terça-feira, maio 30, 2006

Enorme Orgulho Do Passado

Final da Taça dos Clubes Campeões Europeus 1960/61



Sport Lisboa e Benfica 3 - FC Barcelona 2 (2-1 ao Intervalo)

31/05/1961 - 19h00m - Wankdorf Stadium, Berna (Suiça) - 26.732 espectadores

Árbitro: Gottfried Dienst (Suiça)

Benfica:

Costa Pereira
Mário João, Germano e Ângelo Martins
José Neto e Fernando Cruz
José Augusto, Joaquim Santana, José Águas (cap.), Mário Coluna e Cavém

Treinador:
Bela Guttmann (Hungria)


Barcelona:

Ramallets (cap.)
Foncho, Garay e Gracia
Martin Vergés e Gensana
Laszlo Kubala, Luis Suárez, Evaristo, Sandor Kocsis e Zoltan Czibor

Treinador: Enrigue Orizaola

Marcadores:
0-1 Kocsis 20', 1-1 José Águas 30', 2-1 Vergés (p.b.) 32', 3-1 Coluna 55', 3-2 Czibor 75'
(Link para o vídeo dos golos aqui ou aqui)


Melhores Marcadores da Competição:
1º - José Águas - Benfica - 11 Golos
2º - José Augusto - Benfica - 6 Golos

3ºs - Santana - Benfica - 5 Golos
Evaristo - Barcelona - 5 Golos
Seeler - HSV (Hamburgo) - 5 Golos



Para recordar sempre! , tal como o Hino que nos dá a genica e nos envaidece.

segunda-feira, maio 29, 2006

Resultado das modalidades

SÁBADO – 27/05/2006

HÓQUEI EM PATINS Camp. Nacional – Poule A-8ªJornada
Benfica 3–5 OC Barcelos

FUTSAL Play-Off – 1/4 de Final – 2ºjogo
Benfica 2–1 Belenenses

sexta-feira, maio 26, 2006

Palavras para quê?


"Le sensazioni quando sono forti non invecchiano mai." (...)

(...) "Grazie per quella Champions e grazie di tutto. Nelle giocate di Kakà, caro Rui, vivrà sempre qualcosa di te."

AC Milan, comunicado oficial

Tradução: "As sensações quando são fortes jamais envelhecem (...). Obrigado por aquela Chanpions e obrigado por tudo. Nas jogadas de Kaká, caro Rui, haverá sempre algo de ti"

quinta-feira, maio 25, 2006

Agenda das modalidades

SÁBADO – 27/05/2006

HÓQUEI EM PATINS Camp. Nacional – Poule A-8ªJornada
Benfica – OC Barcelos 17:00 h Pav. Açoreana Seguros

FUTSAL Play-Off – 1/4 de Final – 2ºjogo - SPORTTV
Benfica – Belenenses 19:50 h Pav. EDP

O "Nosso" Rui!

Tenho andado um pouco desiludido com tudo o que se tem passado no Benfica. Felizmente a alma benfiquista está revigorada com uma notícia tão esperada desde há mais de 10 anos. Rui Manuel “Il Maestro” Costa acaba de ser apresentado como reforço do Sport Lisboa e Benfica!

A contratação de um dos melhores jogadores mundiais dos últimos 10 anos é um passo em frente na construção do plantel da equipa de futebol de 2006/07. A qualidade e categoria do ex-jogador do Milan são inegáveis e acrescentarão uma indiscutível classe à equipa. Muito se discute acerca da idade do “nosso” maestro mas a maior parte das pessoas com esse tipo de discurso ou não têm visto os jogos do novo #10 do Benfica ou são os eternos invejosos e “aziados” por verem as suas referências corridas dos seus clubes sem dó nem piedade. Velhos são os trapos, meus caros! Neste clube há dignidade!


Acredito que o Rui Costa ainda tem muito para dar em prol do Benfica e é com uma grande alegria que confirmo o seu enorme benfiquismo. Assinar um contrato em branco é uma atitude magnífica de um fabuloso jogador e de um homem de grande carácter.
Pessoas assim fazem falta ao futebol!

Rui Costa é um símbolo, um dos meus ídolos de criança, vê-lo de novo com o “manto sagrado” vestido é não só comovente como um sonho, de há muito tempo, realizado.

Certamente não sou só eu que partilho deste sentimento e o que digo ficou provado pelos milhares de sócios e adeptos que se deslocaram à Luz para presenciar uma promessa. Uma promessa que tardava mas que está, finalmente, concretizada. Rui Costa não é o salvador mas acrescenta aquela mística que já fazia falta dentro de campo.


Não te peço, Rui, que faças 30 golos ou 40 assistências com a camisola do Benfica. Não te peço nada porque sei que vais dar tudo aquilo que conseguires. De certeza que sabes que vais ter uma enorme responsabilidade. Vais personificar o “amor de milhões” pelo Benfica! Vais representar o simples adepto que um dia sonhou vestir de águia ao peito, vais interpretar o “menino” que com 12 anos começou a amar o Benfica! Sim, eu sei que é um desafio muito grande. A fé está no teu #10 e nas tuas botas! Mas tu vais conseguir! Todos nós o sabemos!

Quero ver daquelas “bombas” que só tu sabes fazer! Lembraste da Irlanda e da Inglaterra na “tua” Luz? Pontapés mágicos carregados de orgulho português… de orgulho benfiquista!

E aqueles passes magistrais que adocicam o futebol?! Foram centenas, os que fizeste em qualquer equipa por onde já jogaste! Todos fabulosos, todos importantes, todos mágicos!
Nunca mais me vou esquecer desses momentos nem que viva 100 anos! Obrigado por essas e por outras emoções, Rui!

Mas não me preocupo porque sei que ainda sabes fazer muito. Ainda sabes jogar futebol e ainda sabes encantar todos os adeptos que te vêem jogar. Sei que vais sofrer cada derrota como eu! Sei que vais delirar com as vitórias, como eu também vou! Tu és do Benfica! Tu és dos nossos!

Bem-vindo Rui, esta é a tua casa!


NDR: O Milan faz-lhe uma bonita homenagem num fantástico texto no seu site oficial, que pode ser lido aqui. Quem não perceber italiano que arranje um tradutor online, se arranjar o link em Português faço a edição do post.

Fotos: slbenfica.pt, a brilhante caricatura é do JustMe - user do serbenfiquista.com

#publicado em simultâneo com os Encarnados

Bom filho a casa torna!

Pessoal, é oficial que o nosso Rui, o Costa, vai acabear a sua magnifica carreira onde a começou. Este tipo de atitude só está ao alcance dos grandes jogadores e clubes. Como está na noticia abaixo linkada, a porta 32 abrirá a quem queira das as boas vindas ao "MAESTRO". Grande momento para o nosso Sport Lisboa e Benfica! Eu vou, e tu?

Noticia no site oficial

terça-feira, maio 23, 2006

SUB21 - Portugal vs. França

O encontro terá inicio às 19:45, no belissimo estádio municipal de Braga. Será o 2 jogo da competição já que a honra de dar o pontapé de "partida" da competição irá caber à Servia-e-Montenegro vs. Alemanha (com inicio às 17:15, na cidade de Barcelos). As equipas da França e Portugal ainda não são conhecidas, mas postaremos assim que for possivel.

Equipa de Portugal:

Equipa de França:

Retrospectiva feita por uefa.com:
• O encontro deu-se no "play-off" de apuramento para a fase final da edição de há dois anos, quando as duas equipas foram sorteadas para se defrontarem por um lugar na Alemanha. A primeira mão, que teve lugar no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, terminou com a vitória da França, por 2-1, com golos de Djibril Cissé aos 23 e 32 minutos, depois de Jorge Ribeiro ter colocado Portugal em vantagem logo aos cinco minutos.
• Esse resultado deixou Portugal com a necessidade imperiosa de vencer no Stade Gabriel-Monpied, em Clermont-Ferrand. Portugal igualou a eliminatória instantes antes do intervalo, por intermédio de Cristiano Ronaldo. Uma vez mais, Cissé foi decisivo, tendo apontado o tento francês a quatro minutos do intervalo. Contudo, o avançado viria a ser expulso ainda antes do apito para o intervalo. Bruno Alves fez o 2-1 para Portugal e deixou a eliminatória em 3-3. Sem mais golos até ao final do tempo regulamentar e do posterior prolongamento, houve necessidade de recurso ao desempate por grandes penalidades. Os franceses Philippe Mexès e Patrice Evra falharam as respectivas tentativas, o que permitiu a Cristiano Ronaldo rematar a contar, fazendo o 4-1 para Portugal e garantindo um lugar na fase final.
• Já a outros níveis, as duas selecções encontraram-se várias vezes, com os franceses a recuperarem da desvantagem de um golo para vencerem por 3-1 nas meias-finais do Campeonato da Europa de Sub-17, rumo à vitória da prova. A França foi igualmente vitoriosa no único embate com Portugal nos Sub-19, tendo ganho por 3-2 na fase de elite da edição de 2005/06. Ao nível sénior, a França venceu Portugal por duas vezes em meias-finais do Campeonato da Europa. Em 1984, Michel Platini marcou, aos 119 minutos, o tento decisivo no triunfo por 3-2, em Marselha. Em 2000, Zinédine Zidane transformou uma grande penalidade que daria aos franceses o triunfo, por 2-1, pela regra do “golo de ouro”.

segunda-feira, maio 22, 2006

Após um par de dias (e uma bela surfada)

Poizé....tocou-nos o Fernando Santos. De inicio, tive aquela dificuldade em relacionar as palavras do Veiga (bai ser um treinador ganhador) com a contratação prapriamente dita. Talvez seja um problema meu, de feitio! Agora que já passaram uns dias, que já tive as conversas de café e que já surfei...quero desde já dizer uma coisa: AINDA BEM QUE VAMOS TER UM TREINADOR QUE SOFRE TANTO COMO NÓS, NAS DERROTAS, NOS EMPATES E NAS MAIS QUE MUITAS VITÓRIAS!
Quem é o clube no campeonato nacional que poderá dizer isso? Quem não irá por em causa o seu treinador há segunda derrota consecutiva? NÓS NÃO! Porque o nosso é da cor!
Benfiquistas, vamos criar a dinâmica/marvermelho à volta do benfiquista/treinador Fernando Santos, pois, mesmo que alguns tenham duvidas sobre a sua qualidade, algum duvida da qualidade de ser benfiquista???

