sexta-feira, dezembro 29, 2006

A Dança das Classificações!

Confesso que fiquei siderado quando a SIC deu este “furo”… foi há poucas horas e ainda estou perplexo e indignado! Certamente aqueles que estão a ler estas modestas linhas já ouviram falar numa parte do processo Apito Dourado, que inclui não a manipulação efectiva dos resultados desportivos mas sim a manipulação da classificação anual dos árbitros da 1ª Liga. Já ouviram por alto, não já? Pois, se estavam, como eu, num relativo desconhecimento sobre como eram realizadas esta manobras, e se ainda não estão sentados, peguem numa cadeirinha confortável e preparem-se para um lambada daquelas bem puxadas atrás.
Meus amigos, andamos a ser enganados há décadas, sem qualquer pudor e por uma rede que atinge proporções inimagináveis. Isto é tão revoltante que só me dá vontade de mandar isto tudo para o galheiro!

Como devem saber, a posição que um árbitro ocupa na tal “listinha sagrada” dá origem às descidas para uma obscura, e fracamente remunerada, 2ª categoria mas dá também a possibilidade em chegar a internacional, o vulgo árbitro FIFA… só os melhores classificados lá chegam.
E assim, o esquema é o seguinte: para além dos “cafezinhos” e dos “chocolatinhos” que já todo o Portugal conhece, há também o conluio dos observadores dos árbitros. E o trabalhinho desses responsáveis “idóneos” consiste em fazer “vista grossa” aos escandalosos erros premeditados dos seus companheiros de suborno. Assim, a nota a ser dada no relatório, por esses “reis da análise”, não sai, nunca, influenciada pelos tristes espectáculos de Duartes, Paratys, Xistras, Costas, Benquerenças, Sousas, Baptistas, etc… e, assim, as boas classificações, para além doutras regalias já conhecidas por nós, estão garantidas! Bonito e eficaz, não é? Terreno livre para gamar, à vontade do freguês!

Mas tenham lá calma que a história ainda não acabou… ainda só vai a meio! Agora aconselho, mesmo, uma cadeirinha!
Se, por um surto de honestidade, os amiguinhos dourados do apito não forem de acordo com as instruções do patrão, ou se aparecer um observador honesto que premeie um árbitro idóneo ou castigue um árbitro “amigo”, as classificações são manipuladas informaticamente na altura do registo e das análises ao relatórios. Repito, para se entender bem: as classificações que não forem do agrado dos big bosses –, que incluam portanto, boas notas aos árbitros honestos ou más aos corruptos – são adulteradas, no sentido de colocar no topo uns e relegar outros para as categorias secundárias. Garantem-se, pois, aqueles que dão jeito e descartam-se aqueles que não dão. Ora, isto é igualmente escandaloso à manipulação directa dos resultados desportivos… porque a complementa e possibilita que o ciclo de corrupção nunca acabe!
É deste tipo de coisas que o tal famoso dossier contem, e ainda há muitas que não sabemos!

Os manipuladores até já foram constituídos arguidos pelo Ministério Público – choca-me que se fale tão pouco e tão poucas vezes deste tema – e são os nossos conhecidos Pinto da Costa, Valentim Loureiro, e ainda o Presidente do Gondomar e um Engenheiro Informático –, que vergonha para a minha classe –, para além de 35 árbitros e 11 observadores. Até já há certidões perdidas, tal é a falta de vergonha!
Lembram-se de, há uns anos atrás, aparecer um antigo árbitro na TV a queixar-se de ter sido excluído injustamente da arbitragem profissional por não gostar de… digamos, fazer fretes? Alguém que nos salve destas ”famílias”, é só o que peço!

#Fotos: APAF

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Encarnados

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Falta de bola...

Quem foi o artista que teve a brilhante ideia de diminuir de 18 para 16 clubes? Artista não mas deve ser daqueles que fica em casa e que de certeza não gosta de futebol. Só neste país é que podia acontecer isto. Qual foi a intenção disto? Ganhou-se alguma coisa? Quem no meio disto tudo fica a ganhar são os jogadores que tem mais uns dias de férias e continuam a ganhar o mesmo apesar de trabalharem menos; a liga inglesa porque é quase a única liga que tem jogos neste altura; pasmem-se mas também a grande Holande com os seus biliões de habitantes também tem jogos neste altura. Mas para que que estou a comparar a Holanda com Portugal? Eles até nesta altura tem uma temperatura mais amena que nós...
O povo quer é bola a rolar na relva, quer é ver discutir futebol à segunda de manha com os rivais e mandar as suas bocas ou partilhar as suas amarguras. Nós durante um mês estamos orfãos disso.
Em todo o lado tenta-se aumentar o numero de jogos, nós como de costume vamos no sentido oposto.... É este país que temos...

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Crónica 1ª Jornada - "La Noche del Kikín!"



Em virtude do excelente momento de forma do adversário, toda a gente previa um confronto extremamente complicado com o Gil Vicente… ahm ahm, perdão, com o Belenenses! Apesar do Belenenses ser um clube que desprezo – que me perdoem os “pastelinhos” que estão a ler estas linhas – consigo reconhecer a sua excelente equipa de futebol, e até têm no comando um treinador de que gosto particularmente e que fez um grande trabalho na “minha” União de Leiria.
No último jogo do ano, antes de quase um mês sem futebol luso, os olhos estavam apontados para descortinar uma reacção deste Benfica intermitente, que se mantém demolidor em casa e sofrível quando sai do conforto da Luz. A minha expectativa recaía, especialmente, no comportamento de Kikín Fonseca… ainda para mais em virtude das recentes notícias que especulam um possível regresso ao México.

A entrada do Benfica na partida, tal como frente ao Vitória, voltou a realizar-se em grande sobressalto. O adversário controlou os acontecimentos e dificultou a acção ofensiva da equipa de forma consistente. Aproveitando a óbvia e irreparável ausência de Petit, o Belenenses criou duas oportunidades claras de golo através de dois estoiros portentosos, que não dão golo por milagre. E a referida ausência do #6 torna-se bem evidente porque Katsouranis não tem perfil de puro trinco e, com a manifesta incapacidade física actual, não consegue ter a mesma influência que demonstra como um dos melhores box-to-box da Liga – mas mesmo inferiorizado fez mais um golaço de cabeça!

Em 45 minutos, o Benfica nunca conseguiu explanar o seu jogo – mérito do adversário mas também muito demérito caseiro – e teve bastante oportunismo na forma como assegurou uma vantagem confortável… muito oportunismo, mesmo! Discordo totalmente dos discursos que colocam ênfase na dicotomia sorte/azar porque, simplesmente, não acredito nesses factores. O Benfica teve as oportunidades e soube concretizá-las, superiorizando-se a um Belenenses perdulário. Parece-me óbvio que ou há categoria para “fazer subir um marcador” ou não há, tão simples quanto isso!
Desta vez, a “Besta Negra”, que agora ocupa a baliza do Belém, não apareceu… claro que não podem haver milagres todos os dias!



Com dois golos de vantagem, e algum descrédito dos visitantes, o Benfica arrancou para uma meia-hora final de grande controlo e fulgor atacante, aumentando o resultado de forma natural… apesar de alguns sobressaltos bem resolvidos por Ricardo Rocha e, principalmente, Quim.
O destaque óbvio vai para o belo golo de Kikín Fonseca, que concretiza de forma sublime uma assistência primorosa de Nuno Gomes. O mexicano não esteve tão bem como no encontro anterior – algo lento e a falhar alguns passes –, mas desta vez conseguiu facturar. O futebol é mesmo assim!
Espero que, agora que parece mais integrado, continue no Benfica e cumpra o seu contrato. Gosto de jogadores esforçados e humildes, o que é o caso do #17!

Como homens do jogo, e para além de Quim que fez uma mão cheia de defesas de nível elevadíssimo – como há muito não víamos –, é obrigatório destacar o capitão Simão que raramente joga mal e continua a criar o pânico, com deambulações pelo lado esquerdo do ataque, e Ricardo Rocha que continua numa solidez defensiva exemplar.
É patente que a exibição global da equipa não foi de grande nível e que o resultado é algo enganador. Apenas a espaços vimos Nuno Assis e Nélson, enquanto que Karagounis se agarrou muito à bola… até tenho ideia que Nuno Gomes não chegou a rematar à baliza.
Luisão e Léo tiveram imensas dificuldades a defender –, perderam e ganharam vários lances de confronto directo – e talvez por isso se tenham visto pouquíssimo em tarefas de construção atacante.



Falta, ainda, um breve destaque sobre a arbitragem. Bruno Paixão é um mau árbitro e, infelizmente, continua a ter oportunidades para apitar jogos na Liga BWin. Há inúmeros erros de julgamento em faltinhas e várias falhas no capítulo disciplinar – parece que se esqueceu dos cartões nos balneários, permitindo o recorrente jogo violento de Sandro Gaúcho, Nivaldo e Gaspar sobre Karagounis, Léo e, principalmente, Simão.

O penalty é claríssimo, apesar de estupidamente cometido, e só alguém de má fé ou com nulo conhecimento das regras pode colocar em causa a sua sanção – parece que Gaspar, apesar de futebolista, é um deles! Há, ainda, dois lances protagonizados por Luisão na área que deixaram algumas dúvidas. No 1º, Luisão agarra Dady mas não existe falta porque o jogo está parado, mais tarde há um “agarrão” sobre José Pedro que deveria ter sido assinalado.
Se é com este tipo de árbitro que, aqueles que acham “que não valia a pena comprar árbitros defrontando o modesto Estrela da Amadora” porque “têm uma grande equipa”, insinuam que há benefícios escandalosos ao Benfica, acho que se devem esforçar um bocadinho mais!



O que falei na crónica anterior sobre Fernando Santos é precisamente aquilo que poderia dizer nesta partida, com a agravante do adversário ser mais forte e passível de causar problemas mais graves. Substituições inúteis e tardias, apatia no banco e má gestão de plantel. Felizmente não houve consequências no resultado, embora possam advir em posteriores embates. Continuo sem paciência para este treinador!
Dei por mim a reparar que o livre cobrado por Karagounis, que dá origem ao 2-0, era indirecto. Portanto, se a bola não bate na barreira e se Costinha não lhe toca, o golo não poderia ser contabilizado… ainda bem que o grego bateu directo, mas atenção que estas coisas não acontecem todos os dias!

Acabou-se a Liga BWin em 2006, com o Benfica a 8 pontos do 1º e 3 do 2º lugar. Ainda há alguma esperança no título, até porque estão para surgir novidades bombásticas no Apito Dourado! A Maria José Morgado não brinca em serviço, meus amigos!
O próximo jogo do clube é apenas em Janeiro e para a Taça de Portugal, seguindo-se um Torneio interessante no Dubai. Se tudo correr bem, cá estarei para elaborar as crónicas, desejando que a consistência se apodere da equipa e que, desta vez, as prendas de Natal não venham em packs de categoria duvidosa.

