domingo, fevereiro 05, 2006

A maldição dos guardiões?

Não tenho por costume encontrar desculpas nas arbitragens (mesmo que muitas sejam justificadas), nem nas condições da relva, nem escamotear os erros dos nossos jogadores (3 golos com demérito de Moretto, Luisão e Nélson, por esta ordem) com outros factores do jogo, mas chiça, já chateia termos que assistir constantemente e sempre em jogos com o Benfica, actuações sobrenaturais dos guarda-redes da equipa adversária, quando em outros jogos os vemos a dar grandes frangos. De soslaio relembro Pedro Roma na 1ª jornada, Jorge Batista logo na 2ª jornada, do Marco Aurélio (um dos maiores frangueiros da Liga) sempre que defronta o Benfica e Costinha que tem o péssimo hábito de dificultar a vida ao Benfica.

Há no entanto uma explicação (será a minha visão) para estes guardiões que se ultrapassam a eles mesmo quando defrontam o Benfica, e não, não é a motivação extra ou a particularidade de saber lidar com a pressão alta. A explicação que mais se me afigura como sendo a melhor é o autocarro estacionado na sua área. Tendo 9 companheiros (sobra 1 para o contra-ataque) de equipa a ajudá-lo a defender a segurança é maior do que nas situações do um para um. Veja-se o caso do Moretto (em 2 jogos já deu para perceber que o Setúbal não é o Benfica) que em dois jogos com a camisola das quinas já deixou entrar mais golos que praticamente em todos os jogos em que jogou no Bomfim.

Mesmo que tenha havido 3 erros defensivos indesculpáveis (de notar que essas foram as única vezes que a ULeiria se abeireou da nossa baliza, tendo um aproveitamento finalizador de 100% que é de louvar) não creio que o Benfica tenha jogador mal ao contrário do jogo da semana passada. E são estes jogos mal perdidos que me deprimem.
O problema está na incapacidade do Benfica saber como defrontar equipas hiper-defensivas que contam apenas com jogadas de contra-ataques para tentar controlar um adversário teoricamente mais forte (nunca controlam um jogo mas também não é preciso, porque o que conta é o tal aproveitamento das oportunidades e o resultado final) , mas cuja pecha é essa mesma. O Benfica sendo uma equipa aberta e sempre virada para o ataque desguarnece a parte defensiva permitindo os tais contra-ataques mortíferos.

Só pergunto o porquê de, na marcação de um canto, um livre ou até uma jogada de ataque o Benfica precisar de mobilizar 8 ou 9 jogadores para a área contrária, deixando apenas 1 ou 2 jogadores na marcação do avançado ou atacante que inicia o contra-ataque? Sabendo que no um para um os nossos defesas (Luisão principalmente) são uns autênticos passadores, porquê não rever esta estratégia? Se ainda por cima o Benfica costuma defrontar este tipo de equipas defensivas em 1/3 de todos os jogos do campeonato?

Uma nota para quem não gosta do Beto: contem os jogos em que jogou e respectivos golos encaixados e derrotas sofridas e o mesmo nos jogos onde não foi titular. Pode ser coincidência, mas...

PS - post partilhado com o Planeta da Bola