Maior motivação para este jogo era impossível. Uma vitória representaria algo inédito em toda a história da Selecção Portuguesa: a tão desejada presença numa Final de um Campeonato do Mundo de Futebol. E parece que muita gente ficou incomodada com isso! Foi vergonhosa a campanha diária, e durante toda a semana, da imprensa inglesa – os maus perdedores do costume – e francesa – sempre arrogantes e mal educados – na tentativa de descredibilizar e condicionar jogadores e técnicos portugueses e claro, a equipa de arbitragem.
O país continuava unido em prol da “equipa de todos nós” e de um desejo perpetuado desde há 40 anos, pelos Magriços de Eusébio. Uma tarefa hercúlea contra uma equipa que já tinha sido “morta e enterrada” há várias semanas atrás. A França provou que “velhos são os trapos” e, apesar de não ter o brilhantismo da formação de 1998 tinha argumentos para vencer Portugal.
Pedia-se um Portugal livre de preconceitos para vencer aquele que é o seu maior carrasco em competições oficiais. Uma equipa com um fenomenal Zidane e um fantástico Thierry Henry, talvez o que falte à nossa Selecção para vencer o título que persegue há tanto tempo e que teima em não cair para o nosso regaço.
Na máxima força
Luiz Felipe Scolari, em virtude dos regressados de castigo, optou por incluir no 11 os jogadores que mais garantias têm dado nos últimos anos de Selecção.
Portugal alinhou com Ricardo na baliza, Miguel e Nuno Valente nas laterais e como centrais, Ricardo Carvalho e Fernando Meira. No meio campo jogaram Costinha como o vértice mais recuado, Maniche como destruidor/distribuidor de jogo e Deco como playmaker. Na frente jogou Cristiano Ronaldo na esquerda, Luís Figo na direita e como homem de área: Pedro Pauleta.
De regresso o triângulo no meio campo que tão bons resultados tem dado a quem aposta nele. De destacar a ausência de Petit do lote de disponíveis em virtude do amarelo que viu no embate contra a Inglaterra nos quartos-de-final.
Sem argumentos para o “muro” francês
Estádio completamente repleto e, novamente, os portugueses em minoria. Mas desta vez aos adversários franceses juntaram-se muitos ingleses, e se alguns tinham o bilhete comprado para insultar Cristiano Ronaldo, outros fizeram-no porque a fé na sua Selecção era tão grande que tinham comprado o bilhete a pensar que era a Inglaterra que estaria presente.
A definição do jogo é extremamente simples. Portugal entrou com toda a pujança na procura do golo, o que surpreendeu os franceses que nos 1ºs 20 minutos só defenderam, quer em jogadas pelas alas quer em futebol de passe longo para Pauleta. Deco, aos 4 minutos, numa jogada magistral de Cristiano Ronaldo, é individualista e tenta o remate – perigoso mas fraco – quando poderia ter colocado a bola em Figo. Maniche, minutos depois, tem um estoiro de longe que quase dá golo!
Eram os alas de Portugal que contribuíam mais para o domínio de Portugal na partida, a França respondia com jogadas rápidas de contra-ataque de Malouda ou de Henry mas sempre inconsequentes. À meia-hora a França assume mais o jogo e numa jogada de Henry, na qual finta Miguel de forma brilhante, quase faz golo… valeu a atenção de Ricardo! Na jogada seguinte, o mesmo Henry “ganha” o penalty que faz com que Zidane inaugure o marcador que não voltaria a ser alterado. 1-0, França!
Até ao intervalo, houve um claro recuo francês e uma tentativa exasperante de Portugal chegar ao golo mas de forma infrutífera. Na realidade houve algum atabalhoamento, não só pelo facto do resultado do jogo estar a ser injusto mas também porque havia uma clara inoperância da unidade portuguesa mais adiantada. A França com 3 remates tinha-se adiantado no marcador e se já empatado, contra uma defesa fortíssima, era difícil, a perder seria muito mais complicado.
