sexta-feira, maio 12, 2006
Il fischio dorato ou onde é que eu já vi isto?
O Tribunal de Génova decidiu abrir uma investigação para apurar responsabilidades em torno de alegados favorecimentos e manipulação de resultados de jogos relativos à época passada da I Liga italiana. A corrupção no futebol italiano chega ao extremo de haver redes de apostas ilegais envolvendo jogadores da Juventus estando Buffon (GR da Selecção) à cabeça como um dos principais suspeitos.
Por incrível que pareça também o Milan e a Lazio estão implicados no esquema de corrupção que agora se investiga, quando já haviam sentido na pele a despromoção para a Segunda Liga, pelo mesmo motivo.
Mas apraz-me verificar que nada disto nos diz respeito e como estamos longe desta realidade (ler esta frase imaginando que o seu autor a escreveu ostentando um sorriso irónico). Aliás, qualquer semelhança com aquela coisa chamada Apito Dourado (um simples passeio pelo parque) é pura coincidência, principalmente o seu desfecho, que será quase de certeza a justiça pura e dura aplicada ao futebol tal como é (ou deveria ser sempre) aplicada a qualquer outro sector da nossa sociedade. Mais impressionante se torna se verificarmos que estamos em vésperas de Mundial, e se pensarmos que se trata da Liga maior de Itália, o que significa que ali não há vacas sagradas nem ninguém acima da Lei. Exemplo disso é a historia recente da punição, posta em prática, com a descida de divisão a clubes considerados grandes em Itália, quer por incumprimentos financeiros, como foi o caso da Fiorentina ou corrupção desportiva como já foi o caso do Génova (despromoção da I para a... III Liga) e nos já referidos AC Milan e Lazio no final da década de 70. Num país habituado a lidar com a Máfia e todo o tipo de corja criminosa outra coisa não seria de esperar da Justiça Italiana. Sem olhar a quem ou a quê.
Lá como cá, dirão. Com a diferença de que lá é lá (a justiça italiana não brinca) e cá é a desbunda que se conhece. Nestas alturas vezes gostaria de ser italiano, e não português para não sentir tanta vergonha das entidades que existem e foram criadas para proteger a sociedade e as pessoas de bem.