândalo de corrupção do Futebol Português, veiculado pela Imprensa e sempre, mas sempre, com os mesmos protagonistas. A tal promiscuidade, tão discutida pelos adeptos mas perfeitamente óbvia entre a União de Leiria e o FC Porto, deverá ter ultrapassado os limites do legal… atingindo o foro criminal e judicial. Que a derrota do Benfica não escamoteie esta vergonha, meus caros, mesmo que seja isso que muita “gentinha” e Imprensa pretenda.
Depois de, há uns anos atrás, o guarda-redes Acácio do Beira-Mar se ter queixado de não terem sido pagos os “incentivos” vindos das Antas – uma mala supostamente vazia para tentar vencer o Benfica, que depois apareceu cheia de notas –, vem à baila uma investigação do Ministério Público de uma possível “marosca” de um ou mais jogadores leirienses, no sentido de facilitar a vida ao adversário.

Este tipo de coisas já são conhecidas por nós há muito tempo, desde que vejo futebol, mas parece que desta vez isto vai mesmo ao fundo do poço. O jogo em causa é a Final da SuperTaça de 2003, com a vitória do FC Porto a ser alcançada com um golo esquisito de Costinha, na sequência de uma bola parada. Um “negócio” que envergonha os leirienses, como eu, e que terá custado 25 mil euros por cabeça!
Já me chegaram aos ouvidos, obviamente sem confirmação, os nomes de Hélton – parece mal batido no único golo do jogo –, João Paulo – acabou expulso com duplo amarelo – e Maciel, como os possíveis envolvidos no esquema… e que, "curiosamente", pertencem actualmente aos quadros do clube que defrontavam.

Será que aqueles 4 “auto-golos”, entre a 1ª e a 4ª jornada, têm cariz semelhante a esta “ajuda” leiriense? E o que dizer das patéticas partidas em Setúbal e no Restelo? Depois de tudo o que se tem passado nos últimos anos no que diz respeito a corrupção na arbitragem, e agora de jogadores adversários, a minha dúvida reside no porquê do FC Porto ainda disputar a 1ª Liga e no porquê dos seus dirigentes ainda não terem sido detidos pela Polícia Judiciária. Não há, sequer, um inquérito da FPF ou da Liga a estes factos? Silêncio e compadrios medonhos!
Se isto alguma vez acontecer no Benfica, ficarei eternamente envergonhado… uma Sociedade do Desporto não consegue sobreviver sendo atacada desta forma por gente sem escrúpulos. Ninguém vai calar a nossa revolta, haja Justiça neste país! Haja, finalmente, Justiça neste país!


Agradecimento pelo vídeo ao Filipe, do excelente Jogo Directo.


Ficha de Jogo:

Oitavos-de-Final da Taça de Portugal

Estádio Varzim Sport Clube, na Póvoa do Varzim

Árbitro: Olegário Benquerença (Leiria)

VARZIM – Ricardo; Pedrinho, Alexandre, Pedro Santos e Nuno Ribeiro; Tito, Emanuel, Nuno Rocha e Marco Cláudio (Tiago Lopes, 83 m); Mendonça (Yazalde, 94 m) e Denilson (Neto, 90 m).

SL BENFICA – Quim; Nélson, Luisão, Anderson e Léo (Marco Ferreira, 83 m); Beto (Karyaka, 65 m), Katsouranis, João Coimbra (Mantorras, ao int.) e Rui Costa; Nuno Gomes e Simão.

Disciplina: Amarelos a Anderson (5 m), Nuno Ribeiro (39 m), Luisão (47 m), Tito (48 m), Beto (57 m), Simão (87 m), Karyaka (89 m) e Marco Ferreira (91 m).

Golos: 1-0, Nélson (13 m, na p.b.); 1-1, Simão (30 m); 2-1, Mendonça (77 m).


#Fotos: Record e MaisFutebol

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o Encarnados

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

GRANDE !!!

Não foi o IFHHS (perito em estatísticas do género do melhor clube do mundo na semana passada), mas a Deloitte quem o concluiu.