Na 2ª parte, a Selecção Francesa desligou, abdicando de atacar e só esporadicamente tentava um contra-ataque – esteve 45 minutos sem fazer um único remate, fez 1 aos 3 minutos e outro já no fim dos descontos. Pauleta, aos 53 minutos, quase faz golo num excelente rodopio, e no lance seguinte, de forma muito infeliz, um dos grandes dínamos de Portugal lesiona-se sozinho – o #13 ficou com a perna presa no relvado depois de fintar 3 adversários – comprometendo, assim, o futebol apresentado por Portugal.
À medida que o tempo ia avançando, mais desesperados ficaram os atletas portugueses. As substituições não funcionaram e a 20 minutos do fim tentou-se bombear bolas para a área francesa onde a defensiva “bleu” conseguiu, com maior ou menor dificuldade, resolver os problemas. O meu desespero era grande por ver que as coisas não resultariam dessa forma!
Depois de uma defesa medíocre de Barthez – aos 77 minutos, na sequência de um livre de Cristiano Ronaldo – Figo ainda teve o empate ao alcance mas falhou. O maior arrepio de todos os 90 minutos!
A solução Meira na frente, na tentativa de aproveitar o “chuveirinho” também não resultou e Portugal acabou eliminado por uma França que nunca mostrou futebol de qualidade. A Selecção e Scolari acabaram por provar algum do seu próprio veneno comprovando que jogamos bem em contra-ataque, baseando o jogo numa defesa forte mas quando há que assumir a partida e jogar em ataque continuado, as carências do plantel tornam-se bem visíveis.
Destaco as exibições de Cristiano Ronaldo e de Maniche.
Show Ronaldo vs “Teia Francesa”
Se havia um jogador de quem se esperava muito mas que ao mesmo tempo teria uma grande pressão sobre si próprio – de portugueses e dos próprios ingleses, esse jogador era Cristiano Ronaldo! E o provável reforço do Real Madrid fez uma grandíssima exibição – principalmente na 1ª parte. Procurou explorar a sua estonteante velocidade e drible em prol do colectivo e foi, efectivamente, dos seus pés que saíram os rasgos lusos mais perigosos.
O que mais gostei – e é um óptimo sinal para o futuro – foi a maturidade que apresentou em virtude dos constantes assobios ingleses, que sofria a cada jogada em que era protagonista. Não se deixou atemorizar e até parece que daí retirou mais forças para poder brilhar. Para mim, o melhor em campo!
A confirmar o estupendo Mundial que tem feito, Maniche foi o pivot de todo o jogo ofensivo e defensivo de Portugal. Uma circulação de bola perfeita que se viu em grande estilo com o massacre luso do segundo tempo, com bolas colocados em profundidade ou em passe curto e principalmente para as alas. No entanto, também procurou o portentoso remate e foi por pouco que não conseguiu fazer o 3º golo no Mundial.
O que mais me impressiona é a capacidade física e de resistência que eram, antes da Competição, as razões porque sofreu tantas críticas. Está nos 10 melhores jogadores do Mundial com toda a justiça!
Pouco trabalho para Ricardo mas mesmo assim esteve em bom plano. Boas defesas a remates de Ribery – de longe – e de Henry – quase fazia golo na própria baliza, de forma muito infeliz. Gritei por ele quando, corajoso, foi à área tentar facturar por Portugal! Um dos melhores homens na competição, um dos 3 melhores guarda-redes do Mundial – obrigando o comité de “experts” a reformular a sua posição. Muito seguro e claramente decisivo! Confirmando o dom de defender penaltys, quase nega o golo a Zidane, mas o remate do “mago” francês é demasiado colocado e as pontas dos dedos não chegam para parar o “tiro”.
Tal como há 2 anos atrás, a saída por lesão de Miguel influenciou pela negativa o jogo da equipa. Sem a velocidade e segurança do #13 nunca mais o flanco direito foi o mesmo, e temi, na altura, que Portugal não conseguisse dar a volta ao resultado. Aliado à inoperância de Deco, terá estado aqui um dos segredos da vitória francesa. Para mim o melhor lateral direito do Mundial e um dos mais completos jogadores portugueses da actualidade!