Pontos fortes desta contratação:
- Treinador BENFIQUISTA
- Salário compativel com contratações tipo: Rui Costa, Di Alexandro, etc...
- Vencedor do Campeonato nacional, taça de Portugal e Supertaça Cândido Oliveira.

Podem contar com o meu cativo, apoio e respeito ao "mister". Parabéns Fernando, deves estar a viver um sonho....que continue a sê-lo!!!

sábado, maio 20, 2006

Do Céu ao Inferno!


Num dia marcado pela fantástica iniciativa da "Mais Bela Bandeira do Mundo" foi apresentado, de surpresa, o novo treinador do Sport Lisboa e Benfica.

Uma escolha que não me agrada mesmo nada mas que terei que engolir em prol do clube de que faço parte. Fernando Santos era a última opção que pretendia ver como treinador do Benfica mas – quando me passar a revolta e a tristeza pelo estado actual das coisas – terá todo o meu apoio.

O ex-treinador do AEK de Atenas assinou por 2 anos e formará uma equipa técnica com Fernando Chalana, Rosário, Ricardo Santos e Bruno Moura - filho de Rodolfo Moura.

Fernando Santos é o primeiro treinador português a treinar os 3 maiores clubes portugueses. Iniciou-se no Estoril, fez carreira no Estrela da Amadora – quando o clube começou a despertar na 1ª divisão – de onde se transferiu para o FC Porto. No Estádio das Antas venceu um Campeonato Nacional – o 5º do penta, com uma equipa fabulosa onde despontavam Mário Jardel, Zahovic e Drulovic – e ainda 2 Taças de Portugal e 2 SuperTaças Cândido Oliveira.

A presença no Sporting em 2003/04 está marcada – para além de um paupérrimo 3º lugar – pela eliminação catastrófica na Taça UEFA aos pés do Gençlerbirligi, facto que, pouco mais tarde, levou ao seu despedimento. Por curiosidade podem ler aqui o que um sportinguista escreveu à uns tempos atrás sobre o novo técnico do Benfica.

A sua carreira na Grécia está marcada pela conquista da Taça em 2002 ao serviço do AEK de Atenas, de onde se transferiu para o Panathinaikos - cumpriu apenas uma época incompleta. Regressou aquele país – depois da passagem por Alvalade – para treinar, de novo, o AEK onde não conquistou qualquer título mas obteve no modesto clube um 3º lugar no ano transacto e um 2º na época que findou – foi finalista da Taça deste ano onde foi derrotado por 3-0 pelo Olympiakos.

Pelo que tenho ouvido a discordância e a desilusão por esta decisão da Direcção do Benfica são muito grandes. Para o bem do nosso clube, e visto que o mal já está feito, cabe-nos apoiar a nossa equipa até aos limites das nossas forças.

Força Benfica!

NDR: Independentemente do treinador contratado, uma coisa que me deu grande prazer neste processo todo – para além da celeridade da escolha – foi ver a tentativa patética e frustrada, da Comunicação Social, em colocar treinadores no Benfica e com notícias de “fonte segura”. Cada vez mais se confirma que todos os nomes que saem na Imprensa ligados ao Benfica não irão para o clube. “Andam todos às aranhas” e faço uma vénia aos dirigentes do Benfica por isso!

Fotos: AFP - Getty Images

#publicado em simultâneo com os Encarnados

quinta-feira, maio 18, 2006

Annus Horibillis?


Já se fizeram muitas análises à prestação do Benfica na época 2005/06. Na maior parte delas o vaticínio remete para um redondo falhanço, em quase todos os aspectos.
A nível de troféus a época foi escassa, remetendo o único triunfo para a conquista da SuperTaça Cândido de Oliveira num encontro frente ao Vitória de Setúbal. No entanto a fabulosa campanha europeia na Liga dos Campeões nunca poderá ser dissociada da prestação global da equipa.

Para um clube como o Benfica, o desempenho interno foi péssimo porque neste clube nada mais que a vitória é um bom resultado… ao contrário de outros. Convém, no entanto, evidenciar que a responsabilidade pelo fracasso não poderá ser incutida a apenas uma entidade/situação visto que nas competições desportivas há inúmeros factores influenciáveis.

O título da época passada mas principalmente o facto de se poder observar facilmente a existência de um rumo fortemente delineado – o que não aconteceu nas várias direcções anteriores – criou enormes expectativas aos adeptos. O clube tem mantido a opção em contratar treinadores com grande renome internacional e Ronald Koeman foi um nome sonante que entrou no vocabulário do país desportivo.


O defeso não correu como seria de esperar em virtude das poucas aquisições. As novelas sucederam-se – principalmente as referentes ao tão desejado avançado-centro, problema de décadas – e o tempo foi passando sem que o planeamento fosse concretizado. Sendo assim a maioria das lacunas do plantel só foram colmatadas já com o Campeonato a decorrer, sem que houvesse qualquer entrosamento dos jogadores existentes com os novos colegas contratados. Aqui, a falha da Direcção do Futebol foi grave! Limitou a equipa nas primeiras jornadas de forma decisiva e poderá ter influenciado o resto da Liga.


SuperTaça Cândido de Oliveira

A época oficial iniciou-se no Estádio do Algarve – completamente lotado, comigo inclusive – num encontro referente à SuperTaça de Portugal. Num jogo fraco o Benfica venceu por 1-0 com um golo de Nuno Gomes. A partida deu para concluir que o #21 do Benfica iria fazer uma grande época e que a equipa no seu global tinha graves lacunas.



Liga BetAndWin.com

A prestação nas primeiras 3 jornadas foi paupérrima e colocou o Benfica a 8 pontos dos 1ºs classificados – FC Porto e Sporting fizeram o pleno. A ausência de “poder de fogo” no ataque – Miccoli e Karagounis só chegaram ao clube poucos dias antes do confronto em Alvalade na 3ª jornada – e a opção do treinador num sistema táctico pouco treinado prejudicaram, claramente, o futebol da equipa.


A desistência de Koeman num sistema táctico com 3 centrais, e a chegada dos reforços, provou-se essencial na concretização de uma óptima série de 5 vitórias consecutivas desde a 4ª jornada frente à União de Leiria até ao confronto com o Estrela da Amadora na Luz. Pelo meio um confronto com o FC Porto no Dragão, na 7ª jornada, naquela que foi a vitória mais saborosa de todo o Campeonato. Como destaque na equipa uns fantásticos 8 golos em 8 jogos de Nuno Gomes.

Quando o Benfica se aproximava perigosamente do 1º lugar surgiram as arbitragens polémicas com influência directa no resultado. Da 9ª à 12ª jornada o Benfica não conseguiu vencer qualquer encontro e em apenas 1 desses 4 jogos o clube não foi prejudicado directamente – em Braga há erros para os dois lados: um penalty inexistente a favor do Benfica e um golo do Braga obtido em fora-de-jogo. Contra a Naval o golo do empate do adversário é precedido de fora-de-jogo, no confronto com o Rio Ave o 2º golo dos vila-condenses é obtido em fora-de-jogo, e no jogo com o Belenenses há duas grandes penalidades a favor do Benfica não assinaladas – e uma, de facto, não assinalada a favor dos visitantes.


Evidencio que este período de maus resultados na Liga não se deveu em exclusivo à arbitragem. Para além das diversas dificuldades com lesões – principalmente Simão Sabrosa e os guarda-redes – não me parece que a gestão do plantel tenha sido a mais correcta, em virtude da sobrecarga de jogos.

À 13ª jornada, frente ao Marítimo no Funchal, o tardio e salvador golo de Pedro Mantorras iniciou uma série de 7 vitórias consecutivas com a equipa a apresentar-se num plano médio/alto. A prestação do Benfica a nível inteiro começou a incomodar muita gente, pelo que o discurso do “colinho” atingiu níveis insuportáveis principalmente após os jogos com o Nacional e com o Vitória de Setúbal.

Foram duas vitórias por 1-0 com 2 golos obtidos em lances duvidosos. No encontro da Luz, com os madeirenses, o golo de Nuno Gomes poderá ter sido precedido de falta de Luisão sobre o guarda-redes Diego mas os que se indignaram com esse lance são os mesmos que se “esquecem” de 2 penaltys não assinalados a favor da equipa da Luz – um por mão na bola e outro sobre Luisão.
Em Setúbal, Nuno Gomes controla a bola com o peito e estoira para um tento magnífico. “É mão!” – gritaram muitos. Duas vitórias limpas e justas!


