terça-feira, fevereiro 27, 2007

Crónica 19ª Jornada - Capital do Futebol Espectáculo!


A entrada demolidora do Benfica no jogo chegou para, depois de marcar, controlar as incidências. Isto, apesar de alguns percalços originados pelo nervosismo aquando do golo do Paços. Houve alguma azelhice do adversário na finalização, é verdade, mas o Benfica também teve várias oportunidades para sentenciar, de vez, o jogo. Foi um grande espectáculo de futebol, isso ninguém tem dúvida, que permitiu a consolidação da 2ª posição na tabela!

Na globalidade vimos uma grande exibição do Benfica, com uma vitória justa e valorizada por um excelente, mas por vezes duríssimo, Paços de Ferreira.
Continua incompreensível o facto de haver jogadores esgotados, e outros em risco de suspensão, insistindo Fernando Santos nas duplas substituições aos 90+2 minutos.

“Entrada a Matar”

Logo aos 8 minutos, e na sequência de um forte pressing inicial, Simão fez reaparecer uma das suas grandes especialidades: os exímios livres directos. Não se poderá dizer que o golo surge contra a corrente de jogo, porque até aí, e como se costuma dizer, só deu Benfica. Karagounis foi o principal impulsionador do ataque benfiquista - bem apoiado pelo capitão e pelo irrequieto Miccoli -, tendo sofrido várias faltas naquelas típicas jogadas de confronto individual.
O golo deu a tranquilidade necessária e impulsionou o Benfica para uma meia hora de grande fulgor atacante, remetendo o Paços ao seu meio-campo defensivo. Foi sem surpresa que o marcador se avolumou, na sequência de mais um lance de pura classe de Karagounis. O grego, depois de “limpar” Geraldo de forma “enciclopédica”, cruza para Nuno Gomes, e o #21 finaliza de cabeça para um golo de grande espectáculo. Merecido e sintomático, diga-se!

Há que dizer, também, que o tento de Fahel que reduziu a contenda teve consequência de um evidente crescer dos pacenses… isto por volta dos 40 minutos. Apareceram algumas jogadas perigosas, a que Quim se opôs superiormente, mas o #12 nada poderia fazer quando a sua defesa fica aos papéis na sequência de um canto. Canto, esse, já originário de um estoiro perigosíssimo de Geraldo, a que Quim se opôs de forma magistral.
Mas voltemos ao golo pacense, onde a defesa comprometeu de forma evidente. Ao dar muito espaço no jogo aéreo e falhando as marcações por completo, o Benfica permitiu que o Paços reduzisse o resultado, causando algum frisson, já que o intervalo surgiu logo depois. Havia alguma apreensão nas hostes encarnadas!

O início da 2ª parte confirmou o que de pior tínhamos visto ao Benfica, naqueles minutos finais antes do intervalo. Em 10 minutos as coisas complicaram-se e o Paços teve um lance claro onde poderia ter feito o empate. Luisão perde o duelo individual, e deixa que Fahel assista João Paulo, que falha o golo por centímetros.
O medo do empate terá acordado Simão & Lda, que não mais deram hipóteses à equipa da Capital do Móvel. A jogada do 3-1 é formidável, com Fabrizio Miccoli a explanar todo o seu potencial técnico permitindo o cabeceamento decisivo ao seu colega e amigo.
Resultado feito, havia que controlar a partida… e isso o Benfica sabe fazer como ninguém!

Zorba, o Grande…. e ninguém segura o Super-Capitão

A nível individual há que destacar o inevitável Simão Sabrosa, Petit e o grego Karagounis, que terá feito a melhor exibição de sempre com a camisola do Benfica.
De Simão e de Petit já se foi dizendo tudo, ao longo desta época, mas foi de Karagounis que se viu grande espectáculo. Tenho sido um crítico na forma como, por vezes, segura muito a bola, mas neste jogo o grego mostrou a classe que levou o Inter de Milão a contratá-lo. Timings impecáveis, velocidade de execução, colocação de bola irrepreensível e até mostrou pormenores individuais, no capítulo da finta, de grande classe. A forma como dá o golo a Nuno Gomes só está ao alcance dos grandes jogadores! Para mim, e apesar dos dois golaços de Simão, foi o melhor em campo!

Deve destacar-se, também, a classe de Miccoli na área contrária e a enorme exibição de Nuno Gomes… valeu a pena ficar a “aquecer” o banco na Roménia. Seria inevitável que regressaria em força e em categoria, é fundamental para o Benfica que consiga estar em forma no maior número de jogos possível. A sua veia goleadora será decisiva!
Não será justo destacar ninguém pela negativa – apesar de alguns erros individuais comprometedores, sensivelmente dos 40 aos 60 minutos –, porque toda a equipa exibiu-se em grande plano. Que seja sempre assim, principalmente quando houver deslocações.

”Paulinho das Feiras” volta a atacar!

Quanto a Paulo Paraty, mais do mesmo! Valeu tudo ao Paços na 2ª parte. Agarrões, estaladas, “paralíticas”, joelhadas, entradas a pés juntos… e parece que, neste Campeonato, só os jogadores do Benfica são justamente, repito justamente, amarelados por protestos. Depois do que vi em Leiria, onde insultos e até ameaças Elmano Santos sofreu, fico estupefacto como isto só acontece a alguns…
Edson, Mangualde e Paulo Sousa viram a expulsão perdoada por duplo amarelo, o último dos quais – que sai de campo com a folha limpa – por duas vezes! O juiz do Porto, felizmente, não teve influência no resultado mas era necessário ser tão óbvio?!