Não é o "all time [desde 1991] best club", mas o resultado do estudo da Deloitte quem o confirma.

ESTAMOS NA LISTA DOS 20 CLUBES MAIS RICOS DO MUNDO

Mas ao contrário de outros muito pequeninos, que logo se colocam em bicos dos pés, com estudos e estatísticas muito relativas, nós não embandeiramos em arco. Sabemos qual a realidade, as dívidas astronómicas absorvem grande parte das receitas, mas o facto de já podermos ser incluídos numa lista de elite como esta, é o suficiente para continuar a apoiar o nosso Clube na tentativa de conseguirmos ir mais longe.
Tal como o admnistrador-executivo da SAD do Benfica, também nós relativizamos os resultados deste estudo, mas é óbvio que nos orgulhamos disso e tomamos nota. O que nos faz entrar nessa lista (que diz obviamente respeito ao passado ano) é a capacidade de gerar receitas através da quotização (não se esqueçam que continuamos a ser os maiores do mundo em número de sócios), da venda dos artigos da Marca Benfica e de atrair os maiores patrocinadores do país.

Para chegar a este ponto houve um louvável esforço e muito trabalho, no qual gostaria de me incluir (porque tenho as quotas em dia, incluindo as modalidades e tanho cativo para todos os jogos) e também todos os blogs do GLORIOSO que em uníssono fizeram questão de apelar a todos os Benfiquistas que se unissem para reerguer o nosso clube.

Sabemos que não se pode ter tudo de uma assentada e que ainda há muito caminho a percorrer. Infelizmente a diferença entre o Benfica os primeiros da lista é extraordinária, começando pelo pormenor (importante) de os direitos de transmissões televisivas serem em Inglaterra, 55% das receitas totais e em Portugal apenas uns míseros 10%, no entanto é cada vez mais visível que o BENFICA tal como a Fénix, está a renascer das cinzas.

#vale a pena consultar este pdf, um agradecimento ao Barão Vermelho pelo alerta.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Curiosidade Mórbida!

Porque é que nenhum órgão de Comunicação Social mencionou a agressão de Bruno Alves a Amoreirinha, no recente FC Porto 0-1 Estrela Amadora?
Depois de tantas agressões impunes, porque é que o primeiro, e único, sumarissímo da época é para Derlei?
Como é possível a bofetada de Marco Caneira sair impune?

Sou totalmente a favor do castigo de Derlei, inclusivamente de uma multa interna choruda, mas e dos seguintes lances, já ninguém se lembra?


Há, ainda, uma nova agressão de Bruno Alves num jogo disputado em Setúbal. A foto que há disponível é de má qualidade, mas dá para pensar.

Já nem falo na cuspidela de Pepe a um apanha-bolas leiriense... foi mesmo à minha frente, mas também passou impune.

#Fotos: "A Bola" e "A Xafarica"

#aconselho a leitura integral deste post, de um excelente blog.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Parabéns Manelelé!

Manuel Henriques Tavares Fernandes
Cacém, 5 de Fevereiro de 1986



sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Crónica 17ª Jornada - "Yo no Credo en Brujas, Pero que las Hay, las Hay"!

“O Benfica já não vai ganhar este jogo”… desabafei eu quando Katsouranis remata ao lado, na sequência do seu 3º tiro ao barrote. Passavam 5 minutos na 2ª parte e o desenrolar da partida já me fazia temer a perda de pontos. À 4º bola ao ferro, de Luisão, a certeza de que nada mais que um empate caberia ao Benfica já era quase absoluta… e ainda faltava meia hora para o jogo terminar!
Cabia ao treinador conseguir dar um boost na equipa, mudar o cariz de jogo, incutir tranquilidade à equipa, incluir dois pontas-de-lança, meter Luisão na frente de ataque, fazer qualquer coisa relevante… mas rapidamente! Infelizmente é algo com que não podemos contar em Fernando Santos, ele estava ainda mais nervoso que os seus jogadores, sentia-se que não sabia o que fazer. Estavam à espera de mais?