À 20ª jornada, a recepção ao Sporting expunha um dos jogos mais importantes do Campeonato na perseguição ao FC Porto. A distância do 1º lugar era muito curta e uma vitória colocaria o Benfica na rota do título. Tal não aconteceu, a supremacia do adversário foi de tal forma convincente que a equipa sofreu uma abalo fortíssimo a nível psicológico. A imprensa foi castradora atrevendo-se a colocar em causa o valor de atletas que já há muito tempo tinham provado ser de inegável qualidade – Luisão e Petit.

O terramoto futebolístico causado pela estrondosa derrota com o rival centenário comprometeu o sucesso nas 3 partidas seguintes – apenas o frágil Penafiel foi derrubado – com derrotas categóricas em Leiria e em Guimarães.

A recepção e vitória frente ao FC Porto com um míssil controlado remotamente ainda abriu a possibilidade de conquista quando ainda faltavam 10 jornadas para o final. Mas mais uma vez surgiram as arbitragens “tendenciosas” e tal como na 1ª volta depois do confronto com o líder da Liga o Benfica teve inúmeras dificuldades em vencer os seus adversários.


A arbitragem mais vergonhosa que alguma vez assisti desde que vejo futebol aconteceu na Amadora com Paulo Costa a “roubar” de forma escandalosa o Sport Lisboa e Benfica. Valeu um inspirado e fantástico Fabrizio Miccoli que já nos descontos deu os 3 pontos à sua equipa.

Na jornada seguinte – a 26ª – frente à Naval, e com o cansaço da Liga dos Campeões, foi Carlos Xistra a não ver uma grande penalidade sobre Léo. Foi aqui que ficou definido que o Benfica não iria revalidar o título. A responsabilidade não é toda de Carlos Xistra mas também de Koeman que não deu descanso aos atletas que na 4ª feira anterior tinham jogado de forma brilhante em Anfiel Road.

Na jornada seguinte e com o Benfica de fora da corrida do título, surgiu um jogo polémico com o Rio Ave. Um jogo em que o Benfica massacrou o seu adversário, fazendo mais de uma vintena de remates – ao poste e à barra – e vendo um golo do adversário anulado de forma errada. Voltou a conversa do “colinho” quando já nenhum objectivo se afigurava possível para a equipa comprovando que a técnica do prejuízo-beneficio está mais que moldada.


O resto de Liga foi quase um cumprimento restrito do calendário com o destaque para a desmotivação evidente quer dos atletas quer do próprio treinador – as primeiras partes dos jogos foram quase todas muito más. Destaque positivo apenas para dois fabulosos golos do Benfica, um de Miccoli no Restelo – fez uma parte final de época maravilhosa – e outro de Petit frente ao Marítimo – dois dos mais bonitos do Campeonato. Nem a luta final pelo 2º lugar foi concretizada em virtude de mais alguns resultados péssimos. O 3º lugar foi muito pouco para as expectativas dos adeptos!


Resultados da Liga BetAndWin.com

1ª Jornada: Académica 0-0 Benfica
2ª Jornada: Benfica 0-2 Gil Vicente
3ª Jornada: Sporting 2-1 Benfica
4ª Jornada: Benfica 4-0 União Leiria
5ª Jornada: Penafiel 1-3 Benfica
6ª Jornada: Benfica 2-1 Vitória de Guimarães
7ª Jornada: FC Porto 0-2 Benfica
8ª Jornada: Benfica 2-0 Estrela da Amadora
9ª Jornada: Naval 1º de Maio 1-1 Benfica
10ª Jornada: Benfica 2-2 Rio Ave
11ª Jornada: Sporting Braga 3-2 Benfica
12ª Jornada: Benfica 0-0 Belenenses
13ª Jornada: Marítimo 0-1 Benfica
14ª Jornada: Benfica 1-0 Boavista
15ª Jornada: Benfica 1-0 Nacional
16ª Jornada: Vitória Setúbal 0-1 Benfica
17ª Jornada: Benfica 2-0 Paços de Ferreira
18ª Jornada: Benfica 3-0 Académica
19ª Jornada: Gil Vicente 1-3 Benfica
20ª Jornada: Benfica 1-3 Sporting
21ª Jornada: U. Leiria 3-1 Benfica
22ª Jornada: Benfica 4-0 Penafiel
23ª Jornada: Vitória Guimarães 2-0 Benfica
24ª Jornada: Benfica 1-0 FC Porto
25ª Jornada: Estrela da Amadora 1-2 Benfica
26ª Jornada: Benfica 0-0 Naval
27ª Jornada: Rio Ave 0-1 Benfica
28ª Jornada: Benfica 1-0 Sporting Braga
29ª Jornada: Belenenses 1-2 Benfica
30ª Jornada: Benfica 2-2 Marítimo
31ª Jornada: Boavista 0-2 Benfica
32ª Jornada: Nacional 1-1 Benfica
33ª Jornada: Benfica 1-0 Vitória Setúbal
34ª Jornada: Paços de Ferreira 3-1 Benfica



Liga dos Campeões

A carreira europeia do Benfica foi verdadeiramente fantástica. A equipa que ia “envergonhar Portugal perdendo todos os jogos por largas goleadas” foi uma das boas surpresas da prova.


A competição iniciou-se no confronto caseiro com o Lille – acabou em 3º no “Championnat” – com uma extraordinária exibição do Benfica coroada com um cabeceamento portentoso de Fabrizio Miccoli a dar os 3 pontos.
A injusta derrota em Manchester atenuou a euforia mas confirmou o Benfica como um adversário europeu a ter em conta. O fantástico golo de Simão não chegou para derrotar os vice-campeões ingleses e foi uma machadada cruel de Van Nistelrooij, a 5 minutos do fim, que selou o triunfo do adversário.

O empate em Villarreal, com um golo genial de Manuel Fernandes – considerado pela UEFA um dos 10 melhores da edição deste ano, criou uma grande expectativa no apuramento.
Expectativas resfriadas com o golo de Marcos Senna em plena Luz. A derrota com os espanhóis do Villarreal – semi-finalistas da prova – comprometeu a vitória no Grupo mas deixava tudo em aberto para a consolidação do 2º lugar.

Numa vergonhosa exibição em Paris – com 40 mil portugueses a assistir, recorde da UEFA num confronto fora de portas – a inacreditavelmente defensiva equipa não conseguiu mais que um nulo e deixou todas as decisões para a última e 6ª jornada da Fase de Grupos.

Era o tudo por tudo! Numa Luz a abarrotar, Geovanni e Beto marcaram e sentenciaram uma fantástica reviravolta de um jogo épico. O Benfica qualificara-se para os oitavos-de-final às custas do colosso Manchester United, fazendo um total de 8 pontos que lhe asseguraram o 2º lugar. Foi o delírio nas hostes portuguesas!


O sorteio colocou o Liverpool – Campeão Europeu na edição anterior – como o próximo adversário, pelo que poucos afiguravam hipóteses de qualificação ao Benfica. A eliminatória começou na Luz e num jogo muito táctico, Luisão, a poucos minutos do final, deu uma vantagem escassa mais muito preciosa. O jogo não foi espectacular, e com o adversário um pouco encolhido, mas a haver um vencedor seria a equipa que acabou por vencer… o Sport Lisboa e Benfica.

No confronto em Anfield Road – um dos mais míticos estádios mundiais – o Benfica fez uma exibição assombrosa. Conseguindo segurar o ímpeto esmagador do Liverpool nos primeiros 20 minutos, o Benfica obteve um resultado histórico selando o jogo e a eliminatória com dois dos mais imponentes golos da época europeia de clubes.

“Caiu o Campeão da Europa, ergue-se o Campeão Português!” 10 anos depois o Benfica estava em grande na Europa!

Nos quartos-de-final foi alinhado o Barcelona no caminho do Benfica. O Campeão Português contra o fortíssimo Campeão Espanhol. Foram dois jogos com pouca história tal a supremacia esmagadora dos catalães. O epíteto de “melhor equipa da Europa da actualidade” fica-lhes bem, no entanto o penalty perdoado a Thiago Motta na 1ª mão e o falhanço clamoroso de Simão na 2ª parte do 2º jogo colocaram os espanhóis em sentido.

Perdemos para o actual Campeão Europeu e isso não envergonha ninguém! Para o ano lá estaremos a lutar com os melhores.



Resultados da Liga dos Campeões:

(Fase de Grupos)
Benfica 1-0 Lille
Manchester United 2-1 Benfica
Villarreal 1-1 Benfica
Benfica 0-1 Villarreal
Lille 0-0 Benfica
Benfica 2-1 Manchester United

(Oitavos-de-Final)
Benfica 1-0 Liverpool
Liverpool 0-2 Benfica

(Quartos-de-Final)
Benfica 0-0 Barcelona
Barcelona 2-0 Benfica



Taça de Portugal

A participação do Benfica na Taça de Portugal de 2005/06 foi muito fraca. No entanto o início de prova foi bastante bom com um grande jogo realizado no estádio do Bessa contra o Leixões. A vitória nunca esteve em causa e foi abrilhantada pela entrega da equipa leixonense e pelos 2 magníficos golos de Simão Sabrosa.

Na eliminatória seguinte o adversário foi a simpática equipa do Tourizense. Uma exibição sem brilho mas com uma vitória tranquila, naquele que foi o sinal de um evidente decréscimo na qualidade exibicional.