Ainda me lembro de quando fazia parte do plantel do Benfica e era quase sacrilégio considerá-lo melhor jogador que Paulo Ferreira. Onde estão esses agora?
Aquele que foi o jogador português mais criticado da Fase de Grupos acabou por ser um dos mais elogiados na globalidade. Fernando Meira fez nova exibição segura e sem lugar a falhas comprometedoras. É verdade que Thierry Henry lhe fugiu algumas vezes mas com jogadores deste nível isso acaba por ser normal – Ricardo Carvalho serviu de muleta.
O “alemão” acaba o jogo como ponta-de-lança numa tentativa desesperada de empatar o jogo… e podia tê-lo feito. O remate, em boa posição, saiu muito por cima e Meira não foi herói!
Não fosse o penalty cometido de forma um tanto ou quanto ridícula, teria feito mais uma exibição senhorial. Assim, a prestação de Ricardo Carvalho decresce um pouco de qualidade porque contribuiu para a derrota da equipa. O restante foi o que já nos habituou, um magnifico sentido posicional, um dos mais oportunos tempos de corte do mundo e uma capacidade de dobra inigualável.
Com este jogo deverá ter perdido todas as hipóteses de figurar na melhor dupla de centrais do Mundial, até porque os seus concorrentes – Thuram e Cannavaro – vão à final e o #16 estará suspenso no jogo do 3º/4º lugar.
Foi talvez, um dos melhores jogos de Nuno Valente no Mundial. Se a segurança esteve sempre lá – alguns lances perdidos mas coisa pouca – e frente a Ribery não é tarefa fácil, foi das poucas vezes que foi importante no jogo ofensivo e nos últimos minutos foi dos atletas com maior disponibilidade atacante. Cruzou bastantes vezes mas Pauleta/Postiga/Meira não conseguiram corresponder!
Ninguém merecia este resultado mas Luis Figo era o que merecia menos! Uma exibição de entrega, de raça, de tudo o que se pode pedir a um capitão. Foi, talvez, neste jogo que se viu que os 33 anos de Figo já começam a pesar mas mesmo assim foi vê-lo, na hora de maior ímpeto, a tentar cruzar para a “área dos aflitos”. Um erro, num passe frouxo que Henry aproveitou para criar perigo!
Falhou o empate, na melhor oportunidade de Portugal em todo o jogo, a sua grande pecha veio ao de cima. O jogo de cabeça não é o seu forte… e a Selecção perdeu! Figo merecia, tanto quanto Zidane, sair em grande. Se já não vai ser a levantar um título por Portugal, que a medalha do 3º lugar lhe sirva de consolação! Um fabuloso jogador, um homem de grande carácter, a “massa” de que são feitos os grandes campeões!
Não foi dos melhores jogos de Costinha mas também não foi dos piores. Num duelo intenso com Zidane, o #6 perdeu lances e ganhou outros mas contribuiu para segurar a sagacidade do #10 francês.
Ajudou, como costuma fazer, nas bolas paradas tendo importância fundamental no processo defensivo. Bastante mais seguro que no jogo contra a Holanda, não teve nenhum erro crasso nem hesitações infantis. Seria importante o seu jogo aéreo na área francesa mas nunca se conseguiu impor!
Pela negativa, muito longe do esperado, destacaram-se Deco e Pauleta.
De um dos melhores jogadores do Mundo da actualidade, espera-se sempre bastante e Deco tem sido a maior desilusão de Portugal na Competição. Não só porque dele se espera muito mas também porque ele pode render muito mais. Completamente alheado do jogo, sem velocidade, com os “rodriguinhos” ridículos que caracterizaram a sua presença na Alemanha e acima de tudo muito faltoso (10 faltas). Foi protagonista de um remate fraco – poderia ter feito muito melhor – logo aos 4 minutos para desaparecer por completo nos restantes 86. Neste jogo, um Deco em nível médio teria sido decisivo para a Selecção!
