Continuo sem entender este ódio visceral, sem qualquer tolerância, que os adeptos do Belenenses continuam a demonstrar pelos benfiquistas e pelo próprio Benfica. Não venham cá com tretas que isso nada tem a ver com rivalidades, porque os dois clubes não são, sequer, comparáveis. Será que tem a ver com inveja? Com má-vontade? Sede de protagonismo? Ou será que tem a ver com o facto de estarem associados a outro grande clube do país que não partilha dos valores da decência, da honestidade e do espírito desportivo? É por essas figuras tristes, quase como perseguições sumárias, que cada vez tenho menos consideração pelo Belenenses e ainda menos pela maioria dos seus adeptos mesquinhos. É inacreditável que haja pouquíssimos que detenham uma atitude que se possa considerar civilizada: o jogo da 1ª jornada foi um exemplo, que tem mais uma confirmação à 16ª.
Por tudo isso e por outras razões de índole politica que todos conhecemos, é com um prazer especial que vejo o Benfica vencer estes confrontos – e são inúmeras as vitórias que servem de exemplo em várias modalidades. Admito que tive algum receio desta deslocação, principalmente por causa do resultado de ontem da União de Leiria. Se já é normal haver o dobro do esforço quando estão camisolas vermelhas pela frente, ainda mais complicado se torna quando a associação floral precisa de ajuda de mais uma das suas filiais.
E parece que já nos temos de habituar a um Benfica pragmático. Os factos têm levado a essa conclusão, Coimbra foi outro exemplo óbvio. Marcar cedo tem sido a tónica dominante nos últimos jogos da Liga e hoje não foi excepção, mais uma vez terá estado aí o segredo da vitória… numa 1ª parte algo sofrível por parte do Benfica. Penso que a classe dos jogadores encarnados e o desvario emocional da equipa da casa foram os principais factores da vitória, num jogo onde Jorge Jesus deu um monumental banho táctico a Fernando Santos – e que tal uma troca de treinadores, alguém a favor?
Aproveitando, essencialmente, o já badalado deficit de colocação defensiva de Nelson, o Belenenses esteve várias vezes perto do golo. No entanto, a avalanche de ataque azul deu a comprovar duas coisas: que Luisão e Quim estão num pico de forma brutal e que a linha da frente dos visitados não tem a mesma qualidade dos restantes sectores.
A outro nível, acho lamentável a forma como os jogadores do Belenenses não partilham de uma ideologia de fair-play. Sou um grande apreciador do trabalho de Jorge Jesus, que considero um grande senhor da bola, mas estas atitudes são vergonhosas. Escusada, também, a forma como os jogadores do Belenenses acabaram o jogo. Procurando o conflito, a arruaça, entrando duro para magoar e alguns até agredindo. O jogo, espectacular na maioria do seu decurso, não merecia isso!
A nível de exibições individuais os destaques não são fora do comum, já que são destinados às estrelas deste Benfica. O guarda-redes Quim esteve, mais uma vez, impecável em todos os lances em que interveio, quer em estoiros quer nos cruzamentos – o lance onde vence a inércia, e defende uma bola que sofre um desvio, é uma das melhores defesas da jornada –, enquanto que Léo manteve o nível de acerto que tem patenteado. Menos expedito ofensivamente mas defensivamente imaculado… ou quase!
Luisão deu um verdadeiro recital em como defender – o título da crónica é mais uma homenagem que lhe faço, foi precisamente o que lá está escrito que gritei ironicamente quando o brasileiro apontou um bonito golo – e demonstrou, claramente, que é o patrão do sector recuado. Inúmeros cortes ou pelo chão ou pelo ar, várias dobras ao atarantado Nélson e ao macio e precipitado Anderson, e uma segurança verdadeiramente imperial.
E o que dizer de Petit? Durante os primeiros 15 minutos foi, simplesmente, o melhor em campo…depois apareceram os golos mas mesmo assim manteve-se na lista dos MVP’s. Sentido posicional inigualável na 1ª Liga, capacidade física impressionante, oportunismo no corte e no passe, e uma raça, que o caracteriza, que se tornou fundamental nesta vitória. Restam poucas palavras para o elogiar… Petit esteve, e na maioria das vezes é-o, absolutamente irrepreensível – se tiverem oportunidade não percam o Futebol de Salto Alto da SportTV, na 5ª feira! É autor de 2 ou 3 cortes verdadeiramente decisivos, quando Zé Pedro já se preparava para disparar. É sintomático que o #11 tenha estado bastante apagado.
A outro nível, acho lamentável a forma como os jogadores do Belenenses não partilham de uma ideologia de fair-play. Sou um grande apreciador do trabalho de Jorge Jesus, que considero um grande senhor da bola, mas estas atitudes são vergonhosas. Escusada, também, a forma como os jogadores do Belenenses acabaram o jogo. Procurando o conflito, a arruaça, entrando duro para magoar e alguns até agredindo. O jogo, espectacular na maioria do seu decurso, não merecia isso!