Confesso que nada em Nandinho me tem surpreendido! Meter Derlei antes de Mantorras e João Coimbra aos 90 minutos, não adiantando um dos centrais, demonstrou toda a sua inútil capacidade para lidar com estas situações. Não me venham com as histórias de “Ah, e tal, o treinador não tem culpa dos jogadores falharem tantos golos.” É verdade que a responsabilidade não pode ser toda do treinador, e não estou a dizer que o Benfica não ganhou por causa dele, mas não sou eu que tenho responsabilidades tácticas.

Há duas frases que odeio em futebol, frases essas que me enchem de raiva quando alguém do meu clube as diz: “Enquanto matematicamente for possível, vamos lutar pela vitória!” e “Podíamos estar aqui mais uma ou duas horas que a bola não ia entrar!” Para dizer verborreia desta mais vale ficar calado indefinidamente, é a coisa mais patética e humilhante que um profissional de futebol pode dizer… eu considero-as como um insulto directo a minha consciência de adepto. Ainda não ouvi a primeira frase este ano, mas ontem já pude ouvir a segunda. Adivinhem quem disse! Depois do jogo de ontem, era só o que faltava para me "tirar do sério"!

Analisando objectivamente, a exibição global do Benfica foi esplendorosa. Talvez a melhor que já vimos este ano. No entanto, custa bastante escrever sobre o jogo e sobre mais 2 pontos perdidos. Já vi centenas de jogos de futebol, mas nunca vi nada assim! Foi um autêntico massacre do mais esmagador que é possível em futebol, ainda mais do que frente ao modesto Oliveira do Bairro. Como é possível que o pior Boavista de que me lembro, desde que sigo futebol, tenha retirado 5 pontos ao Benfica? A equipa do Bessa teve dois ataques bem conseguidos – um no 1º minuto e outro do excelente Fary, que quase fez golo – e não existiu mais em 90 minutos.

O Benfica rematou 4 vezes ao ferro, teve um domínio de jogo como nunca tinha visto na Luz e desperdiça uns 10 golos claros. Como é possível sofrer tanto para tão pouca recompensa? O Benfica não perdeu, ainda, o Campeonato... porque assistimos a nova comédia vinda da Amadora - vai um pequeno-almoço?
Bastaria que entrassem metade das bolas que foram ao poste para se concretizar uma vitória tranquila e justa. Ainda não consigo acreditar, o “bruxedo” foi tal que até Lucas e William se riram dos falhanços caseiros!
Esta vitória significaria, agora, um aproximar decisivo ao 1º lugar. Depois do jogo de hoje no Dragão, o sentimento passa de resignação para uma certa tristeza. Felizmente ainda continuamos na luta!

Alguns insinuavam que o Benfica só ganhava devido a uma enorme Sorte, obviamente que agora ficarão caladinhos porque não interessa a coerência, só o desdenhar das vitórias encarnadas. Nos dois jogos, desta época, onde houve maior caudal ofensivo por parte do Benfica, com quase 30 remates à baliza, os 3 pontos não apareceram e o keeper adversário foi o melhor jogador em campo. Este, frente ao Boavista, e na Figueira da Foz frente à Naval. Dois empates a zero, injustos e imensamente dolorosos!
A energia acumulada pelas inúmeras oportunidades falhadas frente a William dá uma sensação de infindável frustração, muito pelo facto dessas mesmas energias não serem exteriorizadas. Confesso que ainda gritei golo com o remate de Luisão ao poste… só me apercebi que não era, uns 5 segundos depois, quando mais ninguém saltou da cadeira!