O jogo frente ao Nacional da Madeira, referente aos oitavos-de-final da prova, decorreu da forma que se esperava. Existiu um claro e esmagador domínio do Benfica mas houve, infelizmente, um nulo deficit de aproveitamento das oportunidades criadas. Koeman optou por não dar descanso aos titulares e talvez por isso nunca foi atingida a tranquilidade necessária para triunfar em 120 minutos de futebol. Na lotaria dos penaltys o brinde saiu ao Benfica.

A campanha da Taça terminou nos quartos-de-final no confronto com o Vitória de Guimarães. Um jogo de pura batota com vários jogadores do Vitória a simular lesões durante mais de uma hora de jogo e tendo o golo da vitória sido precedido de uma grosseira mão-na-bola que só “escapou” à equipa de arbitragem. O resultado foi altamente injusto com mais um massacre à baliza adversária mas quem seguiu em frente foram os vimaranenses.



Resultados da Taça de Portugal:

Leixões 1-2 Benfica
Tourizense 0-2 Benfica
Benfica 0-0 Nacional (após prolongamento, 5-3 após os penaltys)
Benfica 0-1 Vitória Guimarães



A Estrela


Nuno Gomes fez uma época excelente a nível interno. Muito criticado em anos recentes pelos constantes falhanços na finalização, em 2005/06 disparou 15 vezes de forma certeira e ultrapassou os registos das duas épocas anteriores… somados. Foi o abono de família da equipa regressando aos tempos pré-Itália, e quando baixou de produção os resultados do Benfica deixaram de ser favoráveis. Não se viu na Europa talvez devido ao diferente sistema de jogo adoptado pelo treinador.

Como destaque algumas preciosidades como por exemplo os dois golos no Dragão, os maravilhosos golos em Penafiel e em Setúbal e o hat-trick frente à União de Leiria.
Uma castradora entrada de um jogador do despromovido Belenenses na 29ª jornada acabou-lhe com a época retirando-o da luta pela Bola de Prata – quando era líder da lista – e quem sabe hipotecando as pretensões da equipa numa melhor classificação. Chegou-se a pensar que poderia falhar o Mundial mas felizmente conseguiu recuperar e estará presente na Alemanha.


A Revelação


Léo assumiu-se como uma peça fundamental na estrutura da equipa. Preterido inexplicavelmente no início da temporada, o pequeno e genial jogador foi um exemplo de profissionalismo, categoria e disponibilidade física. Defensivamente imperial e perigosíssimo no ataque, o internacional brasileiro foi, em muitos jogos, o melhor em campo. A fantástica capacidade técnica aliada a uma velocidade explosiva transformam o “Maradoninha” brasileiro num dos melhores defesas-esquerdos que já vi actuar e seguramente o melhor deste clube em muitos anos.

Não conseguiu facturar de “águia ao peito”, muito por culpa de uma infelicidade que não merecia – 3 bolas ao ferro. As suas exibições impressionaram tudo e todos chegando, inclusivamente, a falar-se numa possível convocação para o “escrete” no Mundial 2006 – o que teria sido justo. Aos 30 anos, e na 1ª época fora do Brasil, prepara-se para renovar contrato com o Benfica.


O “Flop”


Por considerar um fracasso quase todas as contratações de Inverno poderia colocar aqui outros jogadores mas optei por Laurent Robert, e por vários motivos. O internacional francês apresentou-se como uma grande esperança no reforço da equipa em Dezembro não só pela reconhecida categoria – vista por inúmeras vezes em Inglaterra – mas também pelos inúmeros elogios de figuras importantes do futebol britânico.

Infelizmente os rumores de “enfant-térrible”, tão discutidos no panorama desportivo nacional, confirmaram-se e apesar de ter feito 3 bonitos golos de “águia ao peito” – contra o FC Porto, o Estrela da Amadora e o Tourizense – nunca conseguiu encher as medidas aos adeptos. As pálidas exibições e a aparente apatia confirmam que o binómio salário/rendimento é bastante diminuto, apesar dos golos referidos e de algumas assistências – o rendimento na Europa foi zero.
Pessoalmente foi uma grande desilusão já que era um jogador que apreciava bastante desde os tempos do Newcastle.


O Mais Regular


Petit foi, em praticamente todos os momentos da época, o jogador chave da equipa do Benfica. Apelidado de arruaceiro pelos adeptos de clubes adversários, o #6 do Benfica fez uma temporada ao seu nível. Raça, vontade, profissionalismo, dedicação e muita categoria são os elogios que melhor servem a Armando Teixeira. Um verdadeiro jogador “à Benfica”!

Autor de um dos golos mais bonitos da época – frente ao Marítimo – o sub-capitão do Benfica foi o carregador de piano mas também o construtor de jogo. São várias as assistências para golo – contra o Liverpool, para o golo de Luisão talvez seja a mais óbvia – mas também os fantásticos remates.
Se por vezes me irrito com as entradas mais duras e com os cantos mal batidos não o posso criticar devido às majestosas exibições e à exemplar entrega que dá ao clube. É um jogador fundamental, se fossem todos como o Petit!


O Treinador


Tinha muitas expectativas em Ronald Koeman. Foi um dos melhores jogadores que já vi jogar e, por desconhecimento, pensei que fosse um treinador diferente daquilo que é.
Começou por apostar, na pré-época, na mesma táctica com que Trapattoni tinha vencido o Campeonato e incompreensivelmente resolveu trocar tudo nos 1ºs jogos da Liga. O sistema de 3 defesas sem qualquer treino revelou-se catastrófico impossibilitando uma vitória nas 3 primeiras jornadas da Liga.

Apesar de algumas sequências de resultados interessantes, na época inteira foram raros os momentos de bom futebol apresentado, contando-se pelos dedos das mãos as grandes exibições. Em vez de uma evolução no futebol da equipa passou-se precisamente o oposto, acabando a época com prestações horríveis – o fio de jogo das últimas partidas foi o chutão para a cabeça de um jogador de 1.68 m.

E depois foram as incríveis opções pessoais que ninguém compreende: a aposta sistemática em Beto – colocá-lo a extremo-direito é de bradar aos céus, a titularidade injustificável de Moretto, a quase expatriação de Nuno Assis, Mantorras e principalmente de Karyaka – que mostraram bom futebol sempre que chamados à equipa principal, a opção patética pela altura física da defesa deixando de fora Nélson e principalmente Léo durante bastante tempo da temporada, a inexistente aposta em jogadores jovens da equipa B, ou ainda a fraca gestão de plantel com várias competições em jogo.


Apesar da boa campanha europeia, houve alguns jogos em que optou por uma equipa demasiado defensiva e não soube alterar as coisas no decorrer do jogo, facto que não beneficiou em nada o futebol apresentado e os resultados obtidos – Old Trafford e Paris são os melhores exemplos. Outra critica que se lhe pode apontar é ter uma visão limitativa das substituições num encontro: foram várias as vezes que não fez as 3 alterações regulamentares e quando as fez, muitas vezes, foram feitas de forma sistemática.

Inesquecíveis, foram ainda, as polémicas em que se envolveu com as declarações inoportunas sobre o Rio Ave-Sporting ou sobre uma possível dispensa de Pedro Mantorras.
Para além disto tudo teve sempre um discurso de resignação nos maus momentos que não se coaduna com o historial do Sport Lisboa e Benfica. Fica a ideia que nunca se adaptou ao clube e ao próprio país procurando apenas o reconhecimento fora de portas numa tentativa de se lançar para outro voos.



Top10 golos:

1 – Simão Sabrosa em Anfield Road;
2 – Petit na Luz frente ao Marítimo;
3 – Manuel Fernandes em Villarreal;
4 – 2º de Simão Sabrosa frente ao Leixões;
5 – 2º de Nuno Gomes em Penafiel;
6 – Fabrizio Miccoli em Anfield Road;
7 – Fabrizio Miccoli frente ao Lille;
8 – Geovanni frente ao Manchester United;
9 – Fabrizio Miccoli no Restelo;
10 – Nuno Gomes em Setúbal.


Top5 jogos:

1 – Liverpool 0-2 Benfica
2 – FC Porto 0-2 Benfica
3 – Benfica 2-1 Manchester United
4 – Leixões 1-2 Benfica
5 – Benfica 2-1 Vitória Guimarães


Classificação Liga BetAndWin.com




Assistências Liga BetAndWin.com


Fonte: SoccerSTATS


Presenças Liga BetAndWin.com










Uma nota final de congratulação para os fantásticos adeptos do Sport Lisboa e Benfica que calaram, mais uma vez, estádios míticos da Europa. As romarias a Anfield, ao El Madrigal, a Paris, a Old Trafford e à Catalunha são motivo de orgulho para todos.
Na Luz a presença foi constante no apoio inveterado à equipa. Depois de tudo o que passamos durante anos, os tempos são bons para ser adepto deste clube!

NDR: Como forma de despedida da época deixo dois excelentes vídeos. As obras-primas são do Bakero e servem de homenagem aos nossos mais directos rivais. O primeiro diz respeito aos nossos eufóricos “amigos” sportinguistas e o segundo aos actuais Campeões Nacionais.

Quem quiser arquivar este post – ou quem prefere ler documentos em vez de blogs – tem a opção de fazer download do mesmo aqui.