Pauleta é, de facto, um “case-study” na equipa portuguesa. Fui sempre um defensor acérrimo do açoriano mas confesso que me irritei muito com as suas prestações ao longo dos jogos – principalmente neste e no anterior. Nos 70 minutos que esteve em campo foi protagonista de apenas um lance de registo – num remate perigoso à malha lateral – e isso é muito pouco para o ponta-de-lança da 4ª melhor equipa mundial. Tenho ideia que o problema reside no sistema de jogo de Portugal, que não o favorece, mas Pauleta tem de fazer mais. Parece que desaparece nos grandes confrontos e quando mais precisamos dele. É verdade que os centrais franceses são poderosos mas de um goleador a jogar em França espera-se muito mais… ou pelo menos alguma coisa!
E por fim os suplentes Simão, Paulo Ferreira e Hélder Postiga.
Pouco se viu de Simão Sabrosa. Esteve muito preso e mais uma vez a finta não funcionou, não tenho ideia que tenha rematado à baliza nem que tenha feito um cruzamento em bom nível. Muito pouco para 20 minutos em campo, mas também é verdade que Portugal já entrava no desespero do “chuveirinho” e foram raras as jogadas de futebol apoiado e lógico. Fica na retina que foi pouco inteligente num lance, mesmo a terminar o jogo, em que parte demasiado cedo e deixa-se apanhar em fora-de-jogo. Seria uma jogada perigosíssima se tem a perspicácia de esperar pela desmarcação no momento correcto… mas também não são essas as suas características.
De Paulo Ferreira já sabemos o que podemos esperar: certinho a defender, um desastre a nível ofensivo. E foi isso mesmo que aconteceu!
Postiga, mais uma vez, fez número e não tem uma única jogada de futebol decente. Para além disso tem uma simulação de penalty tão patética quanto escusada! Ainda por cima estorvou o cabeceamento de Luís Figo que poderia ter dado o empate, é caso para dizer: é o que não joga e o que estorva! Circula um boato que a opção no #23 em detrimento de Nuno Gomes estará na origem de problemas disciplinares do #21.
É dos Sul-Americanos que “eles” gostam mais
O árbitro é quase sempre o “bode expiatório” das derrotas! Não gosto de desculpar a má prestação ou os maus resultado da equipa que apoio com as más decisões de arbitragem, mas por vezes os “condicionantes do apito” são de tal forma graves que nos levam a ter esse tipo de atitudes. Atitudes essas que são, de facto, um sinal menor que não deve fazer parte do espírito desportivo que se pretende incutir no futebol.
No entanto, não é este o caso! Portugal perdeu com a Selecção Francesa mas isso não aconteceu devido a Jorge Larrionda. Mas é inegável que um árbitro tem o poder de decidir uma partida em favor de uma equipa, se assim o pretender – são inúmeros os casos na história do futebol incluindo o tão bem conhecido exemplo do campeonato português.
Ainda assim foi, para mim, perfeitamente visível a atitude do árbitro uruguaio. Ao longo de toda a partida caracterizou as suas decisões por uma gritante dualidade de critérios e se bem que não teve grande influência nos lances capitais – pelo menos é o que penso, foi infeliz nas pequenas “apitadelas”. E isso foi visível para todos!
Já toda a gente falou dos lances principais da partida: as famosas grandes-penalidade! Parece-me evidente a análise ao lance protagonizado por Ricardo Carvalho e Thierry Henry. O desequilíbrio do defesa português é causado pela finta do avançado do Arsenal que, ao tentar prosseguir para chegar à bola, é tocado de forma irregular pelo pé do referido Ricardo Carvalho.
O toque é subtil e se calhar não fez com que Thierry Henry caísse – depois os mergulhadores são os outros – mas este tipo de lances na área, tão ostensivos, têm de ser apitados para o bem do futebol! Toda a gente viu que há um pouco de teatro mas a falta/contacto é perfeitamente evidente. Não sei até que ponto se justificava a amostragem de um cartão amarelo, porque apesar do posicionamento privilegiado do #12 francês, a falta não tem contornos 100% claros – esteve bem o uruguaio.
