quinta-feira, abril 13, 2006

O Ódio ao Benfica!

Nunca, pelo menos no meu tempo de adepto consciente, o Benfica foi tão odiado.
Se a proporção de ódio e paixão parece ser mais ou menos igual em faces opostas de adeptos – num lado os benfiquistas e noutro os anti – hoje em dia parece estar na moda divulgar e promover esse sentimento de desprezo pela equipa mais prestigiada e titulada de Portugal.

Na minha opinião, esse ódio é um misto de sentimentos em que a maior parte das vezes resulta de uma incessante inveja pelo historial e prestigio do visado, um receio do poderio contrário ou ainda de uma rivalidade nada saudável aliada a uma paixão doentia pelo propagado inimigo.


Se ao longo dos anos nos fomos habituando a atitudes mesquinhas dos restantes adeptos de grandes clubes – festas nas derrotas Europeias de 88 e 90, acusações de proteccionismo, gozo ininterrupto pelo descalabro de Vigo, exaltação de clubes estrangeiros apenas por defrontarem o Benfica, cânticos insultuosos, desvalorização das vitórias, acusações de batota infundadas, etc… – o que tem acontecido nos últimos tempos é inédito: o ódio tem-se propagado a adeptos de clubes menores.

Hoje em dia é perfeitamente comum assistirmos às mesmas atitudes em adeptos de Belenenses, Rio Ave, Vitória de Guimarães, Vitória de Setúbal e até Braga – que era unanimemente reconhecido como um clube de uma cidade de benfiquistas. São corriqueiros os cachecóis com provocações, os cânticos insultuosos durante/antes/depois dos jogos – mesmo que o Benfica não esteja presente nem seja adversário na tabela classificativa, ou ainda as acusações de batota quer pela “solicitação” de árbitros quer pelo controlo das instituições desportivas.

Os fóruns televisivos e radiofónicos, os blogs nacionais – principalmente os de apoio ao Benfica – e os cafés são constantemente invadidos por opiniões ofensivas e ressabiadas tendo sempre o mesmo clube como visado. Inclusivamente, há tristes que à conta desse ódio patético criam sites para num regime de exclusividade insultar e denegrir a imagem do Sport Lisboa e Benfica.


Então, a questão a colocar é: porque é que existe este ódio? A resposta é muito simples. O adormecimento do grande Sport Lisboa e Benfica, durante mais de 10 anos, hibernou muito do respeito e temor pelo clube. O ressurgimento do SLB na senda dos resultados prestigiantes como que esbofeteia violentamente o adepto do rival directo. Fá-lo ver que o adversário não morreu e está de regresso aos grandes momentos. Isso é um enorme choque, e por isso a revolta em dose reforçada!

Nos adeptos de pequenas colectividades a questão é diferente e bastante mais peculiar. A explicação poderá estar na sua aproximação a Sporting e a Porto – é assim na maior parte das vezes – e sendo assim as justificações são conhecidas… ou então deriva de uma procura incessante de protagonismo bacoco pela inveja dos feitos do Benfica aliada à pouca visibilidade do seu pequeno clube. Essa postura propaga-se também a jogadores e a treinadores que redobram a atitude aquando do confronto com o SLB – as criticas à arbitragem são sempre guardadas para esses momentos e é muito comum fazerem dos dois jogos um autêntico campeonato à parte. É a chamada “Gente pequena em bicos de pés” coladinhos que nem lapas à “Gente graúda”.


O cerne da questão e que parece que muitos ainda não entenderam é que essas posturas diminuem não o provocado mas o responsável pela provocação. Não é por mais ou menos atitudes deste género que o poderio do Benfica diminui. Isto só nos engrandece e comprova o Glorioso como o maior clube português! Continuem que nós gostamos assim! Se quiserem podem juntar-se todos que mesmo assim não serão suficientes para nos derrubar.

Força Benfica, contra tudo e contra todos!

PS: Sintomático que no jogo do título – que infelizmente não virá para as bandas da Luz – a presença do Benfica se faça sentir quer com os conhecidíssimos cânticos de “apoio” durante toda a partida quer com a exaltação do grande FC Barcelona, melhor equipa da Europa da actualidade. Freddy Mercury foi um génio, sou um fã de Queen desde há muitos anos, e “Barcelona” com Montserrat Caballé é um dos seus momentos altos. Embora os gostos clubísticos dos presentes sejam fracos, os musicais são excelentes.

#publicado em simultâneo com os Encarnados