NDR: Não sei se tiveram oportunidade de ver mas, na SportTV, foi transmitida uma reportagem sobre Pedro Mantorras protagonizada pela sua esposa, num magazine denominado “Futebol de Salto Alto”. Como ainda vai repetir amanhã, podem aproveitar e conhecer mais qualquer coisa sobre o nosso #9. A humildade e generosidade fazem deste angolano – Angola é um país que me diz muito, por razões pessoais – um pouco mais que um tradicional jogador de futebol.

Finalizo o post com o vídeo do Xander que serve de resumo à partida. Um Bom Natal para todos e continuem a aparecer por aqui, e a deixar os vossos comentários.

Podem ver outro excelente resumo aqui. A autora é a bS7.

Ficha de Jogo:


1ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Bruno Paixão (Setúbal)

SL BENFICA – Quim; Nélson, Luisão, Ricardo Rocha e Léo; Karagounis (Beto, 70 m), Katsouranis, Simão (João Coimbra, 84 m) e Nuno Assis; Kikin Fonseca (Manu, 81 m) e Nuno Gomes.

BELENENSES – Costinha; Gaspar (Roma, 65 m), Rolando, Nivaldo e Rodrigo Alvim; Sandro Gaúcho; Eliseu, José Pedro e Ruben Amorim; Dady (Sousa, 87 m) e Silas (Pinheiro, 88 m).

Disciplina: Amarelos a Gaspar (18 m) e Eliseu (73 m).

Golos: 1-0, Simão (19 m, de g. p.); 2-0, Karagounis (43 m); 3-0, Kikin Fonseca (52 m); 4-0, Katsouranis (79 m).

#Fotos: SerBenfiquista

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Crónicas 06/07

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Encarnados

terça-feira, dezembro 19, 2006

Querido Pai Natal


Querido Pai Natal,

Sei que nesta altura é difícil atender a todos os pedidos que lhe chegam, mas também não vou ser muito exigente.


Neste Natal apenas gostaria de receber um treinador igual ao que aparece na foto acima.

Se não houver disponibilidade para realizar a operação, também ficarei satisfeito com um gordinho anafado que sua muito e passa o tempo a berrar para dentro do campo em vez de dormitar nos fantásticos Recaro do nosso estádio.

Grato pela atenção dispensada sobre este assunto,

Dum benfiquista que todos os dias faz os trabalhos de casa, come a sopa toda e não tem atormentado por aí além os dragartos (Em Janeiro isto passa).

Lisboa, 19 de Dezembro de 2006

sábado, dezembro 16, 2006

Crónica 14ª Jornada - Ninguém Pára o Super-Capitão...

Foi com relativa tranquilidade que fiz “estágio” para o jogo, mesmo ao seguir a partida nunca demonstrei o nervosismo habitual num jogo do Benfica. Não sei se tal aconteceu devido ao fraco adversário ou pelo facto das coisas não estarem a correr bem.
O Benfica acabou por vencer o jogo de forma natural, apesar da entrada demolidora do Vitória, que não teve resistência à altura no resto dos 90 minutos. Pela 3ª vez na Liga, o Benfica defronta um adversário que muda de treinador em vésperas do respectivo confronto… ora isto não é uma situação normal nem acredito que seja uma coincidência engraçada, até porque a dificuldade do jogo aumenta exponencialmente – toda a gente sabe como funcionam as “chicotadas psicológicas”.

A primeira grande nota de destaque vai para a crucial importância que Petit tem nesta equipa. Já sei que o #6 é, para quase todos, o 1º sacrificado/dispensável nas várias formações amadoras do Benfica que todos fazemos, mas eu continuo a teimar e a achar o seu futebol de carácter imprescindível. Indiscutivelmente, hoje, a sua ausência emperrou a exibição da equipa durante, pelo menos, 45 minutos.
Katsouranis está de rastos, só Fernando Santos não vê, e tem algumas dificuldades na posição 6. Armando Teixeira é peça chave neste losango pois possui um exímio jogo defensivo e permite que o grego jogue um pouco mais adiantado – posição 8 –, beneficiando a equipa da sua capacidade ofensiva.
O problema não foi resolvido e só com um novo modelo, 4-3-3, se melhorou a prestação da equipa.

O que continuo a achar inconcebível é a patética gestão da equipa que Fernando Santos tem feito. Não pactuo com uma 1ª substituição aos 84 minutos, quando os gregos se arrastavam, nem com outras duas apenas para queimar tempo. Talvez seja pouco para estar a colocar um treinador em cheque… isto se esta atitude não fosse, já, constante.
A equipa perde com isto, os titulares perdem com isto – porque se desgastam desnecessariamente –, e os suplentes não ganham confiança nem qualquer ritmo de jogo. Situação que, como já vimos na Figueira da Foz, causa graves problemas! Parecia, comicamente, que havia dois Nandinhos do lado do Vitória!



Simão Sabrosa voltou a ser o melhor jogador do Benfica, demonstrando enorme classe, fazendo a equipa jogar em velocidade, com assistências primorosas, excelentes combinações com Léo e marcando um golo de belo efeito. O Super-Capitão está imparável e parece melhor do que nunca!
Destaque ainda para uma estupenda defesa de Quim num remate madrugador e espectacular do Vitória, para o regresso aos golos de Nuno Gomes e para a belíssima exibição de Nuno Assis, coroada com um golaço.
Não sou um particular fã do #25, acho-o útil mas nada por aí além, embora hoje mereça um elogio especial. Neste jogo manteve uma bitola bastante alta!

Apesar da má entrada em campo dos laterais, os mesmos conseguiram subir de produção no 2º tempo e rubricar boas exibições. Léo e Nélson foram fundamentais no avolumar do resultado através de arrancadas e combinações com jogadores do miolo.
Apesar de importantes, Karagounis e Ricardo Rocha nunca brilharam ao contrário de Kikín Fonseca na 2ª parte. O mexicano “deu um ar da sua graça” e teve preponderância no ataque benfiquista com boas combinações e um cabeceamento que não deu golo por milímetros. Sinceramente gostei, com mais minutos e confiança poderá ser um caso sério. Temos a agradecer ao Nandinho o facto do #17 estar com dificuldades em impor-se!
As grandes desilusões acabam por ser Katsouranis e Luisão – apesar da assistência (?!) do brasileiro para o 2-0 – que pareceram nunca entrar, verdadeiramente, no ambiente da partida. São dois grandes jogadores e, como é óbvio, têm direito a uma má performance de vez em quando.

No que diz respeito à arbitragem, para além de alguns foras-de-jogo mal tirados ao ataque do Benfica, existem 2 lances que poderão causar algumas dúvidas. Uma entrada duríssima de Luisão sobre Mbamba e uma hipotética falta para penalty num lance duro de Auri com Nuno Assis. No lance de Luisão ficou, pelo menos, um amarelo por mostrar… mas o vermelho directo não escandalizaria, enquanto que o penalty poderia, também, ter sido assinalado.
Não tenho especial admiração pelo trabalho de Elmano Santos, até o acho sofrível, mas acho que, num jogo fácil, acabou por passar despercebido e não teve grande influência no desenrolar dos acontecimentos.


Duas notas muito negativas para a fraquíssima assistência na Luz e, ainda, para alguns “assobiadores”. Já sabemos que no “Reino da Águia” as coisas vão mal mas não compreendo como não há uma fidelização constante que consiga meter 2/3 de público em todos os jogos. 30 mil pessoas não é aceitável para um clube como o Benfica!
Mas se vão lá para assobiar os nossos, realmente, mais vale não irem. Como é possível que Beto seja assobiado – e todos sabemos como ele é horrivelmente mau – sem ter tocado na bola? É assim que querem motivar atletas e, até, os próprios colegas? Como acham que o jogador se sente com isto? Como acham que os seus colegas se sentem ao ouvir assobios dos próprios sócios a um companheiro?
Estas atitudes causam-me um certo asco, caramba! Não há justificação plausível para estas cobardias!

5ª feira joga-se a Jornada em atraso, frente ao Belenenses, onde apenas a vitória é o resultado possível. Já vimos que os “Pastelinhos” estão num excelente momento de forma, e só um bom Benfica poderá alcançar um triunfo esclarecedor.
Esperemos os 3 pontos, com um bom espectáculo cheio de golos e uma melhor assistência.
Até lá talvez até apareçam umas novidades “Douradas” para nos alegrar….

NDR: O destaque da noite vai, também, para a surpreendente presença de Geovanni nas bancadas da Luz. É verdade que o Campeonato Brasileiro já terminou, e acaba por ser normal que ex-jogadores muito respeitados no clube ganhem um carinho especial e gostem de voltar a este ambiente, mas e que tal se o “Soneca” voltasse ao Benfica? Não se esqueçam que só tem 26 anos!
No dia em que se especula que Manuel Fernandes poderá regressar, seria espectacular ter estes dois atletas de grande qualidade como reforços de Inverno.
Aguardemos desenvolvimentos!

Saúdo o regresso do Xander, com a qualidade a que já estávamos habituados.



Podem ver outro excelente resumo aqui. A autora é a bS7.

Ficha de Jogo:

14ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Elmano Santos (Madeira)

SL BENFICA – Quim; Nélson, Luisão, Ricardo Rocha e Léo; Karagounis, Katsouranis (Beto, 90 m) e Nuno Assis (João Coimbra, 90 m); Kikín Fonseca (Manu, 84 m), Nuno Gomes e Simão.

VITÓRIA SETÚBAL – Nélson; Janício (Lourenço, 63 m), Veríssimo, Auri e Nandinho; Sandro, Madior e Binho (Julien, 63 m); Varela, Mbamba e Amuneke.

Disciplina: Amarelos a Madior (45+2 m), Sandro (64 m), Nandinho (66 m), Mbamba (79 m) e Nuno Assis (86 m)

Golos: 1-0, Nuno Gomes (13 m); 2-0, Simão (63 m); 3-0, Nuno Assis (86 m).

#Fotos: AFP-Getty Images e SerBenfiquista

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Crónicas 06/07

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Encarnados

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Fanatismo ou Dignidade... a Cidadania Essencial!