Mas o bico-de-obra está numa pretensa falta de Willy Sagnol sobre Cristiano Ronaldo, ao minuto 36. O contacto dos braços do francês com o português é evidente, mas tenho sérias dúvidas que um contacto tão subtil tenha influência no discernimento do #17 na disputa da bola. Para além disso, e como a falta não é muito perceptível, seria extremamente difícil ao árbitro tomar uma decisão favorável a Portugal. É daquele tipo de lances que, se for a nosso favor, queremos que seja assinalada mas se for ao contrário, achamos vergonhosamente mal assinalado. Eu aceito a decisão do uruguaio nesta situação!
É verdade que num ou noutro lance foram exageradas as simulações de jogadores portugueses, procurando “ganhar” uma falta onde ela não existia. O caso mais evidente é a patética tentativa de Hélder Postiga conquistar um penalty num claro mergulho para a piscina. Ocorreram mais uns 2 ou 3 lances do género em que ficou o amarelo por mostrar! São situações que só prejudicam o espectáculo e a própria imagem do Portugal futebolístico – não é que isso seja muito importante mas se já temos essa fama, claramente exagerada, não há que confirmá-la!
Mas voltando à dualidade de critérios, foi recorrente a opção do árbitro em fazer vista grossa a entradas à margem da lei de franceses – principalmente de Vieira e dos laterais – e algumas bem duras que escaparam aos cartões. Parece que o uruguaio tinha instruções para não retirar ninguém da Final do Mundial! E as palhaçadas do banco francês não merecem nem uma chamada de atenção?
Trabalho dos árbitros auxiliares bastante positivo com destaque para a correcta invalidação, por fora de jogo, do lance em que Simão aparece na cara de Barthez.
“Morrer na Praia”
E pronto... mais uma vez fomos eliminados pelos franceses, parece destino! Morremos na praia de forma muito triste e que dá origem a uma grande desilusão. A perder, ao menos que se perdesse de forma clara e justa com futebol espectáculo para que pudéssemos dizer: "Vocês são melhores, parabéns!"
Infelizmente não foi o que se passou, nenhuma equipa se superiorizou à outra, e mais uma vez uma falta ridícula nos retira a possibilidade de disputar a Final que todos nós desejávamos. Confesso que tinha um pressentimento que não iríamos ganhar este jogo, nesta fase somos pequeninos e pouco experientes... custa muito perder assim!
Mas não se deve esquecer a campanha magnífica destes "Magriços parte II", elevaram ao máximo o orgulho português e demonstraram que em Portugal também se joga à bola. Que seja para continuar pois não quero esperar 40 anos para ter estes sentimentos de euforia outra vez. Há que renovar com Scolari, ontem!
Histórico frente à Alemanha (Incluindo RFA)
1936: 1-3 num jogo amigável, disputado em Lisboa (Vítor Silva fez o golo português)
1938: 1-1 num jogo amigável, disputado em Fankfurt (Pinga empatou o jogo)
1954: 0-3 num jogo amigável, disputado em Lisboa
1959: 2-0 na Qualificação para o Europeu 1960, disputado em Berlim (Matateu e Coluna deram a primeira vitória a Portugal)
1959: 3-2 na Qualificação para o Europeu 1960, disputado no Porto (Cavém e Coluna, por duas vezes fizeram os golos lusos)
1960: 1-2 num jogo amigável, disputado em Ludwigshafen (Cavém reduziu a diferença)
1982: 1-3 num jogo amigável, disputado em Hannover (Norton de Matos fez o golo português)
1983: 1-0 num jogo amigável, disputado em Lisboa (Dito fez o golo português)
1984: 0-0 na Fase de Grupos do Euro 84, disputado em Estrasburgo
1985: 1-2 na Qualificação para o Mundial 1986, disputado em Lisboa (Diamantino reduziu o score)