Fotos: AFP – GettyImages e Serbenfiquista.com

#publicado em simultâneo com os Encarnados

segunda-feira, maio 15, 2006

As escolhas de Scolari

Começo desde já por dizer que sempre gostei de Scolari. É frontal, determinado e com grande poder de chefia sem ser ditador. Talvez por isso tenha granjeado muitos inimigos (bem identificados, por sinal), que têm em si o efeito contrário ao desejado. As críticas e tentativas de pressão dão-lhe mais força e determinação para pôr em prática as suas ideias e não arreda pé das suas convicções.

Porque esta é das tais coisas. Quando um seleccionador/treinador ganha é levado em ombros em grandes manifestações de júbilo e homenagem, quando perde é apredejado em praça pública. É por isso extremamente difícil ser-se treinador em Portugal, e muito mais difícil será ser seleccionador. Porque um seleccionador mexe com clubismos e clubites - é impossível por mais que se tente ser-se imparcial, até na Seleccção e porque quem selecciona como que trai as nossas expectativas e preferências por este ou aquele jogador.

Por isso nunca contesto as suas convocatórias, se bem que questione um pouco o seu critério aqui e ali. Na convocatória de hoje, por exemplo, questiono a insistência em Ricardo e muito mais em Quim, que por via dos poucos - ou quase nenhum - jogos deveria ceder o seu lugar de nº2 a Bruno Vale. E se a experiência conta muito, a boa forma física contará muito mais.

O caso de Quaresma é discutivel apenas no termo pedagógico da coisa. Afinal vai-se disputar um Europeu de futebol, e a falta de Quaresma sentir-se-ia muito mais nos sub-21 que nos AA. Porque sendo um jogador de qualidade é praticamente insubstituível e a sua ausência seria um rude golpe para o Prof. Agostinho.

No entanto, apesar de ser um critério seu, é obrigatório questionar a escolha de Ricardo Costa. Excepto para os portistas (a clubite existe, não duvidem) foi para todos um balde de água fria, quase uma desilusão.
Não gosto de Ricardo Costa como jogador. Não o acho com nível suficiente para substituir Jorge Andrade e penso que a escolher um jogador do Porto escolheria Pedro Emanuel, que até está livre depois de lhe ter sido vedado a inclusão na Selecção de Angola. Se Scolari privilegia a antiguidade, experiência e entrega então teria em Pedro Emanuel a escolha perfeita.

Não digo que Ricardo Costa não tenha margem de progressão. É muito novo e até pode vir a ser um grande jogador. Por enquanto é um jogador vulgar, sem grande destaque. Teve uma época de altos e baixos, por via da escolha de Adriaanse e a subida de forma e boas prestações de Pepe, e por isso em muitos jogos ficou a aquecer o banco. Adriaanse a partir do momento que ganhou maior confiança em Pepe, simplesmente "ignorou" Ricardo Costa e apesar de o convocar em muitos jogos muito raramente o pôs a jogar.

Antes da convocatória Scolari fez uma espécie de mea-culpa para antecipadamente justificar a escolha de Ricardo Costa. Scolari vai buscar jogadores aos sub-21 para colmatar as falhas no plantel . Ficámos (nós e todos os jogadores que não jogam nos sub-21) a saber, então que em Portugal quem não jogue em Selecções jovens e não faça parte da trupe de jogadores intocáveis do Scolari, nunca terá hipótese de entrar na Selecção principal (quase me tenta o pensamento de que aquilo quase que é mais um clube privado onde é quase impossível alguém se tornar membro).

Puxando (sem grande sacrifício, digo-vos já) pelo meu clubismo diria que preferia o Rocha ao Costa, até porque já merecia há muito tempo a oportunidade, a idade já não lhe permite sonhar com muitos mais Mundiais ou Europeus, e também jogou mais minutos, é muito mais possante e não vira a cara à luta.

Mas vou mais pela coerência e justiça e digo que a escolha deveria ter recaído em Tonel. Tonel foi um exemplo de regularidade e muito poucas vezes se notou alguma quebra de ritmo ou baixa de forma. Basta ver a estatística em baixo para verificarmos que se foi uma aposta incontestável de Paulo Bento, e notou-se que foi uma boa aposta (apenas nos primeiros jogos ficou no banco tapado pelo execrável e vulgaríssimo Beto) facilmente seria a escolha para o lugar de central. Porquê então Scolari não apostou nele? Porque não jogou nem joga nos sub-21.
É por isso então que Scolari não necessita de ver os jogos ao vivo (não são só os do Porto). Já todos ficámos a saber o critério utilizado. Não querendo sofrer já por antecipação, espero que se Portugal fôr precocemente afastado que seja por erros colectivos e não por erros específicos da defesa escolhida a dedo por Scolari.


RICARDO COSTA
Nº de jogos - 32
Titular - 16
Suplente nao utilizado - 13
Suplente utilizado - 3
Não convocado - 2
Maior número de jogos seguidos como titular - 7 (desde a 1ª à 7ª jornada)
Total de minutos de jogo - 1539

RICARDO ROCHA
Nº de jogos - 30
Titular - 16
Suplente nao utilizado- 4
Suplente utilizado - 10
Não convocado - 4
Maior número de jogos seguidos como titular - 2
Total de minutos de jogo - 1644

TONEL
Nº de jogos - 30
Titular - 28
Suplente nao utilizado- 0 (zero)
Suplente utilizado - 2
Não convocado - 4
Maior número de jogos seguidos como titular - 23 (desde a 12ª à 34ª jornada)
Total de minutos de jogo - 2587

Edição 16/05/06
Queria abrir aqui neste tópico a discussão sobre a Selecção e os seleccionados. Dêem a vossa opinião, o que acham da convocatória de Scolari, quem colocariam, que escolhas fariam, quem não convocavam de mandeira nenhuma e porquê. Qual seria para vocês o 11 ideal para representar Portugal no Mundial 2006.

Sport Moçambique e Benfica!


Finda a época o Benfica partiu de armas e bagagens para Moçambique, 16 anos depois da última visita ao quente e lusófono país africano.
A operação de charme, com a duração de uma semana, albergou inúmeras visitas sociais e um torneio quadrangular de comemoração dos 50 anos da equipa moçambicana Costa do Sol. Das outras equipas participantes no “Encontro de Gigantes” fizeram parte o Ferroviário de Maputo e os angolanos do Petro Atlético, com todos os jogos a serem realizados no recinto do clube aniversariante, o Estádio da Machava.

A recepção e estadia da comitiva do Benfica foi verdadeiramente apoteótica com milhares de africanos em delírio – a esmagadora maioria envergando camisolas e bandeiras do clube português. Ao contrário de outros clubes, o Benfica não exigiu qualquer cachet e baseou a sua presença numa antiga promessa de Luís Filipe Vieira aos dirigentes do clube anfitrião.
Aproveitando a presença em “território benfiquista” foi apresentado o Kit Sócio Moçambique, iniciativa que procurará acrescentar 20 mil novos sócios aos 150 mil já existentes.

A assistência diária aos treinos da equipa orientada por Fernando Chalana foi colossal, com quase 20 mil pessoas presentes de forma assídua. A luta pelos equipamentos foi outra peculiaridade assinalável, com os atletas a corresponderam aos desejos do povo moçambicano.


No que a futebol diz respeito o Benfica efectuou 2 encontros e teve outras tantas vitórias, vencendo assim o torneio e levando o troféu para casa. O treinador interino, Fernando Chalana, aproveitou a oportunidade para rodar alguns jogadores que não tem feito parte do plantel principal do Benfica. O saldo é bastante positivo e já se podem ver alguns bons apontamentos em atletas que poderão ser uma alternativa válida para a próxima época.

Costa do Sol 1-3 Benfica

O Benfica alinhou em 3-5-2 com: Moretto; Anderson, Fonte e Ricardo Rocha; Beto e Karagounis; Marco Ferreira, Geovanni e Robert; Miccoli e Marcel. Jogaram ainda: Moreira, Léo, Karyaka, Manduca, José Rui, Manu e Artur Futre.

No 1º jogo, o Benfica superiorizou-se de forma natural chegando a uns esclarecedores 3-0 na 1ª parte, através de dois golos de Marcel – 1 golo a ser apontado de penalty, na estreia a marcar de “águia ao peito” – e outro de Fabrizio Miccoli. No segundo tempo a equipa decresceu um pouco em virtude das alterações realizadas por Chalana e sofreu um grande golo mesmo ao terminar a partida. Vitória indiscutível num encontro mais ou menos fácil. Nota para as excelentes exibições do regressado Moreira e dos estreantes José Fonte e Manu.


Petro Atlético 1-2 Benfica

O Benfica alinhou em 4-2-3-1 com: Moreira; Marco Ferreira, Anderson, Ricardo Rocha e Léo; Fonte e Beto; Geovanni, Fabrizio Micolli e Laurent Robert; Marcel. Jogaram ainda: Moretto, Manduca, Karyaka e Manu.

Em virtude da vitória anterior o Benfica apurou-se para a final do torneio defrontando o Petro Atlético – vencedor do encontro frente ao Ferroviário por 1-0.
Numa partida mais complexa o Benfica esteve a perder durante toda a primeira parte em virtude do grande empenhamento e mais-valia do adversário. Num jogo marcado pela expulsão de Anderson – o adversário também viu um atleta seu expulso – a experiência dos jogadores do Benfica fez a diferença e nos minutos finais a reviravolta aconteceu com 1 soberbo golo de Ricardo Rocha e outro do irrequieto Manu.