Começo por partilhar um pequeno episódio da minha vida pessoal que demonstra a minha posição sobre a postura e credibilidade de quem gere o meu clube.
Como apaixonado pelo Benfica, vivo o clube de forma intensa e custa-me imenso ver quaisquer irregularidades a ele associadas. No período mais negro da História do Benfica, fui sempre um dos ferozes críticos da presença de Vale e Azevedo como Presidente. Na altura não era sócio do clube mas a postura desta figura sinistra causou-me grande preocupação e alguma revolta pelo estado deprimente em que a credibilidade do clube era, diariamente, colocada em causa na Imprensa Nacional e até Internacional.
Esta minha posição deu origem a grandes e acaloradas discussões com o meu pai, que na altura era um defensor acérrimo do dito. Posição, essa, que só foi consolidada eficazmente com uma esperada e desejada, por mim, condenação judicial.
Sendo assim, hoje e com algum humor, utilizo o argumento da pena de prisão de Vale e Azevedo como forma de contrariar qualquer discussão “futeboleira” que está a correr melhor ao patriarcado do que a mim. E vai resultando…. pelo menos causa algum frisson já que a sua vergonha por tal apoio é cada vez maior!

Como pessoa recta e idónea que sou, exijo, como 1º requisito essencial, a honestidade absoluta e um background completamente limpo àqueles que me representam, como cidadão, ao mais alto nível. Sejam eles governantes do meu país, autarcas de onde resido ou dirigentes do clube onde estou filiado.
Causa-me alguma perplexidade como podem, alguns, relativizar tudo o que se tem passado no Futebol Português ao longo desta última década e meia, a que assistimos a um Reinado de Terror, com ramificações na Policia Judiciária, Imprensa e até na Magistratura, que foi construindo um Império Futebolístico de proporções gigantescas.
A situação é de extrema gravidade e terá de ser solucionada rápida e justamente, com pena da anarquia se apoderar por completo de um Portugal com pretensões a ser/continuar um Estado de Direito.

Orgulho-me de ter feito parte da secção de benfiquistas que se manifestaram contra a presença de José Veiga no Benfica desde o 1º minuto, e que rejubilaram pela sua saída. Como diz o ditado milenar: “À mulher de César não basta ser séria, tem de o parecer!” Temos a obrigação, como cidadãos úteis à sociedade, de não pactuar com comportamentos eticamente reprováveis… isto para qualquer área da sociedade.
Reconheço-lhe, a Veiga, alguns méritos em contratações de futebolistas, principalmente na vinda de um fabuloso jogador de nome Fabrizio Miccoli, – também, é um facto, que houve inúmeros erros de critério – mas o peso de uma vida de irregularidades fiscais não conseguiu, a meu ver, pender a balança para a mais-valia. Escrevi aqui, que o Benfica estaria livre e imaculado para continuar a luta contra este cancro que coloca em causa a Verdade Desportiva das Competições Nacionais.

A recente comunicação de que Luís Filipe Vieira foi constituído arguido no célebre “Caso Mantorras” causa-me preocupação tal, que exijo que haja um esclarecimento público sobre os contornos da situação. O Benfica, como Instituição de bem, não pode estar associado a este tipo de querelas jurídicas – apesar, ao contrário de outros, as mesmas não terem nada a ver com questões desportivas em concreto –, principalmente quando esta situação foi peremptória e publicamente desmentida. Não vi Luís Filipe Vieira a pronunciar-se sobre isto recentemente e isso é o mínimo que se lhe exige… sendo a demissão o extremo, que obviamente não descarto.


Posto isto e depois de ter ouvido as recentes intervenções de dois influentes portistas, Miguel Sousa Tavares e Rui Moreira, fico siderado como a maioria dos indivíduos que se dizem adeptos do FC Porto podem pactuar com as recentes revelações gravíssimas no âmbito do Apito Dourado. Há, obviamente, pessoas sem escrúpulos que não sancionam actos ilícitos para ver satisfeitos os seus desejos – muitos deles até polulam a blogosfera quer como autores de blogs mas principalmente numa “praga” de visitantes anónimos, com assinaturas esquisitas, que provocam alarvemente sem nada de positivo a acrescentar à discussão –, mas tenho de acreditar que o adepto portista, que se considere uma pessoa honesta e digna, não se reine pelo fanatismo exacerbado e se escandalize com tudo isto.
Ainda deve haver alguns, ou não?

Se algo semelhante se passasse no meu clube, e se o mesmo fosse regido por uma autêntica Associação Criminosa há mais de 20 anos, sentir-me-ia enormemente envergonhado. Apoiaria medidas da Justiça e até Sanções Desportivas. Se isso não fosse satisfeito afastar-me-ia do clube por completo… a bem da minha sanidade mental e honestidade inerente! Tenho, sempre, por base do meu pensamento desportivo que as pessoas não fazem os clubes e, em momento algum, confundo uma personalidade com a identidade global daquilo que o Benfica representa… principalmente se essa personalidade tiver comportamentos criminosos que se confundem com a colectividade.

O que me causa séria repulsa é a corja de ignorantes que está a tentar, num ritmo diário, manchar o nome do Benfica com uma série de verborreias que não passam de um delirante wishfull thinking – nem vale a pena apresentá-las, já que todos as conhecemos –, na tentativa de branquear por completo o que tão grave assola os noticiários diários e que tem, em exclusivo, o FC Porto, o seu Presidente e subalternos como autores morais. Tal atitude pode ser considerada como um subterfúgio da personalidade que é explicado na Psiquiatria como comportamento delirante com desvio maníaco-depressivo.
Acredito que a honestidade é um aspecto essencial da vida e não pode ser o fanatismo bacoco da clubite a desviar-nos da dignidade como homens!
Talvez este meu desabafo seja demasiado utópico e até empírico mas achei que era saudável partilha-lo. Nunca como agora, acreditei tanto que a Justiça será servida àqueles que sempre lutaram por ela… é agora ou nunca, o lugar dos criminosos e dos cúmplices é na Prisão!

NDR: Como esclarecimento importante dos desenvolvimentos recentes do Apito Dourado transcrevo partes de um comentário de um visitante regular que é jurista, Johnny Rook, que, certamente, enriquecerão a nossa compreensão.

(…) "A minha experiência diz-me que este processo vai ter um fim. Ideia esta que até ao livro e salvo os processos que estão fora das comarcas do Porto e circundantes, eu não tinha ou sequer acreditava ser possível." (…)

(…) "O caso do Bexiga então vai ser a pedra de toque disto tudo. Por uma simples razão: tem uma vítima concreta e que é sujeito processual e não deixa morrer o assunto. O MP aqui vai ter muitíssima dificuldade em arquivar. Ela não só é testemunha, como arguida, num processo em que não é ela a vítima. Aqui não se trata de palavra contra palavra. Ela é a arguida – que confessa – e a testemunha que tem conhecimento directo dos factos." (…)

(…) "Percebe-se melhor agora a “asneira” processual da separação do processo em bocadinhos. É agora bastante claro que estamos perante uma rede, uma organização criminosa. O processo é uno e indivisível (neste caso). Não é facto principal se o Paixão roubou o Estrela, o que interessa é que o Paixão pertencia à rede. O crime principal, para o qual os outros crimes concorrem não é o da corrupção (desportiva ou não) é o da associação criminosa. Faltava até aqui (faltava ao conhecimento público, leia-se) o elemento violência. Aqui está ele, personificado na agressão bárbara e concertada ao Bexiga." (…)

(…) "Devem-se cruzar as declarações dela com aquilo que já existia para as infirmar e não permitir a mera desacreditação da Galdéria, só porque dá jeito agora o seu passado como assalariada do Teles.
Por aquilo que veio a público a tarefa de infirmação não será difícil. Tudo o que ela disse já consta dos processos. Reforça-os. Vêm de dentro." (…)


Podem ler o texto todo nesta caixa de comentários, aconselho.

Alerto, também, para dois artigos de opinião onde me revejo totalmente que foram escritos em jornais de referência, aqui e aqui. Não percam, ainda, os dois mais recentes textos de um grande blog que podem ler aqui e aqui.

#Fotos: Record e SPortugal

#adicionado a O Céu é Encarnado

#publicado em simultâneo com o Encarnados

domingo, dezembro 10, 2006

Crónica 13ª Jornada - Paraty, vai um "Chocolatinho"?


Um ano depois, nova arbitragem simplesmente inqualificável, e uma postura sofrível da equipa durante quase 70 minutos – é o “deixa-andar” nandinhesco –, custaram dois pontos frente a esta empenhada equipa da Naval e deixam o título completamente fora do alcance do Benfica. Como é possível ter uma atitude tão expectante e, depois de acordar já tarde, falhar tantos golos?
Não acredito em milagres e, tendo em conta que o Benfica não tem nem um treinador competente nem uma equipa suficientemente forte para lutar contra esta podridão, o Campeão Nacional será aquele que já estava escolhido ainda antes da prova se iniciar. Apoio que se faça um Decreto–Lei a declarar o FC Porto Campeão Nacional Ad Eternum, jogando o Benfica longe deste Campeonato repugnante… possivelmente na 2ª Divisão Espanhola, com um posterior ingresso na Liga principal. É só uma ideia!

Melhores em campo, os que o têm sido nos últimos tempos: imperial Ricardo Rocha, velocista Léo, pendular Katsouranis e, principalmente, o irrequieto capitão Simão Sabrosa… que permanece numa forma estupenda.
Nélson continua a sua série de patetices defensivas e controlos de bola ridículos em zonas perigosas, Petit tem vindo a baixar de forma de há 2 ou 3 jogos para cá e Quim teve pouquíssimo trabalho para se poder avaliar. Luisão foi a sobriedade em campo, não tendo registado um único erro em 90 minutos. Fiquei algo desiludido pelo seu desacerto nas bolas paradas ofensivas, já que hoje era um jogo para aparecer.

Deu para ver o que a falta de ritmo faz a jogadores como Paulo Jorge, Karagounis – que antes das lesões estavam em grande e hoje estiveram próximo de nulidades – e Kikín Fonseca. É no que dá ter um treinador que não possibilita minutos aos atletas, depois precisa deles para resolver os jogos e… eles não conseguem dar o melhor de si. Apreciei alguns pormenores técnico-tácticos do mexicano mas falta-lhe aquela dose de confiança para poder ser mais egoísta e tentar rematar para o golo!

Cometi um erro ao pensar que o Benfica seria beneficiado pela arbitragem, nesta jornada, para continuar a sessão recorrente de “areia para os olhos”… mas não, a sem-vergonhice de Paulo Paraty não tem limites. Fica mais um penalty por assinalar por mão na bola de Gilmar e uma expulsão por duplo amarelo perdoada a Orestes por duas vezes. O 1º livre à entrada da área, depois de sucessivas faltas não assinaladas sobre Karagounis e Simão, foi apontado já passava mais de uma hora de jogo. Surreal o número de vezes que o grego teve de ir dizer a Paraty que tinha sofrido falta, depois da equipa de arbitragem não deixar organizar uma jogada de ataque! Faltou também um amarelo para Ricardo Rocha já que, apesar de não me parecer propositado, aquele cotovelo "maroto" tem de ser sancionado.
Os minutos finais foram, como seria de esperar, de autêntico “tiro ao boneco” mas faltou, mais uma vez, a tranquilidade exigível para conseguir vencer a partida.