A nível de exibições individuais os destaques não são fora do comum, já que são destinados às estrelas deste Benfica. O guarda-redes Quim esteve, mais uma vez, impecável em todos os lances em que interveio, quer em estoiros quer nos cruzamentos – o lance onde vence a inércia, e defende uma bola que sofre um desvio, é uma das melhores defesas da jornada –, enquanto que Léo manteve o nível de acerto que tem patenteado. Menos expedito ofensivamente mas defensivamente imaculado… ou quase!
Luisão deu um verdadeiro recital em como defender – o título da crónica é mais uma homenagem que lhe faço, foi precisamente o que lá está escrito que gritei ironicamente quando o brasileiro apontou um bonito golo – e demonstrou, claramente, que é o patrão do sector recuado. Inúmeros cortes ou pelo chão ou pelo ar, várias dobras ao atarantado Nélson e ao macio e precipitado Anderson, e uma segurança verdadeiramente imperial.
E o que dizer de Petit? Durante os primeiros 15 minutos foi, simplesmente, o melhor em campo…depois apareceram os golos mas mesmo assim manteve-se na lista dos MVP’s. Sentido posicional inigualável na 1ª Liga, capacidade física impressionante, oportunismo no corte e no passe, e uma raça, que o caracteriza, que se tornou fundamental nesta vitória. Restam poucas palavras para o elogiar… Petit esteve, e na maioria das vezes é-o, absolutamente irrepreensível – se tiverem oportunidade não percam o Futebol de Salto Alto da SportTV, na 5ª feira! É autor de 2 ou 3 cortes verdadeiramente decisivos, quando Zé Pedro já se preparava para disparar. É sintomático que o #11 tenha estado bastante apagado.
Finalmente vimos a elegância de um senhor chamado Rui Costa. Se mais nada tivesse feito, já seria um dos homens do jogo, em virtude das duas assistências que dão os dois golos da vitória. Mas o maestro foi muito mais que esses dois lances! Deslumbrou com os passes longos e com as aberturas lateralizadas, mas foi nas fintas de corpo que mais deu nas vistas. Às vezes chegavam para dois adversários ao mesmo tempo! Pura classe…
De Simão já se disse tudo muitas vezes. Uma pequena maravilha, é poesia em movimento, é magia em cada poro, é estar lá quando é preciso. Facturar ou oferecer, um jogador absolutamente genial que dá prazer em ver jogar. A forma como, por várias vezes, “limpou” 2 defesas com o pé colado à linha, é qualquer coisa para nos levantarmos da cadeira. Construtor de ataque por excelência, ocupou uma posição mais avançada e deu-se bem. Humilhou Costinha com um golo de túnel, quase bisava com um remate soberbo – gritei pelo golo, confesso –, e segurou a bola, nos minutos finais de aperto, como mais ninguém conseguiu fazer. Para mim, o melhor em campo. Contrato vitalício, já!
A estatística de Nuno Gomes resume-se a duas combinações com Nélson, um remate de primeira disparatado – faz quem sabe, se parasse a bola poderia ter feito golo –, 2 foras-de-jogo e aquele inaceitável golo falhado com a baliza escancarada. Infelizmente não há outra alternativa para disputar a titularidade porque o #21 precisa ou de mais apoio ou de banco!
De Simão já se disse tudo muitas vezes. Uma pequena maravilha, é poesia em movimento, é magia em cada poro, é estar lá quando é preciso. Facturar ou oferecer, um jogador absolutamente genial que dá prazer em ver jogar. A forma como, por várias vezes, “limpou” 2 defesas com o pé colado à linha, é qualquer coisa para nos levantarmos da cadeira. Construtor de ataque por excelência, ocupou uma posição mais avançada e deu-se bem. Humilhou Costinha com um golo de túnel, quase bisava com um remate soberbo – gritei pelo golo, confesso –, e segurou a bola, nos minutos finais de aperto, como mais ninguém conseguiu fazer. Para mim, o melhor em campo. Contrato vitalício, já!
A estatística de Nuno Gomes resume-se a duas combinações com Nélson, um remate de primeira disparatado – faz quem sabe, se parasse a bola poderia ter feito golo –, 2 foras-de-jogo e aquele inaceitável golo falhado com a baliza escancarada. Infelizmente não há outra alternativa para disputar a titularidade porque o #21 precisa ou de mais apoio ou de banco!