A rábula dos amarelos por pedir cartão nem vale a pena comentar, é apenas uma tentativa de obter protagonismo. E é verdade que houve algumas entradas duras de benfiquistas na 2ª parte, mas no meio da madeirada oferecida pelos pacenses, ninguém honesto poderá dizer que o excesso esteve do lado da equipa da casa.
Ainda estou para perceber qual a razão para o fiscal, do lado direito, ter marcado falta a Miccoli, com este isolado, quando é o defesa do Paços de Ferreira que agarra o braço do italiano. Era uma jogada de golo eminente, e também não percebo qual a necessidade de mostrar risinhos cúmplices, apesar da fraca dentadura, para com o chefe de equipa!
Lance limpo de Simão no 3-1, num bom trabalho dos auxiliares nesse capítulo. Segundo as regras do futebol, em linha não é fora-de-jogo, sabiam?

Se Nos Deixarem…

Mediante a qualidade dos futebóis apresentados ultimamente, o Benfica terá assegurado, pelo menos, o 2º lugar na tabela em 2006/07. Confesso estar algo céptico em relação à conquista do título, e por vários factores…
A falta de oportunidades dadas à 2ª linha do plantel destruiu por completo a mais-valia que alguns atletas poderiam dar à equipa nesta época. Karyaka já partiu para a Rússia, Paulo Jorge e João Coimbra jogam um minuto de cada vez, Mantorras passa vários jogos no banco ou na bancada, não há lateral-direito e central suplentes, e Miguelito, apesar de ter muita qualidade e polivalência, não joga há 3 meses – Marco Ferreira e Beto, obviamente, não contam… ou não devem contar. Ora, isto poderá complicar as aspirações da equipa caso apareça alguma lesão, ou castigo, no núcleo duro da equipa.
E já nem acentuo possíveis erros cometidos por Fernando Santos noutras vertentes técnico-tácticas!

Outra situação fulcral será o comportamento que a corrupção instalada há décadas terá com uma hipotética subida à liderança, nas próximas semanas, por parte do Benfica.
E por isso é fundamental estar especialmente atento – sim, Direcção e Equipa Técnica incluídas – aos próximos 3 jogos do Campeonato… não podemos pactuar com a perpetuação dos crimes que têm minado a Verdade Desportiva.
A nomeação de Jorge Sousa, do Porto, para o Aves-Benfica e de Olegário Benquerença, de Leiria, para o FC Porto-Braga causam-me enorme apreensão. Não só pelo longo historial de gamanço destes dois árbitros – recordo um golo que não contou e outro assistido com o cotovelo – mas também pelo facto de serem ambos arguidos no processo Apito Dourado.

A próxima jornada vai decidir muita coisa, assim como todas as outras jornadas até ao confronto do título marcado para a 23ª ronda. E estou curioso para saber quem vai substituir o fundamental Luisão!
Alguns falam em “contra tudo e contra todos”! Sim, deve ser… contra a honestidade e a justiça, claro! É de final em final mas há que ter fé, é preciso ressuscitar a Onda Vermelha!

NDR: Já andava para tomar esta iniciativa há mais de um ano e, em conversa com o Urra e com o Bakero, tomei a decisão de tentar partilhar as mais de 20 cassetes VHS que tenho com jogos, resumos e curiosidades do Sport Lisboa e Benfica.
Já tenho estado em fase de testes, atenção que é a primeira vez que entro no mundo da edição de vídeo, mas brevemente haverá novidades acerca de material com alguns anos de idade. Poborsky, João Vieira Pinto, Valdo e Michel Preud’Homme, entre outros, estarão presentes na maioria daquilo que apresentarei à comunidade benfiquista.
Será uma espécie de Memória Gloriosa em ponto muito pequeno e individual, a partilhar com vocês no Encarnados e no Mar Vermelho. Estejam atentos!

Podem ver o resumo do jogo aqui. Como sempre, o vídeo é a bS7.

Ficha de Jogo:

19ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Paulo Paraty (Porto)

SL BENFICA – Quim; Nélson, Luisão, Anderson e Léo; Katsouranis, Petit, Simão (João Coimbra, 90+2 m) e Karagounis (Derlei, 83 m); Fabrizio Miccoli e Nuno Gomes (Paulo Jorge, 90+2 m).

PAÇOS FERREIRA – Peçanha; Mangualde, Geraldo, Luiz Carlos e Antunes; Elias (Mojica, 82 m), Paulo Sousa e Fahel (Leanderson, 63 m); Edson, João Paulo e Cristiano (Ricardinho, 69 m).

Disciplina: Amarelos a Elias (9 m), Edson (20 m), Mangualde (23 m), Fahel (31 m), Luisão (49 m), Katsouranis (64 m), Luiz Carlos (65 m) e Ricardinho (82 m).

Golos: 1-0, Simão (8 m); 2-0, Nuno Gomes (33 m); 2-1, Fahel (45+1 m); 3-1, Simão (66 m).

#Fotos: Reuters e SerBenfiquista

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o Encarnados