As lesões também têm tido importância no descrédito deste Benfica 2006/07. Vendo que Miccoli e Rui Costa só poderão jogar no próximo ano e sabendo que a Preparação Física da equipa está, visivelmente, em más mãos, apanhamos um susto quando vemos um banco com Moretto, Beto, Mantorras e Marco Ferreira…
Mais uma vez ficou uma alteração para efectuar! Definitivamente que Fernando Santos é do tempo onde só se podiam fazer 2 substituições. Penso que já está confirmado que, ao longo dos tempos, não houve evolução na sua postura de banco.

Depois de tudo o que se tem passado nestes anos, e principalmente vendo as recentes revelações bombásticas, porque é que continuamos a insistir em ver Futebol? É apenas procurar um motivo para nos chatearmos e até arranjar uma úlcera inesperada e indesejada! Sinceramente já me vão faltando as forças, como eu gostava de não ligar nenhuma a isto... até pagava para me livrarem deste "inferno"!
Para o ano, se ainda for com Nandinho ao leme, continua a não haver qualquer hipótese na conquista de títulos. Direcção, é hora de acordar!

NDR: Porque continua o Futebol Português na TVI? Recuso-me a assistir a este circo de qualidade medíocre! Desde as ridículas entrevistas a espectadores antes, no decorrer e até depois dos jogos, focos de câmaras nas pernas, cotovelos e nas chuteiras dos jogadores, passando por “Valdemares” Duarte e até flash interviews vindos de outra Galáxia.
Será que temos de continuar a levar com a “novelização” da Liga Portuguesa, ao estilo Doce Fugitiva, Anjo Selvagem e Morangos com Açucar?

A patetice chegou ao extremo quando vemos no tal programa de antevisão da jornada, dito de qualidade TVI, um resumo de golos menos ortodoxos acompanhados de sons de galinhas e perus?
E que tal deixar de contribuir para a estupidificação dos espectadores, pode ser?

Ficha de Jogo:

13ª Jornada da Liga BWin

Estádio José Bento Pessoa, na Figueira da Foz

Árbitro: Paulo Paraty (Porto)

NAVAL 1º MAIO– Taborda; Mário Sérgio, Paulão, Gaúcho e China; Carlitos (João Ribeiro, 89 m), Orestes e Gilmar; Lito (Tony, 76 m), Nei e Fajardo (Saulo, 60 m).

SL BENFICA – Quim; Nélson, Luisão, Ricardo Rocha e Leó; Katsouranis, Petit e Karagounis (Nuno Assis, 75 m); Paulo Jorge (Mantorras, 64 m), Kikin Fonseca e Simão.

Disciplina: Amarelos a Orestes (28 m), Simão (29 m), Mário Sérgio (34 m), Katsouranis (56 m) e China (90+3 m).

#Fotos: AFP-Getty Images e Reuters

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o Encarnados

quinta-feira, dezembro 07, 2006

As tais... "Manobras Planeadas"!

"Pinto da Costa recebia em casa, entre outros, os árbitros Martins dos Santos e Augusto Duarte para preparar os jogos, e se eles se portassem bem recebiam dinheiro e favores de meninas como recompensa."

Carolina Salgado, ex-amante do Presidente do FC Porto, Pinto da Costa

A profissão desta "senhora" é tudo menos recomendável mas eu pergunto: como é possível, com tantas provas ao longo dos anos, este indíviduo não estar preso por tudo aquilo que roubou ao Futebol Português? Será que não há justiça neste país miserável?

Uns enchem-se de títulos, com as citadas ajudas, e os outros continuam alegres e parolos... "a ver a banda a passar". É indescritível a revolta que sinto!

Acham coincidência que, para alguns, esta seja a notícia do dia? Aguardem uma 6ª-feira muito movimentada na Imprensa, não com esta notícia que como é óbvio ninguém vai pegar, mas com outros assuntos já esquecidos e que voltarão à baila para a tentar fazer esquecer!

... o Sistema continua previsivel, a sua resposta é isto e isto. "De acordo com informações recolhidas pelo JN" e "ao que o Record apurou"... sempre os mesmos, tenham vergonha!
Sigam mais revelações escandalosas, aqui.

O Correio da Manhã informa que os juízes do Apito Dourado foram seguidos por Detectives Privados para verem a sua vida privada devassada e para poderem ser chantageados pelos arguidos do caso. Agora percebemos porque o Apito anda parado, arquivado e porque ainda não "apitou".
Se esta táctica nojenta não resultasse, Carolina afirma que, se Pinto da Costa ficasse preso preventivamente, apareceriam os Super Dragões para entrar no Tribunal, à mão armada, para de lá o retirar... e o Presidente do FC Porto fugiria, de novo, para Espanha!

Isto é um Portugal de Direito? E ninguém faz nada?

PS: Depois da "bomba" Carolina, e tendo em conta tudo o que se tem passado judicialmente nestes últimos anos, começo a olhar com outros olhos para o Futebol em Portugal. É uma grande tristeza ver como estão as coisas e que os mesmos continuam a ganhar de forma ilícita!
Aposto que o Benfica será beneficiado no próximo jogo com a Naval, para continuar o objectivo da "areia para os olhos".


quarta-feira, dezembro 06, 2006

Crónica Fase Grupos Liga Campeões - 61 Minutos de Sonho!



Ninguém no seu perfeito juízo, apesar de eu ter ouvido alarvidades do género, exigiria uma vitória do Benfica em Old Trafford. Não só pelo peso Mundial do Manchester United quer a nível financeiro ou mesmo competitivo, mas também pelo facto de nunca ter perdido em casa com equipas portuguesas… nem no tempo de Eusébio.
Sendo assim, pareceu-me suicídio procurar o apuramento com uma imprescindível vitória e ainda por cima em confronto directo com os Red Devils. É caso para dizer que o Golias não é parvo e nem sempre o David consegue lá ir, então, eliminar um colosso pelo 2º ano consecutivo era, para mim, um feito muitíssimo improvável para o qual, confesso, nunca tive grandes expectativas.

Fernando Santos apresentou a equipa que todos esperávamos –, o losango continua e continuará discutível para mim, mas isso já são outras contas – e, depois de mais um claro triunfo em Alvalade, a esperança em sair dignificado da Champions League era o meu principal desejo. Seria castrador, para os objectivos futuros da equipa, uma goleada humilhante em solo inglês, não só pela óbvia fragilidade emocional do Benfica 2006/07, mas também para não “estragar” o prestígio e respeito alcançados no ano transacto.

É verdade que o Benfica entrou bem na partida e conseguiu segurar o ímpeto de um Manchester algo expectante – afinal, um empate era-lhes suficiente –, mas a equipa emperrava sempre na muralha defensiva dos visitados. Foi algo confrangedor assistir a algum desnorte luso, com constantes passes laterais ou atrasados ao invés de se tentar a jogada em progressão. Pareceu-me evidente o nervosismo encarnado nesse período de tempo e foi preciso Simão “assumir as rédeas” – quase sempre com Nélson e Léo em grande plano – para vermos alguma coisa de útil.
E assim, deixo a seguinte consideração: sabendo da miserável forma competitiva de Nuno Gomes, faz algum sentido colocá-lo como uma espécie de organizador de jogo? Obviamente que não, foi um problema acrescido que a equipa teve de resolver, onde acabou por adiantar o #21 de forma inconsciente deixando um espaço vago que possibilitou alguma liberdade para Michael Carrick e, a espaços, para Paul Scholes.



Para nós benfiquistas, o jogo valeu pelo golo do outro Mundo de Nélson, mas que serviu de wake-up call para o United – raio do rapaz que me fez sonhar durante uma hora de jogo! O domínio completamente esmagador que se seguiu, com constantes oportunidades de golo, foi praticamente impossível de suster – impressionantemente seria-o, de certeza, para a maioria das equipas do topo europeu – sendo que o lance de Vidic, no último minuto da 1ª parte, teve importância fulcral no resultado do jogo.
O golo “inglês” era mais ou menos expectável, mas o facto de ter sido apontado na última jogada antes do intervalo desalentou decisivamente não só os adeptos mas também os próprios jogadores. E aí, um treinador diferente – desculpem, mas tenho de “bater nesta tecla” – e uma palestra arrojada no regresso às “cabines” teriam sido decisivos. Afinal, estava tudo empatado e era como entrar em campo de novo. Uma espécie de Nandinho “à Mourinho” teria sido fundamental, mas a equipa entrou com o derrotismo que caracteriza o seu técnico e não existiu durante o 2º tempo… foi um verdadeiro passeio para o Manchester que saiu como um justo vencedor em 45 minutos de sentido único.

A enorme classe e o incrível poder físico do adversário foram determinantes. A equipa sofreu 3 golos de cabeça, com 2 deles em lances de bola parada, onde a marcação feita ao homem que factura é completamente deficiente. No golo de Vidic, há uma atrapalhação risível de Luisão e uma marcação patética de Nuno Gomes – que até tenta simular uma falta –, arrematada por mais um descabido posicionamento de Quim, que falha por completo uma intercepção de bola na pequena área.
O golo de Ryan Giggs – um dos melhores extremos-esquerdos Mundiais dos últimos 15 anos – tem seguimento numa falha clamorosa de Katsouranis que, inexplicavelmente, pára de correr à entrada da área e deixa que o internacional galês fique completamente sozinho. Não consigo compreender, ainda, como é possível ser Nélson a fazer a marcação a Louis Saha no canto que dá o 3º golo. É do domínio público que o #22 defende mal e tem deficit de jogo aéreo… erros incompreensíveis que mataram qualquer aspiração colectiva e inspiração individual.



Confesso que ainda acreditei com o 0-1, algo que nunca pensei que pudesse acontecer e que me fez sofrer bastante, mas a qualificação não se perdeu neste jogo. Contra este poderosíssimo Manchester, e a jogar com 10 durante 90 minutos mais qualquer coisa era difícil. É inacreditável a forma como Nuno Gomes não jogou para a equipa e deu várias posses de bola ao adversário, com passes infantis e ausência de posicionamento eficiente. Não consigo compreender como o Nandinho não poupa o jogador a estas vergonhas, colocando-o no banco definitivamente até que encontre a melhor forma e dando oportunidades a outros jogadores… inclusive o, de novo, excluído Kikín Fonseca. É um mistério preocupante que, sistematicamente, só dois avançados tenham a possibilidade de jogar!