Em relação à arbitragem de Pedro “Grande Benfiquista” Proença podemos descortinar alguns lances mal ajuizados para ambos os lados mas, a bem da verdade, não há influência no resultado e no computo global a sua prestação até acaba por estar um pouquinho acima de outras arbitragens que temos visto. Confesso que é um árbitro que aprecio e que está bem cotado na opinião pública. A par de Pedro Henriques, Pedro Proença será o melhor árbitro português da actualidade… mas não está isento de erros, como é óbvio. Parece-me, no entanto, que não será um dos árbitros dourados, em virtude não ser arguido no Apito Dourado! Ao ter a tendência para prejudicar o clube de que é adepto – e os 3 penaltys de Penafiel em 2004/05 são um claro exemplo, um pouco como fazia o sportinguista Vítor Pereira – demonstra um claro sinal de que tem pudor e tino.
Mas indo concretamente a lances específicos quero destacar as seguintes 4 situações, onde me parece que errou. Acho a expulsão do Zé Pedro algo forçada – o amarelo que deveria ter visto daria o mesmo resultado mas a agressão é muito discutível – e faltou expulsar Eliseu por uma agressão, sem bola, num “pisão” propositado a Katsouranis.
Lance bem mais grave que o de Zé Pedro foi a cotovelada de Rodrigo Alvim a Simão. Parece ser mais violenta e mais “em cheio” que a do seu colega. Se o critério disciplinar era expulsar o #11 do Belenenses, este também teria de ver o cartão vermelho.
O facto de Proença ter pactuado com a treta de fair-play do Belenenses faz com que tenha borrado a pintura no capítulo da ponderação. Depois do que aconteceu com Miklos Fehér, um árbitro não pode olhar para este tipo de coisas de ânimo leve. Foram várias as vezes que estavam jogadores, de ambas as cores, estendidos no chão e é inadmissível que um avançado, ao aproveitar estas situações, esteja perto de marcar porque não se quer interromper a partida para assistência médica – vindo do jogador que vem não deve espantar ninguém, é o tal que chegou a ser acusado de tentativa de homicídio pela Justiça do Panamá. Como era se fosse algo grave para a saúde de um qualquer atleta?
Há, ainda, um lance duvidoso de Karagounis com Pinheiro, na primeira parte, que penso que a falta foi marcada ao contrário e daria um livre perigoso e um amarelo ao grego – o vermelho está fora de hipótese porque me parece que os centrais do Benfica estão relativamente perto. No mínimo, o árbitro de Lisboa, deveria ter deixado seguir o lance! É este tipo de coisas que me irrita porque não há necessidade de Karagounis se agarrar tanto à bola, na segunda parte esteve bastante bem mas estes lances não podem acontecer.
Análise correctíssima no soberbo corte, na área, de Luisão a Dady, isto apesar dos gritos estridentes dos adeptos do Port…er, Gil… er, …Belenenses.
Houve um ou outro fora-de-jogo mal tirado ao ataque do Benfica mas a maioria foi bem assinalada.
Mas indo concretamente a lances específicos quero destacar as seguintes 4 situações, onde me parece que errou. Acho a expulsão do Zé Pedro algo forçada – o amarelo que deveria ter visto daria o mesmo resultado mas a agressão é muito discutível – e faltou expulsar Eliseu por uma agressão, sem bola, num “pisão” propositado a Katsouranis.
Lance bem mais grave que o de Zé Pedro foi a cotovelada de Rodrigo Alvim a Simão. Parece ser mais violenta e mais “em cheio” que a do seu colega. Se o critério disciplinar era expulsar o #11 do Belenenses, este também teria de ver o cartão vermelho.
O facto de Proença ter pactuado com a treta de fair-play do Belenenses faz com que tenha borrado a pintura no capítulo da ponderação. Depois do que aconteceu com Miklos Fehér, um árbitro não pode olhar para este tipo de coisas de ânimo leve. Foram várias as vezes que estavam jogadores, de ambas as cores, estendidos no chão e é inadmissível que um avançado, ao aproveitar estas situações, esteja perto de marcar porque não se quer interromper a partida para assistência médica – vindo do jogador que vem não deve espantar ninguém, é o tal que chegou a ser acusado de tentativa de homicídio pela Justiça do Panamá. Como era se fosse algo grave para a saúde de um qualquer atleta?
Há, ainda, um lance duvidoso de Karagounis com Pinheiro, na primeira parte, que penso que a falta foi marcada ao contrário e daria um livre perigoso e um amarelo ao grego – o vermelho está fora de hipótese porque me parece que os centrais do Benfica estão relativamente perto. No mínimo, o árbitro de Lisboa, deveria ter deixado seguir o lance! É este tipo de coisas que me irrita porque não há necessidade de Karagounis se agarrar tanto à bola, na segunda parte esteve bastante bem mas estes lances não podem acontecer.