A nível individual houve poucas, ou nenhumas, diferenças dos jogos anteriores. Léo e Luisão foram alicerces essenciais, tendo as inúmeras grandes jogadas do lateral, com cruzamentos mortíferos, sido do melhor que aconteceu na partida.
Simão e Petit, uma vez mais, lutaram entre si pelo MVP Award. O capitão fez uma exibição espectacular mas pecou por ter falhado dois golos frente a William. Simão Sabrosa não costuma perder oportunidades tão claras, seria o coroar de uma performance fantástica… cheia de ritmo, de velocidade, de fintas magníficas e de desequilíbrios que poderiam ter dado muitos golos.
Para além da segurança defensiva de Petit – “tirou” um golo a Fary logo no 1º minuto –, e das inúmeras dobras que fez aos seus colegas mais recuados, o que quero realmente destacar – e das coisas que mais gosto no #6 – são as suas aberturas lateralizadas. Fez várias e todas espectaculares! A sua saída, devido a uma pequena lesão – vamos ver se não vamos ter de ver Beto a jogar de início –, acabou com o domínio do meio-campo. Para mim, o melhor jogador do Benfica. O que mais tem de fazer o #6 para ver o seu enorme talento reconhecido pelos adeptos?

Katsouranis tem estado muito abaixo do que já nos mostrou, em virtude da constante, exagerada, e pouco coerente utilização na equipa. A não-rotação do plantel, e a má formação do mesmo, tem contribuído para as más condições físicas do grego. Na posição que joga não tem obrigação de fazer golos, mas não tenho dúvidas que não falharia 3 oportunidades claras, há dois meses atrás.
O outro grego, Karagounis, fez uma excelente partida. Confesso que ainda me enerva um bocado aquela tendência para, exageradamente, segurar a bola nas zonas defensivas. Não há necessidade de manchar as suas exibições com patetices dessas. Há que “soltar”, rápido!

Dando o seguimento a desastres recentes, Nuno Gomes e Nélson voltaram a ser os piores. Desta vez o #22 não resultou em termos ofensivos e foi a "normal" catástrofe na defesa. Contei 3 bolas dadas directamente ao adversário, e 2 erros de marcação que isolaram adversários. Alguém que o ensine a defender… pode ser o mesmo que ensinou Miguel.
Estou farto de Nuno Gomes! Estou farto das bandoletes, estou farto dos golos falhados a meio metro da baliza, estou farto das “grandes defesas” dos guarda-redes quando é ele a chutar, estou farto da incapacidade para ganhar uma bola no ar, estou farto das “grandes exibições” sem golos, estou farto dos remates por cima, ao lado e à figura, estou farto de ver o ponta-de-lança do Benfica a jogar de costas para a baliza, estou farto, farto, farto... É-me indiferente quem entra no 11 inicial. Banco já, caso contrário a impaciência e irritação vai passar a algo mais grave.

Confirma-se o nojo que é o profissional de futebol Derlei, nunca me enganou. Pode ser um bom jogador mas, no meu clube, não quero escroques deste tipo. Não é esta “escola” que admiro, e não tolero jogadores que fazem da agressão uma forma de se impor em campo. Por mim nunca tinha vestido o manto sagrado, por mim nunca mais o vestia! Que seja castigado exemplarmente por mais uma lamentável agressão, que pode juntar ao seu longo currículo.

Em relação à arbitragem, há que destacar uma espectacular actuação do melhor, e mais honesto, árbitro português. Pedro Henriques deixa jogar à inglesa, está sempre muito perto dos lances, normalmente decide bem e, acima de tudo, é uma pessoa que irradia seriedade.
Contei apenas dois erros durante 90 minutos e os dois no capítulo disciplinar. Faltou expulsar Derlei, como já disse anteriormente, e faltou alaranjar Ricardo Silva por uma entrada a pés juntos sobre Karagounis.
Tudo o resto simplesmente perfeito, mesmo que o jogo tenha sido de relativa facilidade. Obviamente que se o Benfica tem ganho haveria inúmeros erros de arbitragem, para alguns…

Tenho a sensação que a próxima jornada irá decidir o Campeão. Será que teremos, outra vez, Augusto Duarte num Nacional-Benfica? Talvez ainda dê para uma gracinha na Taça UEFA e na Taça de Portugal mas com um natural born looser no banco, o que nos vai calhar são “raspas”. A esperança do título continua a ser a última a morrer, claro!
A questão essencial a colocar internamente, é quem irá assumir as responsabilidades por ter ido buscar Fernando Santos e por ter “trocado” Kikín Fonseca – um profissional de “mão-cheia” e um jogador em clara adaptação – pelo triste #27?