E depois, será que Fernando Santos não evoluiu e ainda é do tempo em que só eram permitidas duas substituições? Alguém lhe diga que já se podem fazer 3, é quase em todos os jogos a mesma patetice. Depois aparece com as desculpas do cansaço de muitos jogos e, posteriormente, aparecem as lesões em jogadores que já estão completamente de rastos aos 65 minutos.

A outro nível destaco também a arbitragem completamente caseira, mas já esperada, de Herbert Fandel. O alemão quis ser inglês mas exagerou em deixar seguir o jogo, permitindo algumas entradas muito duras e não assinalando várias faltas. Há um lance de Simão isolado com Vidic onde o capitão cai à entrada da área mas, parece-me sinceramente, que não há falta. Falta duríssima houve numa entrada de pitons de Scholes a Paulo Jorge, sem admoestação, que lhe poderia ter partido a perna… acho que o amarelo seria pouco para uma autêntica agressão.
Não sei se a bola terá entrado naquela mão involuntária de Nélson que Quim segurou mas, apesar de ser muito difícil analisar, o fiscal estava bem colocado e deixou seguir.



Em relação às prestações individuais destaco a segurança imperial de Ricardo Rocha e a classe de Simão que destruiu o internacional francês Evra em quase todos os lances do jogo. São, sem dúvida, os jogadores do clube em melhor forma e é pena que não sejam correspondidos por mais colegas.
Não sendo o lance do 1º golo, Quim e Luisão teriam sido dos melhores em campo… falharam clamorosamente deixando uma nódoa na exibição que dificilmente sairia no decorrer do jogo. Nuno Gomes e Nuno Assis voltaram a ser as unidades em pior plano sendo ainda mais evidente do que em Alvalade que devem sair da equipa e dar lugar a Karagounis/Karyaka e Kikín.
Miccoli continua inferiorizado fisicamente, assim como Katsouranis, o que é uma situação incompreensível num clube profissional. Nélson e Petit estiveram bem a espaços, o 1º evidenciou-se a atacar e o 2º a defender.

Ficamos todos tristes com o resultado mas saímos da Champions League com uma certa dose de dignidade apesar da desilusão ao ver que havia francas hipóteses de qualificação numa poule onde apenas o Manchester é claramente superior como equipa.
Não vale a pena começarem com a laídinha dos jogos das outras equipas na Dinamarca ou daquele penalty falhado de Saha em Glasgow. Há que ter noção de como foi o jogo em Copenhaga e como se comportou o Benfica, ou não comportou, se quiserem. Na prática, os dois pontos perdidos em Copenhaga permitiriam que o Benfica ficasse com 9 e, apesar da igualdade pontual com o Celtic, o nosso clube passaria à próxima fase tendo em conta o desempate pelo score de golos – já que o confronto directo, que é o 1º factor, dá empate.Ouço de muita gente que a eliminatória se perdeu com o Manchester mas, desculpem-me, estou em total desacordo. Para além do United ser uma equipa fortíssima que não surpreenda que ganhe em qualquer lugar, o Benfica não fez nada na Luz para vencer… não há registo de uma única oportunidade de golo evidente e o empate não chegaria para o apuramento. Em Glasgow, os 3-0, apesar da boa réplica nos primeiros minutos, não deixam dúvidas da justiça da vitória.
Metade da vontade e ambição de Old Trafford, na Dinamarca, e o Benfica estava qualificado.



Considero que há boas perspectivas na Taça UEFA e, com alguma dose de boa sorte no sorteio é possível chegar longe – Werder Bremen, Tottenham e CSKA são os mais sérios concorrentes. Se o Sporting, com um palmarés insignificante na Europa, chegou à Final recentemente, o Benfica tem tudo para vencer, mesmo com o Nandinho no banco.

NDR: O Benfica, jogando fora, voltou a entrar em campo trajando um bege pálido e sem qualquer sentido na História dos Equipamentos do Clube. Não consigo entender porque se opta por envergar uma camisola deste tipo e que ainda por cima é hedionda. Lembro-me de, penso que em 1995/96, onde o João Vieira Pinto fez 18 golos no Campeonato, de um 2º equipamento todo em branco com traços de vermelho na gola, mangas e números. Foi, talvez, o mais bonito que já vi, mas desde que é a Adidas a ter responsabilidades nessa situação que é disparate atrás de disparate, desbaratando mais de 90 anos de historial.
E depois, o problema já entra no paradigma da superstição, e talvez até influa o subconsciente dos jogadores. Será que o Benfica tem alguma vitória jogando com estas camisolas horrorosas?



Ficha de Jogo:

6ª Jornada da Fase de Grupos da Champions League

Old Trafford, em Manchester

Árbitro: Herbert Fandel (Alemanha)

MANCHESTER UNITED: Van der Sar; Gary Neville, Vidic, Rio Ferdinand e Patrice Evra (Gabriel Heinze, 67 m); Cristiano Ronaldo, Michael Carrick, Paul Scholes (Solskjaer, 78 m) e Ryan Giggs (Darren Fletcher, 73 m); Wayne Rooney e Louis Saha.

SL BENFICA: Quim; Nélson, Luisão, Ricardo Rocha e Léo; Katsouranis, Petit, Simão e Nuno Assis (Karagounis, 72 m); Nuno Gomes e Fabrizio Miccoli (Paulo Jorge, 63 m).

Disciplina: Amarelos a Ricardo Rocha (34 m), Rooney (43 m) e Fletcher (78 m).

Golos: 0-1, Nélson (26 m); 1-1, Vidic (44 m); 2-1, Giggs (61 m); 3-1, Saha (74 m).

#Fotos: AFP-Getty Images e SerBenfiquista

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o Encarnados

sábado, dezembro 02, 2006

Curiosidades

Andava eu pelo Record, a ler os comentarios e reparei numa maxima sportinguista. Se perdem por 2-0 contra O'Enorme...ficaram 2 penaltys por marcar. Logo, se tivessem levado pelo menos 4-0 (numero que podiamos ter alcancado ao ver o resumo), teriamos 4 penaltys por assinalar a favor do Sporting? Que Record (agora entendo o nome)!

PS: F**** a cabeca aos lagartos por mim! SCP = So' Com Penaltys!!!

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Crónica 12ª Jornada - Faça Favor, Sr. Benfica!

Uma vitória no Derby resulta sempre numa alegria imensa, principalmente depois daquilo que ouvimos durante a toda a semana: “Ah e tal, contra essa equipa ridícula menos de 4 é derrota… até saem de Alvalade com o saco cheio!” é apenas um dos exemplos.
Pois, quem “canta de galo” antes dos jogos, normalmente tem problemas quando o mesmo acaba, e a vitória da equipa que está num mau momento, ainda vale muito nestes confrontos É uma coincidência engraçada, mas que me parece já provada há bastante tempo… ainda assim os adeptos não costumam pensar muito nisso na antevisão dos confrontos. Valem os “melões”!

A postura da equipa neste jogo foi surpreendentemente espectacular, demonstrando uma classe fora de portas a que não estávamos habituados neste ano. Para isso contribuíram positiva e principalmente a prestação colossal da dupla de centrais – The Rock mais nas dobras e Luisão mais nas bolas aéreas –, do grande capitão Simão Sabrosa – aquele tão odiado pelos adversários continua a mostrar a sua classe –, e de Petit, que de pequeno só tem o nome.
É verdade que quase todos estiveram bem mas continua confrangedor ver o Futebol de Nuno Gomes. Desta vez não me calo e tenho de o dizer: a prestação do #21 foi vergonhosa, sem estofo, sem velocidade… não ganhou uma bola, não cobriu um espaço, não fez um passe acertado e uma desmarcação efectiva, falhou dois golos frente a Ricardo e ainda por cima é expulso justamente numa “tesoura” inqualificável. Penso que a equipa melhorará com os 2 jogos de banco deste goleador intermitente.
Muito obrigado Nuno pelos golos e pela dedicação a este clube mas… venha Kikín, por favor!

Os elogios a quem os merece, e Quim foi uma peça importantíssima na vitória, com um rol de grandes defesas numa prestação seguríssima. Nuno Assis esteve perdido e Nélson magnifico a atacar e amador a defender, alguém tem de ensinar o #22 como funciona o posicionamento defensivo frente a um adversário. Fernando Santos apostou na equipa que todos conhecemos mas leu o jogo, durante o desenrolar dos acontecimentos, de forma patética. Terá os meus fortes cumprimentos e agradecimentos pela vitória mas não se justifica dar 83 minutos a Nuno Gomes, também não se justificam tantos minutos de Nuno Assis e ainda se justifica menos que a 2ª alteração na equipa tenha sido a roçar aos 90 minutos de jogo. Então mas já não há “cansaço na equipa” com “tantos jogos nas pernas”, caramba?! Com “peças” em clara inferioridade fica impávido e sereno a assistir ao jogo? Simplesmente enervante!


Todos vimos uma arbitragem inqualificável de Jorge Sousa. Um caseirismo vergonhoso, com um sem número de faltas não assinaladas e outras mal assinaladas. Alguns cantos que não existiram… um dos quais quase dava golo, valeu o joelho milagroso de Quim. A forma como interrompeu o jogo para amarelar Moutinho, com Léo à procura de se isolar e depois de uma jogada magistral de futebol ao primeiro toque, é imoral. Faltou expulsar Bueno – que por acaso até é muy malo – por aquele desentendimento com Léo e depois por tentar o golo com a mão de forma anti-desportiva. A expulsão do Nuno Gomes, como já disse, é correcta mas não se justifica que tenha sido apenas com o 2º amarelo que Polga tenha ido “tomar banho mais cedo”, depois daquela agressão despropositada.

Já vi que a laídinha sportinguista é aquela simulação grosseira de Miguel Garcia – faltou mais um amarelo –, que já vai de joelhos ainda Simão está a meio metro de distância (agradecimento especial ao nosso amigo urra…apre por disponibilizar o vídeo do lance). Realmente para quem está habituado que as “lindas quedas” de Liedson sejam falta, ficou um penalty por marcar. Para quem percebe de Futebol ficou outro amarelo por mostrar.
Vergonhosa, ainda, a estalada que o mesmo Miguel ”Briguel” Garcia dá em Miccoli que nem a um amarelo dá origem.

É verdade que o árbitro do Porto não influenciou o resultado mas a bem da verdade desportiva não se pode ter um juiz com esta postura. Percebeu-se perfeitamente que, apesar de só jogar amanhã, havia um único interessado em que o jogo acabasse empatado. Jorge Sousa é arguido do Apito Dourado e tem historial nos jogos do Benfica… apesar da tentativa “sistemática” da RTP em tentar fazer com que o achemos um “rapazinho honesto”, “muito boa pessoa” e “que nunca fez mal a ninguém”. Ninguém viu essa Reportagem?