Análise correctíssima no soberbo corte, na área, de Luisão a Dady, isto apesar dos gritos estridentes dos adeptos do Port…er, Gil… er, …Belenenses.
Houve um ou outro fora-de-jogo mal tirado ao ataque do Benfica mas a maioria foi bem assinalada.
Não se compreende a postura de Fernando Santos neste jogo. Foi uma ode à incompetência, ao facilitismo e à azelhice de quase empatar um jogo já ganho porque se fica parado no banco e não se faz as alterações quando o desenrolar da partida assim o exige. Não é aceitável que se termine com o credo na boca e a queimar 3 alterações, será que Nandinho não tem confiança nos seus suplentes? Mexer aos 85, 91 e 93 é inconcebível e poderia ter custado 2 pontos!
Porquê não substituiu, mais cedo, os inferiorizados Katsouranis e Rui Costa é um mistério que não tem explicação à vista. Mas a paciência tem limites, nem sei o que aconteceria se há um 2-2 no final do jogo!
A vitória no Restelo é importantíssima e relança o Campeonato! Em condições normais o Benfica tem hipótese de lutar pelo título, apesar de sabermos que há muitos anos que não se joga apenas contra uma equipa. Foi um grande jogo de futebol, contra uma excelente equipa mas, apesar de alguma felicidade, a vitória é indiscutível.
Atenção que há um jogo difícil na próxima jornada, frente ao Boavista, altura em que espero que já estejam todos os reforços disponíveis para dar o seu contributo à equipa. E que sejam bons reforços!
NDR: Pelo que se disse na Conferência de Imprensa do jogo, parece que já é oficial que Derlei é jogador do Benfica. Sendo assim, e depois de ter dito e escrito várias coisas menos abonatórias para o seu profissionalismo, é mais um “sapo” que vou ter de “engolir”. O que peço é honestidade na disputa dos lances em que intervir e respeito pelos colegas de profissão. As agressões que cometia noutros clubes não podem, nem devem, ser toleradas e muito menos incentivadas.
Deixo um destaque especial para a colossal estreia de Ricardo Rocha no Tottenham. Tive a oportunidade de acompanhar em directo e fiquei logo com saudades de o ver com o manto sagrado.
Porquê não substituiu, mais cedo, os inferiorizados Katsouranis e Rui Costa é um mistério que não tem explicação à vista. Mas a paciência tem limites, nem sei o que aconteceria se há um 2-2 no final do jogo!
A vitória no Restelo é importantíssima e relança o Campeonato! Em condições normais o Benfica tem hipótese de lutar pelo título, apesar de sabermos que há muitos anos que não se joga apenas contra uma equipa. Foi um grande jogo de futebol, contra uma excelente equipa mas, apesar de alguma felicidade, a vitória é indiscutível.
Atenção que há um jogo difícil na próxima jornada, frente ao Boavista, altura em que espero que já estejam todos os reforços disponíveis para dar o seu contributo à equipa. E que sejam bons reforços!
NDR: Pelo que se disse na Conferência de Imprensa do jogo, parece que já é oficial que Derlei é jogador do Benfica. Sendo assim, e depois de ter dito e escrito várias coisas menos abonatórias para o seu profissionalismo, é mais um “sapo” que vou ter de “engolir”. O que peço é honestidade na disputa dos lances em que intervir e respeito pelos colegas de profissão. As agressões que cometia noutros clubes não podem, nem devem, ser toleradas e muito menos incentivadas.
Deixo um destaque especial para a colossal estreia de Ricardo Rocha no Tottenham. Tive a oportunidade de acompanhar em directo e fiquei logo com saudades de o ver com o manto sagrado.
Ficha de Jogo:
16ª Jornada da Liga BWin
Estádio do Restelo, em Lisboa
Árbitro: Pedro Proença (Lisboa)
BELENENSES – Costinha; Amaral, Rolando, Nivaldo e Rodrigo Alvim; Pinheiro (Eliseu, 77 m), Mancuso e Zé Pedro; Silas, Dady e Roma (Garcés, ao int.).
SL BENFICA – Quim; Nélson, Luisão, Anderson e Léo; Katsouranis (Beto, 90+3 m), Petit, Rui Costa (Manú, 85 m) e Karagounis; Nuno Gomes (Mantorras, 90+1 m) e Simão.
Disciplina: Amarelos a Mancuso (73 m), Zé Pedro (89 m), Rodrigo Alvim (90+1 m), Silas (90+4 m) e Eliseu (90+5 m). Vermelho directo a Zé Pedro (90+5 m).
Golos: 0-1, Simão (13 m); 0-2, Luisão (37 m); 1-2 (Silas, 87 m).
#Fotos: AFP-Getty Images, Site Oficial e Reuters
#adicionado a Crónicas 06/07
#publicado em simultâneo com o Encarnados