A euforia africana foi um abalo para todos e demonstrativa do capital de apoio que o clube detém além-fronteiras – principalmente junto das comunidades lusófonas.
As declarações de vários elementos do clube são o exemplo de como o carinho dispendido estarreceu as hostes portuguesas.

Luís Filipe Vieira: “Há imagens que valem mais do que mil palavras. O que se passou nos últimos dias leva-me a concluir que não somos um clube mas uma família universal.”

Shéu Han: “É indescritível – disse, comovido – isto é sinal da nossa história e da nossa cultura que convém preservar!”

Léo: “Sabe qual foi a pergunta que fiz a mim próprio na primeira escola que visitámos? Deus, o que é isto? Nunca tinha estado no continente africano... Isto foi gigantesco, gigantesco!”

Anderson: “Joguei sete anos no Corinthians, mas o Benfica tem uma força enorme também no estrangeiro. É esta a diferença!”

Ricardo Rocha – o capitão da equipa que foi a África: “Este é um dos motivos para que os jogadores se sintam honrados por vestir a camisola do Benfica.”

Moreira: “Nunca imaginámos! Estou há sete anos no Benfica e nunca tinha sido assim recebido numa escola. Já visitámos muitas, fomos sempre recebidos com muito carinho, mas com tanta gente a gostar de nós e do Benfica, nunca. É uma grande alegria!”


É isto o Benfica!

NDR: Deixo resumos dos jogos frente ao Costa do Sol e ao Petro Atlético. Agradecimentos novamente ao Em4Lyf por disponibilizar os vídeos.

#publicado em simultâneo com os Encarnados

domingo, maio 14, 2006

Faz Hoje 12 Anos

Há 12 anos atrás, o Sport Lisboa e Benfica destroçou, em pleno Estádio José de Alvalade, o Sporting num jogo que valeu pelo excelente espectáculo de futebol, e acima de tudo, por mais um Campeonato Nacional conseguido.
Memorável actuação de João Vieira Pinto que jogou, fez jogar e marcou "apenas" 3 golos.

Em 14/05/1994, no Estádio José de Alvalade jogaram:

Sporting:

Lemajic
Nélson, Stan Valckx, Vujacic e Paulo Torres (Pacheco 45')
Figo, Paulo Sousa e Balakov
Capucho, Jorge Cadete e Iordanov (Poejo 62')

BENFICA:

Neno
Abel Xavier, Hélder, Mozer e Veloso
Vítor Paneira, Kenedy e Schwarz
Isaías (Rui Águas 75'), Aílton e João Pinto (Rui Costa 79')

Resultado final:
3 - 6

Marcha do marcador:
Cadete 7', João Pinto 30', Figo 35', João Pinto 38', João Pinto 44', Isaías 50', Isaías 59', Hélder 72' e Balakov aos 85'

Disciplina:
31´ cartão amarelo para Schwarz
45´ cartão amarelo para Paulo Sousa
86´ cartão amarelo para Veloso

Para os apreciadores de bom futebol aqui deixo um vídeo com alguns lances dessa partida, entre muitos outros de jogos não menos marcantes para as nossas cores.

sexta-feira, maio 12, 2006

Il fischio dorato ou onde é que eu já vi isto?


O Tribunal de Génova decidiu abrir uma investigação para apurar responsabilidades em torno de alegados favorecimentos e manipulação de resultados de jogos relativos à época passada da I Liga italiana. A corrupção no futebol italiano chega ao extremo de haver redes de apostas ilegais envolvendo jogadores da Juventus estando Buffon (GR da Selecção) à cabeça como um dos principais suspeitos.

Por incrível que pareça também o Milan e a Lazio estão implicados no esquema de corrupção que agora se investiga, quando já haviam sentido na pele a despromoção para a Segunda Liga, pelo mesmo motivo.

Mas apraz-me verificar que nada disto nos diz respeito e como estamos longe desta realidade (ler esta frase imaginando que o seu autor a escreveu ostentando um sorriso irónico). Aliás, qualquer semelhança com aquela coisa chamada Apito Dourado (um simples passeio pelo parque) é pura coincidência, principalmente o seu desfecho, que será quase de certeza a justiça pura e dura aplicada ao futebol tal como é (ou deveria ser sempre) aplicada a qualquer outro sector da nossa sociedade. Mais impressionante se torna se verificarmos que estamos em vésperas de Mundial, e se pensarmos que se trata da Liga maior de Itália, o que significa que ali não há vacas sagradas nem ninguém acima da Lei. Exemplo disso é a historia recente da punição, posta em prática, com a descida de divisão a clubes considerados grandes em Itália, quer por incumprimentos financeiros, como foi o caso da Fiorentina ou corrupção desportiva como já foi o caso do Génova (despromoção da I para a... III Liga) e nos já referidos AC Milan e Lazio no final da década de 70. Num país habituado a lidar com a Máfia e todo o tipo de corja criminosa outra coisa não seria de esperar da Justiça Italiana. Sem olhar a quem ou a quê.

Lá como cá, dirão. Com a diferença de que lá é lá (a justiça italiana não brinca) e cá é a desbunda que se conhece. Nestas alturas vezes gostaria de ser italiano, e não português para não sentir tanta vergonha das entidades que existem e foram criadas para proteger a sociedade e as pessoas de bem.

Sempre em alta!

Sporting não vai renovar com Sá Pinto, garante Soares Franco

Seria esta a despedida condigna e de acordo com o seu estatuto no çepóringue, que tanto lhe foi prometida?

E já agora, quando Soares Franco diz que Sá Pinto é património do clube, será considerado património desportivo ou não desportivo? Convém esclarecer eventuais compradores que poderão não estar interessados em adquirir juntamente com o Alvaláxia e o Holmes Place uma carcaça velha sem valor algum no mercado (i)mobiliário.

Querem uma aposta que o gajo vai ser mesmo contratado e figurará como titularíssimo indiscutível no 11 de Paulo Bento na próxima época?

Afinal o çepóringue é o clube que tem posto em prática e da maneira mais perfeita aquela máxima que Pimenta Machado um dia falou "no futebol o que hoje é verdade amanhã é mentira".

Sá, filho, se não renovares serás sempre lembrado como o gajo que deu um soco no Artur Jorge e que foi expulso em dois jogos seguidos. Acredita que sais em grande.
Por mim, gostaria que renovasses, para continuares a deliciares-nos com os teus números de circo!

quarta-feira, maio 10, 2006

Sugestão para "filme" de verão


domingo, maio 07, 2006

Crónica 34ª Jornada - Amigos Holandeses do PSV, Salvem-nos desta Desgraça!

A despedida da Liga realizou-se na Mata Real. Estádio pitoresco no qual a história nos dizia que com maior ou menor facilidade, o Benfica conseguia vencer.
Mais uma vez a fé benfiquista e mais uma vez as emoções ao rubro num dia verdadeiramente decisivo para o futebol nacional. As hipóteses de conquistar o 2º lugar eram curtas mas neste clube a esperança é a última a morrer.

Depois da polémica tão lamentável quanto desnecessária que decorreu ao longo da semana – parece que lá para os lados de Alvalade, apesar dos epítetos de “nobreza”, não se percebe português a 100% – com exageros de parte a parte, esperar-se-ia uma atitude dominadora e empreendedora do treinador do Benfica. Se é tão lesto a analisar os jogos do adversário directo que também o seja no comando da equipa que treina.

Do Paços de Ferreira e de José Mota já se sabe que se espera. Muita vontade, profissionalismo e acima de tudo lealdade e desportivismo. Não me lembro de ver uma das equipas deste treinador fazer anti-jogo primário ou futebol violento. É um treinador que não se amedronta e costuma deixar a sua equipa jogar o jogo pelo jogo – o que algumas vezes dá azo a resultados negativos mais avolumados. Tenho enorme consideração por José Mota não só pelo que já disse mas também porque é um treinador que não cria polémicas e não falta ao respeito a ninguém.

Depois de assistir a um verdadeiro show de futebol de contra-ataque – principalmente a 2ª parte – num recente Braga-Paços com a vitória justa dos visitantes mas tristemente desvalorizada por erros – para os dois lados – de arbitragem, estava com algum receio em ver qual a atitude dos jogadores do Benfica. Pensei que em caso de relaxamento benfiquista – o que tem sido comum neste final de época – aliado à enorme vontade de permanência na 1ª liga por parte dos locais, o Benfica não teria hipótese de trazer os 3 pontos da Capital do Móvel.


Looney Koeman does it again

Ronald novamente a inventar o mais possível. Em relação ao último jogo da Liga contra o Vitória na Luz, Ronald Koeman fez apenas uma alteração na equipa inicial. Regressou ao 11 e mais de 5 meses depois: Karyaka para o lugar do desastrado Marco Ferreira. Geovanni e Laurent Robert ficaram novamente de fora da convocatória, desta vez com a agravante de Karagounis não poder dar o seu contributo à equipa por se encontrar castigado.

Portanto com a equipa limitada de opções, Koeman coloca no banco dois jogadores em más condições físicas – em virtude das recentes lesões – que nem sequer efectuaram exercícios de aquecimento durante toda a partida: Nuno Gomes e Simão. Não percebo!

Gostei da opção em Karyaka, até porque se vê facilmente que o russo é um jogador acima da média, com excelente técnica e boa visão de jogo. Sinceramente não entendo como pode ter ficado quase meia época sem sequer ir para o banco de suplentes.