Tenho muita pena que aquela bola na barra do genial italiano do Benfica não tenha resultado em golo. Seria uma humilhação deliciosa, com um golo soberbo… fica para a próxima!
Penso que não havia necessidade em recuar tanto no 2º tempo, mesmo com os “Olés” no final. Não sei se foi opção do Nandinho, se uma postura normal dos jogadores… talvez um pouco dos dois, mas com mais alguma tranquilidade e ambição, a goleada era possível.

Esta vitória categórica representa o 7º triunfo em Alvalade nos últimos 13 anos – com 2 empates à mistura. Penso que não subsistem dúvidas da superioridade efectiva do Benfica em Alvalade, ainda menos nesta última década mas claramente real.
Vencer em Alvalade é um tónico extraordinário para “Manster”, defrontar o United é tarefa hercúlea mas nada é impossível em Futebol. Espero, acima de tudo, uma prestação digna e uma representação à altura deste colosso que é o Sport Lisboa e Benfica. Queremos fazer História de novo!

NDR: Não posso deixar de evidenciar a classe do discurso de Paulo Bento no final do jogo. Mostrou carácter e desportivismo, não caindo nas patéticas desculpas em que muita gente costuma entrar. Deu os parabéns àquela que foi, e cito, “a melhor equipa” e “numa vitória justa do Benfica”!

Depois do "Fernando Santos dá-me o teu fato!", temos o surreal "Sr. Árbitro dê-me o seu apito!" Acrescento ainda que a pequenissíma parte da vitória que me cabe dedico-a a Manuel "Lagartão" Fernandes e ao inqualificável Carlos Xavier. Tenham bom proveito!

Mais alguém sentiu um calafrio dos pés à cabeça quando viu o Moretto a levantar-se do banco? Ufa! Deixo, finalmente, dois vídeos do jogo que embora não sejam do Xander - não sei se ele desistiu de fazer videos - são de grande qualidade. O autor das duas diferentes pérolas é a Andreia, mais conhecida por bS7, e podem fazer os respectivos downloads aqui e aqui.


Ficha do Jogo:

12ª Jornada da Liga BWin

Estádio de Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Jorge Sousa (Porto)

SPORTING CP – Ricardo; Miguel Garcia, Tonel, Anderson Polga e Tello; Custódio (Yannick Djaló, 46 m), Nani, João Moutinho e Romagnoli (Carlos Martins, 46 m); Carlos Bueno (Alecsandro, 66 m) e Liedson.

SL BENFICA – Quim; Nélson, Luisão, Ricardo Rocha e Léo; Katsouranis (Karagounis, 89 m), Petit, Simão Sabrosa e Nuno Assis (Beto, 92 m); Nuno Gomes e Fabrizio Miccoli (Paulo Jorge, 68 m).

Disciplina: Cartão amarelo a Simão (40 m), Polga (40 m e 81 m), Katsouranis (56 m) e João Moutinho (77 m). Cartão vermelho por acumulação para Polga (80 m). Cartão vermelho directo para Nuno Gomes (83 m).

Golos: 0-1, Ricardo Rocha (3 m); 0-2, Simão Sabrosa (36 m).


Fotos: AFP-Getty Images e SerBenfiquista

#adicionado a Crónicas 06/07

#publicado em simultâneo com o
Encarnados

sábado, novembro 25, 2006

Crónica 11ª Jornada - "Depressa e bem, não há quem!"

Adivinhava-se um confronto com relativa tranquilidade, mas voltaram as segundas-partes miseráveis a ensombrar toda a prestação da equipa em casa.
Depois de um bom começo de partida, onde se criaram suficientes oportunidades de golo para golear, o Benfica voltou a vacilar e foi “à rasca” que os 3 pontos ficaram na Luz.
O “síndrome do keeper salvador“ atacou, de novo, o Benfica de forma fulminante, já que é uma constante que guarda-redes medianos façam exibições magistrais no Estádio da Luz. Coincidência, claro!
Do Marítimo pouco há a dizer a não ser constatar a miserável equipa que tem, salvaguardando alguns bons talentos como Marcinho, Zé Gomes, Wénio e Gregory. Com tanto dinheiro financiado pelo Governo Regional exigir-se-ia mais do que um “autocarro”, infelizmente a mentalidadezinha do seu treinador não dá para mais. Parece que a mama vai acabar com a decisão do Governo em modificar o Regime de Financiamento da Madeira… já vem tarde!

Em relação a prestações individuais, foi com grande satisfação que vi Petit, de novo, em grande plano. O #6 foi recordista de recuperações de bola, de remates e de construções de ataque, apresentando futebol de grande qualidade e pautando o jogo do Benfica de forma imperial. Para mim, e penso que para a maioria, é um jogador fundamental e quando não rende o que se espera a equipa ressente-se de forma evidente. Juntamente com Simão, foi o melhor jogador em campo!
Destaque para mais um golo do extraordinário Katsouranis que, apesar de ter estado uns furos abaixo do que já demonstrou – e que tal fazê-lo descansar? –, voltou a ser decisivo.
Ainda, no que diz respeito ao capitão, e para quem segue o que venho escrevendo, dou nota que fez duas assistências para golo no seguimento de duas “arrancadas” pelo lado esquerdo do ataque… a sua posição de origem. Esclarece muita coisa, ou não?

Alguém que ensine o Nélson, de uma vez por todas, que só deverá fintar adversários quando está em posição atacante e, de preferência, já no último terço de terreno. Fazê-lo nas imediações da área dá “barraca” e não seria a primeira vez que o Benfica encaixava um golo por parvoíces do seu lateral-direito. Talvez seja o prenúncio de um Miguel parte II – que também era assim nos primeiros tempos –, e no futuro apareça ali um grande defesa…
Desta vez não digo nada sobre o Nuno Gomes para não pensarem que é perseguição ao rapaz, mas o que eu tenho dito noutras crónicas parece óbvio, não acham?

É engraçado que os árbitros acusados de beneficiar o Benfica sejam, a maioria das vezes, protagonistas de lances que prejudicam o clube de forma clara. Apesar do Benfica não ter vencido nenhum jogo este ano com benefícios claros de jogadas/golos irregulares – ao contrário daqueles que todos nós conhecemos e que já vão em 3 vitórias consecutivas muito duvidosas – são-lhe sempre imputados vergonhosos compadrios e arranjinhos.
São essas “mentes brilhantes” que colocam em causa qualquer vitória do Benfica inventando casos onde eles não existem, esquecendo-se da coerência noutras situações já passadas e até desvirtuando as Regras do Futebol para ir de acordo com a sua “doença”. Não sou de meias palavras nestas situações, essa gente mete-me asco e, consigo, é impossível qualquer diálogo “futeboleiro”. Quando são amigos ou familiares – e até tenho bastantes de outros clubes – evito por completo o diálogo sobre o tema, para não me chatear.

Evidentemente que mais uma vitória do Benfica causa muita “urticária” e nem percebo muito bem porquê, já que a equipa está muito longe do topo da classificação e até da consistência de outros.
É incrível como se associa João Ferreira ao Benfica, quando todos aqueles que são minimamente inteligentes sabem que o Benfica não tem nada a ver com Máfias de Arbitragem, como se tem provado ao longo dos anos e… dos processos.
Confesso que João Ferreira é dos árbitros que mais aprecio, mas neste jogo na Luz não esteve bem. Erradamente falei de um penalty sobre Nélson que agora rectifico ser fora da área, por isso penitencio-me já que as repetições que vi foram poucas e fiquei, por isso, com uma ideia errada. No entanto é indiscutível que ficou uma grande penalidade por assinalar por uma mão na bola do interessante defesa-central francês Gregory – como seria a favor do Benfica, para os iluminados, não existe… se fosse ao contrário seria claríssima – ainda com o resultado em 0-0.

Quanto ao critério disciplinar, e depois de rever as imagens, acho correcta a expulsão de Marcinho, apesar de sabermos que estes lances não têm sido sancionados ultimamente. Talvez por isso haja muita gente indignada com este vermelho, já que Bruno Alves, Lucho Gonzaléz, Torrão, Yannick Djaló, Quaresma e Maciel escaparam impunes ultimamente – o lance de Simão, frente ao Beira-Mar, não apresenta a mesma gravidade mas também poderia ter resultado em expulsão!
Há uma hipotética agressão de Anderson – sim, o "nosso" – sobre Kanu mas que me recuso a comentar, porque não vi.

Obviamente que a nota dominante deste encontro, muito mais que o resultado e/ou a exibição, é mais uma lesão muscular de um jogador em grande forma. Infelizmente a situação é recorrente em Fabrizio Miccoli, conjuntura que mina por completo a onda de boas exibições do italiano, em Portugal.
As lágrimas do #30 aquando da forçada substituição causaram-me tristeza, deixando o restante do jogo com menor significado. A sua ausência na equipa é enorme, não havendo, de momento, um substituto à altura. Curiosamente um dos melhores jogadores do Benfica, para mim o melhor a par de Simão, não defronta os adversários directos da sua equipa. E se no Dragão não esteve presente “a pedido”, na próxima jornada, em Alvalade, estão de regresso as ausências por incompetência na Preparação Física da equipa... já me parecia tarde!

Mais incrédulos ficámos todos, tenho a certeza, quando Fernando Santos dispara esta: "Ao intervalo, o Miccoli, já se tinha queixado..." A incompetência atinge níveis inacreditáveis. Como é possível arriscar-se a utilização de um atleta – e os jogadores querem jogar sempre – com uma queixa, por mais pequena que seja, tendo e, conta o largo histórico de lesões do género desde que chegou a Portugal?
Algo de muito grave se passa no Benfica quando o treinador comete um erro de tamanha magnitude… para que servem, afinal, os jogadores que se sentam no banco? Porque está Kikín Fonseca a ser “queimado”, ainda para mais quando se sabe a exorbitância que se pagou pelo seu passe e o talento reconhecido noutras paragens?
Porventura Kikín será um mau profissional daqueles que não se esforça nos treinos?
Algo se passa que nós não sabemos, porque a incompetência não pode ser tão grande. E ainda estou para perceber o desaparecimento de Paulo Jorge da lista de convocados…

Por tudo o que se tem passado nesta época estou com a confiança a zero para a próxima jornada. Nos derbys há aquela máxima de “a equipa que está pior normalmente ganha” –, e o ano passado verificou-se isso mesmo, na Luz – e talvez aconteça uma surpresa.
O que é certo é que na próxima semana decidir-se-á o futuro do Benfica nas duas Competições mais importantes em que participa. Apenas duas vitórias, frente ao “Manster” e ao Sporting deverão “salvar a cabeça” de Nandinho…

NDR: Já se tornou um hábito em certos treinadores, disparatarem por completo à Imprensa quer na antevisão ou no rescaldo de um confronto com o Benfica. A maioria das vezes é uma imposição do Sistema – caso não o façam vêem o futuro dentro de portas destruído: Manuel José, João Alves, Augusto Inácio, Mário Reis e Carlos Manuel são apenas alguns exemplos – mas há, obviamente, aqueles que se identificam com o epíteto de anti-Benfica… e até gostam!