NDR: Para além de mais uma derrota em casa do FC Porto, a grande notícia do dia é esta! Apesar do medo e do recorrente atirar de areia daqueles que estão comprometidos, é caso para pensar na lata dos responsáveis da Liga – compreende-se já que um dos principais bandidos ainda faz parte dos órgãos directivos –, que só 3 anos depois de ter “rebentado” o maior escândalo de sempre no Desporto Português, tenham a ideia de abrir inquéritos à comandilha que vem conspurcando o Futebol Nacional há décadas.
Recordo que a Justiça Civil não pode decretar penas de descida de Divisão aos clubes envolvidos na Máfia, e que a homologação dos Campeonatos – penso que demora 6 anos – impede que esses títulos lhe sejam retirados. Obviamente que há alguém a querer queimar tempo… em Itália estava tudo resolvido menos de um ano depois, este país é uma vergonha!

Só faltam mesmo os hipócritas apalhaçados, que pedem “investigações” mas não têm a coragem e a dignidade de reconhecer que têm um clube construído no crime, na violência e na impunidade. Haja um mínimo de decência, porque de inteligência já vimos que não há!

Podem ver o resumo do jogo aqui. Como sempre, o vídeo é a bS7.

Ficha de Jogo:

17ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Pedro Henriques (Lisboa)

SL BENFICA – Quim; Nélson (João Coimbra, 90 m), Luisão, Anderson e Léo; Katsouranis, Petit (Mantorras, 81 m), Rui Costa e Karagounis (Derlei, 63 m); Nuno Gomes e Simão.

BOAVISTA – William; Lucas, Ricardo Silva, Cissé, Nuno Pinto; Essame, Tiago (Ricardo Sousa, 67 m), Kazmierczak; Grzelak, Hugo Monteiro (67 m) e Fary (Marcos António, 84 m).

Disciplina: Amarelo a Nuno Pinto (87 m).

#Fotos: AFP-Getty Images e SerBenfiquista

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o Encarnados

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

"Janeiro Quente, Diabo no Ventre!"

Findo o Mercado de Janeiro, podemos fazer a tal análise tão esperada. Poderão existir opiniões díspares da minha mas penso que há unanimidade na ideia de que este ano as movimentações foram em número muito inferior a épocas anteriores, principalmente o desastroso Janeiro de 2006! O objectivo será não comprometer, e sim aumentar, as hipóteses de conquista de títulos. Algo que correu mal em 2005/06 mas que foi bem sucedido noutros períodos.

É complicado prever o futuro dos dois reforços adquiridos recentemente. De Derlei já se disse muita coisa, algumas boas e outras menos boas. Já o conhecemos de outras paragens, o que também lhe facilitará a adaptação ao clube, mas confesso que é um sapo que vou ter de engolir. Para além da péssima folha disciplinar que se lhe conhece, o seu estado físico causa-me alguma apreensão… resta, no entanto, confiar nos vários testemunhos vindos a público que garantem que este é o mesmo jogador que se revelou fundamental, em Portugal, há 2 anos atrás. Vem para reforçar o carenciado ataque e dele espera-se que mostre mais do que aquilo que Kikin Fonseca, Marcel e Azar Karadas fizeram anteriormente. Apesar de discordar da saída do mexicano – logo agora que mostrava melhor adaptação ao país e entrosamento com os colegas –, também não será preciso Derlei mostrar muito para ser mais útil que os seus antecessores…