Mas se em termos de opções por jogadores houve apenas uma alteração, a nível táctico houve nova mudança global. Koeman abdicou novamente dos 3 centrais, voltando a defesa habitual de 4 homens. Incompreensivelmente, e quando parecia que iria haver um meio-campo com 3 trincos – patético, contra um adversário teoricamente muito mais fraco – Koeman adapta Beto à posição de extremo-direito. Aqui, sinceramente, perdi-me ao analisar as suas intenções!

Se Beto é sofrível a trinco, como extremo ou mesmo interior-direito é pouco mais que zero. Sem velocidade, sem poder de explosão, sem capacidade de cruzamento, nada. Foi abdicar, pura e simplesmente, do ataque por aquele flanco – salvo algumas arrancadas de Ricardo Rocha.
Mas porque continua, sempre, Miccoli tão sozinho na frente? Porquê insistir, meia época, em Manduca como número 10?

Suspiro por um Benfica em 4-4-2 com dois avançados, há meses! Jogar com um avançado sozinho na frente e ainda por cima um avançado aquém em termos físicos – Miccoli, como toda a gente sabe, tem apenas 1.68 m – é limitar o desenvolvimento do ataque independentemente da qualidade sublime do italiano. Para quando Miccoli/Nuno Gomes ou Miccoli/Mantorras?


Um lance “à Benfica” em 90 minutos

Mais uma fraquíssima entrada do Benfica na partida. Sem velocidade, com o jogo mastigado e inconsequente. A disposição dos jogadores em campo comprometeu a construção dos ataques devido à enorme distância entre os sectores. O lado direito não existia em termos ofensivos e no lado esquerdo a confusão era muita com 3 jogadores – Manduca, Léo e Karyaka – a atropelarem-se uns aos outros. Miccoli continuava longe, junto aos dois centrais de 1.90 m do adversário.
O Paços defendia a todo o custo – também não havia muito para fazer – e tentava os contra-ataques, também eles insípidos.

Moretto não fez uma defesa na 1ª parte mas Pedro – substituto de Peçanha nesta recta final de Liga – também não, inclusivamente os cruzamentos nas alas eram escassos. Quando se aproximava o final do 1º tempo, na melhor jogada de todo o jogo – do Benfica, obviamente – Petit assiste primorosamente Manuel Fernandes que com um remate seco e colocado faz o 1º golo da partida. 0-1 aos 36 minutos, marca o Benfica no 1º remate à baliza!

O golo mudou muito pouco mas Karyaka poderia ter sentenciado a partida na jogada seguinte, mas atirou por cima e ao lado após cruzamento genial de Miccoli.


Não sei se ao intervalo os jogadores foram informados da vitória parcial do Sporting frente ao Braga, mas se o foram esse facto reflectiu-se na exibição do segundo tempo. O Benfica costuma fazer segundas partes de bom nível mas a deste jogo foi catastrófica – uma das piores da época.

Aos 49 minutos, numa jogada aparentemente fácil e sem perigo algum, Moretto “oferece” o golo ao angolano Edson – excelente jogador – de forma inacreditável. O guarda-redes comprometeu e nem o sol é desculpa, é um dos frangos do ano!
Confesso que só me apercebi do golo pelos festejos do Paços porque virei a cabeça do televisor por pensar que a jogada já tinha morrido.

Depois deste lance o Benfica nunca mais se encontrou e deixou uma pálida imagem em Paços de Ferreira. Apesar das entradas de Mantorras e Marco Ferreira – substituições sempre aos 60 minutos, é automático – o controlo do jogo foi totalmente do Paços e não foi inesperado o golo da reviravolta. Uma das grandes lacunas do Benfica nesta época voltou: a falta de marcação à entrada da área. Depois de um ressalto de bola, Júnior ficou sozinho e estoirou para o 2-1.

Mas foi com a saída de Miccoli aos 75 minutos que o Benfica piorou ainda mais. Marcel não conseguiu aparecer por uma única vez tendo sido de novo o italiano a ser o sacrificado. Futebol atrapalhado com alas muito fracos resulta num afunilamento do jogo, e como no meio estavam todos os jogadores do Paços não havia espaço.

O Benfica apenas conseguiu fazer um remate à baliza na 2ª parte – Miccoli falhou o golo – e foi quase no fim do tempo de descontos e em novo contra-ataque, com uma perda de bola comprometedora, que Júnior – novamente sem marcação à entrada da área – sentenciou o resultado com novo estoiro. Estava feito o 3-1, que castigava fortemente a equipa.

Destaco as exibições de Fabrizio Miccoli e Manuel Fernandes.


Um a um, algumas exibições boas e outras más

Foram poucos os jogadores em bom nível mas Manuel Fernandes foi dos melhores. Fez um bonito golo numa excelente jogada e uma grande primeira parte. No segundo tempo, à semelhança de toda a equipa, decresceu inacreditavelmente tendo chegado a comprometer no 3º golo do Paços – uma perda de bola infantil ao tentar fintar 2 adversários. Falhou alguns passes e não conseguiu ocupar os espaços em frente à área de Moretto da forma mais conseguida.
Tivesse mantido o nível e teria sido o melhor do Benfica.

O adaptado ponta-de-lança do Benfica é um extraordinário jogador. É penoso ver a forma como Koeman estrutura a equipa e deixa Fabrizio Miccoli completamente só, e sem qualquer apoio vindo de trás. Um atleta deste tipo tem de jogar com outro avançado no apoio. Ao não actuar desta forma e tendo em conta o sucessivo jogo directo da equipa, o #30 passa largos minutos sem tocar na bola.
Mesmo assim, Fabrizio foi, como de costume, o mais empreendedor do ataque e poderia ter feito um golo na segunda parte mas Pedro não o permitiu. Não se percebe a sua substituição quando era o único com discernimento! Para mim, o melhor em campo.

Gostei, também, de Ricardo Rocha, da dupla de centrais e de Léo.


A defesa do Benfica tem pouca responsabilidade nos golos do adversário visto serem todos resultados de disparos de fora da área – à excepção do frango de Moretto. Sendo assim Anderson e Luisão não podem ser responsabilizados pela derrota.
Estiveram os dois muito acertados e não deram veleidades no interior da área. O problema residiu na mobilidade dos avançados locais e aí, como se sabe, está a lacuna da defesa do Benfica. Obviamente que não poderão ter nota elevada em virtude do score final.

Uma nota ainda para as palavras de Luisão no final do jogo, de que gostei imenso. O brasileiro gosta imenso do Benfica e demonstra-o quer nas palavras quer nos actos. Deixou a ideia que quer ficar no clube para o ano e isso é muito positivo.

Ricardo Rocha fez um bom jogo no regresso à posição de lateral-direito. A nível defensivo não comprometeu e a nível ofensivo foi o esteio da ala-direita. Algo complicativo e indisciplinado como já não se via há bastante tempo mas conseguiu escapar à admoestação. Tem uma jogada excelente em que poderia ter feito golo num remate cruzado mas… estava fora-de-jogo! Terá feito o último jogo com a camisola do Benfica.


Nunca vi Léo jogar mal e este jogo não fugiu à regra. Imperial na defesa mas menos afoito no ataque. A indecisão das posições na ala comprometeu-lhe o jogo ofensivo pois nunca se conseguiu visualizar quem seria o seu apoio: Manduca ou Karyaka.
As palavras que ouvi no final do jogo – “Estou sempre à disposição do Benfica, sou um empregado do clube. Cada um sabe o que é melhor para si e para mim o melhor é o Benfica” – comprovam todo o seu profissionalismo e carácter. Precisamos de mais Léos!

Petit demonstra uma perda de fulgor impressionante. A época já vai longa e o capitão do Benfica – de novo, fruto das ausências – está em más condições físicas. Precisa de descanso para que se recupere para o Mundial. Ainda assim, fez um bom jogo e está no golo da equipa através de uma óptima assistência para Manuel Fernandes. Petit faz parte de um leque de 5/6 jogadores do Benfica que são, verdadeiramente, “à Benfica”.

Já não víamos actuar Karyaka desde Dezembro – antes daquela entrevista polémica – e foi com surpresa que o vi fazer uma excelente exibição. Gostei imenso da vontade que teve em mostrar serviço e se a técnica e visão de jogo estão lá, o ritmo de jogo poderia não estar. Foi dos melhores da 1ª parte mas a substituição no 2º tempo compreende-se em virtude dos muitos meses de ausência. Salvo raras excepções, o russo esteve sempre em bom nível ao serviço do Benfica. Pena que Koeman não tenha apostado nele!



Moretto, Beto e Manduca fizeram exibições muito fracas.

O guarda-redes do Benfica comprometeu seriamente a equipa dando um “perú” inacreditável e inaceitável num profissional de futebol da 1ª Liga. A desculpa com o sol poderá ser válida mas os bonés servem para quê? Fico com a ideia que poderia ter feito um pouco mais no 2º golo, já que dá a sensação que se lança à bola muito tarde. Parece, no entanto, muito tranquilo a jogar com os pés mas infelizmente são mais os jogos com falhas – algumas vergonhosas – do que as grandes exibições. Pensei que os maus momentos já estavam ultrapassados.

Um guarda-redes do Benfica tem de ser indiscutível, tem de ser um exemplo de segurança e de qualidade. Desde Preud’Homme foi sempre a descer! Porque não foi dada a hipótese de jogar a Moreira?