Agora já é oficial! Ulisses Morais – que usufrui das duas conjunturas que referi no parágrafo acima –, para além de ser um treinador incompetente, é um palhaço! A contrastar com os elogios aos dois grandes nos anteriores confrontos, aparece com as famosas e, por si, recorrentes queixinhas de arbitragem quando o adversário é o Benfica. Alguém que lhe abra os olhos para o que se passou dentro do terreno de jogo, se o seu anti-benfiquismo primário deixar!

Finalizo com uma felicitação especial aos Diabos Vermelhos, que fizeram 24 anos.


Ficha de Jogo:

11ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: João Ferreira (Setúbal)

SL BENFICA – Quim; Nélson, Anderson, Ricardo Rocha e Léo; Katsouranis (Manu, 85 m), Petit, Simão e Nuno Assis (Karagounis, 61 m); Fabrizio Miccoli (Mantorras, 50 m) e Nuno Gomes.

CS MARÍTIMO – Marcos; Zé Gomes, Gregory, Alex von Schewedler e Evaldo; Wênio, Luís Olim, Olberdam (André Barreto, 82 m), Filipe Oliveira (Neca, 74 m) e Marcinho; Kanu (Moukouri, 67 m).

Disciplina: Amarelos a Gregory (19 m), Katsouranis (70 m) e Briguel (87, no banco). Vermelho directo a Marcinho (51 m).

Golos: 1-0, Alex (32 m, na p.b.); 1-1, Marcinho (42 m); 2-1, Katsouranis (66 m).

#Fotos: AFP-Getty Images, SerBenfiquista e slbenfica.pt

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terça-feira, novembro 21, 2006

Crónica Fase Grupos Liga Campeões - A goleada ali tão perto...


A primeira nota que quero deixar, sob forma de um lamento, é a fraca afluência do público a um jogo importante. Tenho imensa pena que seja sistemático que um mau momento ou um anterior mau resultado comprometam a assistência da Luz. Custa-me ainda mais quando se vê que é uma grande parte dos cativos que está por preencher…
É óbvio que o bom futebol e o poderio da equipa se reflectem no entusiasmo do adepto, mas não consigo entender esta bipolaridade benfiquista, que tanto entra em depressão como, de repente, atinge os píncaros da euforia!
À atenção, também, da Direcção: sejam capazes de cativar os sócios contratando treinadores ambiciosos e irreverentes, que motivem toda a “onda benfiquista” como Camacho o conseguiu… e Fernando Santos não. As receitas agradecem!

Depois de assistir ao encontro entre o Benfica e o Copenhaga, facilmente concluímos que teria sido exigível, como em tantas outras coisas neste Benfica, lutar pela vitória na 1ª jornada da Champions League. Mas não, o empate satisfez “bemzinho”, mantendo a mediocridade das deslocações, e agora é preciso um milagre “caravaggiano” para que se continue em prova.
Como é possível o Benfica não ter ganho a estes “mecos” na Dinamarca? A lenga-lenga das vitórias do Campeão dinamarquês sobre o Ajax – mesmo assim perderam em casa por 2-1 e só depois garantiram a prodigiosa qualificação, com uma bola parada e um auto-golo, no ArenA – e sobre o Manchester – um jogo de claro “tiro ao boneco”, com um milagre dantesco no final – fazem tanto sentido como fazê-las, com a devida distância, com o Estrela da Amadora, Gil Vicente, etc…
Todos nós sabemos, e concluímos destes 2 confrontos, que o adversário desta 5ª jornada é absolutamente ridículo e, não fossem os experientes Gronkjaer, Allback e porventura Linderoth, estaria facilmente ao alcance dos 10/12 primeiros classificados da Liga BWin.
Foi confrangedor verificar a forma como tratavam a bola e tentavam o ataque na Luz…. digno de amadores!



Não quero com estas palavras denegrir a prestação “encarnada” na 1ª parte! Foi um gozo ver as rápidas movimentações de Miccoli e Simão, as deambulações de Léo e Nuno Assis e, claro, a segurança e perseverança de Petit e Katsouranis.
O Benfica entrou “pastoso” e trapalhão, muito por culpa do “autocarro” dinamarquês de dois andares – então aquele #5, Hangeland, cruzes! – mas rapidamente encontrou espaços, como explicam os livros. Bola “rápida” e por cima da defesa, aproveitando a lenta “tijoleira” existente. O fora-de-jogo foi safando a turma nórdica mas os golos saíram naturalmente, até se construir um resultado seguro…

Mas não consigo entender uma 2ª parte simplesmente horrorosa! Porque é que o Benfica não entrou em campo depois do intervalo? Não sei quem eram aqueles “rapazinhos de camisolas vermelhas” que substituíram a equipa da casa, não eram os mesmos, de certeza! E, assim, lanço uma questão: porque razão, o treinador da equipa não colocou em campo, em tempo útil, “carne fresca”… não só para espevitar os que se manteriam mas também dar oportunidade aos menos utilizados de mudar o cariz da partida?

E é inacreditável como Nuno Gomes não é substituído, quando há dois pontas-de-lança no banco… apenas com cobertores para guardar o frio! É verdade que o #21 faz uma assistência para golo, na verdadeira acessão da palavra, mas a sua exibição foi penosa – daquelas que dão mesmo pena! Dá seguimento às últimas prestações catastróficas, não ganhando uma única bola dividida, fazendo inúmeras faltas ridículas quando podia cobrir o espaço ou soltar o esférico, e nunca estando correctamente posicionado para facturar – o seu comportamento na jogada do chapéu da autoria de Miccoli é surrealmente esclarecedor.
Elogiar quando merece, e criticar quando não aparece. Jogar com Nuno Gomes foi jogar com menos 2... o que não mostrou e o que estorvou!



Não bastando essa opção do Nandinho, temos de levar com Mantorras só a 5 minutos do fim – para quando um avançado antes dos 80 minutos? – e aguentar Katsouranis, em risco de ser excluído por amarelos, pelo menos 43 minutos a mais. Será que o risco, da presença do grego, 43 minutos após o 3-0, se justificou? Não há mais ninguém para entrar em campo com 3 substituições para fazer, ou o discurso de “os jogadores andam muito cansados” só aparece quando se está “à rasca” e sem nada para dizer?
E depois continuam as prestações defensivas miseráveis, por falta de tranquilidade e de classe! Mais uma vez há um erro grosseiro de Ricardo Rocha que, mais uma vez, se deixa antecipar num cabeceamento que resulta em golo. Tanto quiseram “empastar” o jogo que, numa possível e mais que provável goleada, acabaram por vencer com apenas 2 golos de diferença. “Há coisas fantásticas, não há?”

Os destaques individuais passam, forçosamente, por Miccoli e Léo. O italiano voltou a bisar, criou espaços com excelentes movimentações e até deu para tentar a ”Cupinu” outra vez. E que tal marcar um voo para Turim e falar de preços? Não brinquem connosco, por favor!
Léo – o tal que, completamente recuperado, ficou no banco em Braga – mostrou o nível da época passada quando foi eleito o melhor lateral-esquerdo da Liga. Estreou-se a marcar pelo Benfica e nem faltou o brilho fora dos relvados, com declarações ponderadas, racionais e eloquentes. Um senhor!
Gostei, também, da performance de Nuno Assis e de Petit. Meter Simão no miolo continua incompreensível e destrutor daquilo que o capitão tem de melhor: as arrancadas pela esquerda, muitas delas com aqueles remates “à Simão”!

Mas nem tudo é mau e a ida à Taça UEFA está garantida, um razoável prémio de consolação nesta época tão atribulada! Ganhar em Old Trafford é obrigatório mas utopia, maldito Saha que falha um penalty nos últimos minutos.
Com um verdadeiro “homem do leme”, o Benfica ganharia este Grupo a brincar.
No Sábado há bailinho da Madeira, resta saber se vem do arquipélago ou se tem sotaque alfacinha…



NDR: De “Temos de conversar” passamos para “Sabemos o que é, sabemos o que é”. Começa a ser irritante, de facto, e tenho pena que assim seja porque nutro um enorme respeito pelo benfiquista que Fernando Santos é.
Mas se já descobriram o que se passa com a equipa… não o resolvem porquê, caramba? Isso de serem precisos 4 anos para meter o Benfica a jogar em losango nem comento.

Aquela cambada que foi à Luz para assobiar no final do jogo e que também o fez quando o Quim teve um “encontro imediato do 3º grau” com o poste, tenha muita vergonha e, com essa atitude, não volte lá mais!



Ficha de Jogo:

5ª Jornada da Fase de Grupos da Champions League

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Roberto Rosetti (Itália).

SL BENFICA: Quim; Nélson, Anderson, Ricardo Rocha e Léo; Katsouranis (Mantorras, 85), Petit, Simão e Nuno Assis (Karagounis, 80 m); Fabrizio Miccoli (Karyaka, 70 m) e Nuno Gomes.

FC COPENHAGA: Christiansen; Jacobsen, Gravgaard, Hangeland e Wendt (Bergvold, 80 m); Linderoth, Norregaard (Berglund, 58 m), Silberbauer (Kvist, 58) e Hutchinson; Gronjkaer e Allback.

Disciplina: Amarelos a Linderoth (24 m), Silberbauer (26 m), Miccoli (26 m), Wendt (71 m) e Nélson (90 m).

Golos: 1-0, Léo (14m); 2-0, Miccoli (16 m); 3-0, Miccoli (37 m); 3-1, Allback (89 m).

#Fotos: AFP-Getty Images e SerBenfiquista

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domingo, novembro 19, 2006

Crónica 10ª Jornada - "1,2,3... diga lá outra vez!"