Agora, a entrada do desconhecido e inexperiente David Luiz é algo que ainda estou para perceber, principalmente quando foram veiculadas referências a jogadores de grande categoria como são Marco Zoro e Gladstone. As saídas de duas importantes mais-valias como o eram Alcides e, principalmente, Ricardo Rocha, causam graves problemas na equipa. Mesmo considerando inevitável a venda do #33 – pela idade, pela vontade do jogador e pelos números apresentados –, temos de ver que era um dos jogadores em melhor forma, que apontou alguns golos e que se mostrava uma das peças-chave do Benfica. Portanto, se o seu substituto Anderson não regressa à eficácia do ano passado, vai haver um deficit brutal no centro da defesa.
Não conheço este internacional sub-20 do Brasil, mas espero que consiga ser um 3º central válido, quando for chamado pelo treinador. Mas mesmo que o seja, com 3 competições em disputa, ter só três centrais para dois lugares parecem-me poucas opções… mesmo contando com o recurso de Katsouranis, em última instância.

A saída de Diego é perfeitamente irrelevante sendo que, de forma inexplicável, ainda ficaram no plantel alguns jogadores claramente excedentários. As permanências de Marco Ferreira, Beto e Moretto não acrescentam nada de positivo ao Benfica nem serão, em nenhuma circunstância, apostas de futuro… o português, então, está num autêntico período de férias!
Já ouvi muitos comentários a favor da saída de Paulo Jorge, o que discordo totalmente. É um jogador relativamente jovem, já mostrou ser importante noutra táctica e, talvez, se aquela lesão inoportuna não tem aparecido, poderia ser um dos jogadores mais utilizados.
Na minha opinião, o plantel fica deficitário na posição de lateral-direito, porque ainda não sabemos se Pedro Correia pode ser uma alternativa válida, e na posição de trinco, porque Beto nunca poderá ser uma 3ª opção consistente e João Coimbra, apesar de já ter visto alguns bons pormenores, ainda é uma dúvida.

Confesso que fiquei bastante desiludido com as movimentações do Benfica neste último mês. Para além de pouco expeditos, o investimento foi praticamente nulo – depois de entrarem nos cofres, sensivelmente, 10 milhões de euros – e as saídas, à primeira vista, não terão sido colmatadas devidamente. Uma nova onda de lesões, que esperemos não aconteça, poderá comprometer vários, se não mesmo todos, os objectivos do clube.
É esperar para ver, mas também como o treinador não faz questão de rodar a equipa…

Deixo, ainda, uma pequena homenagem a Ricardo Rocha da autoria da bS7. Um excelente profissional e um dos capitães de equipa, que teve 5 excelentes anos de águia ao peito. Da minha parte desejo-lhe muita sorte na sua aventura por Inglaterra.



NDR: Por curiosidade poderão ver as movimentações em Janeiro, de anos anteriores, com destaque para o desastre de 2006 – onde nenhuma novidade se conseguiu impor de forma indiscutível, e mesmo a saída de João Pereira se revelou um erro – e para as entradas de Fyssas e Nuno Assis, que se mostraram fundamentais nas conquistas de títulos. A “limpeza" de 2004/05 talvez tenha sido fundamental na conquista do 31º Campeonato.

Janeiro 2004 (Época 2003/04, com Camacho)
Entradas: Fyssas, Zach Thornton, Manuel Fernandes (Ascensão à Equipa Principal)
Saídas: Roger, Carlitos, André

Janeiro 2005 (Época 2004/05, com Trapattoni)
Entradas: Delibasic, Nuno Assis, André Luiz
Saídas: Argel, Amoreirinha, Yannick, Zahovic, Sokota (Relegado à Equipa B)

Janeiro 2006 (Época 2005/06, com Koeman)
Entradas: José Fonte, Laurent Robert, Moretto, Manduca, Marco Ferreira, Marcel
Saídas: Carlitos, João Pereira, João Vilela, Dos Santos, Hélio Roque

Janeiro 2007 (Época 2006/07, com Fernando Santos)
Entradas: Derlei, David Luiz
Saídas: Ricardo Rocha, Kikín Fonseca, Diego, Alcides

#Fotos: AFP-Getty Images e SerBenfiquista

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