1985: 1-0 na Qualificação para o Mundial 1986, disputado em Estugarda (O jogo do célebre golão de Carlos Manuel)
1986: 1-3 num jogo amigável, disputado em Braga (Fernando Gomes fez o golo português)
1990: 1-1 num jogo amigável, disputado em Lisboa (Rui Águas empatou o jogo depois de Lothar Matthäus ter adiantado a Alemanha no marcador)
1996: 1-2 num jogo amigável, disputado no Porto (Folha reduziu o score, Andreas Möller fez os golos germânicos)
1996: 0-0 na Qualificação para o Mundial 1998, disputado em Lisboa
1997: 1-1 na Qualificação para o Mundial 1998, disputado em Berlim (O jogo onde Batta comprometeu a nossa presença no França 98 ao expulsar, de forma patética, Rui Costa. Portugal adiantou-se no marcador, aos 70 minutos, através de um golaço de Pedro Barbosa. Poucos minutos faltavam para os 90 quando Ulf Kirsten empatou a partida)
2000: 3-0 na Fase de Grupos do Euro 2000, disputado em Roterdão (O hat-trick de Sérgio Conceição deu a vitória e o 1º lugar no Grupo a Portugal. A Alemanha não passou a 1ª Fase)
Saldo: 14 J – 3 V – 5 E – 6 D – 13 golos marcados/18 sofridos
Fonte: RSSSF
Esta derrota com a França confere, também, a 1ª derrota de Scolari em Mundiais depois de 12 jogos e a 1ª derrota de Portugal após 19 jogos invictos. Tenho ideia que este vazio de golos tem muito a ver com a fraca prestação dos avançados lusos. É, certamente, a posição mais carenciada no nosso país – a de defesa-esquerdo também – e o problema mais sério é que não se prevêem novidades das selecções mais jovens. O Portugal formador de médios de cobertura, centrais e extremos tem aproveitamento muito reduzido nos “fazedores de golos”, o que pode levar a uma nova dupla atacante do tipo João Pinto/Sá Pinto num futuro muito próximo. Fará sentido, por exemplo, naturalizar Liedson?
Mas por agora, é pensar em derrotar a forte equipa da casa para poder igualar 1966… o que seria fantástico. Será um jogo tremendamente difícil não só pelo poderio da Alemanha mas também pela fraca motivação para um jogo que, na minha opinião, não faz sentido nenhum! Depois, receber os heróis com a festa e a alegria que eles merecem!
Força Portugal!
NDR: Tenho nojo dos franceses, desde a agressão a um repórter da RTP – António Esteves Martins – até pela falta de respeito pela nossa equipa e pelos nossos jogadores. Segundo o jornal O Jogo, no final do encontro e em pleno relvado, o treinador francês Domenech disse: “Já vos f*di mais uma vez!” Vejam bem o nível do homem! Portanto, só posso dizer... Forza Itália!
30 graus no Allianz Arena, em Munique! Pois é, agora ninguém fala nisso?! Preparem-se para a chegada de um "enxame" de abutres que estiveram 3 semanas escondidos e envergonhados.
Ficha do Jogo:
Campeonato do Mundo – Meia Final
Allianz Arena, em Munique
Árbitro: Jorge Larrionda (Uruguai)
PORTUGAL – Ricardo; Miguel (Paulo Ferreira, 62 m), Fernando Meira, Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Costinha (Hélder Postiga, 74 m) e Maniche; Figo, Deco e Cristiano Ronaldo; Pauleta (Simão, 67 m).
FRANÇA – Fabien Barthez; Willy Sagnol, Lillian Thuram, William Gallas e Eric Abidal; Claude Makelele e Patrick Vieira; Frank Ribery (Sidney Govou, 71 m), Zinedine Zidane e Florent Malouda (Sylvan Wiltord, 69 m); Thierry Henry (Louis Saha, 84 m).
Disciplina: Amarelos a Ricardo Carvalho (83 m) e Saha (87 m).
Golos: 0-1, Zidane (33 m, de g.p.)
Portugal e Alemanha jogam para o terceiro lugar enquanto que a França vai disputar o título com a Itália.
Fotos: AFP – Getty Images