terça-feira, janeiro 31, 2006

Black-out, sim ou não?

É sabido que o só o nome Benfica vende, e seria exaustivo enumerar o quê e porquê o Benfica vende. Todos sabem, até Filipe Soares Franco o reconheceu (para grandes azias do dito, o ferreira).

E se essa exposição demasiada sobre tudo o que mexe no Benfica (desde o nº de vezes que o autoclismo dos balneários é descarregado, até ao penteado do Simão ou do Nélson) pode trazer benefícios, dependendo do momento pelo qual o clube e a equipa atravessam (vitórias ou derrotas), são concerteza maiores os prejuízos que essa publicidade por vezes ridícula acarreta.

No meio daqueles que ganham rios à custa do Benfica estão os jornais. E são exemplos como o do Record de hoje que deitam por terra as teorias bacocas dos invejosos do costume que todos os jornais são vermelhos ou pró-vermelhos.

Por curiosidade hoje fui comprar o Record. Como já tinha visto a manchete na TV, dirigi-me logo ao site do Simão para me inteirar sobre tal dramalhão, só que já não encontrei a notícia que faz a capa do jornal, presume-se que terá sido retirada pelo editor do site (João Diogo, para quem não saiba é ele quem escreve as notícias no site e não Simão) para evitar mal-entendidos, mas o que é certo é que os media não deixam escapar uma novela mexicana desta natureza, amplificando-a a seu bel-prazer de maneira que o mal já está feito.

Mas há pormenores dessa notícia que me levantam desconfianças porque se considera que parte da notícia não deixa de ser a interpretação de quem escreve a peça, não sendo necessariamente a correcta.
Por exemplo, na pág. 21, o Record publica uma foto do site com a tal notícia sobre o jogo com o Sporting. Tem como título Grande desilusão e Derrota no derby soube amargo. Até aqui nada de novo. Foi o sentimento generalizado de todos os benfiquistas e seria uma idiotice (dava nova manchete, concerteza) se Simão se desculpasse com o estado do relvado, com o vento contra ou a favor ou com a grande penalidade não assinalada na carga de Tonel sobre Nuno Gomes. No fundo acaba por fazer uma pergunta para dentro do balneário sobre o que terá corrido mal questionando a diferença de filosofia da época passada para esta, não sendo necessariamente um dedo acusador apenas ao treinador e seus métodos de trabalho, como o jornal quer fazer passar, mas uma espécia de introspecção extensível a todos: técnicos e companheiros que se deixaram vencer de forma tão inesperada.
O pior é que a ideia que o jornalista faz passar é a de rebelião de um jogador contra toda a equipa, colegas e técnicos.

Podem dizer que esta minha interpretação também não será a mais racional, mas entendo que seja a mesma de quem escreveu o texto e creio de muitos outros Benfiquistas. No fundo as questões são: o que é que correu mal?, porque não correram os jogadores de forma a dar a volta ao resultado, a táctica adoptada foi a correcta?, meter Manduca na posição de 10 (ou 9 e meio) foi a correcta, sabendo-se que Nuno Gomes ou Kariaka fariam melhor essa posição pondo Geovani na frente? Meter Alcides à direita e Nélson à esquerda foi a melhor opção?
São questões que cabem a Koeman estudar e alterar se não quer que vergonhas destas se repitam.

Numa altura em que se acusam os clubes de ditadores, por não deixarem os verdadeiros intervenientes, os jogadores, falar para os media, notícias fofocas destas só vem dar razão e mais força de forma a blindar totalmente o balneário proibindo os craques de falar. É que qualquer tipo de declarações do género é o mesmo que dar pérolas aos porcos e a intenção no fundo é sempre a mesma: vender!
Depois os jonalistas não se admirem de não os deixarem fazer o seu trabalho

Vivam os black-outs!