quinta-feira, novembro 18, 2004

Malmequer, bem-me-quer, malmequer...

São, porventura, os incidentes mais graves da temporada relacionados com o futebol. Foi logo a seguir ao Marítimo-Benfica mas, por incrível que pareça, nada teve a ver com rivalidades entre os dois clubes que jogaram. A porrada foi de criar bicho, mas envolveu elementos das claques encarnadas que se deslocaram do continente e pessoal da Casa do FC Porto na Madeira, onde os SD MADEIRA costumam estar concentrados. Pelos vistos, os azuis e brancos também já estavam preparados para o que desse e viesse e a bronca foi generalizada.
O ancestral ódio entre os apoiantes dos dois clubes transferiu-se para a Pérola do Atlântico e deu-se uma batalha campal de proporções impressionantes, relatada pela imprensa madeirense. O balanço final fala de duas detenções de jovens adeptos do Benfica, dois agentes feridos (um deles perdeu mesmo os sentidos ao levar com uma pedrada...), cerca de uma dezena de "combatentes" feridos. Se tivesse sido em Portugal Continental, íamos ter um festival na comunicação social anti-claques. Dado que, para fechar a "soirée" em beleza, 16 adeptos benfiquistas continentais foram ainda identificados pela polícia por terem vandalizado o jardim do hotel onde se encontravam instalados. Enfim.

BATALHA. Mas vamos ao relato concreto, baseado no que foi publicado na Madeira. Dois adeptos benfiquistas foram detidos pela PSP na sequência dos confrontos que tiveram lugar no final da noite de sábado, junto à Casa do FC Porto, à saída do estádio dos Barreiros. Os indivíduos naturais do continente foram conduzidos aos calabouços, para serem presentes no Tribunal Judicial da Comarca do Funchal. Após a contenda, pelo menos dois agentes policiais tiveram de receber tratamento hospitalar.
Precavendo-se para eventuais desordens entre claques e sendo o Marítimo-Benfica, um encontro de algum risco, o Comando Regional da PSP tinha já colocado no terreno um dispositivo de segurança reforçada, liderada pela Brigada de Intervenção Rápida (BIR). De acordo com testemunhos, os adeptos encarnados abandonaram o estádio dos Barreiros, mas não evitaram a troca de galhardetes enquanto "desfilavam" em frente à Casa do FC Porto, na Rua Dr. Pita. Rapidamente a exibição dos adornos e cachecóis entre ambas as claques, se transformou num clima de guerra clubística, com injúrias e ameaças de parte a parte.

PORRADA. A contenda instalou-se logo, com focos de agressões entre a multidão, obrigando as BIR a intervir para serenar os ânimos dos adeptos e restabelecer a ordem. Porém, as forças policiais não conseguiram segurar as claques que arremessavam objectos e pedras. Um agente ficou inconsciente após ter sido atingido por uma pedra na cabeça. A batalha campal saldou-se por cerca de uma dezena de feridos (muitos apenas com escoriações). Dois adeptos benfiquistas, de 21 e 23 anos, residentes em Famalicão e nas Caldas da Rainha, foram detidos por terem agredido os agentes da autoridade. Os desordeiros foram conduzidos ao Comando Regional da PSP e aguardaram nos quartos de detenção para serem ouvidos no tribunal.

JARDIM DESTRUÍDO. Já pela manhã, uma multidão de adeptos encarnados, residentes no continente, causaram distúrbios e vandalismo, à saída do hotel onde estavam hospedados, na Ajuda (Funchal). A PSP teve de acorrer ao local para travar a euforia dos adeptos benfiquistas que desataram a destruir o jardim dos arredores do hotel. Na ocasião foram identificados 16 desordeiros. Os indiciados podem ser chamados a tribunal, caso os lesados não abdiquem de formular queixa-crime. (Não sei a fonte, desculpem)