Nada de novo, portanto! Mais uma deslocação do Benfica e nova derrota copiosa numa prestação colectiva e individual completamente miserável. Jogar fora, com Fernando Santos ao leme, é sinónimo de entrar mal na partida, deixando o adversário à vontade… para a chapa 3 do costume!
Falta tudo neste Benfica forasteiro mas, acima de tudo, falta ambição e concentração. Alertado por alguns amigos sportinguistas que conhecem de perto o comportamento das equipas do Nandinho, foi-me dito que iria sofrer bastante com as deslocações. A equipa, em casa, comporta-se num nível aceitável – pelo menos com adversários de menor valia – mas deixa de existir quando sai do conforto da Luz.

Digo, desde já, que deixei de assistir ao jogo depois do 3º golo do Braga. Sou um adepto que se enerva muito durante uma partida e não vi necessidade de prolongar o sofrimento de forma inútil, quando nada de bom se poderia esperar do nosso lado. Confesso que receei que os números subissem ainda mais, e não querendo contribuir para comportamentos menos dignos da minha parte desliguei a TV e fui tomar um banho… para clarificar as ideias! Só agora escrevo estas linhas, já que antes disso o faria “a quente” e dessa forma poderia sair alguma coisa que mais tarde me poderia envergonhar/comprometer.

Depois de mais uma derrota, e mais uma humilhação, o que espera Luís Filipe Vieira para demitir o treinador? Será que Fernando Santos não consegue vislumbrar que está a mais no Benfica? Haverá alguém, das nossas cores, que esteja satisfeito com o rumo deste Benfica 2006/07? Será que só uma goleada em Alvalade ou a eliminação da Champions League fará com que se assumam as responsabilidades da obliteração de um grande plantel? São perguntas que não gostava de colocar mas que são fulcrais para entendermos este “Benfiquinha” ridículo que se apresenta tão pálido e sem chama como o horroroso equipamento creme que vai vestindo.
A famosa frase nandinhesca “Temos de conversar!” surge como imagem de marca depois de uma deslocação humilhante. Uma imagem de impotência, de conformismo, de derrotismo deprimente que não se coaduna com os pergaminhos do Maior Clube a nível Mundial!



Depois de Braga há muitas dúvidas que se tornaram certezas, suposições já com confirmação inequívoca. A principal reside neste losango ridículo que não acrescenta nada de positivo contra equipas pressionantes e apenas dá para os gastos nos confrontos mais fáceis. Os problemas gritantes e irresolúveis mantêm-se na excessiva liberdade dada aos alas adversários que colocaram Miguelito e Nélson em confronto directo, sem qualquer apoio, nas tarefas defensivas. E se é verdade que as ausências de Luisão e Rui Costa são marcantes, a manutenção de Simão Sabrosa como #10 não é mais nem menos que uma pequena labareda que vai queimando o seu talento em lume brando.

Fernando Santos insiste também em demorar nas substituições e, pasmem-se, continua a não usufruir de todas as alternativas que possui durante a partida. Petit e Nuno Gomes foram autênticas nulidades neste jogo mas nunca foram substituídos, Katsouranis jogou em clara inferioridade física mas entrou de início – situação corrigida ao intervalo mas já em desvantagem no marcador –, Léo continuou no banco mesmo estando totalmente (?!) recuperado e o 3.5 milhões Kikín continua na bancada.

A transição defesa-ataque, concentração defensiva e raça exigível, todos esses parâmetros, partilharam níveis indignos para um clube como o Benfica... algo que sobrava em épocas anteriores mas que tem vindo a escassear actualmente. Não nos podemos iludir com o factor “Sorte” – que não acredito que exista em alta-competição – ou com o pouco tempo de trabalho. O Campeonato já chegou a 1/3 da sua conclusão e em momento algum se viu qualidade para ombrear com as equipas mais fortes, de forma constante.
E falar depois do jogo terminar é muito fácil… mas os erros são recorrentes e óbvios!



E depois os erros individuais surgem em catadupa, reflexo de muita falta de tranquilidade e liderança mas também de alguma excessiva azelhice! Novamente Quim com responsabilidades em todos os golos sofridos, uma falha ridícula de Nélson a dar origem a um golo do adversário e novo posicionamento errado de um central – desta vez Ricardo Rocha – a permitir um golo de cabeça.
Não gosto de crucificar jogadores, mas Quim tem dado muitas “abébias” recentemente, embora não haja ninguém no clube com categoria para o substituir. Moretto é simplesmente ridículo e Moreira tem enormes lacunas fora da baliza. Bom seria um guarda-redes com o melhor dos 3: as saídas a cruzamentos de Quim, posicionamento nos remates à queima-roupa de Moretto e capacidade para defender estoiros, e remates de longe, de Moreira.

Em relação à falha de Nélson, considero que, apesar de ser ridículo fintar um adversário naquela zona – quando o vi a rodar imaginei logo que o contra-ataque ia dar golo –, há muitas responsabilidades no esquema da equipa, que não possibilita o apoio do inexistente ala ao lateral. Comprovou-se também que há deficit de jogo aéreo no Benfica, se com Luisão esse parâmetro ainda é mais ou menos camuflado, sem ele torna-se evidente.
E compreendo a forma como Ricardo Rocha comemorou o golo, embora não pactue com o acto. Assobiado e insultado em Braga há 5 anos, o 1º golo pelo Benfica desperta uma revolta por quem jogou desde miúdo por aqueles que agora o injuriam – já o tinham feito a Quim, Tiago e a Armando Sá. Admito que o “E agora já não falam, filhos da puta! Tomem lá!” tenha de ser sancionado pela Comissão Disciplinar da Liga, mas se isto não foi...


Nem faltou a arbitragem vergonhosa da “figurinha” do costume. Já todos conhecemos os “trabalhinhos” de Olegário Benquerença e mais uma vez, o árbitro de Leiria, demonstrou tudo aquilo que se diz sobre si. Não sou doente para dizer que o Benfica perdeu devido à sua actuação mas logo aos dois minutos, numa falta clara não assinalada de Luís Filipe sobre Simão, vimos como seria o cariz do jogo.
Aquele amarelo por uma suposta simulação de Petit, num lance onde até poderia ter sido marcado um livre directo perigosíssimo, entra nos limites do ridículo tendo em conta as simulações grosseiras que passaram impunes – sem qualquer contacto, apenas do vento – de Carlos Fernandes e Maciel junto à linha lateral. A Maciel – um jogador de que gosto imenso e que até tenho umas histórias engraçadas para contar da sua 1ª passagem por Leiria, fica para outro post – foi perdoada a admoestação por duas vezes, nomeadamente o cartão vermelho numa entrada assassina sobre Simão – parecida com aquela que o capitão do Benfica teve no confronto com o Beira-Mar mas com a agravante de ter sido feita em “carrinho” – e o segundo cartão amarelo por uma carga a Nuno Assis que partia para um contra-ataque perigoso.
A forma como Benquerença acabou a 1ª parte, com o Benfica no lado esquerdo do ataque e a tentar o cruzamento para a área, irrita qualquer um!

Não há por onde fugir, o caos está instalado no Benfica e, como sempre acontece no clube, a pressão da Imprensa também se reflecte na equipa de futebol!
Nunca me iludi em probabilidades de conquistas com Fernando Santos, embora ainda haja tempo para corrigir os erros e contribuir para uma presença digna até o final da época.
Na próxima jornada serão já 12 pontos de distância para o 1º classificado, isto com apenas 11 jornadas jogadas! Até quando vamos tolerar esta situação?



NDR: No seguimento e consequência desta prestação indigna em Braga surgiram duas novas “bombas” que minam, por completo, a tranquilidade do seio benfiquista.
A primeira diz respeito às escusadas declarações, em forma de crítica, de Luís Filipe Vieira em relação à prestação da equipa nesta deslocação. Não estou contra as declarações em absoluto, mas sim totalmente contra o “apontar das baterias” aos jogadores… ignorando por completo o comportamento e prestação do “indiscutível e imaculado” treinador.
Este tipo de declarações destrói balneários, minando por completo o espírito de grupo. A haver críticas que se critiquem e se responsabilizem todos os envolvidos, não deixando impunes aqueles com responsabilidades acrescidas na liderança do grupo.
No limite, este tipo de coisas poderá levar a uma rebelião contra o treinador, se é que a mesma já não existe… É a primeira situação que comprova que cargos acumulados não resultam. Espero que LFV o reconheça rapidamente!

A outra "bomba", obviamente, é a detenção de José Veiga pela Policia Judiciária. Quem acompanha o que vou escrevendo, e dizendo, sabe que nada disto é uma novidade para mim.
Inclusivamente, já sei da história João Pinto/Vale e Azevedo/José Veiga há bastante tempo e penso que seja do domínio público que o Benfica, pela mão do seu criminoso Presidente, tenha pago ao seu ex-capitão uma larga verba para que o mesmo abandonasse o clube. Penso inclusivamente que foi essa verba que esteve em causa aquando da penhora do autocarro do Benfica.

O que não se sabia era que a verba usurpada por José Veiga ascendesse a 5 milhões de euros... resta saber quem lhe pagou, se Vale e Azevedo se alguém ligado ao Sporting. É uma vergonha que indivíduos desta estirpe, com comportamentos eticamente reprováveis, sejam recompensados por um lugar de chefia, é insustentável!
José Veiga é um escroque da pior espécie, uma reles reedição de Vale e Azevedo, e espero que esta conjuntura indigna sirva de exemplo para os muitos benfiquistas que se insurgiram contra os poucos – onde muito me orgulho de estar, desde o início – que sempre foram contra a entrada desta figura no clube, quanto mais a sua permanência!

É inegável que Luís Filipe Vieira não sai impune deste esquema todo, visto que foi ele que permitiu a entrada de Veiga no clube.


Ficha de Jogo:

10ª Jornada da Liga BWin

Estádio Municipal de Braga, em Braga

Árbitro: Olegário Benquerença (Leiria)

SPORTING BRAGA – Paulo Santos; Luís Filipe, Paulo Jorge, Irineu e Carlos Fernandes; Ricardo Chaves (Frechaut, 86 m), Andrés Madrid e João Pinto (Wender, 53m); Maciel, Zé Carlos (Castanheira, 71 m) e Cesinha.

SL BENFICA – Quim; Nélson, Anderson, Ricardo Rocha e Miguelito; Petit, Katsouranis (Karagounis, ao int.), Simão e Nuno Assis (Paulo Jorge, 71 m); Nuno Gomes e Fabrizio Miccoli.

Disciplina: Amarelos a Maciel (20 m), Carlos Fernandes (44 m), Cesinha (56 m), Petit (66 m), Paulo Jorge (81 m), Ricardo Chaves (78 m), Miccoli (84 m) e Anderson, 90 m).

Golos: 1-0, Zé Carlos (7 m); 1-1, Ricardo Rocha (31 m); 2-1, Maciel (41 m); 3-1, Paulo Jorge (82 m).

#Fotos: AFP-Getty Images e Reuters

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