Beto não tem culpa de ter sido colocado numa posição absurda. O esforçado brasileiro “safa-se” a trinco mas não lhe peçam para jogar a extremo-direito! Defendeu o que pode e a nível ofensivo não existiu, deixando a equipa limitada. Na minha opinião, Beto não pode ser um jogador indiscutível numa qualquer equipa do Benfica. Por muito respeito que lhe tenha, este tipo de jogadores não podem vestir o “manto sagrado” de forma regular.

Manduca tem vindo a decair de produção a olhos vistos. Muito esforçado – ao menos isso – foi sempre inconsequente, muito pelo facto de ter sido colocado a #10. Só Koeman ainda não entendeu isso e quando na 2ª parte regressou ao lado esquerdo os níveis físicos – nunca dura mais de 60 minutos – não o deixaram fazer alguma coisa de produtivo. O brasileiro é bom jogador e para o ano com uma pré-época de bom nível espero que melhore.

E por fim os suplentes Marco Ferreira, Mantorras e Marcel.

Nada de positivo deste trio.
Marco Ferreira foi, de novo, patético. De facto, não compreendo como pode jogar no Benfica e basta ler o que escrevi sobre ele na última crónica para saber a minha opinião sobre o jogador. Fez uma série de cruzamentos desastrados quando se exigia muito melhor a um jogador profissional.

Mantorras não teve oportunidade para fazer um golo e tocou poucas vezes na bola. Destaque para uma boa jogada de costas para a baliza marcado por 2 defesas abrindo para o lado direito.

Marcel foi, mais uma vez, uma completa nulidade. Apenas 15 minutos em campo e zero lances de qualidade. A forma como foi desarmado, em frente à baliza e pronto para fazer golo, por Geraldo demonstra toda a sua actual disponibilidade para a equipa. Muito mal!



Lucílio cumpriu e fez cumprir

Novo jogo fácil e nova arbitragem segura. Lucílio Baptista foi comedido nos cartões – mostrou apenas 2 e quando o vencedor já estava praticamente decidido – mas também não foi necessário actuar doutra forma.

Existiu uma ou outra entrada que poderia ter sido amarelada e que escapou mas nada que tivesse influência no resultado: amarelo perdoado a Petit por uma entrada dura sobre Paulo Sousa e um pouco antes outro amarelo perdoado, agora a um defesa do Paços que tem uma entrada dura sobre Beto – à tesourada – junto à linha lateral. Manteve o critério apesar de tudo!

Há um lance na 1ª parte – antes dos 10 minutos de jogo – em que se pediu penalty por falta sobre Ricardo Rocha. Na repetição pode-se ver que a haver falta é fora da área mas a existência da mesma é duvidosa. Neste caso a responsabilidade é do árbitro auxiliar que estava melhor colocado e nada assinalou – pareceu-me ter decidido correctamente.

Trabalho dos auxiliares bem conseguido com destaque para a análise correcta na validação do 1º golo ao Paços de Ferreira. Pelas imagens televisivas, Edson está atrás do último defesa do Benfica – parece-me Ricardo Rocha – que, ao não subir no terreno, coloca o angolano em posição regular. O corte da relva facilita o juízo.


Acabou o pesadelo

À medida que vou escrevendo esta crónica estou a ouvir a Conferência de Imprensa em pleno Estádio da Luz. Luís Filipe Vieira confirma aos jornalistas o que todos – ou quase todos – os adeptos do Benfica querem ouvir:

Ronald Koeman já não é o treinador do Benfica! Obrigado PSV!

A análise à prestação do holandês fica para mais tarde mas posso, desde já, dizer que estou muito satisfeito com a notícia. A época interna foi horrível – safam-se as duas vitórias contra o novo e justo Campeão Nacional – e fica a ideia que quer jogadores quer treinador poderiam ter feito muito mais. José Veiga é, para mim, uma peça a mais neste Benfica mas essa e outras análises globais ficarão para um post mais completo a lançar em breve.

Alguém que informe o execrável Valdemar Duarte que o Karagounis estava castigado pela Liga de Cubes por 5º amarelo – e não foi “castigado” por Koeman – e que um dos finalistas da Champions League deste ano, o Arsenal, tem o seu ponta-de-lança titular a marcar os cantos. Nada mais, nada menos do que um dos melhores jogadores do mundo: Thierry Henry. Não, o Benfica não é o único clube de estatuto europeu onde isso acontece!

A derrota em Paços de Ferreira foi vergonhosa – parabéns, no entanto, para o Paços pela manutenção e pelo jogo leal que fez – e só as descidas à Liga de Honra de Belenenses, Vitória de Guimarães e Rio Ave me alegram um pouco.
Quero dedicar esta derrota em Paços de Ferreira ao José “fomos-roubados-pelo-Benfica-mas-contra-o-Porto-não-faz-mal-e-até-meto-o-Marco-Aurélio-no-banco-para-dar-jeito” Couceiro, ao Vítor “não-há-verdade-desportiva-mas-ganhamos-jogos-com-golos-à-mãozada-e-somos-gamados-pelo-Porto-mas-não-faz-mal” Pontes e também ao Presidente do Rio Ave – já pediu desculpas aos adeptos do clube a que preside?


Uma palavra ainda para o Flávio Meireles – o da mãozinha marota, aos que fizeram o cordão humano e ameaçam agredir os jogadores da própria equipa, a todos os jogadores do Rio Ave que se manifestaram durante a semana – principalmente o Danielson e o Mora – e aos adeptos de Rio Ave, Belenenses e Vitória de Guimarães que só se queixam da arbitragem em jogos contra o Sport Lisboa e Benfica e que entoam o “SLB, SLB…Filhos da P*ta, SLB!” e o “Em cada Lampião, há um Cabr*o!”

Boa estadia na 2ª Liga, não voltem nunca mais.

Aproveito também para felicitar o regresso do Beira-Mar e do Desportivo das Aves – dois clubes bem simpáticos – ao convívio com os grandes na 1ª Liga e os Ultra Eagles, a fantástica claque do Follonica – campeão italiano e europeu de hóquei em patins – que para além de terem como símbolo uma majestosa águia, entoaram o nome do Benfica nos festejos da vitória contra os “Petardos”. Grazie, ragazzi!

Felicito as duas equipas portuguesas mais prejudicadas pela arbitragem – a Académica e o Gil Vicente – pela manutenção. Foi com particular felicidade que vi a Briosa manter-se na 1ª Liga. É um clube de que gosto muito e que é o orgulho de Coimbra e de Portugal.

Obrigado ainda à outra equipa do meu coração, a União de Leiria que relegou o medíocre Rio Ave com 5 “batatas do Liz”. Não confundo a União com a trampa que dirige o clube e que irá sair mais tarde ou mais cedo. Força União, sempre a orgulhar Leiria!

E como o fim-de-semana foi fértil em decisões finais, uma nota de felicitação também para os adeptos e jogadores da equipa de voleibol do Sporting de Espinho que conseguiram, regularmente e ao contrário de outros, ganhar o jogo e ser Campeões Nacionais.

“Elas pagam-se é cá!” ou se quiserem “A vingança é um prato que se serve muito frio!”


NDR: Não costumo ter disponibilidade para ver o SuperLiga-Antevisão que é transmitido aos Sábados de manhã na TVI. Felizmente que consegui ver os últimos 2 minutos da última edição porque foram melhores que 3 ou 4 episódios de Gato Fedorento. Os que não viram roam-se de inveja porque foi das coisas mais hilariantes dos últimos anos de Televisão Portuguesa.

Passo a explicar: Depois de uma reportagem sobre o grande Isaías – que agora tem uma escola de futebol no Brasil – a imagem colou no ecrã. Quando finalmente conseguiram seguir com a emissão a atrapalhação do locutor foi tanta que o mesmo não conseguiu construir uma frase com nexo tendo tentado por bastantes vezes e recomeçado outras tantas.

Se isto não bastava, o mais inacreditável foram os constantes gritos de enervamento – obviamente que não sabiam que se ouvia – de vários elementos presentes no estúdio aliados às indicações ininterruptas, também audíveis ao telespectador, no auricular do apresentador – de quem não sei o nome.

A cereja no topo do bolo foi quando o locutor tentava, de novo, articular umas singelas palavras e o estúdio ficou às escuras. Voltou de novo a imagem e rapidamente deu-se por terminada a emissão – em claro constrangimento – com um “até breve” que espero não aconteça. TVI no seu melhor, que vergonha de Televisão!

(Fotos de melhor qualidade e em maior número em stand-by)

Ficha do Jogo:

34ª Jornada da Liga Portuguesa

Estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira

Árbitro: Lucílio Baptista (AF Setúbal)

PAÇOS DE FERREIRA - Pedro; Primo, Geraldo, Luíz Carlos e Bispo; Paulo Sousa, Pedrinha e Júnior; Edson (Júnior Bahia, 80 m), Didi (Emerson, 90+2 m) e Rui Dolores (João Paulo, 84 m).

Treinador: José Mota.

SL BENFICA - Moretto; Ricardo Rocha, Luisão, Anderson e Léo; Manuel Fernandes e Petit; Manduca, Karyaka (Mantorras, 60 m) e Beto (Marco Ferreira, 60 m); Fabrizio Miccoli (Marcel, 75 m).

Treinador: Ronald Koeman.

Disciplina: Amarelos a Manuel Fernandes (88 m) e Pedro (90+1 m).

Golos: 0-1, Manuel Fernandes (36 m); 1-1, Edson (49 m); 2-1, Júnior (67 m); 3-1, Júnior (90+3 m).

#publicado em simultâneo com os Encarnados